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A superioridade do agnóstico
Enviado: 21 Set 2006, 13:29
por Tortoise
Bem, depois de ser ateu por 1 semana cheguei á conclusão que bom mesmo é ser agnóstico. Não que ser ateu seja mau. Longe disso. Bem, depende do ateu. Freeman Dyson diz que há 2 tipos: o ateu que simplesmente não acredita, mas não faz disso uma coisa especial ou uma ideologia; e o ateu que faz questão de não só não acreditar como se declara também inimigo de Deus. De repente Dawkins e Peter Atkins surgem no topo deste tipo de atitude. O segundo tipo de ateu não é grande coisa. Ou melhor... é um bicho estranho. Para mim é RACISTA.
Bom, porque regressei eu á posição agnóstica? Discordando da Martita, estive lá no ateísmo mas não foi gostoso. E foi depois de ter relido o relojoeiro cego de Dawkins (irónicamente)... acabei a releitura há 2 dias. Nesse livro Dawkins apresenta 2 argumentos. Primeiro, apesar de Deus não poder ser desprovado é supérfluo como explicação. De acordo, embora Dawkins se tenha esquecido de dizer que é supérfluo numa perspectica de racionalidade positivista. Segundo, usa-se a complexidade adaptativa (neste caso a de Deus) para explicar a complexidade adaptativa da vida. Portanto, é uma explicação circular. Mas Dawkins refere-se a Deus como entidade sobrenatural e a pergunta que me surgiu logo foi: porque razão expressões como complexidade adaptativa se aplicariam a algo sobrenatural? Portanto, o argumento não faz grande sentido. Podemos dizer que esta dúvida não passa de um escape. Mas pode ser complementada com outra dúvida: Jane Godall, a grande cientista da macacada, diz que passou por uma experiência que lhe deu a certeza de uma vida depois da vida. Numa análise do lado de fora, a racionalidade positivista dirá que tal experiência não passa de uma ilusão, apesar de se Saber que muitas pessoas em diferentes culturas passam por experiências dessas. Jane Godall acrescenta que não se trata de fé, mas algo a que O Biologo Robert Pollack chama dados internos (quando se refere á suas próprias experiencias). Ora, a racionalidade científica não pode fazer nada com "dados internos", mas daí a concluir que é ilusão, com a racionalidade positivista faz, parece-me dogmático.
Acho que o ateu, em geral, tem uma atitude instintiva positivista em relação a estas coisas (talvez motivada pelo desejo de sacanear crentes... ficam tão enredados na argumentação que se tornam a argumentação). Já eu, de regresso ao muro, não tenho essas certeza.
Re: A superioridade do agnóstico
Enviado: 21 Set 2006, 14:06
por Min Jesus e Trombetas
Tortoise escreveu::emoticon16:
Bem, depois de ser ateu por 1 semana cheguei á conclusão que bom mesmo é ser agnóstico. Não que ser ateu seja mau. Longe disso. Bem, depende do ateu. Freeman Dyson diz que há 2 tipos: o ateu que simplesmente não acredita, mas não faz disso uma coisa especial ou uma ideologia; e o ateu que faz questão de não só não acreditar como se declara também inimigo de Deus. De repente Dawkins e Peter Atkins surgem no topo deste tipo de atitude. O segundo tipo de ateu não é grande coisa. Ou melhor... é um bicho estranho. Para mim é RACISTA.
Bom, porque regressei eu á posição agnóstica? Discordando da Martita, estive lá no ateísmo mas não foi gostoso. E foi depois de ter relido o relojoeiro cego de Dawkins (irónicamente)... acabei a releitura há 2 dias. Nesse livro Dawkins apresenta 2 argumentos. Primeiro, apesar de Deus não poder ser desprovado é supérfluo como explicação. De acordo, embora Dawkins se tenha esquecido de dizer que é supérfluo numa perspectica de racionalidade positivista. Segundo, usa-se a complexidade adaptativa (neste caso a de Deus) para explicar a complexidade adaptativa da vida. Portanto, é uma explicação circular. Mas Dawkins refere-se a Deus como entidade sobrenatural e a pergunta que me surgiu logo foi: porque razão expressões como complexidade adaptativa se aplicariam a algo sobrenatural? Portanto, o argumento não faz grande sentido. Podemos dizer que esta dúvida não passa de um escape. Mas pode ser complementada com outra dúvida: Jane Godall, a grande cientista da macacada, diz que passou por uma experiência que lhe deu a certeza de uma vida depois da vida. Numa análise do lado de fora, a racionalidade positivista dirá que tal experiência não passa de uma ilusão, apesar de se Saber que muitas pessoas em diferentes culturas passam por experiências dessas. Jane Godall acrescenta que não se trata de fé, mas algo a que O Biologo Robert Pollack chama dados internos (quando se refere á suas próprias experiencias). Ora, a racionalidade científica não pode fazer nada com "dados internos", mas daí a concluir que é ilusão, com a racionalidade positivista faz, parece-me dogmático.
Acho que o ateu, em geral, tem uma atitude instintiva positivista em relação a estas coisas (talvez motivada pelo desejo de sacanear crentes... ficam tão enredados na argumentação que se tornam a argumentação). Já eu, de regresso ao muro, não tenho essas certeza.
Gritem macacos... Gritem !!!!

