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Os números sobre as privatizações

Enviado: 13 Out 2006, 13:41
por Fernando Silva
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O SETOR DE TELEFONIA

Em julho de 1998, o governo vendeu o Sistema Telebrás a grupos brasileiros e estrangeiros por R$ 22,057 bilhões (valores da época), com ágio de 63,74%. Na época, consumidores compravam suas linhas telefônicas e esperavam até seis anos para recebê-las. Por isso, havia um enorme mercado paralelo de telefonia, em que uma linha fixa chegava a custar US$ 10 mil, já que as companhias oficiais não conseguiam suprir a demanda crescente.

Hoje, há sobra de linhas, mas ainda há muitas reclamações de consumidores sobre os serviços tanto de telefonia fixa quanto de celular. Das três concessionárias de telefonia fixa, a Telesp (hoje Telefônica) foi a que teve mais ágio, de 64,29%. Foi vendida por R$ 5,783 bilhões.

A Tele Centro Sul (hoje Brasil Telecom) foi arrematada por R$ 2,07 bilhões, um ágio de 6,15%. A Tele Norte Leste (hoje Telemar) teve ágio de apenas 1%, saindo por R$ 3,434 bilhões. A Embratel, que monopolizava a longa distância, foi vendida por R$ 2,65 bilhões, com ágio de 47,22%.

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A frase e o fato
Miriam Leitão "O Globo" 13/10/06

O presidente diz que dinheiro público é para os pobres e a frase é irretocável. Deveria ser sempre esse o destino preferencial dos impostos pagos pelos brasileiros. Não tem sido. O dinheiro público é consumido no custeio da máquina pública que está sendo ampliada durante seu governo. As estatais custaram caro aos cofres públicos: em desvio de recursos, em má administração, em transferências indevidas para os fundos de pensão.

O presidente nem se dá conta de que a sua concepção de estado revoga sua melhor frase.

As siderúrgicas e as elétricas consumiram bilhões em processos de saneamento.

O Banco do Brasil ainda se dá ao desfrute de inventar um evento cultural para dar dinheiro para o partido do governo, e ainda permite que um diretor de gestão de risco se ocupe de fabricação de dossiês conspiratórios.

As estatais sempre fizeram bilionárias transferências para seus fundos de pensão para garantir aos seus funcionários vantagens que os pobres jamais sonhariam em ter, e que nem mesmo a classe média do setor privado teria. As remanescentes ainda fazem essas transferências grandes de recursos aos seus fundos de pensão como a Petrobras está fazendo agora. Nem sempre o remédio é privatizar, mas, quando a empresa se mantém estatal, tem que estar submetida ao controle de regulares independentes que exijam transparência e prestação de contas, que evitem que ela seja apropriada pelo corporativismo ou pelo governo de ocasião.

A telefonia estatal jamais chegou à casa do pobre.

Negava-se até à casa de parte da classe média, que tinha que comprar telefone no mercado clandestino, aceitar negociar com atravessadores escusos, para ter o serviço em casa. Inúmeros lugarejos do interior do Brasil viviam isolados.

Quem pagava o preço disso eram os pobres, que não tinham opção. O percentual de domicílios com telefone era de absurdos 19% em 1992, depois de 30 anos de telefonia estatal. O telefone celular saiu de quatro milhões de acessos para 91 milhões. Os lugarejos remotos foram interligados por força da regulação que mandou as empresas privatizadas universalizar a telefonia fixa.

As siderúrgicas quebraram de tanto aço subsidiado que venderam para grandes empresas, inclusive multinacionais. As distribuidoras de energia passaram por sucessivos planos de saneamento, porque eram descapitalizadas pelo subsídio às grandes empresas e pelo uso político feito dos seus caixas pelos governadores.

Os bancos estaduais sofreram o mesmo abuso dos governadores. O BNDES sempre deu, e ainda dá, empréstimo subsidiado às grandes empresas. Isso significou muitos bilhões transferidos aos empresários.

O Banco do Brasil sempre subsidiou a agricultura, e houve época em que nem cobrava os empréstimos concedidos. As estatais, os bancos públicos e a máquina inchada foram veículos para mandar dinheiro para os mais ricos, para os não-pobres do Brasil.

