La rivalidad Boca x River
Enviado: 06 Out 2006, 13:57
http://esporte.uol.com.br/reportagens/especial_154.jhtm
"Superclássico" completa 75 anos em momento de supremacia do Boca Juniors
Rivalidade mais quente do futebol sul-americano, que começou com pancadaria em partida de 1931, celebra bodas de diamante com jogo neste domingo. Últimos anos registram domínio do time do bairro pobre de La Boca sobre os rivais River Plate, conhecidos como "milionários".
Da Redação
Em São Paulo
AFP/Arte UOL
River x Boca: a rivalidade mais quente do futebol sul-americano
A mais intensa rivalidade do futebol sul-americano celebra neste domingo 75 anos de história. Boca Juniors e River Plate, que duelaram pela primeira vez na "era profissional" do esporte argentino em 1931, se enfrentam pela 316ª no final de semana em rodada decisiva do Torneo Apertura 2006.
O aniversário do choque entre os arqui-rivais de Buenos Aires, conhecido popularmente como "Superclássico", acontece num momento de ampla supremacia do Boca Juniors sobre seu mais tradicional adversário, e também sobre os demais times argentinos.
A equipe do bairro de La Boca vem de cinco conquistas consecutivas, com 100% de aproveitamento, com triunfos no Apertura 2005 e Clausura 2006, Copa Sul-Americana 2005, além do bicampeonato da Recopa nos últimos dois anos.
Por sua vez, o River Plate, hoje nas mãos do técnico Daniel Passarella, não consegue um título há dois anos, desde o Torneo Clausura de 2004 - algo que para o clube é um intervalo significativo, ainda mais assistindo à série de conquistas do rival.
NÚMEROS DO SUPERCLÁSSICO
Diego Armando Maradona é um dos grandes símbolos da história do Boca Jrs
Em 315 partidas já disputadas entre os rivais argentinos, o Boca Juniors soma 115 vitórias, contra 101 do River Plate. O confronto já teve 99 empates em sua história
O Boca também lidera a artilharia do clássico, com 429 gols, contra 389 do rival
O maior artilheiro da história do confronto é Angel Labruna, astro do River nos anos 40, com 16 gols. Pelo Boca, o principal goleador é o brasileiro Paulo Valentim, com dez gols
A maior goleada imposta pelo River ao rival aconteceu em 1941, 5 a 1, no Monumental de Nuñez. O Boca conseguiu reeditar o mesmo placar duas vezes, em 1959 (no La Bombonera) e 1982 (fora de casa)
Ídolo como jogador e tido como grande nome da história do Real Madrid, Alfredo Di Stéfano foi o único treinador que foi campeão argentino nos dois clubes, pelo Boca em 1969 e pelo River em 1981
Em suas duas passagens pelo Boca Juniors, o astro Diego Maradona anotou cinco gols em clássicos contra o River Plate
O River supera o rival Boca Juniors no número de títulos nacionais: 32 contra 22
TABELA DO APERTURA 2006
O confronto válido pela 10ª rodada do Apertura 2006 pode facilitar a manutenção do domínio do Boca Juniors no futebol argentino. A equipe, que depois de uma série de sucessos com Alfio Basile, agora é dirigida por Ricardo Lavolpe, lidera a competição com 22 pontos, quatro a mais em relação ao segundo colocado River, que tem a desvantagem de ter um jogo a mais.
Isso significa que um eventual triunfo do Boca na partida do estádio Monumental de Nuñez neste domingo possivelmente pavimentará o caminho da equipe a mais uma conquista em âmbito local.
Primeiro jogo teve pancadaria
Fora da Argentina, pouca gente sabe que os dois clubes tiveram origens semelhantes, ambos no bairro pobre de La Boca, que, no começo do século 20, abrigava a maioria dos imigrantes italianos de Buenos Aires.
Em 1924, ainda na "era amadora" do futebol local, o River Plate se mudou para o norte da cidade, em uma região mais nobre da capital argentina. Nessa transição se encontra a origem do apelido "milionário", que o clube carrega até os dias atuais.
