Dívida abaixo de 50% do PIB será recorde de 5 anos
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Dívida abaixo de 50% do PIB será recorde de 5 anos
São Paulo, 24 de Agosto de 2006 - Juro menor está ajudando a alcançar o resultado positivo, previsto por todos os especialistas. Embora em ritmo mais moderado do que o País precisa, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) - ajudado pela continuidade de queda da taxa básica de juro e pelas ações do Tesouro Nacional na redução do endividamento - deve mostrar seu efeito positivo sobre a relação com a dívida líquida do setor público consolidado (três esferas de governo e suas respectivas empresas estatais). A expectativa de economistas consultados por este jornal é que o Banco Central divulgue hoje percentual para julho abaixo de 50%, o que não ocorre desde abril de 2001. O economista-sênior do Banco Santander Banespa, Maurício Molan, aguarda uma razão de 49,8% e ressalta que a tendência inequívoca de recuo do juro, uma vez que a inflação está sob controle, aliado ao superávit primário empurrará em dois anos a 45% o endividamento em relação ao produto.
A-7(Gazeta Mercantil/1ª Página - Pág. 1)(Simone Cavalcanti)
FONTE:Gazeta Mercantil
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Ben Parker
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Re.: Dívida abaixo de 50% do PIB será recorde de 5 anos
É Abmael, mas não se esqueça que, como disse o minstro da economia atual, houve um "erro" com relação à "sobrevida" dos impostos altos e isso acaba também atrapalhando investimentos no país. Sou Lula mas estou de olho... 

"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


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Re.: Dívida abaixo de 50% do PIB será recorde de 5 anos
Embora Lula sempre tenha anunciado que iria parar de pagar.
Embora Lula tenha recebido a dívida externa renegociada.
Embora Lula tenha tido a sorte de o dinheiro entrar de montão nos seus 4 anos de governo (alto preço das commodities que o Brasil produz, dinheiro sobrando lá fora, indústria nacional exportando muito depois de muitos anos desenvolvendo produtos e mercado etc.).
Esta sopa pode não durar para sempre. Espero que ele não siga o estilo Hugo Chavez quando a maré mudar (como alguns prevêem para 2007) e saia distribuindo dinheiro sem criar nada.
Embora Lula tenha recebido a dívida externa renegociada.
Embora Lula tenha tido a sorte de o dinheiro entrar de montão nos seus 4 anos de governo (alto preço das commodities que o Brasil produz, dinheiro sobrando lá fora, indústria nacional exportando muito depois de muitos anos desenvolvendo produtos e mercado etc.).
Esta sopa pode não durar para sempre. Espero que ele não siga o estilo Hugo Chavez quando a maré mudar (como alguns prevêem para 2007) e saia distribuindo dinheiro sem criar nada.
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Re.: Dívida abaixo de 50% do PIB será recorde de 5 anos
Publicada em 23/08/2006
Encolhendo 2007
Míriam Leitão - O Globo
O PIB vai crescer menos este ano do que se esperava e vai crescer ainda menos no
ano que vem. O economista José Roberto Mendonça de Barros está prevendo uma
desaceleração do PIB no ano que vem em relação a este ano por fatores internos e
internacionais. O mundo está entrando em uma fase de desaceleração puxado pela
economia americana, que reduz o ritmo.
Nas últimas duas semanas, o mercado reviu para baixo a previsão do PIB do ano,
segundo o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central. Nas próximas semanas, esta
previsão vai continuar minguando. Estava indo para 3,8% e agora está em 3,5%; e
deve cair mais.
Mendonça de Barros prevê que, no ano que vem, o PIB vai crescer num ritmo ainda
menor e enumera os motivos.
O primeiro deles é internacional. Vários economistas no mundo inteiro têm
divulgado previsões aumentando o percentual de risco de uma recessão nos Estados
Unidos. Os mais otimistas acham que haverá apenas uma desaceleração do ritmo de
crescimento. Mas há quem preveja recessão.
— Na melhor hipótese, o ritmo da economia americana vai cair para uma taxa
anualizada de 2,5% no fim do ano. Há quem preveja que, no começo do ano que vem,
os Estados Unidos estarão crescendo a 1% de taxa anualizada, o que representará
uma forte desaceleração — diz José Roberto.
A queda do ritmo de crescimento americano é dada como certa porque os juros
aumentaram de 1% para 5,25% e, mesmo tendo parado de subir, o efeito do aperto
monetário continuará. Houve ainda uma redução do ritmo do mercado imobiliário e
alta forte dos preços do petróleo. Tudo isso afetará o consumo americano.
A Europa também vai entrar em desaceleração, como mostram dados da Alemanha. A
Coréia está reduzindo seu crescimento; o Japão também. Só China e Índia
continuam com forte crescimento.
— Isso reduzirá a contribuição do comércio exterior no ritmo de crescimento
brasileiro — afirma.
Quando a economia americana consome menos, países exportadores procuram outros
mercados para vender o excedente produzido. José Roberto acha que isso pode
trazer para o mercado brasileiro muito produto chinês de baixo preço que
desorganize a produção local.
Com o fim das eleições — e pelo peso da gastança deste ano eleitoral —, o ano
que vem será de redução do estímulo fiscal.
— Já está se falando em pacote fiscal no começo do ano e, provavelmente, o
aumento do salário mínimo ou o reajuste dos funcionários será menor no ano que
vem; tudo isso reduzirá o estímulo fiscal ao crescimento.
O investimento também deverá ser menor. Hoje ele está acontecendo principalmente
em alguns setores; um deles, máquinas para produção de energia elétrica. Mas não
é sustentável.
— A produção de equipamentos para energia elétrica tende a cair porque as usinas
que estão sendo instaladas agora, que representam 4.000 megawatts, foram
contratadas antes do governo Lula. Leva-se de quatro a cinco anos para concluir
uma hidrelétrica. Existem agora poucas para entrarem em operação no ano que vem
e, depois, nada. Vai cair bruscamente a produção de turbinas elétricas — conta.
