Estados do Sul e Sudeste pagam 81% dos impostos
Enviado: 27 Out 2006, 07:55
"O Globo" 26.10.2006
Estados do Sul e Sudeste respondem por 81% do total de impostos federais
Sistema tributário faz com que pobre de uma região financie rico de outra
Estudo divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Planejamento
Tributário (IBPT) mostra que os estados do Sul e Sudeste, que abrigam 57,25% da
população do país, têm uma participação de 81,48% na arrecadação total de
tributos federais. Assim, os 42,75% dos brasileiros que moram em outras regiões
contribuem com 18,52% da arrecadação. Individualmente, São Paulo (21,96% da
população do país) e Rio (8,35%) têm a maior participação nos impostos federais
— 40,85% e 22,48%, respectivamente.
O que, à primeira vista, sugere um sistema justo — as regiões mais ricas e
industrializadas financiando a redução das desigualdades sociais no país —
esconde uma armadilha no caso dos contribuintes de menor poder aquisitivo. É que
o sistema tributário brasileiro morde mais no consumo do que na renda e no
patrimônio. A carga sobre o patrimônio é de 3% da renda bruta das famílias;
sobre a renda, chega a 15%; e sobre o consumo, avança para 22%. Nos EUA, os
tributos sobre consumo equivalem a 12%, contra 10% e 25% para patrimônio e
renda, respectivamente.
— Carga tributária sobre consumo é regressiva, isto é, pesa mais no bolso de
quem ganha menos. Dessa forma, temos o pobre das regiões Sul e Sudeste
financiando o rico de outras regiões — disse o presidente do IBPT, Gilberto Luiz
do Amaral.
Carga ‘per capita’ aumentou 143% no Rio de Janeiro O estudo usou dados e
estimativas do IBGE e da Receita Federal até 2005, para a arrecadação de
tributos federais como Imposto de Renda, IPI, CPMF, PIS/Cofins e IOF. De posse
dessas informações, o IBPT mediu também a variação da arrecadação per capita. De
R$ 1.087,07 em 2001, na média do país, o valor passou para R$ 1.977,02 no fim do
ano passado, o equivalente a um salto de 81,86%. Novamente, reproduzse aqui a
mesma diferença de peso entre regiões. Enquanto no Nordeste a arrecadação é de
R$ 399,03 por pessoa, no Sudeste vai a R$ 3.268,36.
Em São Paulo, a carga per capita passou de R$ 2.272,47 para R$ 3.677,77,
crescimento de 61,84%. Surpreendente foi o aumento de 143,14% no Rio — de R$
2.188,02 para R$ 5.320,01.
A explicação está nas estatísticas: proporcionalmente, a população fluminense
cresceu menos nos últimos anos, em comparação à de outras regiões.
Além disso, a economia do estado ganhou com o aumento da atividade em setores
como extração de petróleo, com maior arrecadação de tributos.
Estados do Sul e Sudeste respondem por 81% do total de impostos federais
Sistema tributário faz com que pobre de uma região financie rico de outra
Estudo divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Planejamento
Tributário (IBPT) mostra que os estados do Sul e Sudeste, que abrigam 57,25% da
população do país, têm uma participação de 81,48% na arrecadação total de
tributos federais. Assim, os 42,75% dos brasileiros que moram em outras regiões
contribuem com 18,52% da arrecadação. Individualmente, São Paulo (21,96% da
população do país) e Rio (8,35%) têm a maior participação nos impostos federais
— 40,85% e 22,48%, respectivamente.
O que, à primeira vista, sugere um sistema justo — as regiões mais ricas e
industrializadas financiando a redução das desigualdades sociais no país —
esconde uma armadilha no caso dos contribuintes de menor poder aquisitivo. É que
o sistema tributário brasileiro morde mais no consumo do que na renda e no
patrimônio. A carga sobre o patrimônio é de 3% da renda bruta das famílias;
sobre a renda, chega a 15%; e sobre o consumo, avança para 22%. Nos EUA, os
tributos sobre consumo equivalem a 12%, contra 10% e 25% para patrimônio e
renda, respectivamente.
— Carga tributária sobre consumo é regressiva, isto é, pesa mais no bolso de
quem ganha menos. Dessa forma, temos o pobre das regiões Sul e Sudeste
financiando o rico de outras regiões — disse o presidente do IBPT, Gilberto Luiz
do Amaral.
Carga ‘per capita’ aumentou 143% no Rio de Janeiro O estudo usou dados e
estimativas do IBGE e da Receita Federal até 2005, para a arrecadação de
tributos federais como Imposto de Renda, IPI, CPMF, PIS/Cofins e IOF. De posse
dessas informações, o IBPT mediu também a variação da arrecadação per capita. De
R$ 1.087,07 em 2001, na média do país, o valor passou para R$ 1.977,02 no fim do
ano passado, o equivalente a um salto de 81,86%. Novamente, reproduzse aqui a
mesma diferença de peso entre regiões. Enquanto no Nordeste a arrecadação é de
R$ 399,03 por pessoa, no Sudeste vai a R$ 3.268,36.
Em São Paulo, a carga per capita passou de R$ 2.272,47 para R$ 3.677,77,
crescimento de 61,84%. Surpreendente foi o aumento de 143,14% no Rio — de R$
2.188,02 para R$ 5.320,01.
A explicação está nas estatísticas: proporcionalmente, a população fluminense
cresceu menos nos últimos anos, em comparação à de outras regiões.
Além disso, a economia do estado ganhou com o aumento da atividade em setores
como extração de petróleo, com maior arrecadação de tributos.