O primeiro jogo reconhecido entre Boca Juniors e River Plate aconteceu em 20 de setembro de 1931, meses depois da fundação da liga profissional do país. A estréia da maior rivalidade da Argentina foi marcada por uma das principais confusões do futebol sul-americano na década de 30.
A partida, que aconteceu no antigo estádio de madeira do Boca, estava cercada de grande expectativa. O primeiro "Superclássico" da história teve público de 50 mil torcedores, incluindo o presidente da nação José Félix Uriburu, ainda se desprezando a multidão de fãs que ficou do lado de fora, sem conseguir ingressos.
BRASILEIRO FOI HERÓI EM "SUPERCLÁSSICO" DE 2003
Iarley teve passagem pelo Boca e se destacou em clássico de 2003
O brasileiro Paulo Valentim é o maior artilheiro do Boca Juniors no clássico contra o River Plate. Mas, recentemente, outro jogador do país se consagrou herói no principal clássico do futebol argentino.
Em jogo do Torneo Apertura de 2003, em 9 de novembro, o atacante Pedro Iarley anotou o segundo gol do Boca na vitória por 2 a 0 sobre o arqui-rival na casa do adversário, no Monumental de Nuñez.
No lance, Iarley, que hoje defende o Internacional, cortou o lateral Rojas duas vezes seguidas e depois bateu forte na saída do goleiro Costanzo. Semanas depois de bater o River, o Boca se sagrou campeão nacional.
Na oportunidade, o River tinha acabado de desembolsar 10 mil pesos para contratar Carlos Peucelle, enquanto que o Boca havia trazido do Gimnasia y Esgrima La Plata o jogador Francisco Varallo, que é hoje o único remanescente vivo da seleção argentina derrotada pelo Uruguai na final da Copa de 1930.
Logo no começo do jogo, aos 16min do primeiro tempo, Peucelle colocou o River em vantagem. Dez minutos depois, o árbitro Juan Escola assinalou um polêmico pênalti a favor do Boca, que provocou reação de ira da equipe visitante. Na seqüência, Varallo teve a cobrança parada por Jorge Iribarren, chutou em cima do goleiro no rebote e apenas na terceira chance conseguiu empurrar para as redes.
Ainda tomados pela indignação, os jogadores do River voltaram a pressionar a arbitragem. Ao mesmo tempo, as duas torcidas começaram a se confrontar nas arquibancadas. Nesse momento, dezenas de policiais invadiram o gramado para tentar conter os jogadores da equipe visitante. Mas, depois de ter três atletas expulsos, os "milionários" deixaram o campo, alegando que não tinham condições de enfrentar o Boca de igual para igual.
A atitude dos jogadores do River acentuou a tensão nas arquibancadas, e a polícia foi obrigada a agir com rigor para conter a violência. A confusão terminou minutos depois com saldo de dezenas de feridos.
Dias depois, a Liga de Futebol Profissional do país decidiu dar vitória ao Boca Juniors. Quatro meses mais tarde, as equipes voltaram a se enfrentar, desta vez no Monumental de Nuñez. Diante de sua torcida, o River Plate foi derrotado por 3 a 0 e foi obrigado a ver seus arqui-rivais darem a volta olímpica após a vitória.
315
é o número de partidas entre os dois rivais argentinos na história
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Di Stéfano
Lenda do Real Madrid foi campeão como técnico tanto no Boca Juniors (1969) quanto no River Plate (1981)
FEIO, PORÉM GOLEADOR
Angel Amadeo Labruna (nascido em 28/09/1918 e morto em 20/09/1983) é o maior artilheiro da história do River Plate, com 292 gols e o segundo maior goleador do futebol argentino, perdendo apenas para Arsenio Erico. O atacante, conhecido em sua época de jogador como "O Feio", é o principal anotador do clássico entre River e Boca, com 15 gols marcados.
