Religião é Veneno

Situação 1: Você quer comprar um MP3 player e viu num anúncio de jornal que o modelo que vc quer custa R$100,00 mais barato numa loja do outro lado da cidade. O tempo que vc gastaria a mais no total: 2h. Compraria o MP3 lá?
Responda antes de ler a situação de 2.



























Situação 2: Você quer comprar um carro importado de R$60.000 e viu num anúncio de jornal que o modelo que vc quer custa R$100,00 mais barato numa loja do outro lado da cidade. O tempo que vc gastaria a mais no total: 2h. Compraria o carro lá?

O problema são as duas horas... nem morta...

Depende do local; não.

Não entendi.
Não para ambos.

Snake escreveu:Depende do local; não.

Depende do q?

No caso 1, depende de:
-Quanto valem suas 2 horas? Você tem 2 horas para perder?
-Qual a importância de se economizarem 100 reais? Talvez seja o único jeito de poder comprar o MP3.

No caso 2, quem pode dar 60 mil num carro provavelmente vai dar mais 100 reais para ter um conforto extra.

Uma vez estava pesquisando em lojas de informatica pra comprar um computador. Montei uma configuracao que eu queria e mandei email pra algumas lojas online pedindo o orçamento...

Acabei descobrindo uma coisa absurda, era mais barato eu ir de avião até São Paulo e comprar o computador por lá do que comprar aqui no Rio.
Não fiz isso porque perderia um fim de semana e o preço final seria quase o mesmo.


Respondendo a pergunta.
Pelo mp3player vale a pena pois você está economizando uns 10% ou mais do valor do produto, com o carro não vale a pena pois ele desvaloriza na hora da compra, ou seja, se voce compra um carro por R$60.000 e outro por R$59.900. Na hora de revendê-los, os R$100 de diferenca acabam sumindo e os 2 acabam custando a mesma coisa.

E quem tem R$60.000 pra gastar nao vai ligar pra R$100 a mais ou menos.

Fernando Silva escreveu:No caso 1, depende de:
-Quanto valem suas 2 horas? Você tem 2 horas para perder?
-Qual a importância de se economizarem 100 reais? Talvez seja o único jeito de poder comprar o MP3.

No caso 2, quem pode dar 60 mil num carro provavelmente vai dar mais 100 reais para ter um conforto extra.

Ohhh meu kct. O sujeito do experimento é vc.
(1)Pra vc vale a pena perder duas horas para economizar R$100,00 na compra de um MP3 Player?
(2)Pra vc vale a pena perder duas horas para economizar R$100,00 na compra de um automóvel?

Res Cogitans escreveu:

Fernando Silva escreveu:No caso 1, depende de:
-Quanto valem suas 2 horas? Você tem 2 horas para perder?
-Qual a importância de se economizarem 100 reais? Talvez seja o único jeito de poder comprar o MP3.

No caso 2, quem pode dar 60 mil num carro provavelmente vai dar mais 100 reais para ter um conforto extra.

Ohhh meu kct. O sujeito do experimento é vc.
(1)Pra vc vale a pena perder duas horas para economizar R$100,00 na compra de um MP3 Player?
(2)Pra vc vale a pena perder duas horas para economizar R$100,00 na compra de um automóvel?

Se a pergunta é pessoal, então:
1. Acho que vale, mas não sei se tomaria esta decisão.
2. Não vale.

Res Cogitans escreveu:

Snake escreveu:Depende do local; não.

Depende do q?

Do local onde se vende 100 reais mais barato, ué. Se for um lugar onde se vendem coisas roubadas, por exemplo, não valeria a pena.

1)Sim
2)Não

1) Não
2) Não

No meu caso, se ficar andando de carro por duas horas, atravesso umas cinco cidades.

1. sim pq cem reais eh uma diferença enorme no caso de um mp3 player
2. nao pq cem reais eh uma diferença pequenininha d+ no caso de um carro

Snake escreveu:

Res Cogitans escreveu:

Snake escreveu:Depende do local; não.

Depende do q?

Do local onde se vende 100 reais mais barato, ué. Se for um lugar onde se vendem coisas roubadas, por exemplo, não valeria a pena.

Snake escreveu:

Res Cogitans escreveu:

Snake escreveu:Depende do local; não.

Depende do q?

Do local onde se vende 100 reais mais barato, ué. Se for um lugar onde se vendem coisas roubadas, por exemplo, não valeria a pena.

Esqueci de isolar as variáveis. Quanto tento brincar com experimentos de psicologia ou filosofia aqui no fórum, o cara sempre acrescenta mais coisa. Que pode ser "Lá vende coisas roubadas?"; "O caminho é perigoso?"; "As atendentes são gostosas?";"A garantia é reduzida?"...Se eu quisesse trabalhar com qqer uma dessas variáveis eu acrescentaria na pergunta.