Re: Re.: A superioridade do agnóstico
Enviado: 21 Set 2006, 15:40
por Tortoise
Usuário deletado escreveu: e o ateu que faz questão de não só não acreditar como se declara também inimigo de Deus.
Como uma pessoa pode ser inimiga de algo que não existe?
Bem, depois de ser ateu por 1 semana cheguei á conclusão que bom mesmo é ser agnóstico.
Estamos numa democracia, tens o direito de acreditar ou seguir o que você quiser.
Acho que o ateu, em geral, tem uma atitude instintiva positivista em relação a estas coisas (talvez motivada pelo desejo de sacanear crentes... ficam tão enredados na argumentação que se tornam a argumentação). Já eu, de regresso ao muro, não tenho essas certeza.
Achismo.
Mais um ateu sem senso de humor

, e portanto incapaz de perceber a critica fundamental.
Re: A superioridade do agnóstico
Enviado: 21 Set 2006, 15:43
por Tortoise
Min Jesus e Trombetas escreveu:Tortoise escreveu::emoticon16:
Bem, depois de ser ateu por 1 semana cheguei á conclusão que bom mesmo é ser agnóstico. Não que ser ateu seja mau. Longe disso. Bem, depende do ateu. Freeman Dyson diz que há 2 tipos: o ateu que simplesmente não acredita, mas não faz disso uma coisa especial ou uma ideologia; e o ateu que faz questão de não só não acreditar como se declara também inimigo de Deus. De repente Dawkins e Peter Atkins surgem no topo deste tipo de atitude. O segundo tipo de ateu não é grande coisa. Ou melhor... é um bicho estranho. Para mim é RACISTA.
Bom, porque regressei eu á posição agnóstica? Discordando da Martita, estive lá no ateísmo mas não foi gostoso. E foi depois de ter relido o relojoeiro cego de Dawkins (irónicamente)... acabei a releitura há 2 dias. Nesse livro Dawkins apresenta 2 argumentos. Primeiro, apesar de Deus não poder ser desprovado é supérfluo como explicação. De acordo, embora Dawkins se tenha esquecido de dizer que é supérfluo numa perspectica de racionalidade positivista. Segundo, usa-se a complexidade adaptativa (neste caso a de Deus) para explicar a complexidade adaptativa da vida. Portanto, é uma explicação circular. Mas Dawkins refere-se a Deus como entidade sobrenatural e a pergunta que me surgiu logo foi: porque razão expressões como complexidade adaptativa se aplicariam a algo sobrenatural? Portanto, o argumento não faz grande sentido. Podemos dizer que esta dúvida não passa de um escape. Mas pode ser complementada com outra dúvida: Jane Godall, a grande cientista da macacada, diz que passou por uma experiência que lhe deu a certeza de uma vida depois da vida. Numa análise do lado de fora, a racionalidade positivista dirá que tal experiência não passa de uma ilusão, apesar de se Saber que muitas pessoas em diferentes culturas passam por experiências dessas. Jane Godall acrescenta que não se trata de fé, mas algo a que O Biologo Robert Pollack chama dados internos (quando se refere á suas próprias experiencias). Ora, a racionalidade científica não pode fazer nada com "dados internos", mas daí a concluir que é ilusão, com a racionalidade positivista faz, parece-me dogmático.
Acho que o ateu, em geral, tem uma atitude instintiva positivista em relação a estas coisas (talvez motivada pelo desejo de sacanear crentes... ficam tão enredados na argumentação que se tornam a argumentação). Já eu, de regresso ao muro, não tenho essas certeza.
Gritem macacos... Gritem !!!!