Labruna estreou pelo River Plate em junho de 1939 e defendeu a camisa do clube por 20 anos. Participou da conquista de nove títulos nacionais (1941, 1942, 1945, 1947, 1952, 1953, 1955, 1956 e 1957). Nos anos 40, integrou a linha de frente dos "milionários" conhecida como "La Máquina", ao lado de Muñoz, Moreno, Pedernera e Lusteau
"Superclássico" completa 75 anos em momento de supremacia do Boca Juniors
Rivalidade mais quente do futebol sul-americano, que começou com pancadaria em partida de 1931, celebra bodas de diamante com jogo neste domingo. Últimos anos registram domínio do time do bairro pobre de La Boca sobre os rivais River Plate, conhecidos como "milionários".
Da Redação
Em São Paulo
AFP/Arte UOL
River x Boca: a rivalidade mais quente do futebol sul-americano
A mais intensa rivalidade do futebol sul-americano celebra neste domingo 75 anos de história. Boca Juniors e River Plate, que duelaram pela primeira vez na "era profissional" do esporte argentino em 1931, se enfrentam pela 316ª no final de semana em rodada decisiva do Torneo Apertura 2006.
O aniversário do choque entre os arqui-rivais de Buenos Aires, conhecido popularmente como "Superclássico", acontece num momento de ampla supremacia do Boca Juniors sobre seu mais tradicional adversário, e também sobre os demais times argentinos.
A equipe do bairro de La Boca vem de cinco conquistas consecutivas, com 100% de aproveitamento, com triunfos no Apertura 2005 e Clausura 2006, Copa Sul-Americana 2005, além do bicampeonato da Recopa nos últimos dois anos.
Por sua vez, o River Plate, hoje nas mãos do técnico Daniel Passarella, não consegue um título há dois anos, desde o Torneo Clausura de 2004 - algo que para o clube é um intervalo significativo, ainda mais assistindo à série de conquistas do rival.
NÚMEROS DO SUPERCLÁSSICO
Diego Armando Maradona é um dos grandes símbolos da história do Boca Jrs
Em 315 partidas já disputadas entre os rivais argentinos, o Boca Juniors soma 115 vitórias, contra 101 do River Plate. O confronto já teve 99 empates em sua história
O Boca também lidera a artilharia do clássico, com 429 gols, contra 389 do rival
O maior artilheiro da história do confronto é Angel Labruna, astro do River nos anos 40, com 16 gols. Pelo Boca, o principal goleador é o brasileiro Paulo Valentim, com dez gols
A maior goleada imposta pelo River ao rival aconteceu em 1941, 5 a 1, no Monumental de Nuñez. O Boca conseguiu reeditar o mesmo placar duas vezes, em 1959 (no La Bombonera) e 1982 (fora de casa)
Ídolo como jogador e tido como grande nome da história do Real Madrid, Alfredo Di Stéfano foi o único treinador que foi campeão argentino nos dois clubes, pelo Boca em 1969 e pelo River em 1981
Em suas duas passagens pelo Boca Juniors, o astro Diego Maradona anotou cinco gols em clássicos contra o River Plate
O River supera o rival Boca Juniors no número de títulos nacionais: 32 contra 22
TABELA DO APERTURA 2006
O confronto válido pela 10ª rodada do Apertura 2006 pode facilitar a manutenção do domínio do Boca Juniors no futebol argentino. A equipe, que depois de uma série de sucessos com Alfio Basile, agora é dirigida por Ricardo Lavolpe, lidera a competição com 22 pontos, quatro a mais em relação ao segundo colocado River, que tem a desvantagem de ter um jogo a mais.
Isso significa que um eventual triunfo do Boca na partida do estádio Monumental de Nuñez neste domingo possivelmente pavimentará o caminho da equipe a mais uma conquista em âmbito local.
Primeiro jogo teve pancadaria
Fora da Argentina, pouca gente sabe que os dois clubes tiveram origens semelhantes, ambos no bairro pobre de La Boca, que, no começo do século 20, abrigava a maioria dos imigrantes italianos de Buenos Aires.
Em 1924, ainda na "era amadora" do futebol local, o River Plate se mudou para o norte da cidade, em uma região mais nobre da capital argentina. Nessa transição se encontra a origem do apelido "milionário", que o clube carrega até os dias atuais.