Não houve também, nos últimos quatro anos, uma nova concessão de estradas e isso
tudo ajuda a manter deprimido o investimento privado.
O consumo será menor, na previsão de José Roberto, exatamente pela queda do
investimento e do estímulo fiscal. Os juros devem estar mais baixos, mas isso
não vai alavancar o crédito em nível que compense os outros efeitos.
A agricultura está tendo este ano uma redução de 4% na área plantada e está
investindo menos, exceto por alguns setores que estão fortes, como açúcar e
álcool. Isso reduzirá também a contribuição da agricultura para o crescimento.
Existem nessa área outros fatos negativos.
— Perdemos a guerra para a Argentina no esmagamento de soja. Aqui ele só cai; na
Argentina, só cresce. Nós esmagamos 6 mil toneladas de soja por dia e eles, 20
mil toneladas. Nós temos problemas de ferrugem e eles não. Lá produzem
praticamente no porto e nós em locais de longa distância. E o câmbio deles está
a três.
Este ano, apesar da queda do câmbio, o Brasil está exportando mais. Segundo José
Roberto Mendonça de Barros, o que mais pesa é o aumento da exportação de
petróleo.
— O item petróleo e derivados saiu de 7,7% da pauta de exportação do ano passado
para representar 9% de janeiro a julho deste ano, num comércio que está se
expandindo. No ano, o item pode representar US$ 6 bilhões a mais de exportação.
Os sinais da redução do crescimento começam a aparecer agora. O BNDES, por
exemplo, teve que mudar suas regras, aumentando o capital, para emprestar mais
para os grandes tomadores. Sinal de falta de demanda por novos financiamentos.
No governo, como a ordem é tocar o bumbo eleitoral, várias autoridades nos
últimos dias fizeram declarações garantindo que o país vai crescer 4% a 4,5%
este ano e que este é o início de uma fase de crescimento sustentado.
Antes fosse, mas não é. Fariam melhor os economistas do governo se, em vez de
fazer coro aos entusiasmos de ocasião, analisassem objetivamente formas de
reverter as tendências de queda do crescimento, já magro, do Brasil.
Encolhendo 2007
Míriam Leitão - O Globo
O PIB vai crescer menos este ano do que se esperava e vai crescer ainda menos no
ano que vem. O economista José Roberto Mendonça de Barros está prevendo uma
desaceleração do PIB no ano que vem em relação a este ano por fatores internos e
internacionais. O mundo está entrando em uma fase de desaceleração puxado pela
economia americana, que reduz o ritmo.
Nas últimas duas semanas, o mercado reviu para baixo a previsão do PIB do ano,
segundo o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central. Nas próximas semanas, esta
previsão vai continuar minguando. Estava indo para 3,8% e agora está em 3,5%; e
deve cair mais.
Mendonça de Barros prevê que, no ano que vem, o PIB vai crescer num ritmo ainda
menor e enumera os motivos.
O primeiro deles é internacional. Vários economistas no mundo inteiro têm
divulgado previsões aumentando o percentual de risco de uma recessão nos Estados
Unidos. Os mais otimistas acham que haverá apenas uma desaceleração do ritmo de
crescimento. Mas há quem preveja recessão.
— Na melhor hipótese, o ritmo da economia americana vai cair para uma taxa
anualizada de 2,5% no fim do ano. Há quem preveja que, no começo do ano que vem,
os Estados Unidos estarão crescendo a 1% de taxa anualizada, o que representará
uma forte desaceleração — diz José Roberto.
A queda do ritmo de crescimento americano é dada como certa porque os juros
aumentaram de 1% para 5,25% e, mesmo tendo parado de subir, o efeito do aperto
monetário continuará. Houve ainda uma redução do ritmo do mercado imobiliário e
alta forte dos preços do petróleo. Tudo isso afetará o consumo americano.
A Europa também vai entrar em desaceleração, como mostram dados da Alemanha. A
Coréia está reduzindo seu crescimento; o Japão também. Só China e Índia
continuam com forte crescimento.
— Isso reduzirá a contribuição do comércio exterior no ritmo de crescimento
brasileiro — afirma.
Quando a economia americana consome menos, países exportadores procuram outros
mercados para vender o excedente produzido. José Roberto acha que isso pode
trazer para o mercado brasileiro muito produto chinês de baixo preço que
desorganize a produção local.
Com o fim das eleições — e pelo peso da gastança deste ano eleitoral —, o ano
que vem será de redução do estímulo fiscal.
— Já está se falando em pacote fiscal no começo do ano e, provavelmente, o
aumento do salário mínimo ou o reajuste dos funcionários será menor no ano que
vem; tudo isso reduzirá o estímulo fiscal ao crescimento.
O investimento também deverá ser menor. Hoje ele está acontecendo principalmente
em alguns setores; um deles, máquinas para produção de energia elétrica. Mas não
é sustentável.
— A produção de equipamentos para energia elétrica tende a cair porque as usinas
que estão sendo instaladas agora, que representam 4.000 megawatts, foram
contratadas antes do governo Lula. Leva-se de quatro a cinco anos para concluir
uma hidrelétrica. Existem agora poucas para entrarem em operação no ano que vem
e, depois, nada. Vai cair bruscamente a produção de turbinas elétricas — conta.
Não houve também, nos últimos quatro anos, uma nova concessão de estradas e isso
tudo ajuda a manter deprimido o investimento privado.
O consumo será menor, na previsão de José Roberto, exatamente pela queda do
investimento e do estímulo fiscal. Os juros devem estar mais baixos, mas isso
não vai alavancar o crédito em nível que compense os outros efeitos.
A agricultura está tendo este ano uma redução de 4% na área plantada e está
investindo menos, exceto por alguns setores que estão fortes, como açúcar e
álcool. Isso reduzirá também a contribuição da agricultura para o crescimento.
Existem nessa área outros fatos negativos.
— Perdemos a guerra para a Argentina no esmagamento de soja. Aqui ele só cai; na
Argentina, só cresce. Nós esmagamos 6 mil toneladas de soja por dia e eles, 20
mil toneladas. Nós temos problemas de ferrugem e eles não. Lá produzem
praticamente no porto e nós em locais de longa distância. E o câmbio deles está
a três.
