Relatório diz que guerra no Iraque aumentou ameaça terrorist
Enviado: 28 Set 2006, 18:32
EUA: relatório confidencial conclui que guerra no Iraque aumentou ameaça terrorista
Um relatório confidencial dos serviços secretos norte-americanos conclui que a guerra no Iraque contribuiu para aumentar a ameaça terrorista a nível global, inspirando uma nova geração de radicais islamistas. Esta análise contraria a tese oficial da Administração, para quem a queda do regime de Saddam eliminou um foco de instabilidade internacional.
As conclusões figuram na última Avaliação Nacional de Informação, a mais importante análise produzida pela comunidade de serviços secretos, com base em informações recolhidas pelas 16 agências do país, e sujeita a aprovação de John Negroponte, director nacional de informações.
Este é a primeira análise concluída pelos serviços secretos desde o início da guerra do Iraque e estava a ser preparada desde 2004.
Segundo a edição de hoje do “New York Times”, que cita responsáveis envolvidos na elaboração do relatório, intitulado “Tendências do terrorismo global: Implicações para os EUA”, o radicalismo islâmico está a espalhar-se no mundo, contrariando as expectativas de Washington.
No capítulo inicial, os serviços secretos sustentam que a invasão e a presença das tropas americanas no Iraque é uma das razões para o crescimento do “movimento ‘jihadista’”. Mais à frente, o relatório afirma que a campanha no Iraque “piorou o problema geral do terrorismo”, acrescenta o jornal, citando um dos seus autores.
O “NYT” sublinha que esta avaliação é muito mais pessimista do que os documentos sobre terrorismo divulgados pela Administração, ou do que o relatório revelado na passada quarta-feira pela Comissão de Serviços Secretos da Câmara dos Representantes.
De acordo com os vários responsáveis ouvidos pelo diário nova-iorquino, todos sob condição de anonimato, o sentimento geral é o de que a ameaça terrorista aumentou desde os atentados de 11 de Setembro. Contudo, as mesmas fontes sublinham que o documento evita tirar conclusões sobre as possibilidades de um novo atentado em solo americano.
Em simultâneo, o “Washington Post” escreve na sua edição de hoje que os responsáveis dos serviços secretos concordam que os EUA conseguiram, nos últimos cinco anos, infligir estragos consideráveis à Al-Qaeda, diminuindo a sua capacidade de planear ou realizar operações de grande envergadura.
Face ao assédio, acrescenta o jornal, multiplicaram-se as células terroristas inspiradas na Al-Qaeda, mas com capacidade operacional própria e sem ligação formal à estrutura central.
A comunicação entre os vários grupos e a partilha de tácticas faz-se essencialmente através dos cerca das cinco mil páginas islamistas existentes na Internet, escreve o “Washington Post”, citando o mesmo documento. A mensagem comum é a de que a guerra no Iraque é uma tentativa do Ocidente para estabelecer uma presença permanente no Médio Oriente, abrindo uma guerra contra o Islão, acrescenta o diário.
Confrontada com estas notícias, a Casa Branca recusou-se a comentar dados contidos num documento oficial, mas garantiu que as conclusões citadas pela imprensa “não são representativas do conjunto do documento” em causa.
Comprovada a inexistência de armas de destruição maciça no Iraque e face às recentes conclusões do Senado de que o antigo regime iraquiano não tinha qualquer ligação à Al-Qaeda, a Administração norte-americana sustenta que o derrube de Saddam Hussein permitiu a democratização do país e livrou o mundo de um foco de instabilidade permanente.
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1271200
Um relatório confidencial dos serviços secretos norte-americanos conclui que a guerra no Iraque contribuiu para aumentar a ameaça terrorista a nível global, inspirando uma nova geração de radicais islamistas. Esta análise contraria a tese oficial da Administração, para quem a queda do regime de Saddam eliminou um foco de instabilidade internacional.
As conclusões figuram na última Avaliação Nacional de Informação, a mais importante análise produzida pela comunidade de serviços secretos, com base em informações recolhidas pelas 16 agências do país, e sujeita a aprovação de John Negroponte, director nacional de informações.
Este é a primeira análise concluída pelos serviços secretos desde o início da guerra do Iraque e estava a ser preparada desde 2004.
Segundo a edição de hoje do “New York Times”, que cita responsáveis envolvidos na elaboração do relatório, intitulado “Tendências do terrorismo global: Implicações para os EUA”, o radicalismo islâmico está a espalhar-se no mundo, contrariando as expectativas de Washington.
No capítulo inicial, os serviços secretos sustentam que a invasão e a presença das tropas americanas no Iraque é uma das razões para o crescimento do “movimento ‘jihadista’”. Mais à frente, o relatório afirma que a campanha no Iraque “piorou o problema geral do terrorismo”, acrescenta o jornal, citando um dos seus autores.
O “NYT” sublinha que esta avaliação é muito mais pessimista do que os documentos sobre terrorismo divulgados pela Administração, ou do que o relatório revelado na passada quarta-feira pela Comissão de Serviços Secretos da Câmara dos Representantes.
De acordo com os vários responsáveis ouvidos pelo diário nova-iorquino, todos sob condição de anonimato, o sentimento geral é o de que a ameaça terrorista aumentou desde os atentados de 11 de Setembro. Contudo, as mesmas fontes sublinham que o documento evita tirar conclusões sobre as possibilidades de um novo atentado em solo americano.
Em simultâneo, o “Washington Post” escreve na sua edição de hoje que os responsáveis dos serviços secretos concordam que os EUA conseguiram, nos últimos cinco anos, infligir estragos consideráveis à Al-Qaeda, diminuindo a sua capacidade de planear ou realizar operações de grande envergadura.
Face ao assédio, acrescenta o jornal, multiplicaram-se as células terroristas inspiradas na Al-Qaeda, mas com capacidade operacional própria e sem ligação formal à estrutura central.
A comunicação entre os vários grupos e a partilha de tácticas faz-se essencialmente através dos cerca das cinco mil páginas islamistas existentes na Internet, escreve o “Washington Post”, citando o mesmo documento. A mensagem comum é a de que a guerra no Iraque é uma tentativa do Ocidente para estabelecer uma presença permanente no Médio Oriente, abrindo uma guerra contra o Islão, acrescenta o diário.
Confrontada com estas notícias, a Casa Branca recusou-se a comentar dados contidos num documento oficial, mas garantiu que as conclusões citadas pela imprensa “não são representativas do conjunto do documento” em causa.
Comprovada a inexistência de armas de destruição maciça no Iraque e face às recentes conclusões do Senado de que o antigo regime iraquiano não tinha qualquer ligação à Al-Qaeda, a Administração norte-americana sustenta que o derrube de Saddam Hussein permitiu a democratização do país e livrou o mundo de um foco de instabilidade permanente.
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1271200