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Brasil se abstém na ONU para não contrariar Sudão

Enviado: 03 Dez 2006, 19:03
por RicardoVitor
Onde estão agora os movimentos negros e suas ONGs? Onde estão os petistas e seu discursinho hipócrita de defesa dos oprimidos?

01 de dezembro de 2006 - 08:38

Brasil se abstém na ONU para não contrariar Sudão

Resolução que pedia punição contra responsáveis por massacre em Darfur foi vetada

Jamil Chade

SÃO PAULO - Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fazia sua visita à África, nesta quinta-feira, o Itamaraty preferiu se abster na votação na Organização das Nações Unidas de uma solução proposta pelos países ocidentais para a crise humanitária na região de Darfur, no Sudão, considerada pela ONU a mais grave do mundo. Nos últimos dias, o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas vem debatendo o assunto. Europeus e outros países ocidentais propuseram uma resolução em que se pedia que o Sudão investigasse e punisse autoridades dentro do governo responsáveis pelos massacres.

Mas com o apoio dos países árabes, africanos e com a abstenção do Brasil, o Sudão conseguiu evitar a aprovação da proposta. Zâmbia, Filipinas e Ilhas Maurício também se abstiveram.

O conflito começou em fevereiro de 2003 entre população de etnia africana do país e governo muçulmano do Sudão. Cerca de 2,5 milhões de pessoas foram obrigadas a deixar suas casas temendo as ações do Janjaweed, milícia conhecida por sua brutalidade contra os rebeldes em Darfur. O governo do Sudão sempre negou que esteja apoiando a milícia. Mas peritos da ONU acusam os representantes de Cartum de dar um apoio velado e de não punir os massacres.

O Brasil preferiu aprovar uma resolução proposta pelos próprios governos africanos, que pede o fim da crise, mas deixa a questão para ser resolvida entre os países do continente. A resolução ainda não aponta qualquer culpa do presidente do Sudão, Omar al-Bashir, e elogia o governo por colaborar com a ONU.

Diplomatas do Sudão não escondiam a satisfação em relação à posição brasileira, lembrando que a abstenção era "reflexo da política do governo de Lula em relação à África". "O Brasil tem uma postura muito positiva", elogiou um funcionário de alto escalão do governo de Cartum.

Argentina e Uruguai, sócios do Brasil no Mercosul, apoiaram resolução da Europa pedindo investigações sobre o envolvimento do governo. "Está difícil conseguir que o Brasil critique a África", afirmou um experiente negociador argentino na ONU.

O Brasil, porém, se aliou a 28 países e aceitou a proposta dos europeus de promover uma reunião especial na ONU sobre o assunto de Darfur, que deve ocorrer em 15 dias. "Não temos problema com a realização de uma reunião. Vamos usá-la para esclarecer tudo", afirmou o diplomata de Cartum.

Visita

Em um esforço para convencer alguns países considerados estratégicos, o Sudão convidou um diplomata brasileiro para viajar até Darfur, visita confirmada pela missão do Brasil na ONU, há duas semanas. "O Brasil foi convidado por representar a América Latina e para ver com seus próprios olhos que a situação não é a que mostra a mídia. Há uma campanha internacional contra o Sudão e tudo não passa de uma grande mentira", afirmou o chefe da missão do Sudão na ONU, que pediu para não ter seu nome revelado.

Na ONU, as autoridades continuam chocadas com a situação em Darfur. O secretário-geral, Kofi Annan, pediu que os países formassem uma aliança para tratar da crise "baseados em princípios" e não se dividissem entre Norte e Sul. "O governo do Sudão e as milícias alinhadas a ele continuam a ser responsáveis pelas mais sérias violações de direitos humanos", disse a alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Louis Arbour.