Na minha escala, o grunho criacionista aparece em último lugar. O Ateu normal está numa posição elevada, embora em inferioridade com o agnóstico.

Re: Re.: A superioridade do agnóstico
Enviado: 21 Set 2006, 15:45
por Tortoise
Usuário deletado escreveu:Tortoise escreveu:Usuário deletado escreveu: e o ateu que faz questão de não só não acreditar como se declara também inimigo de Deus.
Como uma pessoa pode ser inimiga de algo que não existe?
Bem, depois de ser ateu por 1 semana cheguei á conclusão que bom mesmo é ser agnóstico.
Estamos numa democracia, tens o direito de acreditar ou seguir o que você quiser.
Acho que o ateu, em geral, tem uma atitude instintiva positivista em relação a estas coisas (talvez motivada pelo desejo de sacanear crentes... ficam tão enredados na argumentação que se tornam a argumentação). Já eu, de regresso ao muro, não tenho essas certeza.
Achismo.
Mais um ateu sem senso de humor

, e portanto incapaz de perceber a critica fundamental.
Está sendo irônico ou postando sério?
Diz-me qual o aspecto em que eu sou realmente critico?
Re.: A superioridade do agnóstico
Enviado: 21 Set 2006, 15:56
por Tortoise
Encarnado por Dawkins e Atkins. Se leres um pouco do que eles dizem (Dawkins chama á religião um vírus)... Peter Atkins é igual (para ele se não se pode provar que há um bule de chá em Jupiter então é seguro concluir que não há um bule de chá... Para ele Deus é um bule de chá. O critério que ele usa é o ridiculo de acreditar nessas coisas. Muitos ateus acham ridiculo acreditar em Deus).
E Claro, a internet permite ver esse atavismo positivista que nada na cabeça de muitos ateus. No ReV também.
Não tenho nada contra, atenção. Apenas acho que argumentos com vírus e bules de chá não paçam de palhaçada.
Re: A superioridade do agnóstico
Enviado: 21 Set 2006, 16:13
por Min Jesus e Trombetas
Tortoise escreveu:Na minha escala, o grunho criacionista aparece em último lugar. O Ateu normal está numa posição elevada, embora em inferioridade com o agnóstico.

Não adianta, agnóstico é um ateu querendo ser convertido desesperadamente!!!!

