Baiano peguiçoso????
- Claudio Loredo
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Baiano peguiçoso????
Preguiça Baiana dá Doutorado a uma paulista!!!
(por Girimias Dourado)
"Preguiça baiana" é faceta do racismo. A famosa "malemolência" ou preguiça baiana, na verdade, não passa de racismo, segundo concluiu uma tese de doutorado defendida na USP. A pesquisa que resultou nessa tese durou quatro anos.A tese, defendida no início de setembro pela professora de antropologia Elisete Zanlorenzi, da PUC-Campinas, sustenta que o baiano é muitas vezes mais eficiente que o trabalhador das outras regiões do Brasil e contesta a visão de que o morador da Bahia vive em clima de "festa eterna".
Pelo contrário, é justamente no período de festas que o baiano mais trabalha. Como 51% da mão-de-obra da população atua no mercado informal, as festas são uma oportunidade de trabalho. "Quem se diverte é o turista", diz a antropóloga. O objetivo da tese foi descobrir como a imagem da preguiça baiana surgiu e se consolidou. Elisete concluiu, após quatro anos de pesquisas históricas,que a imagem da preguiça derivou do discurso discriminatório contra os negros e mestiços, que são cerca de 79% da população da Bahia.
O estudo mostra que a elevada porcentagem de negros e mestiços não é uma coincidência. A atribuição da preguiça aos baianos tem um teor racista. A imagem de povo preguiçoso se enraizou no próprio Estado, por meio da elite portuguesa, que consideravam os escravos indolentes e preguiçosos, devido às suas expressões faciais de desgosto e a lentidão na execução do serviço (como trabalhar bem-humorado em regime de escravidão????). Depois, se espalhou de forma acentuada no Sul e Sudeste a partir das migrações da década de 40. Todos os que chegavam do Nordeste viraram baianos. Chamá-los de preguiçosos foi a forma de defesa encontrada para denegrir a imagem dos trabalhadores nordestinos (muito mais paraibanos do que propriamente baianos), taxando- os como desqualificados, estabelecendo fronteiras simbólicas entre dois mundos como forma de "proteção" dos seus empregos.
Elisete afirma que os próprios artistas da Bahia, como Dorival Caymmi, Caetano Veloso e Gilberto Gil, têm responsabilidade na popularização da imagem. "Eles desenvolveram esse discurso para marcar um diferencial nas cidades industrializadas e urbanas. A preguiça, aí, aparece como uma especiaria que a Bahia oferece para o Brasil", diz Elisete. Até Caetano se contradiz quando vende uma imagem e diz: "A fama não corresponde à realidade. Eu trabalho muito e vejo pessoas trabalhando na Bahia como em qualquer lugar do mundo". Segundo a tese, a preguiça foi apropriada por outro segmento: a indústria do turismo, que incorporou a imagem para vender uma idéia de lazer permanente "Só que Salvador é uma das principais capitais industriais do país, com um ritmo tão urbano quanto o das demais cidades." O maior pólo petroquímico do país está na Bahia, assim como o maior pólo industrial do norte e nordeste, crescendo de forma tão acelerada que, em cerca de 10 anos será o maior pólo industrial na américa latina. Para tirar as conclusões acerca da origem do termo "preguiça baiana", a antropóloga pesquisou em jornais de 1949 até 1985 e estudou o comportamento dos trabalhadores em empresas. O estudo comprovou que o calendário das festas não interfere no comparecimento ao trabalho. O feriado de carnavaal na Bahia coincide com o do resto do país. Os recessos de final de ano também.
A única diferença é no São João (dia 24 /06), que é feriado em todo o norte e nordeste (e não só na Bahia). Em fevereiro (Carnaval), uma empresa, com sede no Pólo Petroquímico da Bahia, teve mais faltas na filial de São Paulo que na matriz baiana (sendo que o n° de funcionários na matriz é 50% maior do que na filial citada). Outro exemplo: a Xerox do Nordeste, que fica na Bahia, ganhou os dois prêmios de qualidade no trabalho dados pela Câmara Americana de Comércio (e foi a única do Brasil).Pesquisas demonstram que é no Rio de Janeiro que existem mais dos chamados "desocupados" (pessoas em faixa etária superior a 21 anos que transitam por shoppings, praias, ambientes de lazer e principalmente bares de bairros durante os dias da semana entre 9 e 18h), considerando levantamento feito em todos os estados brasileiros. A Bahia aparece em 13° lugar.