Bem...agora vamos a explicação....
Esse é uma variante de um experimento de psicologia que visa explicitar nosso raciocínio relativista.
O experimento original era com U$50,00 e um carro de U$100mil. A maioria das pessoas disse que valia a pena para o primeiro e não para o segundo. Ou seja, o valor da sacrifício de ir até o outro lado da cidade "valia a pena" em uma circunstância mas não em outra, embora o valor absoluto deste sacrifício seja o mesmo.
Esse raciocínio é questionado por economistas porque você não gasta valores relativos de dinheiro e sim absolutos. Você deveria responder a pergunta com base unicamente se vale ou não a pena ir ao outro lado da cidade para economizar R$100,00. Pois os R$100,00 economizados no MP3 não valem nem mais nem menos que os economizados no carro, ambos compram a mesma quantidade de lanches, livros ou experiências com prostitutas. São valores absolutos que vc gasta e são eles que estão presentes na sua carteira, não valores relativos.
Existe uma série de raciocínios interessantes investigados por psicólogos junto com economistas. Algumas destas informações estão em uma das minhas leituras mais recentes. Especificamente sobre este assunto, procurei na internet um dos pesquisadores citados no livro, [Richard H. Thaler (Professor of Behavioral Science and Economics; University of Chicago)]. Na link que segue, tem um pdf disponível sobre o tema [Mental Accounting Matters]:
http://turtletrader.com/richard-thaler.html

Gasto de dinheiro é algo cheio de irracionalidade mesmo. Independente de credo.

Não vale a pena considerar o valor absoluto para o cotidiano.

Se na feira a alface aumentar R$0,10 eu vou reclamar. Se o carro que eu estava planejando comprar aumentar R$100 eu não vou ligar.

against escreveu:Não vale a pena considerar o valor absoluto para o cotidiano.

Se na feira a alface aumentar R$0,10 eu vou reclamar. Se o carro que eu estava planejando comprar aumentar R$100 eu não vou ligar.

Creio que o racional é se preocupar com o valor absoluto proporcionalmente à frequência do gasto e não ao valor do produto.

Por exemplo, R$ 100,00 é um valor desprezível na compra de um apartamento, evento que pode ocorrer uma ou duas vezes na vida. Porém, não é uma diferença aceitável no preço do estacionamento do shopping ao qual eu vá todo fim de semana.

Isso quer dizer que se eu for comprar uma bota para neve uma única vez na vida, não é muito importante que eu gaste R$ 300,00 a mais, ainda que o preço regular dela seja uns R$ 150. Emocionalmente, dá uma coceira pagar 200% a mais num produto, mas o prejuízo pode ser muito menor do que outros aos quais nos submetemos diariamente sem reclamar.

Res Cogitans escreveu:Ou seja, o valor da sacrifício de ir até o outro lado da cidade "valia a pena" em uma circunstância mas não em outra, embora o valor absoluto deste sacrifício seja o mesmo.

Mas as pessoas são diferentes.
A pessoa que compra um carro de 60 mil não iria até o outro lado da cidade para economizar 100 reais num MP3, mas essa economia pode ser importante para alguém que está contando moedinhas para comprar o MP3 (e nunca comprará o carro).

Fernando Silva escreveu:

Res Cogitans escreveu:Ou seja, o valor da sacrifício de ir até o outro lado da cidade "valia a pena" em uma circunstância mas não em outra, embora o valor absoluto deste sacrifício seja o mesmo.

Mas as pessoas são diferentes.
A pessoa que compra um carro de 60 mil não iria até o outro lado da cidade para economizar 100 reais num MP3, mas essa economia pode ser importante para alguém que está contando moedinhas para comprar o MP3 (e nunca comprará o carro).

Quem está contando moedinha não compra um MP3, mas fica feliz se o caixa do super mercado lhe der R$ 5,00 a mais de troco.

Fernando Silva escreveu:

Res Cogitans escreveu:Ou seja, o valor da sacrifício de ir até o outro lado da cidade "valia a pena" em uma circunstância mas não em outra, embora o valor absoluto deste sacrifício seja o mesmo.

Mas as pessoas são diferentes.
A pessoa que compra um carro de 60 mil não iria até o outro lado da cidade para economizar 100 reais num MP3, mas essa economia pode ser importante para alguém que está contando moedinhas para comprar o MP3 (e nunca comprará o carro).

Não Fernando, as pessoas não são diferentes. A pergunta é focada somente em vc. Se não gosta do exemplo do carro, que seja uma casa...e que esse dinheiro seja a soma do dinheiro que vc economizou toda sua vida mais o dinheiro dos seus pais. Isso é supérfluo a questão.

against escreveu:Não vale a pena considerar o valor absoluto para o cotidiano.

Se na feira a alface aumentar R$0,10 eu vou reclamar. Se o carro que eu estava planejando comprar aumentar R$100 eu não vou ligar.

Em primeiro lugar você deu uma DESCRIÇÃO do seu comportamento e só.

Em várias questões o raciocínio relativista é mais adequada, mas não na apresentada por mim. O único raciocínio a ser levado em conta é se R$100,00 valem duas horas suas de viagem. Eu poderia perguntar se você iria para o outro lado da cidade e voltaria se eu te desse R$100,00. Em termos financeiros absolutos, não faz diferença como esses R$100,00 engordam sua carteria, se são resultado de ter pechinchado ou de ter ganho da Tia Vera.

Você está analisando em termos percentuais, mas com certeza não atravessaria a cidade pra ter um desconto 90% em UMA garrafa de 2L de Coca-Cola.

É óbvio que percentualmente R$100,00 representa mais em relação ao MP3 que ao carro. Mais você não atravessou a cidade pelo percentual de desconto e sim pelo valor absoluto do desconto (R$100,00). Se pensasse pelo percentual de desconto atravessaria a cidade pra comprar a Coca-Cola.