Este ano, apesar da queda do câmbio, o Brasil está exportando mais. Segundo José
Roberto Mendonça de Barros, o que mais pesa é o aumento da exportação de
petróleo.
— O item petróleo e derivados saiu de 7,7% da pauta de exportação do ano passado
para representar 9% de janeiro a julho deste ano, num comércio que está se
expandindo. No ano, o item pode representar US$ 6 bilhões a mais de exportação.
Os sinais da redução do crescimento começam a aparecer agora. O BNDES, por
exemplo, teve que mudar suas regras, aumentando o capital, para emprestar mais
para os grandes tomadores. Sinal de falta de demanda por novos financiamentos.
No governo, como a ordem é tocar o bumbo eleitoral, várias autoridades nos
últimos dias fizeram declarações garantindo que o país vai crescer 4% a 4,5%
este ano e que este é o início de uma fase de crescimento sustentado.
Antes fosse, mas não é. Fariam melhor os economistas do governo se, em vez de
fazer coro aos entusiasmos de ocasião, analisassem objetivamente formas de
reverter as tendências de queda do crescimento, já magro, do Brasil.
Re.: Dívida abaixo de 50% do PIB será recorde de 5 anos
viva Lulla! 

JINGOL BEL, JINGOL BEL DENNY NO COTEL...
i am gonna score... h-hah-hah-hah-hah-hah...
plante uma arvore por dia com um clic

i am gonna score... h-hah-hah-hah-hah-hah...
plante uma arvore por dia com um clic
Re.: Dívida abaixo de 50% do PIB será recorde de 5 anos
Vivaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa! Então como é que é?
Ééééééééééééééééééééééééééééééééé..
É pique
É pique..
Abraços Fernando e que o véio zuza olhe por você!
Ééééééééééééééééééééééééééééééééé..
É pique
É pique..
Abraços Fernando e que o véio zuza olhe por você!

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Re: Re.: Dívida abaixo de 50% do PIB será recorde de 5 anos
Fernando Silva escreveu:Embora Lula sempre tenha anunciado que iria parar de pagar.
Embora Lula tenha recebido a dívida externa renegociada.
Embora Lula tenha tido a sorte de o dinheiro entrar de montão nos seus 4 anos de governo (alto preço das commodities que o Brasil produz, dinheiro sobrando lá fora, indústria nacional exportando muito depois de muitos anos desenvolvendo produtos e mercado etc.).
Esta sopa pode não durar para sempre. Espero que ele não siga o estilo Hugo Chavez quando a maré mudar (como alguns prevêem para 2007) e saia distribuindo dinheiro sem criar nada.
- A maré não vai mudar, o Lula é sortudo, esqueceu??
( Brincadeirinha ):emoticon12:


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Re.: Dívida abaixo de 50% do PIB será recorde de 5 anos
29 de outubro de 2005 "O Globo"
Miriam Leitão paneco@oglobo.com.br
O ilusionismo
A verdade é sempre a primeira vítima do marketing eleitoral. Exemplo disso foi o programa do PT. Prometeu explicar a crise e culpou os outros. Exibiu números discutíveis; uma coleção de meias verdades. "Do que acusam o PT?", perguntou o locutor. A pergunta pode ser dirigida ao presidente Lula, que mandou o partido pedir desculpas e se disse traído. Outro erro: o presidente da Petrobras como garoto-propaganda.
Em vez de explicar a crise, o programa admitiu apenas que: "membros de nosso partido cometeram erros". Sinceridade não é um ingrediente das campanhas políticas no Brasil. É visto como ingenuidade, mas talvez seja isso que o eleitor esteja querendo agora.
Não há como encobrir os absurdos descobertos, a distribuição de dinheiro a políticos da base, os indícios de que o caixa dois financiou até a campanha presidencial. É difícil mesmo tratar de tudo isso numa propaganda política, mas o que não se deve fazer é subestimar a inteligência do eleitor. Foi o caminho escolhido pelo PT.
Nos números, uma coleção de não ditos. Disseram que a inflação era de 12% e caiu no governo do PT para 7,5% e 5,2%. Na verdade, a inflação está voltando agora aos níveis de 2000. Subiu em 2002 pelo medo de Lula. Medo construído pelo passado em que Lula e o PT foram contra o Plano Real e apresentavam idéias exóticas ou falta de entendimento sobre a importância da estabilização.
O último ano do governo Itamar, em 94, teve inflação de 916%, e o primeiro de Fernando Henrique foi de 22%. Se FH usasse essa comparação seria um absurdo. Esses números não contam o que se passou. O Plano Real, feito sob o comando de Fernando Henrique no governo Itamar Franco, venceu a hiperinflação no segundo semestre de 94. No último ano do primeiro mandato, em 98, a taxa foi de 1,66%. No primeiro ano do novo mandato, em 99, pulou para 8,9%. O resultado de 99 foi uma vitória maior do que o de 98, porque foi conseguido apesar do estouro da banda cambial. Por várias vezes, falou-se no programa sobre "a crise deixada pelo governo passado". Sinceramente, o governo sabe que recebeu uma boa herança na área macroeconômica, tanto que manteve a política.
Disse que o país exportava US$ 60 bilhões e agora, US$ 112 bilhões. É verdade, mas não é governo que exporta. O setor exportador brasileiro é o grande merecedor do crédito.
Certas mudanças macroeconômicas ajudaram, mas foram feitas por sucessivas administrações.
Não dá para explicar a mudança na competitividade brasileira sem passar pela abertura, que o PT condenou; o Plano Real, no qual o PT votou contra; a privatização, que até nesse programa o partido acusou de ter sido "selvagem".
Erros foram cometidos no processo de venda das estatais; a energia é exemplo eloqüente. Mas a venda em si acabou com absurdos como o Estado fabricar aço, atuar em mineração, fazer aviões, vender telefone, ser dono de hotéis e ter três dezenas de bancos. Não foi "selvagem", tanto que ainda existem cinco bancos estatais que controlam 40% da intermediação financeira; o Estado ainda tem 70% da geração de energia, quase todo o setor de petróleo e o monopólio do resseguro. A privatização aumentou a eficiência na economia brasileira.
