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Teatro - ‘Me Cago en Dios’ em cena na Comuna, em Lisboa
Para maiores de 16
d.r.
Carloto Cotta promete irritar os menos tolerantes...
Simulações de masturbação e de orgasmos. Evocação permanente da função escatológica. Recomendação de sexo anal como remédio santo para a prisão de ventre. Eis alguns dos ingredientes potencialmente explosivos de ‘Me Cago en Dios’, o espectáculo que a Cassefaz estreou segunda-feira na Comuna, em Lisboa, e que já provocou polémica quanto baste.
Houve mesmo uma senhora que apareceu a reclamar contra a apresentação do espectáculo, obrigando a produção a chamar a Polícia. Voltou na noite seguinte e o desfecho foi o mesmo: acabou escoltada a casa por dois agentes da autoridade.
Dizia-se “obreira de Deus” e protestava contra a apresentação da peça que o espanhol Íñigo Ramírez de Haro escreveu, que deu brado em Espanha, e agora nos chega através do actor Carloto Cotta com a promessa de irritar os menos tolerantes. E as retaliações já começaram: o cartaz colocado na fachada da Comuna, foi totalmente pintado de preto...
De resto, o cartaz – em que se vêem símbolos de várias religiões a entrar numa sanita – é bastante fiel ao espírito do espectáculo feito para chocar alguns e fazer rir outros.
‘Me Cago...’ propõe hora e meia de provocação. Assim que entramos na sala somos recebidos por uma espécie de monge que nos acolhe no seio da “Igreja Universal do Nosso Senhor do Sagrado Excremento”. A seguir, somos convidados a sentarmo-nos em sanitas (!).
O tema de arranque é a prisão de ventre, mas seguem-se-lhe muitos outros, de igual calibre. Com uma estrutura que se aproxima do sermão, o espectáculo lembra, a certa altura, uma sessão espírita, noutra evoca claramente sessões da Igreja Universal do Reino de Deus. Na representação a que assistimos, o jovem actor parecia inicialmente bastante nervoso, mas foi ganhando confiança à medida que o tempo passava. Claro que, com as abordagens directas ao público (verbais e físicas) arrisca-se a irritar alguém.
Mas lá está: só lá vai quem quer. E quem paga o bilhete sabe ao que vai. Com o espírito certo, o espectáculo até pode divertir. Sobretudo uma camada de público bem jovem, adepto de propostas mais radicais.
Em cena de terça a sábado às 22h00 e domingos às 18h00. Só para maiores de 16.
Artigo de "O correio da manhã" (Portugal)
Re.: Artigo de "O correio da manhã" (Portugal)
Não vou ver!
"Nunca te justifiques. Os amigos não precisam e os inimigos não acreditam" - Desconhecido

