Torcida do Grêmio "seca" Inter e prepara foguetóri
Enviado: 07 Dez 2006, 15:57
Tricolores prometem agüentar calados até o último instante do Mundial de Clubes da Fifa, mas se o rival perder, haverá grande festa.
Nico Noronha, do Pelé.Net
PORTO ALEGRE - O Brasil inteiro torce pelo Internacional, representante do País no Mundial de Clubes da Fifa. Certo ou errado? Errado! Pelo menos metade do Rio Grande do Sul, aquela que veste as cores azul, preto e branco, do Grêmio, estarão na maior "secação" de suas vidas. Ver o rival conquistar a Libertadores da América neste 2006, algo que só eles haviam conseguido até então, já doeu demais.
A recente conquista do Inter acirrou como nunca os ânimos no Estado. Prova disso foram as duas guerras travadas nos dois Gre-Nais do campeonato brasileiro, a maior delas no estádio Beira-Rio, no dia 30 de julho. Os gremistas derrubaram grades divisórias, invadiram as sociais do Inter, atearam fogo em banheiros químicos e, como se fosse pouco, apedrejaram os bombeiros que tentavam apagar o incêndio e evitar uma tragédia.
GRÊMIO VAI SECAR O RIVAL
Divulgação
Torcida do Grêmio promete fazer muita festa se o Inter perder a taça
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Músicas e gritos foram preparados com o intuito de 'judiar e pressionar'
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E o Olímpico, estádio dos gremistas, pode ser palco de outra festa no ano
COLORADOS FAZEM LOUCURAS
PÁGINA DO MUNDIAL
No segundo clássico, no Olímpico, a segurança foi multiplicada, mas ainda assim os torcedores do Inter entraram em conflito com os soldados da Brigada Militar e quebraram os banheiros do estádio do Grêmio.
Algumas torcidas se destacam mais que as outras na capacidade de ódio ao inimigo. Pelo lado do Inter, a Camisa 12 e a Popular; no lado dos tricolores, nenhuma se compara à Geral do Grêmio, aquela que instituiu um estilo de comemoração que já se tornou uma atração impressionante nos jogos do time: a avalanche, quando os torcedores descem as arquibancadas correndo para comemorar os gols, numa perigosíssima manobra que já gerou alguns acidentes e fraturas.
Mas até a Geral terá de secar o Inter em silêncio, no Mundial. Não há alternativa. Pelo menos até que se confirme a derrota do rival na competição, pois quando e se acontecer tal fato, a festa será intensa, como a comemoração de um título.
É o que prevê um dos líderes da torcida gremista, Alexandre Martau. Segundo ele, "vamos ficar em casa, de olho na televisão, por dois motivos: primeiro porque o horário, de manhã cedo, não motiva ninguém a sair para as ruas; e segundo porque os bares e demais locais de concentração de torcida estarão tomados pelos colorados".
E, estando tomados pelos torcedores vestidos de vermelho e branco, "se aparecermos certamente vai dar muita confusão". Mas, deixa claro Martau, "os foguetes estarão à mão e se o Inter perder vai ser um estouro só na cidade".
Gremistas lembram 1995 e querem vingança
Se o Inter vencer o Mundial neste 2006, igualará o Grêmio, que chegou ao mesmo título em 1983, oportunidade em que derrotou o Hamburgo, da Alemanha, por 2 a 1, com dois gols do eterno ídolo Renato Portaluppi. Mas o tricolor poderia já ter chegado ao bi, não tivesse sido derrotado nos pênaltis pelo Ajax, da Holanda.
O fracasso naquela decisão fez os colorados tomarem conta das ruas numa festa impressionante, causando revolta e dor nos frustrados gremistas. Um deles, o jornalista e pesquisador Laert César Lopes, que fora assistir o jogo na casa de amigos, lembra de ter voltado para casa e passado por ruas tomadas de vermelho e branco e muitas faixas saudando o clube holandês. "Ajax, o Inter da Holanda", dizia uma delas.
