Religião é Veneno

Os advogados do fórum (deste), já devem saber de tudo isso. Mas, para os que não...

Algum tempo atrás pedi informação para um engravatado em um fórum de justiça, agradecendo-o apenas com um "obrigado". Qual a minha surpresa quando o distinto senhor retrucou-me: "obrigado, DOUTOR", como me corrigindo. Caramba. Eu já estava meio puto porque não tinham me deixado entrar um dia anterior, por estar de chinelos e camisa regata (moro na praia). Não resisti. Perguntei: "ah, bem, qual foi o tema de sua tese de doutorado acadêmico?". Não lembro as exatas palavras com que ele me rebateu de forma ríspida, mas foi algo do tipo: "mais respeito enquanto estiveres na casa da justiça". Só lembro de ter dado um sorriso irônico e um balançar negativo de cabeça, e dei minhas costas. Não acho algo grave chamar alguém de doutor sem o sê-lo, mas fazê-lo por imposição, daí já é provocação. Acredito que poucos advogados são assim arrogantes, por isso gostaria de deixar claro o meu descontentamento não com os advogados, mas com este (e outros semelhantes) em específico, por sua arrogância. Já conheci doutores (de verdade) que te tratam como colega, de igual para igual, e acredito que estes, verdadeiros, têm repulsa ao pedantismo, acadêmico ou não. Para os que não sabem, como eu não sabia, a origem deste tratamento para com os advogados, e também médicos apenas graduados, visitem:

http://tuliovianna.org/?p=114

Você não poderia ter ido ao fórum de chinelo cara, não pode ir de camiseta cavada e nem de bermuda também.

Mas voltando ao assunto principal, que se dane.
Nem se eu tivesse doutorado exigiria algo como ser chamado de "doutor". Auto afirmação ridícula, coisa de quem sofre de elefantíase do ego.

Quando o cara te corrigiu "obrigado, doutor", vc deveria responder "de nada..."

Bem, eu sempre fiquei na minha, mas sempre tratei os outros com respeito.
No caso, ninguém me enche o saca com isso pois parece que sentem quando estão mexendo com quem não deve. Então, eu fico na minha.

Let me think for a while escreveu:Os advogados do fórum (deste), já devem saber de tudo isso. Mas, para os que não...

Algum tempo atrás pedi informação para um engravatado em um fórum de justiça, agradecendo-o apenas com um "obrigado". Qual a minha surpresa quando o distinto senhor retrucou-me: "obrigado, DOUTOR", como me corrigindo. Caramba. Eu já estava meio puto porque não tinham me deixado entrar um dia anterior, por estar de chinelos e camisa regata (moro na praia). Não resisti. Perguntei: "ah, bem, qual foi o tema de sua tese de doutorado acadêmico?". Não lembro as exatas palavras com que ele me rebateu de forma ríspida, mas foi algo do tipo: "mais respeito enquanto estiveres na casa da justiça". Só lembro de ter dado um sorriso irônico e um balançar negativo de cabeça, e dei minhas costas. Não acho algo grave chamar alguém de doutor sem o sê-lo, mas fazê-lo por imposição, daí já é provocação. Acredito que poucos advogados são assim arrogantes, por isso gostaria de deixar claro o meu descontentamento não com os advogados, mas com este (e outros semelhantes) em específico, por sua arrogância. Já conheci doutores (de verdade) que te tratam como colega, de igual para igual, e acredito que estes, verdadeiros, têm repulsa ao pedantismo, acadêmico ou não. Para os que não sabem, como eu não sabia, a origem deste tratamento para com os advogados, e também médicos apenas graduados, visitem:

http://tuliovianna.org/?p=114

Esse é um tipo de "tradição", "costume", que a gente não consegue se livrar.

Eu não faria a mínima questão, mas nos corredores de um fórum, em uma sala de audiências, experimente referir-se aos colegas pelo nome e não por "doutor"...

No escritório em que trabalho, como os demais advogados são bem mais velhos, não tem nem como.

Quando atendo o telefone, por exemplo, digo o meu nome e identifico-me como advogado e não digo "é o doutor tal que está falando". Isso é meio besta.

Até porquê logo que comecei a advogar, há poucos anos, eu tinha certa dificuldade com isso, por ser bem mais novo que a maioria dos meus clientes (o que ocorre ainda hoje).

Mas também não gostava quando algum folgado dizia, "pois é garoto, o lance é o seguinte"...

Whatever..., As pessoas não são obrigadas a adivinhar que o fulano engravatado em um corredor de fórum é advogado e lhe agrada ser chamado de doutor. É uma questão de respeito? Acho que mais de tradição que de respeito.

Outra coisa, tem muito advogado arrogante e que não se furta a se intrometer nos assuntoa alheios para encher o saco dos outros.

