
Reprovação cresce 124% em São Paulo
Alceu Luís Castilho
De Brasília
Em 1999, o ensino médio no Estado de São Paulo reprovou 107.718 alunos. Cinco anos depois, e crescendo ano após ano, esse número mais do que dobrou: saltou para 240.416, em um aumento de 124%. As informações do Ministério da Educação e do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) constam do Censo Escolar de 2000 e de 2005.
Esses dados são ainda mais significativos pelo fato de o número de matrículas no ensino médio paulista ter variado muito pouco no período: de 2,08 milhões (Censo 2000) para 1,91 milhão (Censo 2005). O número de aprovados também variou negativamente: de 1,69 milhão para 1,61 milhão.
Essa legião de reprovados está majoritariamente na rede pública estadual. Foram 228.627 reprovados em 2004, para 1,63 milhão de matriculados ou cerca de um em cada sete alunos. Na rede privada, com melhor índice, foram reprovados 9.862 alunos, em um universo de 258.705 matriculados ou cerca de um em cada 25 alunos.
Em São Paulo, as redes municipal e federal possuem números insignificantes de matrícula no ensino médio. Com as aprovações automáticas no ensino fundamental, resta ao ensino médio o fardo de ter de lidar com reprovações.
ESTADOS - Em 2000, a relação entre reprovações e o número de matrículas no Estado era de somente um aluno para cada 20 matriculados. Com o aumento da reprovação nos últimos cinco anos, o Estado passou a figurar entre os dez que mais reprovam no país como Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Minas Gerais, todos entre os mais ricos do país.
As duas primeiras posições nesse ranking de reprovações ficaram, tanto em 2000 como em 2005, com o Distrito Federal o Rio Grande do Sul. A relação entre aprovados e reprovados (83 mil para 300 mil) entre os gaúchos, conforme o Censo Escolar 2005, é de 27,6%. Entre os candangos, de 29,2% (24 mil reprovados para 82 mil aprovados). Em seguida aparecem Mato Grosso do Sul (22%), Amazonas (19%), Rio de Janeiro (18,6%), Rondônia (16%), São Paulo e Minas Gerais (15%).
Em números absolutos, São Paulo entra, com seus 240 mil estudantes reprovados, com 25% do total de reprovações no Brasil, uma legião de 956.763 estudantes obrigados a repetir o estudo das disciplinas ou deixar a escola. O número de paulistas reprovados é superior ao de todo o Nordeste, que teve 212 mil reprovações e 1,8 milhão de aprovações, mais que o 1,6 milhão de aprovações em São Paulo.
No país observou-se de um modo geral o aumento das reprovações. Em 2000, foram 568.025, frente aos 956.763 identificados no Censo de 2005. Praticamente todos os Estados com maior índice de reprovação diminuíram, nesse período, a proporção entre reprovados e aprovados, aproximando o número de reprovados daquele de aprovados.
Alceu Luís Castilho é correspondente da Associação Paulista de Jornais em Brasília
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