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Do debate à discussão

Enviado: 10 Out 2006, 11:34
por Ateu Tímido
JANIO DE FREITAS

Do debate à discussão

Alckmin apresentou-se como um misto de Lacerda e Collor: a agressividade do primeiro e a arrogância do último

SE O DEBATE Lula x Alckmin na Bandeirantes levou alguém a mover-se com sua preferência de um para outro candidato, o imaginável é que se trate de um portador de hiperatividade, à espera sempre de um pretexto. As votações de internet que aí estão, para sugerir vencedor, não têm representatividade, expostas que são a mobilizações organizadas para amplificar determinar apoio. Não só votações de sentido político, aliás, sujeitam-se na internet às deformações de representatividade.
Não houve debate. Houve discussão. O novo modelito apresentado por Geraldo Alckmin determinou o rumo do confronto, não incluindo nele nem uma só idéia ou proposta sua para o eventual exercício da Presidência, nem permitindo que o adversário o fizesse, caso o desejasse mesmo. O outro componente do modelito teve menos conseqüências para o eleitor ansioso por saber, afinal, um pouco do que pense o ex-governador de São Paulo. Mas não foi menos impróprio para o que deveria ser a confrontação de projetos para o país.
Geraldo Alckmin, à revelia do que até então aparentara, apresentou-se como um misto de Carlos Lacerda e Fernando Collor. O pior de ambos: a agressividade compulsiva de Lacerda e a arrogância de Collor. A agressividade inquisitiva de Alckmin, até para fazer perguntas insossas e que mal conseguia concluir, não parecia de Geraldo Alckmin, o imperturbável. A ostentação de uma superioridade humilhante lembrou muito pouco, se chegou a lembrar, o Geraldo Alckmin até então apresentado aos eleitores, e muito o Collor do debate com Lula.
O Geraldo Alckmin da Bandeirantes pode ter correspondido à cobrança de Fernando Henrique, que expôs de público a sua nostalgia pela ausência de Carlos Lacerda, não pelo brilho, mas pela agressividade. Nunca foi a atitude adotada na carreira de Fernando Henrique, conhecedor de tudo o que convém à propulsão de uma carreira, e deixou Lacerda distante de tudo o que mais quis.
Lula também não esteve à altura da ocasião. Acima de outros possíveis motivos, por este: não poderia estar. Não tinha saída. Caso recusasse, para falar de propostas, o rumo inquisitorial dado por Alckmin já a partir do primeiro instante do confronto, Lula seria acusado de fuga aos temas incômodos. Aceito o rumo, para não se mostrar fugitivo, ficou condicionado à discussão em lugar de debate programático, supondo-se que o desejasse como o sugeriu mais de uma vez.
Caso as investigações não a respondam antes, continuará explorada a pergunta mais repetida por Alckmin na discussão: "De onde veio o dinheiro?" (do negócio com o dossiê). Não é uma indagação-acusação honesta. Até agora não consta nenhuma sugestão objetiva, nem sugestão, de que Lula tenha algo a ver com o negócio do dossiê ou, ao menos, conhecimento dele -como Roberto Jefferson lhe deu, em parte, do mensalão.

Fonte: Imagem

Re.: Do debate à discussão

Enviado: 10 Out 2006, 12:08
por Alter-ego
Até agora não consta nenhuma sugestão objetiva, nem sugestão, de que Lula tenha algo a ver com o negócio do dossiê ou, ao menos, conhecimento dele -como Roberto Jefferson lhe deu, em parte, do mensalão.

Será?

Qualquer pessoa que tenha um mínimo de conhecimento sobre o funcionamento da administração de uma organização, seja ela uma empresa, uma entidade beneficente, uma ONG, ou mesmo um partido político, sabe que as tarefas de rotina, e aquelas que envolvem baixo risco, ou seja, tarefas que se repetem cotidianamente, nas quais, erros de execução não acarretam conseqüências significativas, são realizadas por pessoas de nível hierárquico mais baixo, dentro da organização.


Por outro lado, quanto mais uma atividade sai da rotina, e quanto maior o risco que envolve uma tarefa, maior será o grau hierárquico de seu responsável dentro da organização. Assim, por exemplo, a distribuição de folhetos de propaganda é executada por simples funcionários, enquanto que uma decisão sobre um grande investimento, cabe aos seus mais altos dirigentes. O mais elevado responsável de uma organização normalmente é o seu Presidente.
Igor's link

Re.: Do debate à discussão

Enviado: 10 Out 2006, 14:55
por Ateu Tímido
Foi só eu dizer ontem e já apareceram os links para os babões, fanáticos pela idade média...

:emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

Re.: Do debate à discussão

Enviado: 10 Out 2006, 17:31
por Alter-ego
Putz...
eu perco tempo lendo texto esquerdinha e respondendo e você nem se deu ao trabalho de ver que o texto que eu postei um trecho não é de OF nem de nenhum membro da Montfort, só está hospedado no site...

Re.: Do debate à discussão

Enviado: 10 Out 2006, 17:44
por rapha...
Sem surpresas, Igor. Já está acostumado com lulistas.