Outro dia, esperando para fazer uma carga na Justiça do Trabalho, presenciei um fato assim. Um estagiário, muito novo, estava manuseando um processo e comentou com o funcionário que naquele caso seria necessário o advogado o qual representava pedir um determinado prazo. Um advogado qua estava aguardando no balcão, virou-se bruscamente e de modo nada agradável e disse ao guri: "Doutor, advogado não pede, advogado requer!"

Eu pergunto, para quê isso?

O garoto provavelmente sabia que na linguagem jurídica se usa o termo requerimento, mas em conversas informais não há a menor obrigação de se manter esse nível técnico.

Viadagem pura.

Contratamos recentemente uma fisioterapeuta, jovem, bonita e simpática, sempre me dirija a ela como Doutora, e ela cai na gargalhada.

Doutor é quem tem doutorado. Ponto.

Acho que devíamos espalhar melhor o costume de chamar as pessoas pela graduação que possuem. Já pensou que bacana chamar alguém de "Mestre" também?

Alenônimo escreveu:Doutor é quem tem doutorado. Ponto.

Acho que devíamos espalhar melhor o costume de chamar as pessoas pela graduação que possuem. Já pensou que bacana chamar alguém de "Mestre" também?

Tinha um professor que gostava que os alunos o chamassem de mestre.

Advogado

Doutor

estagiário

advogado requer

Mestre

Outro dia, esperando para fazer uma carga na Justiça do Trabalho, presenciei um fato assim. Um estagiário, muito novo, estava manuseando um processo e comentou com o funcionário que naquele caso seria necessário o advogado o qual representava pedir um determinado prazo. Um advogado qua estava aguardando no balcão, virou-se bruscamente e de modo nada agradável e disse ao guri: "Doutor, advogado não pede, advogado requer!"

Eu pergunto, para quê isso?

O garoto provavelmente sabia que na linguagem jurídica se usa o termo requerimento, mas em conversas informais não há a menor obrigação de se manter esse nível técnico.

hahahahaahhahahahahahha



[/quote]

Eu tinha um professor de metodologia que se recusava em escrever em petições: Exmo sr. dr. juiz de direito ....

Ele apenas escrevia:

Senhor Juiz ...

e nunca teve problemas...

Em homenagem a sub-raça dos estagiários...


PIRÂMIDE SOCIAL DOS GRANDES ESCRITÓRIOS DE ADVOCACIA

O Sócio Majoritário:


Sempre de bom humor, o Sócio Majoritário ganha rios de dinheiro explorando o trabalho escravo dos outros
componentes da pirâmide social do escritório. Graças à sua reputação de excelente jurista, o escritório conquistou inúmeros clientes trilhardários, que mal sabem que ele só assina as petições e fica lendo jornal e fazendo contatos
na sua mega sala. Passa o tempo viajando pelo mundo em "congressos" com a família e pendura todos os diplomas que ganhou pelas paredes do escritório para impressionar a moçada.

Seu maior prazer é prometer a direção do escritório aos sócio minoritários.




O Sócio Minoritário:


Misteriosamente, sempre trata o Sócio Majoritário por "Pai", "Tio" ou "Benhê".

De sobrenome idêntico ao que dá nome ao escritório, o sócio minoritário pega todos os processos que o majoritário não tem saco nem tempo pra ver, e delega tudo aos advogados associados, que, por sua vez, passam tudo prós estagiários, que:

1) claro, nunca tiveram aquela matéria;

2) nunca tiveram aquela matéria bem dada;

3) faltaram àquela aula;

4) como pensam que sabem a matéria, acham que se trata de uma verdadeira heresia jurídica.

O sócio minoritário larga o escritório às 18:00 h pra fazer as aulas da PÓS ou MBA, com o orientador arranjado pelo "papi, titio ou benhê".

Seu maior prazer é prometer todo tipo de abobrinha para os pobres advogados associados, e esperar a morte do sócio majoritário.



O Advogado Associado:


Dá um duro danado no escritório: hora extra não remunerada, leva trabalho paro fim de semana, tem estresse, estafa, início de calvicie e impotência sexual.

Leva o trabalho pros sócios "analisarem" e assinarem tudinho. Em troca, ganha muito bem e, como perdeu os amigos, a mulher e os filhos, sobra uma puta grana.

Não tem a menor idéia do que fazer com toda a bufunfa no seu tempo livre: a hora do almoço.
Sua maior diversão é prometer passar "umas coisas" para os recém efetivados e rir das piadas infames de todos os sócios, pois o saco dos chefes é o corrimão da glória.



O Recém Efetivado:


O Estagiário mais antigo é promovido. Normalmente é o mais elegante do escritório e se acha "O" advogado, enchendo o saco dos amigos com os "causos" lá do escritório.