Re: Re.: A superioridade do agnóstico
Enviado: 21 Set 2006, 16:19
por Tortoise
Usuário deletado escreveu:Tortoise escreveu:Encarnado por Dawkins e Atkins. Se leres um pouco do que eles dizem (Dawkins chama á religião um vírus)... Peter Atkins é igual (para ele se não se pode provar que há um bule de chá em Jupiter então é seguro concluir que não há um bule de chá... Para ele Deus é um bule de chá. O critério que ele usa é o ridiculo de acreditar nessas coisas. Muitos ateus acham ridiculo acreditar em Deus).
E Claro, a internet permite ver esse atavismo positivista que nada na cabeça de muitos ateus. No ReV também.
Não tenho nada contra, atenção. Apenas acho que argumentos com vírus e bules de chá não paçam de palhaçada.
Acho que você não entendeu com clareza o argumento. Ele diz que não devemos atribuir como verdade aquilo que não foi provado ou que não se pode provar.
Se tudo que não foi provado for atribuído como verdade tudo existe.
Isso é o todas as pessoas sensatas diriam... do lado de fora. Jane Godall será insensata por dizer aquilo que diz?
Mas nesse caso não haveria razão para a bravata de ateus como Dawkins ou Atkins. Mas a bravata está lá.
Re: A superioridade do agnóstico
Enviado: 21 Set 2006, 16:26
por Tortoise
Min Jesus e Trombetas escreveu:Tortoise escreveu:Na minha escala, o grunho criacionista aparece em último lugar. O Ateu normal está numa posição elevada, embora em inferioridade com o agnóstico.

Não adianta, agnóstico é um ateu querendo ser convertido desesperadamente!!!!

Desesperados são aquelas que pedem pedem menages entre si mesmos, Jesus e as trobetas.

Re: A superioridade do agnóstico
Enviado: 21 Set 2006, 17:16
por Min Jesus e Trombetas
Tortoise escreveu:Min Jesus e Trombetas escreveu:Tortoise escreveu:Na minha escala, o grunho criacionista aparece em último lugar. O Ateu normal está numa posição elevada, embora em inferioridade com o agnóstico.

Não adianta, agnóstico é um ateu querendo ser convertido desesperadamente!!!!

Desesperados são aquelas que pedem pedem menages entre si mesmos, Jesus e as trobetas.

Não adianta (versão II) o ateu é forte e o agnóstico é fraco !!!
Sem falar que o onanismo foi inaugurado na bíblia.

Enviado: 21 Set 2006, 17:34
por Tortoise
?????
Enviado: 21 Set 2006, 18:39
por Min Jesus e Trombetas
Tortoise escreveu:?????
Aceito sua desistência incondicional, portuga!

Re.: A superioridade do agnóstico
Enviado: 21 Set 2006, 18:49
por Hugo
O Mighell é um homem de pouca fé.
Re: Re.: A superioridade do agnóstico
Enviado: 21 Set 2006, 19:23
por Min Jesus e Trombetas
Dinobot escreveu:O Mighell é um homem de pouca fé.
Por isso que ele é agnóstico, senão seria um ateu cheio de fé!

Enviado: 21 Set 2006, 19:26
por Snake
Por que um ateu não pode também ser agnóstico?
Enviado: 21 Set 2006, 19:42
por Min Jesus e Trombetas
Snake escreveu:Por que um ateu não pode também ser agnóstico?
Pelo mesmo motivo que um ateu não pode ser um Evangelico!!!
Muito embora eu conheça uns Evangelicos ateus!!!!

Re.: A superioridade do agnóstico
Enviado: 21 Set 2006, 20:49
por Snake
Você quis dizer que um agnóstico é religioso?
Re: Re.: A superioridade do agnóstico
Enviado: 21 Set 2006, 21:04
por Min Jesus e Trombetas
Snake escreveu:Você quis dizer que um agnóstico é religioso?
Dão!!!! eu disse que existe crente ateu e que o Ateu tem muita fé!!!!