No item desemprego, a confusão da comunicação do governo é ainda maior. Disse que o governo passado criou 700 mil empregos e o atual, 3,6 milhões. Nem especialistas em trabalho entendem esses números. Um exemplo de má-fé que poderia ser usado contra o governo Lula: a taxa oficial de desemprego no último ano do governo passado oscilou entre 6% e 7%. No governo Lula chegou a 13% e está em 9,6%. Isso parece mostrar que no governo Lula aumentou o desemprego. Não aumentou. A metodologia de cálculo é que mudou. Quem quer participar do debate com honestidade tem de ter respeito aos números.
Lula tem usado os dados do Caged do Ministério do Trabalho, e não a pesquisa do IBGE da PME. Os dois estão mostrando muita discrepância. O fato é que o desemprego não está caindo, na época do ano em que sempre cai. Está estagnado há quatro meses e subiu um pouco em setembro. A verdade é a seguinte: na década de 90 houve queda do emprego no mundo inteiro, por causa de novas tecnologias, mais competição, novas formas de produção. Emprego é um desafio de qualquer governo no mundo inteiro. Simplificar o tema, como se fosse uma partida de futebol, não ajuda o país.
No programa, o PT se vangloriou de ter aumentado o gasto com Saúde. Fez isso por obrigação legal: os gastos com Saúde têm de aumentar anualmente por uma fórmula preestabelecida.
Elogiou-se na educação, quando o grande salto do "toda criança na escola" foi dado no período FH. Teve a coragem de dizer que a segurança melhorou, item em que os dois governos erraram. Apresentou a Bolsa Escola como se tivesse sido inventada apenas pelo PT e a campanha das diretas como se tivesse sido petista. Num momento de puro delírio, o programa sustenta que garantiu R$ 55 bilhões para o Fundeb até o ano 2019.
No pior momento do programa, pôs o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, fazendo propaganda de programas do governo. Um comportamento inadequado para uma empresa de capital aberto, que tem ações até em bolsas estrangeiras, cujo controle é do Estado e não do PT. Mais um flagrante da confusão entre governo e partido, que tanto problema tem causado. A campanha de 2006 já começou. Começou muito mal.
Miriam Leitão paneco@oglobo.com.br
O ilusionismo
A verdade é sempre a primeira vítima do marketing eleitoral. Exemplo disso foi o programa do PT. Prometeu explicar a crise e culpou os outros. Exibiu números discutíveis; uma coleção de meias verdades. "Do que acusam o PT?", perguntou o locutor. A pergunta pode ser dirigida ao presidente Lula, que mandou o partido pedir desculpas e se disse traído. Outro erro: o presidente da Petrobras como garoto-propaganda.
Em vez de explicar a crise, o programa admitiu apenas que: "membros de nosso partido cometeram erros". Sinceridade não é um ingrediente das campanhas políticas no Brasil. É visto como ingenuidade, mas talvez seja isso que o eleitor esteja querendo agora.
Não há como encobrir os absurdos descobertos, a distribuição de dinheiro a políticos da base, os indícios de que o caixa dois financiou até a campanha presidencial. É difícil mesmo tratar de tudo isso numa propaganda política, mas o que não se deve fazer é subestimar a inteligência do eleitor. Foi o caminho escolhido pelo PT.
Nos números, uma coleção de não ditos. Disseram que a inflação era de 12% e caiu no governo do PT para 7,5% e 5,2%. Na verdade, a inflação está voltando agora aos níveis de 2000. Subiu em 2002 pelo medo de Lula. Medo construído pelo passado em que Lula e o PT foram contra o Plano Real e apresentavam idéias exóticas ou falta de entendimento sobre a importância da estabilização.
O último ano do governo Itamar, em 94, teve inflação de 916%, e o primeiro de Fernando Henrique foi de 22%. Se FH usasse essa comparação seria um absurdo. Esses números não contam o que se passou. O Plano Real, feito sob o comando de Fernando Henrique no governo Itamar Franco, venceu a hiperinflação no segundo semestre de 94. No último ano do primeiro mandato, em 98, a taxa foi de 1,66%. No primeiro ano do novo mandato, em 99, pulou para 8,9%. O resultado de 99 foi uma vitória maior do que o de 98, porque foi conseguido apesar do estouro da banda cambial. Por várias vezes, falou-se no programa sobre "a crise deixada pelo governo passado". Sinceramente, o governo sabe que recebeu uma boa herança na área macroeconômica, tanto que manteve a política.
Disse que o país exportava US$ 60 bilhões e agora, US$ 112 bilhões. É verdade, mas não é governo que exporta. O setor exportador brasileiro é o grande merecedor do crédito.
Certas mudanças macroeconômicas ajudaram, mas foram feitas por sucessivas administrações.
Não dá para explicar a mudança na competitividade brasileira sem passar pela abertura, que o PT condenou; o Plano Real, no qual o PT votou contra; a privatização, que até nesse programa o partido acusou de ter sido "selvagem".
Erros foram cometidos no processo de venda das estatais; a energia é exemplo eloqüente. Mas a venda em si acabou com absurdos como o Estado fabricar aço, atuar em mineração, fazer aviões, vender telefone, ser dono de hotéis e ter três dezenas de bancos. Não foi "selvagem", tanto que ainda existem cinco bancos estatais que controlam 40% da intermediação financeira; o Estado ainda tem 70% da geração de energia, quase todo o setor de petróleo e o monopólio do resseguro. A privatização aumentou a eficiência na economia brasileira.
No item desemprego, a confusão da comunicação do governo é ainda maior. Disse que o governo passado criou 700 mil empregos e o atual, 3,6 milhões. Nem especialistas em trabalho entendem esses números. Um exemplo de má-fé que poderia ser usado contra o governo Lula: a taxa oficial de desemprego no último ano do governo passado oscilou entre 6% e 7%. No governo Lula chegou a 13% e está em 9,6%. Isso parece mostrar que no governo Lula aumentou o desemprego. Não aumentou. A metodologia de cálculo é que mudou. Quem quer participar do debate com honestidade tem de ter respeito aos números.