Acredita-se hoje (e ainda por mais uns 5 a 7 anos) que a Bahia é o melhor lugar para investimento industrial e turístico da América Latina, devido a fatores como incentivos fiscais, recursos naturais e campo para o mercado ainda não saturado. O investimento industrial e turístico tem atraído muitos recursos para o estado e inflado a economia, sobretudo de Salvador, o que tem feito inflar também o mercado financeiro (bancos, financeiras e empresas prestadoras de serviços como escritórios de advocacia, empresas de auditoria, administradoras e lojas do terceiro setor).
(por Girimias Dourado)
"Preguiça baiana" é faceta do racismo. A famosa "malemolência" ou preguiça baiana, na verdade, não passa de racismo, segundo concluiu uma tese de doutorado defendida na USP. A pesquisa que resultou nessa tese durou quatro anos.A tese, defendida no início de setembro pela professora de antropologia Elisete Zanlorenzi, da PUC-Campinas, sustenta que o baiano é muitas vezes mais eficiente que o trabalhador das outras regiões do Brasil e contesta a visão de que o morador da Bahia vive em clima de "festa eterna".
Pelo contrário, é justamente no período de festas que o baiano mais trabalha. Como 51% da mão-de-obra da população atua no mercado informal, as festas são uma oportunidade de trabalho. "Quem se diverte é o turista", diz a antropóloga. O objetivo da tese foi descobrir como a imagem da preguiça baiana surgiu e se consolidou. Elisete concluiu, após quatro anos de pesquisas históricas,que a imagem da preguiça derivou do discurso discriminatório contra os negros e mestiços, que são cerca de 79% da população da Bahia.
O estudo mostra que a elevada porcentagem de negros e mestiços não é uma coincidência. A atribuição da preguiça aos baianos tem um teor racista. A imagem de povo preguiçoso se enraizou no próprio Estado, por meio da elite portuguesa, que consideravam os escravos indolentes e preguiçosos, devido às suas expressões faciais de desgosto e a lentidão na execução do serviço (como trabalhar bem-humorado em regime de escravidão????). Depois, se espalhou de forma acentuada no Sul e Sudeste a partir das migrações da década de 40. Todos os que chegavam do Nordeste viraram baianos. Chamá-los de preguiçosos foi a forma de defesa encontrada para denegrir a imagem dos trabalhadores nordestinos (muito mais paraibanos do que propriamente baianos), taxando- os como desqualificados, estabelecendo fronteiras simbólicas entre dois mundos como forma de "proteção" dos seus empregos.
Elisete afirma que os próprios artistas da Bahia, como Dorival Caymmi, Caetano Veloso e Gilberto Gil, têm responsabilidade na popularização da imagem. "Eles desenvolveram esse discurso para marcar um diferencial nas cidades industrializadas e urbanas. A preguiça, aí, aparece como uma especiaria que a Bahia oferece para o Brasil", diz Elisete. Até Caetano se contradiz quando vende uma imagem e diz: "A fama não corresponde à realidade. Eu trabalho muito e vejo pessoas trabalhando na Bahia como em qualquer lugar do mundo". Segundo a tese, a preguiça foi apropriada por outro segmento: a indústria do turismo, que incorporou a imagem para vender uma idéia de lazer permanente "Só que Salvador é uma das principais capitais industriais do país, com um ritmo tão urbano quanto o das demais cidades." O maior pólo petroquímico do país está na Bahia, assim como o maior pólo industrial do norte e nordeste, crescendo de forma tão acelerada que, em cerca de 10 anos será o maior pólo industrial na américa latina. Para tirar as conclusões acerca da origem do termo "preguiça baiana", a antropóloga pesquisou em jornais de 1949 até 1985 e estudou o comportamento dos trabalhadores em empresas. O estudo comprovou que o calendário das festas não interfere no comparecimento ao trabalho. O feriado de carnavaal na Bahia coincide com o do resto do país. Os recessos de final de ano também.