Com tudo isso, o PSDB, que fez a privatização, envergonhase dela. Não a defende, comporta-se como se ela fosse algum erro inconfessável.

Quando perguntado sobre isso, o candidato do PSDB sempre sai pela tangente: “Vamos discutir o futuro e não o passado”. O presidente Lula acha que está defendendo os pobres quando sonha em ampliar a estatização.

O chefe do governo que manteve as metas de inflação, o Copom, a Lei de Responsabilidade Fiscal, o câmbio flutuante, cumpriu até o fim o acordo com o FMI, pagou antecipadamente a dívida externa, garante que tem com o governo anterior uma briga ideológica.

Lula não gosta do contraditório.

Tende a ver a pergunta mais dura do jornalista como preconceito ou uma posição “ideológica” por parte de quem a formulou. Na disputa de 1989, tinha idéias que hoje rejeita. Até admitiu que, por sorte, não ganhou naquela época. Em 1994 e 1998, fez um estilo raivoso de campanha e negou os avanços da estabilização da moeda.

Perdeu. Em 2002, fez o personagem criado por Duda Mendonça e divulgou uma carta mudando sua proposta econômica. Ganhou. Em todas as quatro eleições até 2002, foi protegido e adulado por uma parte dos jornalistas.

Acostumou-se a isso.

No poder, escolheu não dar entrevistas. Hábito que alterou a contragosto apenas nessa época de campanha.

Depois de quatro anos no poder, e muitos escândalos de corrupção, tem convicção de que os jornalistas estão contra ele.

O presidente escolhe a ambigüidade. Precisa dela.

Ele não pode ser explícito sobre suas novas convicções desde que chegou ao poder, e aprendeu na prática certas verdades e limites.

Se o fizer, poderá perder o militante tradicional, que permaneceu fiel apesar das denúncias de corrupção e da mudança de programa.

Mas não pode também deixar de fazer um sinal de que mudou, para manter seus novos apoios.

Equilibra-se entre dois discursos.

Por isso, precisa dizer, nesse segundo turno, que há um combate ideológico no país. E a luta entre ele e a elite; entre ele e os conservadores. Mas tudo o que consegue apresentar como diferença ideológica é o saudosismo em relação às telefônicas e à Vale estatais e a defesa de um anacrônico estatismo.

Re.: Os números sobre as privatizações

Enviado: 13 Out 2006, 13:55
por rapha...
Ótimo, Fernando.

Re.: Os números sobre as privatizações

Enviado: 13 Out 2006, 14:22
por Fernando Silva
Acabei cortando a figura (tive que fazer print screen duas vezes e colar os pedaços).
Complementando onde não ficou claro, devido à falta da primeira coluna:

Investimentos: de UDS 400 milhões para USD 4,2 bilhões em 2005

Venda:103,1 milhões de toneladas de minério de ferro para 213,338 milhões de toneladas de minério de ferro e 38,851 milhões de toneladas de pelotas

Presença em: de nenhum para 18 países

Valor de mercado: US$ 55,8 bilhões hoje

Lucro líquido *: R$ 632 milhões em 1996 para R$ 10,4 bilhões ou US$ 4,841 bilhões em 2005

Faturamento bruto *: R$ 5,091 bilhões para R$ 35,4 bilhões

Funcionários: 11 mil para 20 mil (com aquisições)

Produção: 20ª maior produtora do mundo para maior produtora de minério de ferro e 4ª maior mineradora do mundo.