Lula tem usado os dados do Caged do Ministério do Trabalho, e não a pesquisa do IBGE da PME. Os dois estão mostrando muita discrepância. O fato é que o desemprego não está caindo, na época do ano em que sempre cai. Está estagnado há quatro meses e subiu um pouco em setembro. A verdade é a seguinte: na década de 90 houve queda do emprego no mundo inteiro, por causa de novas tecnologias, mais competição, novas formas de produção. Emprego é um desafio de qualquer governo no mundo inteiro. Simplificar o tema, como se fosse uma partida de futebol, não ajuda o país.
No programa, o PT se vangloriou de ter aumentado o gasto com Saúde. Fez isso por obrigação legal: os gastos com Saúde têm de aumentar anualmente por uma fórmula preestabelecida.
Elogiou-se na educação, quando o grande salto do "toda criança na escola" foi dado no período FH. Teve a coragem de dizer que a segurança melhorou, item em que os dois governos erraram. Apresentou a Bolsa Escola como se tivesse sido inventada apenas pelo PT e a campanha das diretas como se tivesse sido petista. Num momento de puro delírio, o programa sustenta que garantiu R$ 55 bilhões para o Fundeb até o ano 2019.
No pior momento do programa, pôs o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, fazendo propaganda de programas do governo. Um comportamento inadequado para uma empresa de capital aberto, que tem ações até em bolsas estrangeiras, cujo controle é do Estado e não do PT. Mais um flagrante da confusão entre governo e partido, que tanto problema tem causado. A campanha de 2006 já começou. Começou muito mal.
Re.: Dívida abaixo de 50% do PIB será recorde de 5 anos
Sim. Maluf, ACM, Sarney, Delfin, Quercia...
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


Re.: Dívida abaixo de 50% do PIB será recorde de 5 anos
Eles vão estar lá ano que vem (aliás, nunca saíram logo...) 

"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."


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hell Mig escreveu:Lula é bem visto aqui nas Europas. O Brasil só tem a ganhar em continuar com Lula. A nao ser que haja alternativas melhores. Há???? Provas...
O MST também é visto por muitos europeus como um bando de heróis que lutam contra a opressão dos capitalistas malvados.
Pelo visto, não se interessam pelos detalhes de seus crimes no Brasil e se limitam a acreditar na propaganda deles.
Nós também provavelmente temos idéias erradas a respeito de muita gente e muitos países por vê-los de fora e de longe.
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Re: Re.: Dívida abaixo de 50% do PIB será recorde de 5 anos
Johnny escreveu:Sim. Maluf, ACM, Sarney, Delfin, Quercia...
Não se esqueça de Newton Cardoso, que está sendo oficialmente apoiado por Lula (e de alguns mensaleiros que andam aparecendo nos palanques do Lula).
A verdade é que um governo sem maioria acaba sendo controlado por essa gente, que "sempre" esteve por aí.
Ou não faz nada ou vende a alma ao diabo para conseguir que eles apóiem algum projeto.
Foi um dos problemas do FHC.
hell Mig escreveu:Lula é bem visto aqui nas Europas. O Brasil só tem a ganhar em continuar com Lula. A nao ser que haja alternativas melhores. Há???? Provas...
Lula fazia parte de uma esquerda trabalhista radicalizada e só conseguiu subir ao poder após mudar sua imagem perante a classe média brasileira e perante a crise democrática atual, que fez cair por terra a maioria dos governos centristas e direitistas do terceiro mundo.
Entretanto, os esquemas de corrupção acobertados pelo fragilíssimo sistema político brasileiro em nada mudaram...
Re: Re.: Dívida abaixo de 50% do PIB será recorde de 5 anos
Fernando Silva escreveu:Johnny escreveu:Sim. Maluf, ACM, Sarney, Delfin, Quercia...
Não se esqueça de Newton Cardoso, que está sendo oficialmente apoiado por Lula (e de alguns mensaleiros que andam aparecendo nos palanques do Lula).
A verdade é que um governo sem maioria acaba sendo controlado por essa gente, que "sempre" esteve por aí.
Ou não faz nada ou vende a alma ao diabo para conseguir que eles apóiem algum projeto.
Foi um dos problemas do FHC.
O nosso sistema político é representativo. Os "perdedores" também governam. Na prática, qualquer governo é obrigado a "negociar" para poder fazer valer sua política.
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Re.: Dívida abaixo de 50% do PIB será recorde de 5 anos
Quando o IBGE divulga alguma estatística que parece favorável, Lula sai trombeteando os números.
Quando o IBGE divulga alguma coisa desfavorável, Lula diz que é mentira (e já tentou impor censura prévia aos pesquisadores).
Qual foi a única obra do governo Lula? A "Operação Tapa-Buracos", uma mentira lançada em véspera de eleição para enganar os trouxas: jogaram terra e um pouco de asfalto em alguns buracos de algumas estradas para dar a impressão de que estavam trabalhando.
Quando o IBGE divulga alguma coisa desfavorável, Lula diz que é mentira (e já tentou impor censura prévia aos pesquisadores).
Qual foi a única obra do governo Lula? A "Operação Tapa-Buracos", uma mentira lançada em véspera de eleição para enganar os trouxas: jogaram terra e um pouco de asfalto em alguns buracos de algumas estradas para dar a impressão de que estavam trabalhando.
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Re.: Dívida abaixo de 50% do PIB será recorde de 5 anos
Segunda-feira, 05 de Junho de 2006
Os mitos do governo Lula(parte I)
José Aníbal (*)
Poucas coisas hoje são mais desproporcionais que os discursos bravateiros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a comparação com as realizações de seu governo. Neste artigo e nas próximas semanas, vou procurar mostrar, sempre com números, o desempenho pífio do governo em áreas fundamentais, como segurança, os programas sociais e a gestão pública. Ao contrário do que a propaganda oficial tenta passar, o País andou para trás nos últimos três anos. A não ser no discurso do presidente - que chegou a considerar o sistema público de saúde no Brasil "quase perfeito" - é difícil perceber melhorias na vida do brasileiro.
