Só as mães são sinceras
Em blogs e livros, mulheres da nova geração contam o lado B de uma das experiências mais radicais e fascinantes da vida: a maternidade
"Dizem que filhos são um presente enviado pelo céu. Mas ninguém diz que às vezes a gente tem vontade de mandar o presente de volta."
Uma grande amiga tem um menino de 2 anos, lindo, mas que ainda acorda à noite.
Um dia, ela me perguntou:
- Quando melhora?
Minha resposta foi curta, sincera e direta:
- Nunca."
As citações acima, estão na Época desta semana, na Matéria Só as mães são sinceras . Refere-se ao fato de que as mães de hoje, estão refletindo melhor sobre o conceito de maternidade, fala também sobre o tabu de fazer as reclamações que nem sempre são bem recebidas.
Há quem diga que ser mãe é padecer no paraíso, mas devo admitir que ser mãe muitas vezes, é ir até o inferno também.
Eu, mãe de uma adolescente de 13 anos, digo volta e meia que se eu pudesse voltar atrás, eu voltaria.
Talvez, eu até gere polêmica, assim como a matéria da ÉPOCA, com certeza vai gerar, mas pelo menos me senti consolada e confortada em saber que eu não estou sozinha. E que há mães que ficaram grávidas e assumem pelo menos na revista: "parecia um alien dentro de mim".
Os homens talvez estranhem o fato, até mesmo porque muitos ainda não são pais, mas ser mãe é uma capacidade que nem todas as mulheres têm e desabafando: "O tarefazinha dificil!!".
Numa festa, um casal amigo meu, estava pensando em ter filhos e eu os alertei: "pensem duas vezes, ter filhos parece ser algo romântico e tudo de bom, mas não é, e me perguntaram se dá muito preocupação quando nasce, eu respondi com muita sinceridade: "As preocupações são infinitas, só mudam de fase".
Quem disser que não atrapalha em muitas coisas, é mentira, atrapalha, muda a rotina da casa, muda a vida da gente para sempre, porque se antes era só você e sua esposa, ou apenas você, pode-se planejar ir para outro país e morar lá sem ficar preocupado, pode-se escalar montanhas em fins de semana ou dar a loucura de fazer coisas que quando não se tem filhos, pode-se fazer o tempo todo se quiser, mas quando eles chegam, tudo é pensado duas vezes e até três.
Meus pais contam, que quando eles se casaram, pegavam o carro nas férias e iam sem rumo para o Sudeste, Nordeste, enfim, onde eles sentissem vontade de ir, mas depois da chegada dos filhos, eles pensavam em questões de enjôo dentro do carro, kit de remédio, carteira de vacinação, roupa, custos e acharam por bem, muitas vezes irmos todos de avião.
E por falar em custos, eis aí outra coisa que é complicada, gastamos muito com saúde e educação e filhos neste sentido, gasta-se e muito. É o balé, é natação, escola particular (já que as públicas são um lixo).
E para quem trabalha fora e ainda por cima, o dia todo conciliar os horários do trabalho, com as atividades extra curriculares, é um verdadeiro malabarismo.
Dizem que ser mãe é tudo de bom, em parte eu já discordo, são três meses de enjôo, mais 6 meses de mudanças físicas e para complementar no último período, não tem ser humano que nos aguente, é falta de ar, inchaço, cansaço, irritabilidade, depressão, insônia, e quando nasce, são horas de sono perdido e adaptações de horários que você tinha e passa a ser controlado inicialmente pelo relógio biológico do bebê, isso são mais ou menos quatro meses, até que o bebê entra no ritmo da mãe e isso é apenas o começo de uma série de adaptações e preocupações vindouras, eu que o diga, e cada fase tem a sua fase complicada, é horário para voltar para casa, é show, é relacionamentos, temperamento, e é um vai e vem de situações novas que não vem com manual de instrução e muitas coisas são por erro e tentativa. Tem suas compensações é verdade, mas com elas vêm uma série de implicações.
Eis aí a matéria.
http://revistaepoca.globo.com/Revista/E ... 42,00.html