Re.: Os números sobre as privatizações

Enviado: 13 Out 2006, 15:18
por Johnny
Correção: O fundo de pensão da Petrobrás, vulgo Plano Petros está sendo renegociado com os empregados admitidos até 2001 e será revisado para os novos a pedido do TCU. Atualmente, cada empregado desembolsa 11% além do que é descontado por lei (INSS). Os admitidos após 2001 não gozam deste direito.
Agora, O governo cria cada vez mais impostos para a saúde (FHC CPMF, lembra?). Deveriam então privatizar os ralos primeiro e depois as empresas lucrativas (pois se dão lucro, se sustentam por si), dêem elas lucros exorbitantes ou médio. Se não dá lucro nem tem como argumentar em não privatizar. Quanto a Vale, bem, a Petrobras teve lucros absurdos nos últimos 2 anos e não foi privatizada. Resta saber na bolinha de cristal dos críticos se a Vale também não estaria assim.
Mas que o maior ralo do Brasil é a saíde, isso ninguém nega. Agora, mexer nos bolsinhos delicados dos generais, esposas dos generais, filhas, netas, bisnetas e dos politicos também, claro, ninguém quer. Afinal, o que mais dá prejuíso ao Brasil são as estatais. Sabe Fernando, queria MESMO que privatizassem TODAS as estatais para acabar de uma vêz zom esse disse me disse. Mas que privatizem também a saúde (se é que se pode chamar o que temos aí de saúde) pois senão, não teremos "soldo" para pagar tanta pensão.
Abraços

Re.: Os números sobre as privatizações

Enviado: 13 Out 2006, 15:33
por Fernando Silva
Precisamos de algumas estatais na saúde, educação e segurança para garantir que estes serviços básicos sejam prestados mesmo se não derem lucro e ninguém se interessar em explorá-los. E também para que sejam acessíveis à população de renda menor.
.
Também poderia haver alguma coisa em áreas de pesquisa (que poderiam ser incorporadas às universidades estatais).
O resto deve ser privatizado e o Estado tem apenas que fiscalizar.

Quanto à idéia de que "se dá lucro então não se privatiza" está errada. É preciso ver se os impostos gerados pela firma depois de privatizada não dariam mais dinheiro que os lucros atuais. É preciso ver se ela, ao crescer, não trará mais divisas para o país.

Re.: Os números sobre as privatizações

Enviado: 13 Out 2006, 15:59
por Maurício
Fernando. quais são as fontes do quadro e do primeiro tema: "O Setor de Telefonia" ?
posso colar essas informações em um outro fórum ??

[]'s

Re: Re.: Os números sobre as privatizações

Enviado: 13 Out 2006, 16:44
por Johnny
Fernando Silva escreveu:Precisamos de algumas estatais na saúde, educação e segurança para garantir que estes serviços básicos sejam prestados mesmo se não derem lucro e ninguém se interessar em explorá-los. E também para que sejam acessíveis à população de renda menor.
.
Também poderia haver alguma coisa em áreas de pesquisa (que poderiam ser incorporadas às universidades estatais).
O resto deve ser privatizado e o Estado tem apenas que fiscalizar.

Quanto à idéia de que "se dá lucro então não se privatiza" está errada. É preciso ver se os impostos gerados pela firma depois de privatizada não dariam mais dinheiro que os lucros atuais. É preciso ver se ela, ao crescer, não trará mais divisas para o país.


Porque precisamos de estatais na saúde, educação e segurança se exatamente estes que estão em situação deprimente? Ou o governo tem capacidade gerencial ou não tem. Se não tem, vale para todos. Se ele não consegue administrar, então que coloque nas mãos de quem tem competência. Agora, as verbas estão aí. Ele que contrate empresas para administrar isso tudo para que o dinheiro, que inclusive sai dos bolsos dos trabalhadores pobres, possa ser usado de forma a beneficiá-los. Garanto que tem muito mais gente sofrendo por mal atendimento na saúde e por não ter segurança do que sofrendo por falta de telefone ou porque o minério de ferro não atingiu as cotas das bolsas de valores.
Quanto às pesquisas, temos diversas frentes de excelente qualidade em Campinas (Unicamp), São Paulo (USP), e mesmo em estatais (o antigo CPQD da Telebrás era exemplo na era militar em tecnologia).

