O Banco Central e a eleição de Lula
Enviado: 25 Out 2006, 19:15
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Em 2005, no auge da crise política, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ao presidente Lula, numa reunião no Palácio do Planalto, que em 2006 ele sairia vitorioso da campanha pela reeleição. Incrédulo, afinal, com a avalanche de denúncias de corrupção sobre seu governo, ele vivia o pior momento do mandato, Lula quis saber de onde o presidente do BC tirava tanto otimismo.
Meirelles, segundo relato de dois ministros presentes à conversa, explicou a Lula que ele chegaria ao ano eleitoral com "condições excepcionais" na economia e que, por isso, seria imbatível nas urnas. O presidente do BC se referiu menos à evolução do PIB, que no governo Lula está crescendo a uma média pouco superior à dos anos de Fernando Henrique Cardoso, e mais aos efeitos da política econômica sobre a vida dos mais pobres.
Os resultados foram conquistados a partir de escolhas difíceis feitas por Lula. A principal delas foi o combate, sem tréguas, à inflação. Para que isso fosse possível, ele concordou em dar autonomia operacional ao BC. A estabilidade não seria alcançada se a autoridade monetária não tivesse liberdade para aumentar juros quando julgasse necessário. E foi assim que aconteceu, apesar de todo o barulho provocado pelas hostes petistas e mesmo por alguns setores da economia.
A inflação despencou de 12,5% em 2002 para 3% em 2006, elevando o poder de compra da moeda e, portanto, dos salários. Nesse período, Lula aumentou o salário mínimo em quase 37% acima da inflação - grosso modo, vivem do mínimo, no Brasil, cerca de 40 milhões de pessoas, entre aposentados do INSS e trabalhadores da iniciativa privada, sem contar aqueles que trabalham no mercado informal.
A combinação de inflação baixa com aumento do mínimo e implementação de um vigoroso programa de transferência de renda - o Bolsa Família - faria Lula, segundo profecia feita por Meirelles naquela reunião do Planalto, recuperar a popularidade ao longo de 2006 e ganhar a eleição. "Não existe presidente que tenha perdido eleição nessas condições", diz um assessor do presidente, reconhecendo os méritos do Banco Central no sucesso de Lula em 2006.
Esse mesmo assessor acredita que desqualificar a atual política econômica foi o pecado capital cometido pela oposição na disputa com Lula. "A oposição cometeu agora o mesmo erro que Aloízio Mercadante e o PT perpetraram na eleição de 1994, quando colocaram Lula contra o Plano Real", compara o colaborador do presidente. A população, nos dois casos, não teria compreendido a postura de quem se opunha aos benefícios da estabilidade de preços.
FONTE:ValorEconomico
Abraços,

Em 2005, no auge da crise política, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ao presidente Lula, numa reunião no Palácio do Planalto, que em 2006 ele sairia vitorioso da campanha pela reeleição. Incrédulo, afinal, com a avalanche de denúncias de corrupção sobre seu governo, ele vivia o pior momento do mandato, Lula quis saber de onde o presidente do BC tirava tanto otimismo.
Meirelles, segundo relato de dois ministros presentes à conversa, explicou a Lula que ele chegaria ao ano eleitoral com "condições excepcionais" na economia e que, por isso, seria imbatível nas urnas. O presidente do BC se referiu menos à evolução do PIB, que no governo Lula está crescendo a uma média pouco superior à dos anos de Fernando Henrique Cardoso, e mais aos efeitos da política econômica sobre a vida dos mais pobres.
Os resultados foram conquistados a partir de escolhas difíceis feitas por Lula. A principal delas foi o combate, sem tréguas, à inflação. Para que isso fosse possível, ele concordou em dar autonomia operacional ao BC. A estabilidade não seria alcançada se a autoridade monetária não tivesse liberdade para aumentar juros quando julgasse necessário. E foi assim que aconteceu, apesar de todo o barulho provocado pelas hostes petistas e mesmo por alguns setores da economia.
A inflação despencou de 12,5% em 2002 para 3% em 2006, elevando o poder de compra da moeda e, portanto, dos salários. Nesse período, Lula aumentou o salário mínimo em quase 37% acima da inflação - grosso modo, vivem do mínimo, no Brasil, cerca de 40 milhões de pessoas, entre aposentados do INSS e trabalhadores da iniciativa privada, sem contar aqueles que trabalham no mercado informal.
A combinação de inflação baixa com aumento do mínimo e implementação de um vigoroso programa de transferência de renda - o Bolsa Família - faria Lula, segundo profecia feita por Meirelles naquela reunião do Planalto, recuperar a popularidade ao longo de 2006 e ganhar a eleição. "Não existe presidente que tenha perdido eleição nessas condições", diz um assessor do presidente, reconhecendo os méritos do Banco Central no sucesso de Lula em 2006.
Esse mesmo assessor acredita que desqualificar a atual política econômica foi o pecado capital cometido pela oposição na disputa com Lula. "A oposição cometeu agora o mesmo erro que Aloízio Mercadante e o PT perpetraram na eleição de 1994, quando colocaram Lula contra o Plano Real", compara o colaborador do presidente. A população, nos dois casos, não teria compreendido a postura de quem se opunha aos benefícios da estabilidade de preços.
FONTE:ValorEconomico
Abraços,