Um ser transcendente é infinitamente complexo, e por isso não pode ser compreendido, muito menos provado ou demonstrado por seres que não são transcendentes. Nada que seres humanos compreendem ou constroem é transcendente a esse nivel. E se fosse, não seria com argumentos verbais que se demonstraria essa transcendência.
Vc está raciocinando baseado em duas premissas infundadas,as quais foram justamente as pressuposiçôes refutadas por meu argumento,a saber:
1)De que é necessária a aquisiçâo de evidências empíricas para se constatar a existência do Ser infinito.
2)De que a a convicçâo da existência de um Ser infinito exige investigaçôes e elucrubaçôes universais,que forneçam uma quantidade absoluta de dados.
Numa escala limitada de complexidade esta assertiva é completamente verdadeira porque quanto mais complexo é um ser mais evidências e dados de sua existência sâo requeridos.
No entanto,numa escala universal de complexidade,a complexidade ilimitada de um ser equivale à probalidade máxima de sua existência,pelo fato de nâo haver nenhuma condiçâo ou cláusula experimental que possa transcedê-lo e contradizer sua existência.
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Como um mero ser hipotético pode ser uma fonte motivadora mais eficiente do que um ser de cuja existência há certeza absoluta?
Porque a certeza absoluta cega e encoraja uma série de vícios morais, emocionais e espirituais, do fanatismo à esquizofrenia passando pelo materialismo espiritual. Os verdadeiros méritos humanos exigem um certo grau de questionamento sempre renovado para ser cultivados e mantidos.
Isso é uma livre associaçâo,diria até uma presunçâo baseada em préconceito discriminatório.A certeza epistemológica nâo determina a conduta e sim uma Base axiológica de valores.
Nâo importa se tenho certeza absoluta da existência de um Ser para que eu seja lúcido e moralmente correto,o que realmente importa é o conceito que tenho do Ser Infinito.Porém,se nâo crermos absolutamente na existência de um Ser totalmente benigno,poderíamos até mesmo nos atrever a cometer delitos éticos-morais baseados na possibilidade de sua inexistência.
E um crente seria mais propenso a se corromper moralmente caso se convencesse da possibilidade da inexistência de Deus do que tendo a convicçâo de Sua existência.
Última pergunta: Vc tem como refutar meu argumento?
Não só tenho como já o fiz. Infelizmente não é nada difícil, pelo contrário.
O que você chama de "seu argumento" é na verdade um simples apelo à estética (à SUA estética, o que já autoriza qualquer um a desconsiderá-lo se quiser) que não tem o poder de invalidar discordâncias. Não é um argumento, e sim uma declaração de opção pessoal sua.
Pelo que vejo você está apaixonado pela idéia de inversão do ônus da prova. Acontece que ninguém tem a obrigação de provar que você está errado, até porque você não vai mudar de idéia, independentemente da força e qualidade de argumentos que ouça, a menos que você próprio esteja aberto a mudar de opinião. Isso não evidencia a qualidade da sua opinião ou argumentação, e sim a sua determinação em não se deixar convencer. Portanto não é uma qualidade, e sim uma séria limitação sua.
Isso é verdade para todos os assim chamados "argumentos" que você tem usado neste tópico. Mas percebo agora que você está perguntando especificamente se posso refutar sua afirmação de que um crente seria mais propenso a se corromper moralmente caso se convencesse da possibilidade da inexistência de Deus do que tendo a convicção de Sua existência. Minha resposta é que a observação dos fatos concretos mostra exatamente o contrário. São os que tem fé absoluta - ou, como acho melhor chamá-la, fé cega - que tendem a se corromper porque perderam a noção dos motivos para procurar ser virtuosos. Um teísta com dúvida sincera pode vir a se angustiar muito, mas essa angústia não tem por que corrompê-lo.
Pelo contrário (e isso nós ateus sabemos bem), se Deus não existe é que se torna mais necessário ainda que nós cuidemos de nossas motivações e atitudes - pois elas tem efeito direto em nossa qualidade de vida, e não há um Arquiteto Maior para corrigir o rumo por nós. Eu costumo dizer que a religião (a despeito do que alguns pensam) é de fato necessária. Não porque Deus existe, mas exatamente porque ele NÃO existe.
Luiz,
Vc somente estipulou apriori a suposta falibilidade do meu argumento,mas de modo algum demonstrou.Meu argumento,de fato, nâo está balizado num padrâo individual de estética,ou numa idéia equivocada do ônus da prova,mas está fundado na Lei Estatística,na Lei da Probabilidade e no próprio cerne do Método indutivo.
Representando matematicamente a estrutura silogística de meu argumento:um sistema dotado de 100% de dados e informaçôes empiricamente verificáveis=probabilidade de 100% da existência do referido sistema,de modo que 1=1.É bem simples...
Respeito muito a filosofia teísta e tenho consciência de que a imoralidade nâo está necessariamente vinculada à falta de crença numa divindade.
Eu somente contrastei o valor pragmático de uma crença parcial na existência da divindade do valor pragmático da convicçâo absoluta na sua existência.Gostaria de deixar isso bem claro,ainda mais depois de um ano de participaçâo no Fórum.
Mas isso nâo faz do ateísmo uma opçâo moralmente superior,de modo algum..[/quote]