O primeiro jogo reconhecido entre Boca Juniors e River Plate aconteceu em 20 de setembro de 1931, meses depois da fundação da liga profissional do país. A estréia da maior rivalidade da Argentina foi marcada por uma das principais confusões do futebol sul-americano na década de 30.
A partida, que aconteceu no antigo estádio de madeira do Boca, estava cercada de grande expectativa. O primeiro "Superclássico" da história teve público de 50 mil torcedores, incluindo o presidente da nação José Félix Uriburu, ainda se desprezando a multidão de fãs que ficou do lado de fora, sem conseguir ingressos.
BRASILEIRO FOI HERÓI EM "SUPERCLÁSSICO" DE 2003
Iarley teve passagem pelo Boca e se destacou em clássico de 2003
O brasileiro Paulo Valentim é o maior artilheiro do Boca Juniors no clássico contra o River Plate. Mas, recentemente, outro jogador do país se consagrou herói no principal clássico do futebol argentino.
Em jogo do Torneo Apertura de 2003, em 9 de novembro, o atacante Pedro Iarley anotou o segundo gol do Boca na vitória por 2 a 0 sobre o arqui-rival na casa do adversário, no Monumental de Nuñez.
No lance, Iarley, que hoje defende o Internacional, cortou o lateral Rojas duas vezes seguidas e depois bateu forte na saída do goleiro Costanzo. Semanas depois de bater o River, o Boca se sagrou campeão nacional.
Na oportunidade, o River tinha acabado de desembolsar 10 mil pesos para contratar Carlos Peucelle, enquanto que o Boca havia trazido do Gimnasia y Esgrima La Plata o jogador Francisco Varallo, que é hoje o único remanescente vivo da seleção argentina derrotada pelo Uruguai na final da Copa de 1930.
Logo no começo do jogo, aos 16min do primeiro tempo, Peucelle colocou o River em vantagem. Dez minutos depois, o árbitro Juan Escola assinalou um polêmico pênalti a favor do Boca, que provocou reação de ira da equipe visitante. Na seqüência, Varallo teve a cobrança parada por Jorge Iribarren, chutou em cima do goleiro no rebote e apenas na terceira chance conseguiu empurrar para as redes.
Ainda tomados pela indignação, os jogadores do River voltaram a pressionar a arbitragem. Ao mesmo tempo, as duas torcidas começaram a se confrontar nas arquibancadas. Nesse momento, dezenas de policiais invadiram o gramado para tentar conter os jogadores da equipe visitante. Mas, depois de ter três atletas expulsos, os "milionários" deixaram o campo, alegando que não tinham condições de enfrentar o Boca de igual para igual.
A atitude dos jogadores do River acentuou a tensão nas arquibancadas, e a polícia foi obrigada a agir com rigor para conter a violência. A confusão terminou minutos depois com saldo de dezenas de feridos.
Dias depois, a Liga de Futebol Profissional do país decidiu dar vitória ao Boca Juniors. Quatro meses mais tarde, as equipes voltaram a se enfrentar, desta vez no Monumental de Nuñez. Diante de sua torcida, o River Plate foi derrotado por 3 a 0 e foi obrigado a ver seus arqui-rivais darem a volta olímpica após a vitória.
315
é o número de partidas entre os dois rivais argentinos na história
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Di Stéfano
Lenda do Real Madrid foi campeão como técnico tanto no Boca Juniors (1969) quanto no River Plate (1981)
FEIO, PORÉM GOLEADOR
Angel Amadeo Labruna (nascido em 28/09/1918 e morto em 20/09/1983) é o maior artilheiro da história do River Plate, com 292 gols e o segundo maior goleador do futebol argentino, perdendo apenas para Arsenio Erico. O atacante, conhecido em sua época de jogador como "O Feio", é o principal anotador do clássico entre River e Boca, com 15 gols marcados.
Labruna estreou pelo River Plate em junho de 1939 e defendeu a camisa do clube por 20 anos. Participou da conquista de nove títulos nacionais (1941, 1942, 1945, 1947, 1952, 1953, 1955, 1956 e 1957). Nos anos 40, integrou a linha de frente dos "milionários" conhecida como "La Máquina", ao lado de Muñoz, Moreno, Pedernera e Lusteau