Re: Re.: A superioridade do agnóstico
Enviado: 21 Set 2006, 22:51
por Márcio
Dinobot escreveu:O Mighell é um homem de pouca fé.
O Mighell é um homem de muitos Nicknames...
Re: A superioridade do agnóstico
Enviado: 21 Set 2006, 23:08
por Márcio
Tortoise escreveu::emoticon16:
Bem, depois de ser ateu por 1 semana cheguei á conclusão que bom mesmo é ser agnóstico. Não que ser ateu seja mau. Longe disso. Bem, depende do ateu. Freeman Dyson diz que há 2 tipos: o ateu que simplesmente não acredita, mas não faz disso uma coisa especial ou uma ideologia; e o ateu que faz questão de não só não acreditar como se declara também inimigo de Deus. De repente Dawkins e Peter Atkins surgem no topo deste tipo de atitude. O segundo tipo de ateu não é grande coisa. Ou melhor... é um bicho estranho. Para mim é RACISTA.
Bom, porque regressei eu á posição agnóstica? Discordando da Martita, estive lá no ateísmo mas não foi gostoso. E foi depois de ter relido o relojoeiro cego de Dawkins (irónicamente)... acabei a releitura há 2 dias. Nesse livro Dawkins apresenta 2 argumentos. Primeiro, apesar de Deus não poder ser desprovado é supérfluo como explicação. De acordo, embora Dawkins se tenha esquecido de dizer que é supérfluo numa perspectica de racionalidade positivista. Segundo, usa-se a complexidade adaptativa (neste caso a de Deus) para explicar a complexidade adaptativa da vida. Portanto, é uma explicação circular. Mas Dawkins refere-se a Deus como entidade sobrenatural e a pergunta que me surgiu logo foi: porque razão expressões como complexidade adaptativa se aplicariam a algo sobrenatural? Portanto, o argumento não faz grande sentido. Podemos dizer que esta dúvida não passa de um escape. Mas pode ser complementada com outra dúvida: Jane Godall, a grande cientista da macacada, diz que passou por uma experiência que lhe deu a certeza de uma vida depois da vida. Numa análise do lado de fora, a racionalidade positivista dirá que tal experiência não passa de uma ilusão, apesar de se Saber que muitas pessoas em diferentes culturas passam por experiências dessas. Jane Godall acrescenta que não se trata de fé, mas algo a que O Biologo Robert Pollack chama dados internos (quando se refere á suas próprias experiencias). Ora, a racionalidade científica não pode fazer nada com "dados internos", mas daí a concluir que é ilusão, com a racionalidade positivista faz, parece-me dogmático.
Acho que o ateu, em geral, tem uma atitude instintiva positivista em relação a estas coisas (talvez motivada pelo desejo de sacanear crentes... ficam tão enredados na argumentação que se tornam a argumentação). Já eu, de regresso ao muro, não tenho essas certeza.
Eu diria que um ateu ''dogmático'' que faz da sua vida um campo de batalhas contra todas as suposições e manias teístas, seria tão insuportável quanto um crente cego e pentelho.
Seriam ambos iguais, mas em lados opostos. Numa ''guerra'' se aniquilariam por completo.
Re: Re.: A superioridade do agnóstico
Enviado: 22 Set 2006, 13:28
por Tortoise
Dinobot escreveu:O Mighell é um homem de pouca fé.
Exato. Sou mais homem de muita dúvida. Por isso só aguentei ser ateu por 1 semana.