Quanto ao dar lucro e privatizar ou não, eu disse (pelo menos quis dizer) que seria preferencial privatizar primeiro o que não dá lucro pela lógica (se não está dando lucro, está dando prejuíso e prejuíso é dinheiro do contribuinte jogado fora) antes das lucrativas. O objetivo do governo não seria obter lucro com estatais e sim com impostos e exportações.
Há um abismo entre o que uns governantes acham e outros. Mas nunca vi a população menos favorecida se beneficiar antes do atual governo. O problema maior daqui do nosso país é que existem dois Brasis, o do Sudeste e o do Nordeste e não sei porque os políticos tendem sempre a deixar isso bem claro. É São Paulo que é a locomotiva do país, ora é o RS, etc, como se a gente separando estes do resto tudo ficaria nas mil maravilhas. Estou cansado de proselitismo politico barato de campanha. Quero ver as mangas arregaçadas e trabalhando. Se Lula ganhar e não ficar na mesma o país, voltarei a dar meu apoio moral ao PT na próxima eleição (já que eu não voto). Caso contrário, ficará como o PMDB esquecido num canto qualquer da sala. Se Alkmin ganhar e o país ficar melhor do que está (para todos) , ótimo, passarei a ser mais um cabo eleitoral como o fui de FHC no segundo turno da outra vez. Caso contrário montarei uma igreja e viverei da palavra de deus, seja ele qual for.
Abraços a todos

Re: Re.: Os números sobre as privatizações

Enviado: 13 Out 2006, 16:45
por Johnny
Fernando Silva escreveu:Precisamos de algumas estatais na saúde, educação e segurança para garantir que estes serviços básicos sejam prestados mesmo se não derem lucro e ninguém se interessar em explorá-los. E também para que sejam acessíveis à população de renda menor.
.
Também poderia haver alguma coisa em áreas de pesquisa (que poderiam ser incorporadas às universidades estatais).
O resto deve ser privatizado e o Estado tem apenas que fiscalizar.

Quanto à idéia de que "se dá lucro então não se privatiza" está errada. É preciso ver se os impostos gerados pela firma depois de privatizada não dariam mais dinheiro que os lucros atuais. É preciso ver se ela, ao crescer, não trará mais divisas para o país.


Porque precisamos de estatais na saúde, educação e segurança se exatamente estes que estão em situação deprimente? Ou o governo tem capacidade gerencial ou não tem. Se não tem, vale para todos. Se ele não consegue administrar, então que coloque nas mãos de quem tem competência. Agora, as verbas estão aí. Ele que contrate empresas para administrar isso tudo para que o dinheiro, que inclusive sai dos bolsos dos trabalhadores pobres, possa ser usado de forma a beneficiá-los. Garanto que tem muito mais gente sofrendo por mal atendimento na saúde e por não ter segurança do que sofrendo por falta de telefone ou porque o minério de ferro não atingiu as cotas das bolsas de valores.
Quanto às pesquisas, temos diversas frentes de excelente qualidade em Campinas (Unicamp), São Paulo (USP), e mesmo em estatais (o antigo CPQD da Telebrás era exemplo na era militar em tecnologia).

Quanto ao dar lucro e privatizar ou não, eu disse (pelo menos quis dizer) que seria preferencial privatizar primeiro o que não dá lucro pela lógica (se não está dando lucro, está dando prejuíso e prejuíso é dinheiro do contribuinte jogado fora) antes das lucrativas. O objetivo do governo não seria obter lucro com estatais e sim com impostos e exportações.
Há um abismo entre o que uns governantes acham e outros. Mas nunca vi a população menos favorecida se beneficiar antes do atual governo. O problema maior daqui do nosso país é que existem dois Brasis, o do Sudeste e o do Nordeste e não sei porque os políticos tendem sempre a deixar isso bem claro. É São Paulo que é a locomotiva do país, ora é o RS, etc, como se a gente separando estes do resto tudo ficaria nas mil maravilhas. Estou cansado de proselitismo politico barato de campanha. Quero ver as mangas arregaçadas e trabalhando. Se Lula ganhar e não ficar na mesma o país, voltarei a dar meu apoio moral ao PT na próxima eleição (já que eu não voto). Caso contrário, ficará como o PMDB esquecido num canto qualquer da sala. Se Alkmin ganhar e o país ficar melhor do que está (para todos) , ótimo, passarei a ser mais um cabo eleitoral como o fui de FHC no segundo turno da outra vez. Caso contrário montarei uma igreja e viverei da palavra de deus, seja ele qual for.
Abraços a todos

