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Record amplia sua audiência com novelas

Enviado: 26 Dez 2006, 14:28
por Johnny
Cinthya Oliveira/ O Tempo

Em 2005, a Record começou a divulgar seu novo slogan: “A caminho da liderança”. Foi nessa época que ela demonstrou que não queria mais estar entre as emissoras pequenas e pretendia disputar de igual para igual com o SBT e, posteriormente, com a emissora líder.

Seu padrão de qualidade seguiria quem entende de boa audiência, a Globo. Novelas, programas jornalísticos, de entretenimento... tudo seria inspirado nos padrões globais.

Assim, saíram de cena Boris Casoy, Raul Gil e Netinho de Paula – todos com perfis bastante diferentes do que a Globo impõe como qualidade –, e foram contratados Alexandre Avancini, Ana Hickmann, Celso Freitas, Lorena Calábria, Marcelo Serrado, Lauro César Muniz, Márcio Garcia, Gabriel Braga Nunes, Paloma Duarte etc etc.

Aparentemente, essa estratégia foi bem-sucedida. Lançada no final do ano passado, a novela “Prova de Amor” se tornou o principal produto da emissora, tanto que a trama foi esticada o máximo possível.

De acordo com Hiran Silveira, diretor do núcleo de teledramaturgia da Record, a novela alcançou 29 pontos de média de Ibope em seu último capítulo e 18 pontos de média ao longo de sua exibição.

Em algumas cidades, como o Rio de Janeiro, a audiência de “Prova de Amor” chegou a bater o “Jornal Nacional” por alguns momentos.

“O público quer alternativas e estamos oferecendo um produto de qualidade. No ano que vem, vamos fazer novelas e mais novelas, além de investir em seriados, minisséries e especiais de fim de ano”, adianta o diretor.

Mauro Alencar, doutor em comunicação e autor do livro “A Hollywood Brasileira – Um Panorama da Telenovela no Brasil”, diz que “é muito louvável a iniciativa da Record em produzir novelas, desde que haja uma melhora de qualidade e uma importante variação de temas, fundamentais para a sedimentação do gênero dentro da empresa”.

Segundo ele, o investimento em telenovelas aproxima mais o público da emissora. “A novela é um produto que agrega toda a família, pois traz uma narração de nosso cotidiano. Vemos refletidas as nossas vidas, elas representam a construção emocional de toda a sociedade, por isso é um produto chave”, afirma o especialista.

Queda-de-braço
Além de “Prova de Amor”, outros programas da Record conseguiram um bom público em 2006. “Tudo a Ver”, “Show do Tom” (que muitas vezes ganha da Globo), “Melhor do Brasil” e “Pica- pau” são algumas atrações que garantem o segundo lugar da emissora no ranking do Ibope.

Isso não quer dizer que a Record tenha tomado em definitivo a vice-liderança histórica do SBT. Só que a queda-de-braço com Silvio Santos ficou um pouco mais acirrada. Na audiência geral, das 7h às 24h, o SBT vence.

Mas, normalmente, no horário nobre, das 18h às 24h, quem ganha é a Record. Entre os dias 1º e 11 de dezembro, por exemplo, a Record teve 9 pontos de média no horário nobre, enquanto o SBT teve 7 e a Globo, 31 pontos.

Mas os números da audiência não são os únicos que indicam o crescimento da emissora do pastor Edir Macedo. A emissora é a segunda maior produtora de programação em horas semanais (são 80 horas da Record, contra 40 do SBT e 92 da Globo) e também a segunda maior exportadora de conteúdo.

São vendidos para outros países produtos como o “Repórter Record” e as novelas “A Escrava Isaura”, “Essas Mulheres” e “Cidadão Brasileiro”.

Instabilidade no SBT ajuda concorrentes

Existe mais uma explicação para o crescimento da audiência da Record, além dos investimentos em programas novos. A instabilidade do SBT também tem contribuído para isso.

Na verdade, até mesmo a Band está se beneficiando com isso – “Brasil Urgente” e “Jornal da Band”, que registravam quatro pontos de média no Ibope, subiram para seis nos últimos dias.

Foi o inverso para o SBT, que tinha média de seis nesse horário (das 18h15 às 20h15) e passou para quatro (cada ponto equivale a 55 mil domicílios na Grande São Paulo).

Há algumas semanas, Silvio Santos demitiu os assessores de imprensa de sua emissora e parou de divulgar a programação do SBT para as próprias afiliadas. O caos se instalou, causando até gafes engraçadas.

Está no site Youtube uma imagem em que, ao encerrar o telejornal, a jornalista Juliana Alvim escorregou: “O ’SBT Brasil’ termina aqui. Assista daqui a pouco o... (pára alguns segundos, procura o papel na bancada) Assista daqui a pouco o... o programa... (desiste) Boa noite.”

A situação ficou tão crítica que o relacionamento entre o SBT e suas afiliadas ficou comprometido.

“A Record definiu uma estratégia de negócio, um objetivo, um modelo a ser seguido. Os números sinalizam um acerto na escolha. Estão fazendo uma coisa que o SBT nunca fez, que é a persistência em relação à grade de programação. No início da televisão brasileira, o Boni e o Walter Clark já diziam que televisão é hábito”, afirma Laurindo Lalo Leal Filho, professor da USP e especialista em estudos sobre TV.

Segundo ele, tudo no SBT gira em torno da figura do Silvio Santos. “Mas ele não pode ficar 24 horas no ar”, diz. Ele acredita que a Record deve ousar mais para conquistar mais telespectadores, porque não basta imitar as fórmulas da Globo, se não arrojar mais no conteúdo. (CO) (com Folhapress)

Re.: Record amplia sua audiência com novelas

Enviado: 26 Dez 2006, 14:30
por Johnny
Como um dia eu já havia dito. QUem produz CONTEÚDO, é que tem mais chances de sair na frente. WB, BBC, FOX e etc que o digam.