Hoje, Laert, 58 anos, proprietário de uma cadeira em zona nobre do estádio Olímpico, onde não perde um jogo sequer de seu time, sonha por vingança. Respondeu ele, em conversa rápida e bem humorada com a reportagem do Pelé.Net...
Pelé.Net - Chegou a hora da vingança?
Laert Lopes - Não esqueço a comemoração que eles fizeram quando perdemos aquele Mundial. É claro que vou secar.
Pelé.Net - O que espera nessa competição?
Laert Lopes - Para começar, que nos treinamentos antes de começar a competição, o Fernandão sofra uma lesão e não possa jogar. Nada grave, pois não sou tão raivoso assim. Uma lesão leve, suficiente para tirá-lo da competição.
Só isso?
Laert Lopes - Não. A suprema vingança seria o Inter perder já na primeira partida, para neozelandeses ou egípcios.
Chega, não?
Laert Lopes - Ah... Só mais uma coisa. Que o juiz seja daqueles bem rigorosos, que na primeira falta violenta expulse o Edinho de campo.
Além de Laert, outro gremista tem um fato engasgado na goela e aguarda ansiosamente pela derrota do Inter para dar o troco. Esse é Élvio Alberto dos Santos, 42 anos, que naquele 1995 era chefe de gabinete do governador do Estado do Rio Grande do Sul, o gremista Antônio Brito.
Tão anti-colorado quanto Brito, Élvio viu chegar ao Palácio Piratini, um dia após a derrota do Grêmio para o Ajax, um jornalista identificado com o Inter. Ele disse que tinha um presente a dar ao governador. Élvio não permitiu o contato direto, mas ficou com o pequeno embrulho para entregar posteriormente.
Desconfiou, não entregou, e ainda tomou a liberdade de abrir o presente. Era um alfinete de lapela com o símbolo do clube holandês.
"Guardo até hoje aquele presentinho, e não vejo a hora de dar o troco na mesma moeda", diz Élvio. Ele só não comprou ainda o símbolo do Barcelona, pois também tem uma pequena esperança de que o Inter acabe sendo eliminado já nas semifinais do Mundial e ele tenha de procurar o alfinete de lapela que representa o Al-Ahli ou o Auckland City.
pele.net
Nico Noronha, do Pelé.Net
PORTO ALEGRE - O Brasil inteiro torce pelo Internacional, representante do País no Mundial de Clubes da Fifa. Certo ou errado? Errado! Pelo menos metade do Rio Grande do Sul, aquela que veste as cores azul, preto e branco, do Grêmio, estarão na maior "secação" de suas vidas. Ver o rival conquistar a Libertadores da América neste 2006, algo que só eles haviam conseguido até então, já doeu demais.
A recente conquista do Inter acirrou como nunca os ânimos no Estado. Prova disso foram as duas guerras travadas nos dois Gre-Nais do campeonato brasileiro, a maior delas no estádio Beira-Rio, no dia 30 de julho. Os gremistas derrubaram grades divisórias, invadiram as sociais do Inter, atearam fogo em banheiros químicos e, como se fosse pouco, apedrejaram os bombeiros que tentavam apagar o incêndio e evitar uma tragédia.
GRÊMIO VAI SECAR O RIVAL
Divulgação
Torcida do Grêmio promete fazer muita festa se o Inter perder a taça
Divulgação
Músicas e gritos foram preparados com o intuito de 'judiar e pressionar'
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E o Olímpico, estádio dos gremistas, pode ser palco de outra festa no ano
COLORADOS FAZEM LOUCURAS
PÁGINA DO MUNDIAL
No segundo clássico, no Olímpico, a segurança foi multiplicada, mas ainda assim os torcedores do Inter entraram em conflito com os soldados da Brigada Militar e quebraram os banheiros do estádio do Grêmio.
Algumas torcidas se destacam mais que as outras na capacidade de ódio ao inimigo. Pelo lado do Inter, a Camisa 12 e a Popular; no lado dos tricolores, nenhuma se compara à Geral do Grêmio, aquela que instituiu um estilo de comemoração que já se tornou uma atração impressionante nos jogos do time: a avalanche, quando os torcedores descem as arquibancadas correndo para comemorar os gols, numa perigosíssima manobra que já gerou alguns acidentes e fraturas.