Re.: Os números sobre as privatizações

Enviado: 13 Out 2006, 16:47
por Maurício
educação, saúde, habitação e segurança é o mínimo que se espera de qualquer governo. qualquer governo !!!
e vc mesmo já respondeu: "...o governo tem capacidade gerencial ou não tem".
se o governador atual não tem capacidade gerencial, então, tem-se que trocar o governador !!
e sem dúvida, esse daqui é o melhor negócio: "...montarei uma igreja e viverei da palavra de deus". :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

[]'s

Re: Re.: Os números sobre as privatizações

Enviado: 14 Out 2006, 11:04
por Fernando Silva
Maurício escreveu:Fernando. quais são as fontes do quadro e do primeiro tema: "O Setor de Telefonia" ?
posso colar essas informações em um outro fórum ??

[]'s

Os textos e a figura vieram da edição online de "O Globo" de 13/10/06.
Não há link para elas.
E não posso evitar que você cole onde quiser, só não sei se há problemas de direitos autorais :emoticon16:

Re: Re.: Os números sobre as privatizações

Enviado: 14 Out 2006, 11:14
por Fernando Silva
Johnny escreveu:Porque precisamos de estatais na saúde, educação e segurança se exatamente estes que estão em situação deprimente? Ou o governo tem capacidade gerencial ou não tem. Se não tem, vale para todos. Se ele não consegue administrar, então que coloque nas mãos de quem tem competência. Agora, as verbas estão aí. Ele que contrate empresas para administrar isso tudo para que o dinheiro, que inclusive sai dos bolsos dos trabalhadores pobres, possa ser usado de forma a beneficiá-los.

Precisamos de estatais para os serviços básicos porque a iniciativa privada não vai se interessar em prover tais serviços se eles não derem lucro.

Sim, o governo pode terceirizar, contratando empresas privadas, mas há o risco de a despesa aumentar, já que essas empresas vão querer ter lucro, o que não deveria ser o objetivo nestes casos em particular. Os serviços básicos têm que ser prestados a quem precisa deles mesmo que só dêem despesas.

Qual o lucro de uma escola pública? Nenhum. Idem, idem o de um hospital público. São custeados com nossos impostos.

Enviado: 14 Out 2006, 19:40
por Huxley
Nos outros países, as estatais são vacas leiteiras do Tesouro.No Brasil, as estatais são vacas leiteiras dos detentores de fundo de pensão dessas empresas.Muitas vezes, até substituir um monopólio público por um monopólio privado vale a pena (pelo menos no Brasil), quem dirá substituir pela concorrência oligopolista.Aí vem Lulorota dizer que o PSDB não devia privatizar a Telebrás...Parece que Lula ainda não abandonou o estatismo, apesar de ter deixado sua ideologia "Fora FMI" no passado.

Re.: Os números sobre as privatizações

Enviado: 14 Out 2006, 22:15
por Aranha
Huxley escreveu:apesar de ter deixado sua ideologia "Fora FMI" no passado.


- Mas o Lula efetivamente mandou o FMI embora não foi?????
:emoticon12: :emoticon12:

Re.: Os números sobre as privatizações

Enviado: 14 Out 2006, 22:18
por rapha...
O fim do débito ao FMI foi um presente de Fernando Henrique para Lula.

Re: Re.: Os números sobre as privatizações

Enviado: 14 Out 2006, 22:23
por Aranha
rapha... escreveu:O fim do débito ao FMI foi um presente de Fernando Henrique para Lula.


- Como assim?!?!?!?!?

Re.: Os números sobre as privatizações

Enviado: 15 Out 2006, 01:07
por Spitfire
Imagem
Estou com medo.

:emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

Re: Re.: Os números sobre as privatizações

Enviado: 15 Out 2006, 08:48
por kao 1.0
Abmael escreveu:
Huxley escreveu:apesar de ter deixado sua ideologia "Fora FMI" no passado.


- Mas o Lula efetivamente mandou o FMI embora não foi?????
:emoticon12: :emoticon12:


Só que ele ia mandar embora dando calote e não pagando a dívida.