Enviado: 22 Set 2006, 13:30
por Tortoise
Snake escreveu:Por que um ateu não pode também ser agnóstico?
Há agnósticos ateus e até teístas. O Sama e eu já fomos agnósticos teístas. Mas isso é um pouco como uma mulher estar meio grávida.
Re: A superioridade do agnóstico
Enviado: 22 Set 2006, 13:34
por Tortoise
Márcio escreveu:Tortoise escreveu::emoticon16:
Bem, depois de ser ateu por 1 semana cheguei á conclusão que bom mesmo é ser agnóstico. Não que ser ateu seja mau. Longe disso. Bem, depende do ateu. Freeman Dyson diz que há 2 tipos: o ateu que simplesmente não acredita, mas não faz disso uma coisa especial ou uma ideologia; e o ateu que faz questão de não só não acreditar como se declara também inimigo de Deus. De repente Dawkins e Peter Atkins surgem no topo deste tipo de atitude. O segundo tipo de ateu não é grande coisa. Ou melhor... é um bicho estranho. Para mim é RACISTA.
Bom, porque regressei eu á posição agnóstica? Discordando da Martita, estive lá no ateísmo mas não foi gostoso. E foi depois de ter relido o relojoeiro cego de Dawkins (irónicamente)... acabei a releitura há 2 dias. Nesse livro Dawkins apresenta 2 argumentos. Primeiro, apesar de Deus não poder ser desprovado é supérfluo como explicação. De acordo, embora Dawkins se tenha esquecido de dizer que é supérfluo numa perspectica de racionalidade positivista. Segundo, usa-se a complexidade adaptativa (neste caso a de Deus) para explicar a complexidade adaptativa da vida. Portanto, é uma explicação circular. Mas Dawkins refere-se a Deus como entidade sobrenatural e a pergunta que me surgiu logo foi: porque razão expressões como complexidade adaptativa se aplicariam a algo sobrenatural? Portanto, o argumento não faz grande sentido. Podemos dizer que esta dúvida não passa de um escape. Mas pode ser complementada com outra dúvida: Jane Godall, a grande cientista da macacada, diz que passou por uma experiência que lhe deu a certeza de uma vida depois da vida. Numa análise do lado de fora, a racionalidade positivista dirá que tal experiência não passa de uma ilusão, apesar de se Saber que muitas pessoas em diferentes culturas passam por experiências dessas. Jane Godall acrescenta que não se trata de fé, mas algo a que O Biologo Robert Pollack chama dados internos (quando se refere á suas próprias experiencias). Ora, a racionalidade científica não pode fazer nada com "dados internos", mas daí a concluir que é ilusão, com a racionalidade positivista faz, parece-me dogmático.
Acho que o ateu, em geral, tem uma atitude instintiva positivista em relação a estas coisas (talvez motivada pelo desejo de sacanear crentes... ficam tão enredados na argumentação que se tornam a argumentação). Já eu, de regresso ao muro, não tenho essas certeza.
Eu diria que um ateu ''dogmático'' que faz da sua vida um campo de batalhas contra todas as suposições e manias teístas, seria tão insuportável quanto um crente cego e pentelho.
Seriam ambos iguais, mas em lados opostos. Numa ''guerra'' se aniquilariam por completo.
É. Ou como o Papa disse naquele discurso polémico. Se se parte do principio que aquele que tem fé é de segunda categoria... então não há base alguma para qualquer tipo de diálogo. Eu acrescentaria que aquele que abandona a razão e fica só com a sua fé, também não quer conversar. Não passa de um stressado, criacionista, fundamentalista, taliban e trombeteiro... que não tem uma fé forte... pois só se sente bem quando os outros abandonam a fé a abraçam a sua irracionalidade.
Re: A superioridade do agnóstico
Enviado: 22 Set 2006, 14:46
por Min Jesus e Trombetas
Márcio escreveu:Eu diria que um ateu ''dogmático'' que faz da sua vida um campo de batalhas contra todas as suposições e manias teístas, seria tão insuportável quanto um crente cego e pentelho.
Seriam ambos iguais, mas em lados opostos. Numa ''guerra'' se aniquilariam por completo.
Verdade!
Re.: A superioridade do agnóstico
Enviado: 22 Set 2006, 17:48
por fpissarra
Algumas dúvidas:
- Como alguém é "ateu" por 1 semana?
- A questão "como pode o ateu ser inimigo de algo inexistente?" ainda vale...
- Que coisa é essa de "racionalidade 'positivista'"? Racionalmente deus é supérfluo como explicação e ponto-final!
- Qualquer "experiência" em um estado inconsciente é, no mínimo, duvidosa, não? Se vc sonha que estava voando (tipo de sonho recorrente!) isso quer dizer que a força da gravidade é uma farsa criada pela ciência?