http://www.estadao.com.br/ultimas/nacio ... 49.htm?RSS

Re.: Brasil se abstém na ONU para não contrariar Sudão

Enviado: 03 Dez 2006, 19:04
por RicardoVitor
Um usuário de outro forum escreveu:1-Contrariando a politica interna dos direitos humanos que tem tido uma vocação para ações afirmativas com relação a etnia negra, o governo do PT , na politica externa é uma tragédia.Como prova disso
acabou de vetar uma sanção ao governo do Sudão que vem incentivando o massacre de NEGROS sudaneses na limpeza etnica promovida pelos janjaheeds(milicianos arabes apoiados por Cartum),onde em DAFUR já foram mortos 200 mil negros, segundo dados da ONU.Votaram com o BRASIL, Cuba, China, Paquistão e Argélia( como percebem , todos os paises citados são ditaduras plenas ou disfarçadas de democracias). A favor das sanções contra o governo de limpeza étnica de Cartum votaram Suiça, Finlandia, Noruega e Belgica, democracias plenas , onde os direitos humanos e as liberdades democráticas são respeitadas e onde o valor da vida humana é pilar pétreo da vida social destes países.
Como percebem....o BRASIL , em politica externa apoia o MASSACRE DE NEGROS, ENQUANTO INTERNAMENTE, FINGE QUE OS APOIA COM COTAS.
2- Outro FIASCO do Itamaraty inominado foi a tentativa de receber apoio das nações africanas para uma cadeira permanente no conselho de segurança da ONU , numa Cúpula esvaziada realizada na Africa(Nigéria) e onde só se recebeu foram mensagens vazias de apreço e onde novamente o BRASIL DISPENDEU RECURSOS VULTOSOS "fornecendo ajuda a países africanos e perdoando dividas " sem retorno POLITICO algum. De fiasco em fiasco, o Itamaraty vai se afirmando com o apogeu de politica de terceiro mundo.

Nem a primazia de sermos ouvidos na America Latina estamos conseguindo, quanto mais sermos ouvidos no continente africano.Rumamos para a medalha de honra ao mérito entre os TERCEIRO MUNDISTAS do planeta.Triste sina é a nossa de país PERDEDOR.

Re.: Brasil se abstém na ONU para não contrariar Sudão

Enviado: 03 Dez 2006, 19:46
por Hrrr
eh, esse governo de mediocridade extrema que o povo renovou por mais quatro anos... :emoticon9: :emoticon9:

Re.: Brasil se abstém na ONU para não contrariar Sudão

Enviado: 03 Dez 2006, 20:02
por Vito Álvaro
Triste... :emoticon8:

Vamos fazer golpe estado! :emoticon6: :emoticon9:

Re.: Brasil se abstém na ONU para não contrariar Sudão

Enviado: 04 Dez 2006, 06:32
por Fernando Silva
Lula está acabando com a fama que a diplomacia brasileira conquistou desde o tempo do Barão do Rio Branco. Está nos fazendo de palhaços diante do mundo. Nem mesmo merdinhas como o Evo Morales nos respeitam mais.
E ainda fica babando o ovo de ditadores africanos.

Re.: Brasil se abstém na ONU para não contrariar Sudão

Enviado: 04 Dez 2006, 11:24
por elizandro_max
O Lula quer o Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança, quer posições de liderança, mas parece que é só pra ganhar o crachá... Quando chega a hora do pega-pra-capar, se fazem de desentendidos.

Quer a fama, mas não a responsabilidade. Lula como estadista é uma piada.

Re: Brasil se abstém na ONU para não contrariar Sudão

Enviado: 04 Dez 2006, 12:52
por King In Crimson
RicardoVitor escreveu:Janjaweed
Que nome legal!

Re.: Brasil se abstém na ONU para não contrariar Sudão

Enviado: 04 Dez 2006, 13:07
por Ateu Tímido
Quem leu o texto da notícia, viu que o Brasil não deixou de lado a questão. Apenas não apoiou a resolução da forma como queriam as potências ocidentais.
O engraçado é que ter a mesma posição de Argentina e Uruguai, se fosse contra as grandes potências, seria visto como algo negativo pelos "espertos" de plantão...
Como foi a favor dos "patrões", eles estão certos...

Re.: Brasil se abstém na ONU para não contrariar Sudão

Enviado: 04 Dez 2006, 13:14
por Alter-ego
Pobre Brasil...

Re.: Brasil se abstém na ONU para não contrariar Sudão

Enviado: 10 Dez 2006, 10:16
por RicardoVitor
Sobe

Re.: Brasil se abstém na ONU para não contrariar Sudão

Enviado: 10 Dez 2006, 10:19
por RicardoVitor
E já faz teeempo... :emoticon8:

É hora de agir no Sudão, e o Brasil tem de apoiar uma resolução da ONU

Por Iain Levine, diretor de programas da Human Rights Watch
Publicado en Folha de São Paulo
18 de setembro 2004

Quando chegou ao poder, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu
esperança a milhões de pessoas no Brasil e no exterior ao declarar
guerra contra a fome.

Essa declaração prometia combater não só os efeitos da fome mas também
suas causas. Lula não limitou sua preocupação com a fome ao Brasil e
também prometeu fazer sua parte para pôr o tema da fome mundial na
agenda da comunidade internacional, insistindo em que os países ricos
fizessem sua parte para combater o problema, que afeta mais de 1 bilhão
de pessoas no mundo.

