Argentina diz que Irã ordenou atentado de 1994
Enviado: 26 Out 2006, 13:57
Argentina diz que Irã ordenou atentado de 1994
Promotores pedem a juiz captura de ex-presidente iraniano
Buenos Aires
http://zh.clicrbs.com.br
Doze anos depois de um dos atentados mais terríveis da história da América Latina, o Ministério Público argentino responsabilizou o Irã pelo ataque que destruiu a sede da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) em Buenos Aires, no dia 18 de julho de 1994. O ataque, ocorrido durante o governo do ex-presidente Carlos Menem, deixou 85 mortos e pelo menos 151 feridos. Os promotores pediram a um juiz uma ordem de prisão internacional contra o presidente iraniano na época, Ali Akbar Hashemi Rafsanjani.
- Foi uma decisão tomada pelas mais altas autoridades do governo do Irã, que encomendaram a organização do atentado ao grupo xiita libanês Hezbollah - afirmou o procurador Alberto Nisman, responsável por uma unidade especial criada para investigar o ataque.
Além de Rafsanjani, foi pedida a prisão de outros sete iranianos (incluindo dois ex-funcionários da embaixada do Irã em Buenos Aires e dois ex-ministros) e antigos líderes do Hezbollah - grupo financiado pela Síria e pelo Irã.
Decisão foi tomada quase um ano antes
A acusação é resultado de um ano e meio de trabalho, que ocupa um processo de 800 páginas entregue ontem ao juiz Rodolfo Canicoba.
Segundo o processo, a decisão de realizar o atentado foi tomada em 14 de agosto de 1993 na cidade iraniana de Mashhad, durante reunião da Comissão de Assuntos Especiais, integrada pelas mais altas autoridades políticas e religiosas do regime. Os promotores consideraram provado que o Irã utilizou a mesma "matriz terrorista" - ou seja, o mesmo modo de operação - de outros ataques cometidos na época na Europa.
Para os promotores, a embaixada do Irã em Buenos Aires tornou-se uma "central de inteligência" que preparou o terreno para o atentado. O procurador disse que o próximo passo é determinar se células do Hezbollah que atuavam na época na Tríplice Fronteira (entre Brasil, Argentina e Paraguai) participaram do ataque contra a Amia.
O atentado contra a Amia foi o segundo cometido contra alvos judeus na Argentina, onde em 1992 a explosão de um carro-bomba em frente à embaixada de Israel em Buenos Aires deixou 29 mortos e mais de cem feridos. A Suprema Corte deverá rever a decisão judicial que há dois anos absolveu por falta de provas 22 argentinos, entre eles vários ex-policiais, acusados de cumplicidade no atentado contra a Amia, depois de quase três anos de julgamento.
Saiba mais
O atentado contra a Amia é considerado o pior da história do país:
> Em 18 de julho de 1994, uma segunda-feira, pouco antes das 10h, um veículo que passava pela Rua Pasteur, no bairro de Once, em Buenos Aires, explodiu próximo à entrada da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia). O veículo transportava uma carga de 300 quilos de explosivos.
> Depois de quase três anos de julgamento, a Justiça absolveu, por falta de provas, 22 argentinos, entre eles vários ex-policiais, acusados de cumplicidade no atentado contra a Amia. Agora, a Suprema Corte deverá rever a decisão. Durante anos, a comunidade judaica argentina acusava o Irã de ter ordenado o ataque, mas nunca houve provas.
> Em março de 1992, uma explosão havia destruído a embaixada israelense na capital argentina, matando 29 pessoas. Líderes judaicos criticam até hoje as autoridades por não conseguirem prender os responsáveis pelos ataques.
85 pessoas foram mortas e pelo menos 151 ficaram feridas.
Promotores pedem a juiz captura de ex-presidente iraniano
Buenos Aires
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Doze anos depois de um dos atentados mais terríveis da história da América Latina, o Ministério Público argentino responsabilizou o Irã pelo ataque que destruiu a sede da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) em Buenos Aires, no dia 18 de julho de 1994. O ataque, ocorrido durante o governo do ex-presidente Carlos Menem, deixou 85 mortos e pelo menos 151 feridos. Os promotores pediram a um juiz uma ordem de prisão internacional contra o presidente iraniano na época, Ali Akbar Hashemi Rafsanjani.
- Foi uma decisão tomada pelas mais altas autoridades do governo do Irã, que encomendaram a organização do atentado ao grupo xiita libanês Hezbollah - afirmou o procurador Alberto Nisman, responsável por uma unidade especial criada para investigar o ataque.
Além de Rafsanjani, foi pedida a prisão de outros sete iranianos (incluindo dois ex-funcionários da embaixada do Irã em Buenos Aires e dois ex-ministros) e antigos líderes do Hezbollah - grupo financiado pela Síria e pelo Irã.
Decisão foi tomada quase um ano antes
A acusação é resultado de um ano e meio de trabalho, que ocupa um processo de 800 páginas entregue ontem ao juiz Rodolfo Canicoba.
Segundo o processo, a decisão de realizar o atentado foi tomada em 14 de agosto de 1993 na cidade iraniana de Mashhad, durante reunião da Comissão de Assuntos Especiais, integrada pelas mais altas autoridades políticas e religiosas do regime. Os promotores consideraram provado que o Irã utilizou a mesma "matriz terrorista" - ou seja, o mesmo modo de operação - de outros ataques cometidos na época na Europa.
Para os promotores, a embaixada do Irã em Buenos Aires tornou-se uma "central de inteligência" que preparou o terreno para o atentado. O procurador disse que o próximo passo é determinar se células do Hezbollah que atuavam na época na Tríplice Fronteira (entre Brasil, Argentina e Paraguai) participaram do ataque contra a Amia.
O atentado contra a Amia foi o segundo cometido contra alvos judeus na Argentina, onde em 1992 a explosão de um carro-bomba em frente à embaixada de Israel em Buenos Aires deixou 29 mortos e mais de cem feridos. A Suprema Corte deverá rever a decisão judicial que há dois anos absolveu por falta de provas 22 argentinos, entre eles vários ex-policiais, acusados de cumplicidade no atentado contra a Amia, depois de quase três anos de julgamento.
Saiba mais
O atentado contra a Amia é considerado o pior da história do país:
> Em 18 de julho de 1994, uma segunda-feira, pouco antes das 10h, um veículo que passava pela Rua Pasteur, no bairro de Once, em Buenos Aires, explodiu próximo à entrada da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia). O veículo transportava uma carga de 300 quilos de explosivos.
> Depois de quase três anos de julgamento, a Justiça absolveu, por falta de provas, 22 argentinos, entre eles vários ex-policiais, acusados de cumplicidade no atentado contra a Amia. Agora, a Suprema Corte deverá rever a decisão. Durante anos, a comunidade judaica argentina acusava o Irã de ter ordenado o ataque, mas nunca houve provas.
> Em março de 1992, uma explosão havia destruído a embaixada israelense na capital argentina, matando 29 pessoas. Líderes judaicos criticam até hoje as autoridades por não conseguirem prender os responsáveis pelos ataques.
85 pessoas foram mortas e pelo menos 151 ficaram feridas.