A única diferença é no São João (dia 24 /06), que é feriado em todo o norte e nordeste (e não só na Bahia). Em fevereiro (Carnaval), uma empresa, com sede no Pólo Petroquímico da Bahia, teve mais faltas na filial de São Paulo que na matriz baiana (sendo que o n° de funcionários na matriz é 50% maior do que na filial citada). Outro exemplo: a Xerox do Nordeste, que fica na Bahia, ganhou os dois prêmios de qualidade no trabalho dados pela Câmara Americana de Comércio (e foi a única do Brasil).Pesquisas demonstram que é no Rio de Janeiro que existem mais dos chamados "desocupados" (pessoas em faixa etária superior a 21 anos que transitam por shoppings, praias, ambientes de lazer e principalmente bares de bairros durante os dias da semana entre 9 e 18h), considerando levantamento feito em todos os estados brasileiros. A Bahia aparece em 13° lugar.
Acredita-se hoje (e ainda por mais uns 5 a 7 anos) que a Bahia é o melhor lugar para investimento industrial e turístico da América Latina, devido a fatores como incentivos fiscais, recursos naturais e campo para o mercado ainda não saturado. O investimento industrial e turístico tem atraído muitos recursos para o estado e inflado a economia, sobretudo de Salvador, o que tem feito inflar também o mercado financeiro (bancos, financeiras e empresas prestadoras de serviços como escritórios de advocacia, empresas de auditoria, administradoras e lojas do terceiro setor).
- Poindexter
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Re: Baiano peguiçoso????
Claudio Loredo escreveu:A tese, defendida no início de setembro pela professora de antropologia Elisete Zanlorenzi, da PUC-Campinas, sustenta que o baiano é muitas vezes mais eficiente que o trabalhador das outras regiões do Brasil...
E isso... não é racismo em via inversa?
Si Pelé es rey, Maradona es D10S.
Ciertas cosas no tienen precio.
¿Dónde está el Hexa?
Retrato não romantizado sobre o Comun*smo no século XX.
A child, not a choice.
Quem Henry por último Henry melhor.
O grito liberalista em favor da prostituição já chegou à este fórum.
Lamentável...
O que vem de baixo, além de não me atingir, reforça ainda mais as minhas idéias.
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Re.: Baiano peguiçoso????
Claro que não. Desde quando uma descrição da produtividade de brasileiros de certo estado é racista?
- Claudio Loredo
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Re.: Baiano peguiçoso????
Também achei que a palavra racista ai no texto foi totalmente má empregada. Preconceito, tudo bem, mas racismo, nada a ver.
- Poindexter
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Re: Re.: Baiano peguiçoso????
Azathoth escreveu:Claro que não. Desde quando uma descrição da produtividade de brasileiros de certo estado é racista?
É que a Bahia tem um percentual de negros muito maior que a dos outros estados, de forma a se considerar críticas à produtividade deles como racismo (o que eu não acho que seja racismo assim mesmo, mas estou te explicando a "lógica" da coisa).
O que quero dizer é que, se chamar "o baiano" menos produtivo é racismo, então se chamar "o baiano" de mais produtivo também é, só que agora anti-branco.
PS: Alguém aí sabe me dizer se essa tese aí possui dados econométricos de produtividade coim variáveis dummy por estado ou é apenas aquele bla-bla-bla das áreas mais comunistas do ambiente universitário nacional?
Porque se não tem... a autora está sendo tão racista quanto acusa os outros de serem (isto é, racismo nenhum de todo modo

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- Poindexter
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Re.: Baiano peguiçoso????
Não reconheço estudos que afirmem coisas verificáveis matematicamente sem as devidas demonstrações, ficando apenas no blablabla.
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- Claudio Loredo
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Li, no link abaixo, que a tese irá virar livro.
http://www.universia.com.br/html/materi ... _ejgh.html
Re.: Baiano peguiçoso????
Essa descrição por si só não faz nenhum juízo de valor das competências de grupos étnicos. Tem que ser levado em consideração que a Bahia é um estado deficitário, com áreas críticas de pobreza e tudo isso pode funcionar como alavanca para aumentar a produtividade do trabalhador. Não é nada inato.
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Re: Re.: Baiano peguiçoso????
Poindexter escreveu:Não reconheço estudos que afirmem coisas verificáveis matematicamente sem as devidas demonstrações, ficando apenas no blablabla.
Há dois exemplos citados que são verificações matemáticas.
O estudo é plausível e tem lógica. O único problema com o ele é que destrói preconceitos. Isso para muitos é uma coisa muito difícil de aceitar.