Re: Re.: Os números sobre as privatizações

Enviado: 15 Out 2006, 09:48
por Aranha
kao 1.0 escreveu:
Abmael escreveu:
Huxley escreveu:apesar de ter deixado sua ideologia "Fora FMI" no passado.


- Mas o Lula efetivamente mandou o FMI embora não foi?????
:emoticon12: :emoticon12:


Só que ele ia mandar embora dando calote e não pagando a dívida.


- Percebeste as duas carinhas sorridentes na última linha?

Re: Re.: Os números sobre as privatizações

Enviado: 15 Out 2006, 12:44
por Fernando Silva
Abmael escreveu:
rapha... escreveu:O fim do débito ao FMI foi um presente de Fernando Henrique para Lula.


- Como assim?!?!?!?!?

É uma longa história.
O calote da dívida que o Sarney deu transformou o Brasil num leproso diante do mundo financeiro.
Não havia como renegociar a dívida sem ter uma garantia de 2,8 bilhões de dólares em títulos americanos.
O Brasil tinha 3 bilhões para gastar, mas os títulos eram emitidos aos poucos, de tantos em tantos meses. Se o Brasil danasse a comprar tudo, o preço iria lá para cima e o dinheiro não daria mais.
Solução do governo FHC: mandar um monte de gente comprar os títulos, isoladamente, como se fossem pequenos investidores, até atingir os 2,8 bilhões.
Com isto, foi possível renegociar a dívida para 30 anos e aliviar a pressão. Com o tempo, foi possível até dispensar o FMI, já que não era mais necessário pagar tantos juros sobre a dívida o tempo todo.
O Lula já pegou a dívida amaciada, numa época em que os investidores mundiais não sabiam mais o que fazer com tanto dinheiro e o Brasil estava exportando como nunca, favorecido inclusive pelos altos preços das commodities, resultantes de várias quebras de safra e outros desastres pelo mundo.

Re: Re.: Os números sobre as privatizações

Enviado: 15 Out 2006, 12:48
por Fernando Silva
Spitfire escreveu:Imagem
Estou com medo.

:emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

Eu estava e ainda estou.

Re: Re.: Os números sobre as privatizações

Enviado: 15 Out 2006, 14:03
por rapha...
Fernando Silva escreveu:
Abmael escreveu:
rapha... escreveu:O fim do débito ao FMI foi um presente de Fernando Henrique para Lula.


- Como assim?!?!?!?!?

É uma longa história.
O calote da dívida que o Sarney deu transformou o Brasil num leproso diante do mundo financeiro.
Não havia como renegociar a dívida sem ter uma garantia de 2,8 bilhões de dólares em títulos americanos.
O Brasil tinha 3 bilhões para gastar, mas os títulos eram emitidos aos poucos, de tantos em tantos meses. Se o Brasil danasse a comprar tudo, o preço iria lá para cima e o dinheiro não daria mais.
Solução do governo FHC: mandar um monte de gente comprar os títulos, isoladamente, como se fossem pequenos investidores, até atingir os 2,8 bilhões.
Com isto, foi possível renegociar a dívida para 30 anos e aliviar a pressão. Com o tempo, foi possível até dispensar o FMI, já que não era mais necessário pagar tantos juros sobre a dívida o tempo todo.
O Lula já pegou a dívida amaciada, numa época em que os investidores mundiais não sabiam mais o que fazer com tanto dinheiro e o Brasil estava exportando como nunca, favorecido inclusive pelos altos preços das commodities, resultantes de várias quebras de safra e outros desastres pelo mundo.


Exato, Fernando.

Fernando Henrique "lutou" por quase dez anos com o FMI, como ministro e como presidente, tomando decisões acertadas para que a divida diminuísse a longo prazo, por inércia, e para que não dependêssemos tanto do fundo. Inclusive, se não me engano, dinheiro das privatizações ajudaram em boa parte desse processo. Lula veio e pegou a coisa no finalzinho, em cerca de dois anos, sem mudar de atitude (isso já seria muita burrice), deu adeus ao FMI.

Isso acontece. Trabalhamos pesado durante muito tempo e os louros acabam ficando com outros.