Despreza os estagiários e, para mostrar seu enorme status, manda os pobrezinhos de terno e gravata pretos ou azuis, para os piores buracos possíveis debaixo do sol: fóruns do interior e regionais, inclusive de Bangú, onde dá para fritar um ovo no chão; Juizado especial de São Gonçalo e de Alcântara; Justiça Federal; Varas Trabalhistas; elevadores da Fazenda Pública Estadual; Prefeitura "piranhão", tirar certidões de pesquisas de bens 5º e 6º); até busca e apreensão: o desgraçado manda o estagiário, às 6 horas da manhã, encontrar com o Oficial de Justiça, e o incumbe da funesta obrigação de dizer que o cliente não liberou aqueles trezentos reais de propina.

Tem certeza que pode fazer muito melhor o trabalho dos advogados associados. Sua grande felicidade é dizer aos novatos, com ares de experiência, que "é assim mesmo" ou "antes era pior".



O Estagiário Novato:


A vida dele é tão miserável...

Faz turismo no Rio de Janeiro. Só pega serviços externos o dia inteiro e se ferra na faculdade.
Seu conhecimento de pontos de ônibus é notável, ele é capaz de recitar, na ordem, todas as estações das linhas do Rio, Grande Rio, Niterói e adjacências.

Normalmente sobra para ele ser preposto de matéria que ele não sabe em alguma audiência; entregar documentos (que o advogado esqueceu de levar) no último andar da Trabalhista da Santa Luzia, dez minutos antes da audiência, com a fila dobrando do lado de fora e tendo que subir todos os andares de escada; e despachar petição de juntada que o burro do advogado acha que é importante, esperando somente duas horas para ser atendido por V.Exa, que olha para ele do alto de toda sua juizite como se ele fosse o cocô do cavalo do bandido.

Seu maior prazer é contar pros amigos de faculdade que está aprendendo "muito".

Reaquícios bobos da cultura nobiliárquica.

No Nordeste os donos dos grandes veiculos de comunicação são tratados como DOTÔ, em muitos não tem nem o primario, na verdade só os muito BABACAS fazem questão de serem tratados assim, se vc estiver em um tribunal a boa educação e a ocasião e local determinam esse tratamento!
Veja o Tranca Ruas, o cara é Baixaréul e nem liga pra isso!

O Kramer tá ganhando do Azathoth!

Let me think for a while escreveu:Os advogados do fórum (deste), já devem saber de tudo isso. Mas, para os que não...

Algum tempo atrás pedi informação para um engravatado em um fórum de justiça, agradecendo-o apenas com um "obrigado". Qual a minha surpresa quando o distinto senhor retrucou-me: "obrigado, DOUTOR", como me corrigindo. Caramba. Eu já estava meio puto porque não tinham me deixado entrar um dia anterior, por estar de chinelos e camisa regata (moro na praia). Não resisti. Perguntei: "ah, bem, qual foi o tema de sua tese de doutorado acadêmico?". Não lembro as exatas palavras com que ele me rebateu de forma ríspida, mas foi algo do tipo: "mais respeito enquanto estiveres na casa da justiça". Só lembro de ter dado um sorriso irônico e um balançar negativo de cabeça, e dei minhas costas. Não acho algo grave chamar alguém de doutor sem o sê-lo, mas fazê-lo por imposição, daí já é provocação. Acredito que poucos advogados são assim arrogantes, por isso gostaria de deixar claro o meu descontentamento não com os advogados, mas com este (e outros semelhantes) em específico, por sua arrogância. Já conheci doutores (de verdade) que te tratam como colega, de igual para igual, e acredito que estes, verdadeiros, têm repulsa ao pedantismo, acadêmico ou não. Para os que não sabem, como eu não sabia, a origem deste tratamento para com os advogados, e também médicos apenas graduados, visitem:

http://tuliovianna.org/?p=114

Puxa, mas que cincidência!
Tinha escolhido esse tema para postar, mas infelizmente por falta de tempo não o fiz!
Inclusive era esse endereço que ia usar como postagem!

videomaker escreveu:
Veja o Tranca Ruas, o cara é Baixaréul e nem liga pra isso!

Você digitando o título dele desse jeito, garanto que ele vai ligar!

Alenônimo escreveu:Doutor é quem tem doutorado. Ponto.

Acho que devíamos espalhar melhor o costume de chamar as pessoas pela graduação que possuem. Já pensou que bacana chamar alguém de "Mestre" também?

Correto!

Você só disse obrigado. Ele sendo doutor, Ph.D. ou qualquer outra coisa não faz a menor diferença. Talvez se tivesse dito: "Obrigado mestre" já seria diferente, pois seria como tratar o presidente por vossa santidade, o papa por ilmo e afins...