Mas até a Geral terá de secar o Inter em silêncio, no Mundial. Não há alternativa. Pelo menos até que se confirme a derrota do rival na competição, pois quando e se acontecer tal fato, a festa será intensa, como a comemoração de um título.
É o que prevê um dos líderes da torcida gremista, Alexandre Martau. Segundo ele, "vamos ficar em casa, de olho na televisão, por dois motivos: primeiro porque o horário, de manhã cedo, não motiva ninguém a sair para as ruas; e segundo porque os bares e demais locais de concentração de torcida estarão tomados pelos colorados".
E, estando tomados pelos torcedores vestidos de vermelho e branco, "se aparecermos certamente vai dar muita confusão". Mas, deixa claro Martau, "os foguetes estarão à mão e se o Inter perder vai ser um estouro só na cidade".
Gremistas lembram 1995 e querem vingança
Se o Inter vencer o Mundial neste 2006, igualará o Grêmio, que chegou ao mesmo título em 1983, oportunidade em que derrotou o Hamburgo, da Alemanha, por 2 a 1, com dois gols do eterno ídolo Renato Portaluppi. Mas o tricolor poderia já ter chegado ao bi, não tivesse sido derrotado nos pênaltis pelo Ajax, da Holanda.
O fracasso naquela decisão fez os colorados tomarem conta das ruas numa festa impressionante, causando revolta e dor nos frustrados gremistas. Um deles, o jornalista e pesquisador Laert César Lopes, que fora assistir o jogo na casa de amigos, lembra de ter voltado para casa e passado por ruas tomadas de vermelho e branco e muitas faixas saudando o clube holandês. "Ajax, o Inter da Holanda", dizia uma delas.
Hoje, Laert, 58 anos, proprietário de uma cadeira em zona nobre do estádio Olímpico, onde não perde um jogo sequer de seu time, sonha por vingança. Respondeu ele, em conversa rápida e bem humorada com a reportagem do Pelé.Net...
Pelé.Net - Chegou a hora da vingança?
Laert Lopes - Não esqueço a comemoração que eles fizeram quando perdemos aquele Mundial. É claro que vou secar.
Pelé.Net - O que espera nessa competição?
Laert Lopes - Para começar, que nos treinamentos antes de começar a competição, o Fernandão sofra uma lesão e não possa jogar. Nada grave, pois não sou tão raivoso assim. Uma lesão leve, suficiente para tirá-lo da competição.
Só isso?
Laert Lopes - Não. A suprema vingança seria o Inter perder já na primeira partida, para neozelandeses ou egípcios.
Chega, não?
Laert Lopes - Ah... Só mais uma coisa. Que o juiz seja daqueles bem rigorosos, que na primeira falta violenta expulse o Edinho de campo.
Além de Laert, outro gremista tem um fato engasgado na goela e aguarda ansiosamente pela derrota do Inter para dar o troco. Esse é Élvio Alberto dos Santos, 42 anos, que naquele 1995 era chefe de gabinete do governador do Estado do Rio Grande do Sul, o gremista Antônio Brito.
Tão anti-colorado quanto Brito, Élvio viu chegar ao Palácio Piratini, um dia após a derrota do Grêmio para o Ajax, um jornalista identificado com o Inter. Ele disse que tinha um presente a dar ao governador. Élvio não permitiu o contato direto, mas ficou com o pequeno embrulho para entregar posteriormente.
Desconfiou, não entregou, e ainda tomou a liberdade de abrir o presente. Era um alfinete de lapela com o símbolo do clube holandês.
"Guardo até hoje aquele presentinho, e não vejo a hora de dar o troco na mesma moeda", diz Élvio. Ele só não comprou ainda o símbolo do Barcelona, pois também tem uma pequena esperança de que o Inter acabe sendo eliminado já nas semifinais do Mundial e ele tenha de procurar o alfinete de lapela que representa o Al-Ahli ou o Auckland City.
pele.net