Re: Re.: Os números sobre as privatizações

Enviado: 15 Out 2006, 14:44
por Johnny
rapha... escreveu:
Fernando Silva escreveu:
Abmael escreveu:
rapha... escreveu:O fim do débito ao FMI foi um presente de Fernando Henrique para Lula.


- Como assim?!?!?!?!?

É uma longa história.
O calote da dívida que o Sarney deu transformou o Brasil num leproso diante do mundo financeiro.
Não havia como renegociar a dívida sem ter uma garantia de 2,8 bilhões de dólares em títulos americanos.
O Brasil tinha 3 bilhões para gastar, mas os títulos eram emitidos aos poucos, de tantos em tantos meses. Se o Brasil danasse a comprar tudo, o preço iria lá para cima e o dinheiro não daria mais.
Solução do governo FHC: mandar um monte de gente comprar os títulos, isoladamente, como se fossem pequenos investidores, até atingir os 2,8 bilhões.
Com isto, foi possível renegociar a dívida para 30 anos e aliviar a pressão. Com o tempo, foi possível até dispensar o FMI, já que não era mais necessário pagar tantos juros sobre a dívida o tempo todo.
O Lula já pegou a dívida amaciada, numa época em que os investidores mundiais não sabiam mais o que fazer com tanto dinheiro e o Brasil estava exportando como nunca, favorecido inclusive pelos altos preços das commodities, resultantes de várias quebras de safra e outros desastres pelo mundo.


Exato, Fernando.

Fernando Henrique "lutou" por quase dez anos com o FMI, como ministro e como presidente, tomando decisões acertadas para que a divida diminuísse a longo prazo, por inércia, e para que não dependêssemos tanto do fundo. Inclusive, se não me engano, dinheiro das privatizações ajudaram em boa parte desse processo. Lula veio e pegou a coisa no finalzinho, em cerca de dois anos, sem mudar de atitude (isso já seria muita burrice), deu adeus ao FMI.

Isso acontece. Trabalhamos pesado durante muito tempo e os louros acabam ficando com outros.


Bla bla bla. Se Collor não tivesse feito a abertura, se FHC não tivesse feito isso, se Lula não fizesse aquilo, etc.
O que vale é o agora e cada um tem que aproveitar o momento, senão seria como era antes, um começava e o outro não terminava. Que bom que Lula não abandonou.
Chega de bla bla bla. Vamos lutar por ações. Quero um país crescendo por igual e não só para São Paulo e Sul.

Re: Re.: Os números sobre as privatizações

Enviado: 15 Out 2006, 14:44
por Samael
Abmael escreveu:
rapha... escreveu:O fim do débito ao FMI foi um presente de Fernando Henrique para Lula.


- Como assim?!?!?!?!?


Tem gente que vê gnomos...

Re.: Os números sobre as privatizações

Enviado: 15 Out 2006, 14:46
por Samael
E no dia em que desenvolvimento econômico e desenvolvimento humano representarem a mesma coisa...

...o capitalismo acaba. :emoticon12:

Re.: Os números sobre as privatizações

Enviado: 15 Out 2006, 15:06
por Johnny
FHC não iniciou as privatizações. Agradeçam à Collor!
Hoje qualquer um pode fazer faculdade pois as faculdades particulares quadruplicaram. Agradeçam à FHC.
Dizer que uma pessoa lutou para dar certo durante 8 anos, 20 anos, 600 anos é o mesmo que acreditar que a biblia está certa. Não prova nada. O que vale é o que está aí. O nordeste e norte não suportam o PSDB e não é porque não são nordestino e sim porque durante o governo PSDB o nordeste e norte foram simplesmente esquecidos. Quando eu era do Sudeste também pensava que nordestino era tudo vagabundo. Hoje vejo porque apoiam Lula e estão plenos de razão. ALckmin foi um ótimo governados para SP? Bom para vocês. FHC foi um bom presidente? Em parte sim, em outra parte não. Gostaria de saber quem governa o país ou seja, se é o presidente ou o partido.
Além do mais sorvete de chocolate é mais gostoso do que o de morango, mas gosto de napolitano.
Abraços