Nesta semana, Lula e o governo brasileiro terão a oportunidade de tomar
medidas decisivas contra as causas da fome numa das regiões de situação
mais crítica do mundo atualmente: Darfur, no Sudão ocidental.

A região de Darfur tem sido descrita pela ONU como aquela em que há hoje
a pior crise humanitária do mundo. Milhões de pessoas sofrem de fome e
de desnutrição. Segundo o Programa Mundial de Alimentação da ONU, 2
milhões de pessoas precisarão de ajuda alimentar para sobreviver.

Estima-se que 50 mil pessoas tenham sido mortas, mais de 1 milhão
deslocadas de suas casas e 200 mil forçadas a fugir para o vizinho
Chade. Milhares de mulheres e meninas foram estupradas.

Esse nível terrível de sofrimento não não existe por causa da
distribuição desigual de recursos nem de uma calamidade natural.
Trata-se do resultado direto das ações do governo sudanês, que declarou
guerra à sua própria população. Desde o ano passado, milicianos armados
(conhecidos como janjaweed), que são controlados pelo governo,
protagonizam uma guerra contra civis não-árabes.

Na semana passada, o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell,
declarou que essas ações constituem atos de genocídio.

Por ora, a comunidade internacional tem agido tarde e insuficientemente.
O Conselho de Segurança da ONU, do qual o Brasil faz parte, fez alarde e
ameaçou o Sudão, mas não tomou nenhuma medida concreta para pôr fim aos
assassinatos, à destituição e à fome que resultam dessa limpeza étnica.

Agora á a hora de agir. O Conselho de Segurança está, neste momento,
negociando uma resolução que autoriza a ação em Darfur. E imprescindível
que medidas sejam tomadas para mandar tropas da União Africana ao local
para proteger civis, impor embargo de armas ao governo e estabelecer uma
comissão internacional de inquérito para identificar os principais
responsáveis pelas atrocidades e pelas violações aos direitos humanos lá
cometidas.

O Brasil, como membro atual do Conselho de Segurança, tem uma ótima
oportunidade para ter um grande impacto no mundo. Se o governo Lula é
serio no que tange à luta contra a fome mundial, a situação em Darfur é
uma ótima oportunidade para começar a agir. Somente uma resolução forte
e uma ação rápida no local poderão pôr fim ao sofrimento enorme da
população de Darfur.

http://www.hrw.org/portuguese/docs/2004 ... ur9363.htm

Re: Re.: Brasil se abstém na ONU para não contrariar Sudão

Enviado: 10 Dez 2006, 10:27
por Apáte
Hrrr escreveu:eh, esse governo de mediocridade extrema que o povo renovou por mais quatro anos... :emoticon9: :emoticon9:

Você não votou nulo?

Enviado: 17 Dez 2006, 09:44
por RicardoVitor
Onde estão os sociólogos? Onde estão as ONGs defensoras dos direitos humanos? Onde estão os movimentos negros? Engraçado, nessas horas eles não aparecem. Não há UM sequer protesto, UMA sequer menção na mídia de massa... Por que quando ditadores são depostos há uma comoção imensa contra (como no caso de Saddam) e, quando há genocídios feitos por esses mesmos ditadores, não há comoção alguma?

Enviado: 24 Dez 2006, 12:00
por RicardoVitor
Conflito em Darfur é "genocídio sem fronteiras", diz jornal

Imagem

da BBC Brasil

O conflito na Província sudanesa de Darfur virou um "genocídio sem fronteiras", sustenta matéria do jornal britânico "The Independent" nesta quarta-feira.

Em matéria de capa, o jornal relata que a milícia Janjaweed, pró-governo, está cruzando a fronteira do Sudão com o vizinho Chade para atacar refugiados que tentam fugir da violência.

O enviado do jornal à região diz que estupros, mortes e queimadas são cenas "tragicamente familiares em Darfur, onde mais de 200 mil pessoas foram mortas e pelo menos 2 milhões, brutalmente forçadas a deixar suas casas – um genocídio atiçado e sustentado pelo governo islâmico em Cartum".

"Mas este inferno dos homens está agora cruzando as planícies e ocorrendo na fronteira sudanesa com o Chade."

Em editorial que acompanha a matéria, o "Independent" afirma que a comunidade internacional deve direcionar mais recursos para ajudar os refugiados, e mobilizar até 20 mil soldados na fronteira entre o Sudão e o Chade.

"A presença (das tropas) trará estabilidade, e mandará o recado de que o mundo está pronto, às portas do Sudão, para cruzar a fronteira se Cartum permitir que a situação se deteriore ainda mais."

http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ ... 9421.shtml