Um estudo diz que cidadãos da Bahia não são mais preguiçosos que outros cidadãos de outras partes do Brasil, e é um estudo que não é possível de reconhecer...
Talvez você reconheça e aceite como fato a afirmaçáo que todos os gaúchos são gays.
"Quando LULLA fala, o mundo se abre, se ilumina e se esclarece."
Marilena Chauí, filósofa da USP.
O triste é saber que tal figura recebe do contribuinte para dizer tais asneiras.
Chamo de pervertido um animal, uma espécie, um indivíduo, quando esse ou essa perde seus instintos, quando escolhe, prefere o que lhe é prejudicial.
F. Nietzche
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Chamo de pervertido um animal, uma espécie, um indivíduo, quando esse ou essa perde seus instintos, quando escolhe, prefere o que lhe é prejudicial.
F. Nietzche
Re: Re.: Baiano peguiçoso????
Poindexter escreveu:É que a Bahia tem um percentual de negros muito maior que a dos outros estados, de forma a se considerar críticas à produtividade deles como racismo (o que eu não acho que seja racismo assim mesmo, mas estou te explicando a "lógica" da coisa).
Isto é incorreto.
Os negros são grande maioria em Salvador e região, no litoral sul da Bahia predomina o mulato-caboclo, enquanto no interior daquele estado, embora haja heterogeneidade e miscigenação em diversos graus, os brancos (no significado brasileiro da palavra) são maioria.
Destaque-se que os negros de Salvador também constituem uma etnia particular, com características próprias e bastante diferenciadas dos negros de outras regiões do Brasil.
Nós, Índios.
Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
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Re.: Baiano peguiçoso????
Mais um daqueles artigos cuja superficiliade é tanta que nem deveria ser comentado.
Antes de se falar do baiano deveria se definir qual deles, já que há uma diferença enorme entre os locados em Salvador, onde uma série de investimentos estatais criou uma classe média significativa e uma cultura empresarial, as regiões turísticas litorâneas, os centros urbanos do interior (como Vitória da Conquista) e o interior agrário propriamente dito.
As diferenças culturais e comportamentais destes tipos saltam aos olhos, tanto quanto a diferenciação ética, citada na postagem anterior.
E cá entre nós, querer usar dados comparativos de faltas em empresa de Polo Petroquímico no carnaval é coisa de quem não entende absolutamente nada nem de baianos e nem de polos petroquímicos.
Quem trabalha em Camaçari é uma elite profissional que ganha salários muitas vezes superiores à média da região. Quem perde um emprego destes não tem a mais mínima chance de conseguir outro igual em lugar algum da Bahia. Só isto tornaria o dado idiota, não fosse o fato que ninguém falta neste tipo de trabalho. São operações de segurança, mantidas em regimes de vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, onze meses e meio por ano, onde a falta de um operador obriga o outro a dobrar o turno para que o posto não fique desguarnecido.
No mais, é tudo uma questão cultural.
Que existe uma indolência baiana é fato, simplesmente porque a idéia de eficiência que temos no Sul é muito diferente da deles. Se esperar cinco minutos para ser atendido em São Paulo é uma eternidade, em muitos lugares por lá isto é serviço expresso.
Mas não tem nada a ver com os baianos em si serem preguiçosos ou não.
Cresci numa região industrial, em que grande parte da força de trabalho operária era constituída de nordestinos de vários estados. A contribuição deles para a formação e crescimento da indústria paulista é histórica.
E quem sabe o que eram indústrias paulistas em décadas passadas, sabe muito bem que preguiçosos não duravam um dia naquele trabalho.
Antes de se falar do baiano deveria se definir qual deles, já que há uma diferença enorme entre os locados em Salvador, onde uma série de investimentos estatais criou uma classe média significativa e uma cultura empresarial, as regiões turísticas litorâneas, os centros urbanos do interior (como Vitória da Conquista) e o interior agrário propriamente dito.
As diferenças culturais e comportamentais destes tipos saltam aos olhos, tanto quanto a diferenciação ética, citada na postagem anterior.
E cá entre nós, querer usar dados comparativos de faltas em empresa de Polo Petroquímico no carnaval é coisa de quem não entende absolutamente nada nem de baianos e nem de polos petroquímicos.