Para começo de conversa, vamos examinar a segurança, área que esteve em evidência nas últimas semanas, com os ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo. Enquanto o governo estadual destina quase R$ 10 bilhões de seu orçamento anual para o setor, o governo federal trata a segurança como um tema menor. Entre 2002 e 2005, por exemplo, houve uma queda de 87% dos recursos orçamentários da União destinados à segurança pública.
Em 2002, último ano da gestão do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), foram liberados R$ 223,2 milhões para o Estado. Três anos depois, esse volume caiu para R$ 29,6 milhões, quase 10% do valor que vinha sendo repassado no governo anterior. Entre 2004 e 2005, a queda foi de 68%, passando de R$ 93,5 milhões para R$ 29,6 milhões. Esses dados são do Sistema Interno do Senado (Siafi) que acompanha os gastos públicos, e foram corrigidos pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI).
Não bastassem esses dados, que falam por si mesmos, tivemos a redução no repasse de verbas do Fundo Nacional de Segurança. Em 2004, foram destinados apenas R$ 557 mil para São Paulo, valor muito inferior aos R$ 2 milhões liberados em 2003. E as coisas ainda ficaram piores: em 2005, o fundo não destinou um centavo sequer para Estado. É bom lembrar que em 2002, o repasse desse fundo chegou a R$ 21,6 milhões. Do mesmo modo, o governo FHC destinou, no mesmo ano, R$ 23,8 milhões para o Fundo Penitenciário Nacional.
Para não ficar só no caso de São Paulo, Minas, Bahia, Paraná e Pará também tiveram seus repasses reduzidos. Pernambuco, por exemplo, teve redução de 96% na liberação dos recursos para a segurança entre 2002 e 2005. Outra vítima foi o povo do Maranhão, onde o corte chegou a 89,5% das verbas. Tudo isso sem falar na falta de presídios federais (foram prometidos três, mas até agora não se inaugurou nenhum) e na ausência de uma política para o setor. Por não ter mais fronteiras regionais ou nacionais, a segurança hoje é uma questão de Estado, mas jamais teve esse tratamento do governo Lula. Esse problema só se enfrenta com recursos e inteligência, não com promessas e bravatas.
Segunda-feira, 12 de Junho de 2006
Os mitos do governo Lula (parte II)
José Aníbal (*)
Na semana passada, examinamos nesta coluna alguns números do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a segurança pública para mostrar que o desempenho federal nessa área tem ficado muito aquém dos discursos do presidente. Só para acrescentar novos dados, antes de entrar em outro tema, lembro que o parecer do Tribunal de Contas da União (TCU), divulgado recentemente, traz números desalentadores sobre a segurança no governo Lula. De acordo com o TCU, o gasto nessa área representou apenas 0,27% do orçamento federal de 2005, menos ainda do que os já parcos 0,30% investidos em 2004. O tribunal constatou ainda a "baixa eficiência" dos programas para a segurança pública, que alcançaram apenas 32% da meta. Por outro lado, o governo gastou apenas 57% dos recursos previstos para programas nessa área.
O mesmo parecer do TCU destaca que o governo só alcançou os 25% exigidos para a saúde, porque incluiu R$ 2 bilhões destinados ao Bolsa-Família. Sobre esses programas de transferência de renda, assunto que pretendo abordar hoje, o tribunal conclui: "há pouca racionalidade na concessão de benefícios de transferência de renda e no instrumento de gestão desses benefícios". Não é difícil perceber isso depois de tantas denúncias sobre familiares de prefeitos e fazendeiros que recebiam esse benefício pelo interior do País.
A verdade é que os programas sociais do governo federal não passam de assistencialismo, sem qualquer porta de saída para seus beneficiários. Não há qualquer preocupação com a preparação dessas pessoas para que consigam sair da dependência do Estado. Ao contrário, esses programas só perpetuam a condição miserável da maioria da população. E, mesmo nesse aspecto, meramente assistencialista, o governo Lula tem fracassado. O Fome Zero, por exemplo, a grande bandeira da campanha de Lula em 2002, morreu de inanição. Reportagem do jornal "Correio Braziliense", de novembro do ano passado, mostra que as 60 metas prometidas para acabar com a miséria nunca saíram do papel.
Sem nada de novo a oferecer, o governo se apropriou dos programas Bolsa-Escola, Bolsa-Alimentação e Vale-Gás, juntando tudo no Bolsa-Família. Ou seja, o programa mais festejado pelos petistas hoje é apenas um apêndice de tudo o que era feito no governo anterior. A redução dos investimentos na área social pelo governo Lula é atestada até por economistas ligados ao PT. No mais, é só discurso e fanfarronice. Os 10 milhões de empregos da campanha já viraram uma miragem. Segundo o jornal "O Globo", as 250 mil vagas prometidas por ano no Programa Primeiro Emprego não passaram de 6.280 em 2005.
Com toda essa incompetência, o Brasil foi parar junto do Sudão e do Congo no ranking social da Organização não-Governamental Social Watch, como mostrou o jornal "Folha de S.Paulo". Nesse embalo, perdemos oito posições em competitividade, segundo o Fórum Econômico Mundial e crescemos 2,3% em 2005. Ou seja, metade da média mundial. Como disse o próprio ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, "o Brasil perdeu a melhor hora".
Sexta-feira, 16 de Junho de 2006
Os mitos do governo Lula (parte III)
José Aníbal (*)
Já falamos nesta coluna dos números sobre segurança e programas sociais no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mostramos que a realidade é muito diferente do discurso ufanista do presidente e da propaganda oficial. Ao contrário do que apregoa o presidente, há uma redução nos investimentos para a segurança, faltam empregos e recursos para a área social, enquanto o Fome Zero simplesmente desaparece por inanição. Mas onde estão esses recursos que faltam para a segurança e o social? Como falta dinheiro para um governo que cobra cada vez mais impostos (mais de 37% do seus recursos, leitor, vai para o governo de forma direta ou indireta)?
A resposta está na falta de controle dos gastos públicos, no caráter perdulário do governo Lula. Em 33 meses, foram criadas 34 estatais, segundo o jornal "O Globo", de setembro de 2005. Dá quase uma estatal por mês. E quem paga por isso? O cidadão contribuinte, é claro. E paga duplamente: primeiro ao financiar essas despesas com o pagamento de impostos, depois ao sofrer com a falta de recursos para o serviço público.
Nem todos, porém, estão insatisfeitos. Os bancos, por exemplo, tiveram lucros recordes e estão no paraíso dos juros altos. Nos três primeiros anos do governo Lula, os bancos lucraram oito vezes mais do que nos oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). E Lula quer comparar! Segundo os dados do site oficial do Senado que acompanha a execução do orçamento federal, o governo Lula foi o que menos investiu nos últimos 25 anos. A média mensal de Lula é de R$ 643 milhões nos primeiros 33 meses, contra R$ 1,327 bilhão de média mensal entre 1980 e 2002.
Tudo isso já seria ruim, mas o governo Lula parece não ter limites. Conforme os dados do Tribunal de Contas da União (TCU), em seu relatório sobre as contas do governo, 61% dos convênios encerrados até 2004 (um total de R$ 5,9 bilhões) não tiveram prestação de contas apresentadas. Além da falta de transparência, o País assistiu, estupefato, a um desfile macabro de denúncias sobre o maior e mais amplo esquema de corrupção da nossa República. Com isso, o Brasil caiu no ranking mundial de corrupção, como mostrou a Organização não-Governamental Transparência Internacional, no Estado, em outubro de 2005.
Está mais do que na hora de mudar. Sem bravatas, fanfarronices ou mitos e olhando sempre para o futuro. Com prioridade absoluta para a educação e o desenvolvimento, ao contrário do que o governo Lula vem fazendo. Além dos juros escorchantes e da falta de política agrícola, não se aplicou o mínimo para a erradicação do analfabetismo e a melhoria do ensino fundamental, segundo avaliação do TCU. Ao invés disso, aplicou-se 50% dos recursos no ensino superior, onde 92% dos alunos estão entre os setores mais ricos da população. É uma inversão completa, como tudo nesse governo. A hora é de mudança.
(*) José Aníbal, vereador mais votado da Capital, foi o líder do governo na Câmara Municipal. Foi deputado federal por três mandatos, líder do governo FHC na Câmara dos Deputados e presidente nacional do PSDB. Também ocupou a Secretaria de Ciência e Tecnologia no governo Mário Covas. Site: http://www.joseanibal.org. E-mail: joseanibal@camara.sp.gov.br.
Fonte: http://www.joseanibal.org
Os mitos do governo Lula(parte I)
José Aníbal (*)
Poucas coisas hoje são mais desproporcionais que os discursos bravateiros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a comparação com as realizações de seu governo. Neste artigo e nas próximas semanas, vou procurar mostrar, sempre com números, o desempenho pífio do governo em áreas fundamentais, como segurança, os programas sociais e a gestão pública. Ao contrário do que a propaganda oficial tenta passar, o País andou para trás nos últimos três anos. A não ser no discurso do presidente - que chegou a considerar o sistema público de saúde no Brasil "quase perfeito" - é difícil perceber melhorias na vida do brasileiro.
Para começo de conversa, vamos examinar a segurança, área que esteve em evidência nas últimas semanas, com os ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo. Enquanto o governo estadual destina quase R$ 10 bilhões de seu orçamento anual para o setor, o governo federal trata a segurança como um tema menor. Entre 2002 e 2005, por exemplo, houve uma queda de 87% dos recursos orçamentários da União destinados à segurança pública.
Em 2002, último ano da gestão do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), foram liberados R$ 223,2 milhões para o Estado. Três anos depois, esse volume caiu para R$ 29,6 milhões, quase 10% do valor que vinha sendo repassado no governo anterior. Entre 2004 e 2005, a queda foi de 68%, passando de R$ 93,5 milhões para R$ 29,6 milhões. Esses dados são do Sistema Interno do Senado (Siafi) que acompanha os gastos públicos, e foram corrigidos pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI).
Não bastassem esses dados, que falam por si mesmos, tivemos a redução no repasse de verbas do Fundo Nacional de Segurança. Em 2004, foram destinados apenas R$ 557 mil para São Paulo, valor muito inferior aos R$ 2 milhões liberados em 2003. E as coisas ainda ficaram piores: em 2005, o fundo não destinou um centavo sequer para Estado. É bom lembrar que em 2002, o repasse desse fundo chegou a R$ 21,6 milhões. Do mesmo modo, o governo FHC destinou, no mesmo ano, R$ 23,8 milhões para o Fundo Penitenciário Nacional.
Para não ficar só no caso de São Paulo, Minas, Bahia, Paraná e Pará também tiveram seus repasses reduzidos. Pernambuco, por exemplo, teve redução de 96% na liberação dos recursos para a segurança entre 2002 e 2005. Outra vítima foi o povo do Maranhão, onde o corte chegou a 89,5% das verbas. Tudo isso sem falar na falta de presídios federais (foram prometidos três, mas até agora não se inaugurou nenhum) e na ausência de uma política para o setor. Por não ter mais fronteiras regionais ou nacionais, a segurança hoje é uma questão de Estado, mas jamais teve esse tratamento do governo Lula. Esse problema só se enfrenta com recursos e inteligência, não com promessas e bravatas.