Quem trabalha em Camaçari é uma elite profissional que ganha salários muitas vezes superiores à média da região. Quem perde um emprego destes não tem a mais mínima chance de conseguir outro igual em lugar algum da Bahia. Só isto tornaria o dado idiota, não fosse o fato que ninguém falta neste tipo de trabalho. São operações de segurança, mantidas em regimes de vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, onze meses e meio por ano, onde a falta de um operador obriga o outro a dobrar o turno para que o posto não fique desguarnecido.
No mais, é tudo uma questão cultural.
Que existe uma indolência baiana é fato, simplesmente porque a idéia de eficiência que temos no Sul é muito diferente da deles. Se esperar cinco minutos para ser atendido em São Paulo é uma eternidade, em muitos lugares por lá isto é serviço expresso.
Mas não tem nada a ver com os baianos em si serem preguiçosos ou não.
Cresci numa região industrial, em que grande parte da força de trabalho operária era constituída de nordestinos de vários estados. A contribuição deles para a formação e crescimento da indústria paulista é histórica.
E quem sabe o que eram indústrias paulistas em décadas passadas, sabe muito bem que preguiçosos não duravam um dia naquele trabalho.
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Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
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- Poindexter
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Re: Re.: Baiano peguiçoso????
Washington escreveu:Há dois exemplos citados que são verificações matemáticas.
O que eu gostaria de saber é se alguém que leu o trabalho (porque não tô a fim de lê-lo por enquanto) viu provas matemáticas das afirmações da tese, ou se lá só há blablabla.
Washington escreveu:O estudo é plausível e tem lógica.
O fato de ser plausível não o torna verdadeiro. O mesmo vale para o fato de "ter lógica". Muitas vezes, uma coisa e sua antítese, ao mesmo tempo, "possuem lógica".
Washington escreveu: O único problema com o ele é que destrói preconceitos. Isso para muitos é uma coisa muito difícil de aceitar.
Só destrói se estivar comprovado. Se não, não destrói.
Washington escreveu:Um estudo diz que cidadãos da Bahia não são mais preguiçosos que outros cidadãos de outras partes do Brasil, e é um estudo que não é possível de reconhecer...
Frase sem sentido. Não entendi o que você quis dizer aqui.
Washington escreveu:Talvez você reconheça e aceite como fato a afirmaçáo que todos os gaúchos são gays.
Talvez você reconheça e aceite como fato a afirmação que a raça ariana é superior.
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Re: Re.: Baiano peguiçoso????
Acauan escreveu:Poindexter escreveu:É que a Bahia tem um percentual de negros muito maior que a dos outros estados, de forma a se considerar críticas à produtividade deles como racismo (o que eu não acho que seja racismo assim mesmo, mas estou te explicando a "lógica" da coisa).
Isto é incorreto.
Os negros são grande maioria em Salvador e região, no litoral sul da Bahia predomina o mulato-caboclo, enquanto no interior daquele estado, embora haja heterogeneidade e miscigenação em diversos graus, os brancos (no significado brasileiro da palavra) são maioria.
Destaque-se que os negros de Salvador também constituem uma etnia particular, com características próprias e bastante diferenciadas dos negros de outras regiões do Brasil.
Menos motivos ainda para se considerar o mito do "baiano preguiçoso" racista.
Obrigado pela informção, Acauan!
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O que extrai do texto não foram os dados númericos, mas foi o fato de constatar o absurdo que é discriminar uma pessoa por causa do local de nascimento dela.
O fato de um local possuir mais ou menos indústria e produção, não desmerece alguém por ser originário deste local.
Moro no Tocantins, no meio do Brasil, aqui o povo não é tão trabalhador e estudioso quanto no Rio de Janeiro, por exemplo, mas isto acontece devido as caracteristicas rurais do local e também pelo fato da vida aqui ser bem mais fácil do que no Rio. O que torna as pessoas menos competitivas.
O fato de um local possuir mais ou menos indústria e produção, não desmerece alguém por ser originário deste local.
Moro no Tocantins, no meio do Brasil, aqui o povo não é tão trabalhador e estudioso quanto no Rio de Janeiro, por exemplo, mas isto acontece devido as caracteristicas rurais do local e também pelo fato da vida aqui ser bem mais fácil do que no Rio. O que torna as pessoas menos competitivas.