Segunda-feira, 12 de Junho de 2006
Os mitos do governo Lula (parte II)
José Aníbal (*)
Na semana passada, examinamos nesta coluna alguns números do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a segurança pública para mostrar que o desempenho federal nessa área tem ficado muito aquém dos discursos do presidente. Só para acrescentar novos dados, antes de entrar em outro tema, lembro que o parecer do Tribunal de Contas da União (TCU), divulgado recentemente, traz números desalentadores sobre a segurança no governo Lula. De acordo com o TCU, o gasto nessa área representou apenas 0,27% do orçamento federal de 2005, menos ainda do que os já parcos 0,30% investidos em 2004. O tribunal constatou ainda a "baixa eficiência" dos programas para a segurança pública, que alcançaram apenas 32% da meta. Por outro lado, o governo gastou apenas 57% dos recursos previstos para programas nessa área.
O mesmo parecer do TCU destaca que o governo só alcançou os 25% exigidos para a saúde, porque incluiu R$ 2 bilhões destinados ao Bolsa-Família. Sobre esses programas de transferência de renda, assunto que pretendo abordar hoje, o tribunal conclui: "há pouca racionalidade na concessão de benefícios de transferência de renda e no instrumento de gestão desses benefícios". Não é difícil perceber isso depois de tantas denúncias sobre familiares de prefeitos e fazendeiros que recebiam esse benefício pelo interior do País.
A verdade é que os programas sociais do governo federal não passam de assistencialismo, sem qualquer porta de saída para seus beneficiários. Não há qualquer preocupação com a preparação dessas pessoas para que consigam sair da dependência do Estado. Ao contrário, esses programas só perpetuam a condição miserável da maioria da população. E, mesmo nesse aspecto, meramente assistencialista, o governo Lula tem fracassado. O Fome Zero, por exemplo, a grande bandeira da campanha de Lula em 2002, morreu de inanição. Reportagem do jornal "Correio Braziliense", de novembro do ano passado, mostra que as 60 metas prometidas para acabar com a miséria nunca saíram do papel.
Sem nada de novo a oferecer, o governo se apropriou dos programas Bolsa-Escola, Bolsa-Alimentação e Vale-Gás, juntando tudo no Bolsa-Família. Ou seja, o programa mais festejado pelos petistas hoje é apenas um apêndice de tudo o que era feito no governo anterior. A redução dos investimentos na área social pelo governo Lula é atestada até por economistas ligados ao PT. No mais, é só discurso e fanfarronice. Os 10 milhões de empregos da campanha já viraram uma miragem. Segundo o jornal "O Globo", as 250 mil vagas prometidas por ano no Programa Primeiro Emprego não passaram de 6.280 em 2005.
Com toda essa incompetência, o Brasil foi parar junto do Sudão e do Congo no ranking social da Organização não-Governamental Social Watch, como mostrou o jornal "Folha de S.Paulo". Nesse embalo, perdemos oito posições em competitividade, segundo o Fórum Econômico Mundial e crescemos 2,3% em 2005. Ou seja, metade da média mundial. Como disse o próprio ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, "o Brasil perdeu a melhor hora".
Sexta-feira, 16 de Junho de 2006
Os mitos do governo Lula (parte III)
José Aníbal (*)
Já falamos nesta coluna dos números sobre segurança e programas sociais no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mostramos que a realidade é muito diferente do discurso ufanista do presidente e da propaganda oficial. Ao contrário do que apregoa o presidente, há uma redução nos investimentos para a segurança, faltam empregos e recursos para a área social, enquanto o Fome Zero simplesmente desaparece por inanição. Mas onde estão esses recursos que faltam para a segurança e o social? Como falta dinheiro para um governo que cobra cada vez mais impostos (mais de 37% do seus recursos, leitor, vai para o governo de forma direta ou indireta)?
A resposta está na falta de controle dos gastos públicos, no caráter perdulário do governo Lula. Em 33 meses, foram criadas 34 estatais, segundo o jornal "O Globo", de setembro de 2005. Dá quase uma estatal por mês. E quem paga por isso? O cidadão contribuinte, é claro. E paga duplamente: primeiro ao financiar essas despesas com o pagamento de impostos, depois ao sofrer com a falta de recursos para o serviço público.
Nem todos, porém, estão insatisfeitos. Os bancos, por exemplo, tiveram lucros recordes e estão no paraíso dos juros altos. Nos três primeiros anos do governo Lula, os bancos lucraram oito vezes mais do que nos oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). E Lula quer comparar! Segundo os dados do site oficial do Senado que acompanha a execução do orçamento federal, o governo Lula foi o que menos investiu nos últimos 25 anos. A média mensal de Lula é de R$ 643 milhões nos primeiros 33 meses, contra R$ 1,327 bilhão de média mensal entre 1980 e 2002.
Tudo isso já seria ruim, mas o governo Lula parece não ter limites. Conforme os dados do Tribunal de Contas da União (TCU), em seu relatório sobre as contas do governo, 61% dos convênios encerrados até 2004 (um total de R$ 5,9 bilhões) não tiveram prestação de contas apresentadas. Além da falta de transparência, o País assistiu, estupefato, a um desfile macabro de denúncias sobre o maior e mais amplo esquema de corrupção da nossa República. Com isso, o Brasil caiu no ranking mundial de corrupção, como mostrou a Organização não-Governamental Transparência Internacional, no Estado, em outubro de 2005.
Está mais do que na hora de mudar. Sem bravatas, fanfarronices ou mitos e olhando sempre para o futuro. Com prioridade absoluta para a educação e o desenvolvimento, ao contrário do que o governo Lula vem fazendo. Além dos juros escorchantes e da falta de política agrícola, não se aplicou o mínimo para a erradicação do analfabetismo e a melhoria do ensino fundamental, segundo avaliação do TCU. Ao invés disso, aplicou-se 50% dos recursos no ensino superior, onde 92% dos alunos estão entre os setores mais ricos da população. É uma inversão completa, como tudo nesse governo. A hora é de mudança.
(*) José Aníbal, vereador mais votado da Capital, foi o líder do governo na Câmara Municipal. Foi deputado federal por três mandatos, líder do governo FHC na Câmara dos Deputados e presidente nacional do PSDB. Também ocupou a Secretaria de Ciência e Tecnologia no governo Mário Covas. Site: http://www.joseanibal.org. E-mail: joseanibal@camara.sp.gov.br.
Fonte: http://www.joseanibal.org