Universo amigo? II
Universo amigo? II
Publicado hoje, 08/12/05, no Caderno de Ciências da Folha de São Paulo Online.
Curiosamente, usei este exemplo nas postagens que envolveram o tópico "Universo amigo?"
Quando o Sol bater na janela do seu quarto
Quando eu era pequeno, vivia transtornado com a idéia de que a Terra fosse ser destruída em mais uns 5 ou 6 bilhões de anos. Mesmo sabendo que naquele futuro longínquo nem os meus descendentes mais remotos poderiam sofrer com as conseqüências, aquilo me incomodava. Com o tempo, no entanto, fui aceitando que é assim que as coisas são; o Sol, hoje benevolente, não pode ser responsabilizado pelo que vai acontecer. É a sua natureza.
Estrelas, como o Sol, são imensas bolas de gás compostas principalmente por hidrogênio. Em seu núcleo, devido à violenta pressão, esses átomos de hidrogênio começam a colar uns nos outros, no processo de fusão nuclear. É essa energia produzida de fora para dentro que compensa a gravidade do gigantesco objeto (de dentro para fora) e mantém o Sol estável, com o mesmo tamanho e capaz de brilhar.
Claro, a quantidade de hidrogênio no centro solar é finita. Quando acaba, o núcleo volta a ser contraído até que a pressão leve os átomos de hélio (resultantes da fusão do hidrogênio) a serem também fundidos. A energia liberada é maior, e as camadas externas do Sol acabam se expandindo. A estrela se agiganta e fica mais fria --o calor está mais "diluído" em seu interior, que cresceu. Por isso, ela fica vermelha (basta olhar uma chama de vela para entender: a região vermelha da chama é a mais fria, a azul é a mais quente, e entre as duas encontramos a amarela).
Quando o Sol for essa gigante vermelha, daqui a uns 5 ou 6 bilhões de anos, seu tamanho atingirá a órbita da Terra. Ou seja, os três primeiros planetas do Sistema Solar estarão dentro da estrela e, portanto, serão desintegrados. É o fim da história.
Claro, vale aplicar uma pitada de sal cósmica à catástrofe: 6.000.000.000 anos é muuuuito tempo. A espécie humana só existe há uns 180 mil anos. É improvável que estejamos por aqui para testemunhar a destruição da Terra.
Mas e se a desgraça viesse em 1 bilhão de anos apenas?
É o que sugerem os cientistas norte-americanos Peter Ward e Donald Brownlee, autores de "The Life and Death of Planet Earth" (Vida e morte do planeta Terra), livro ainda não-publicado no Brasil. Eles apontam que o Sol, embora ainda esteja em seu estado "normal" (ou seja, convertendo hidrogênio em hélio), aumenta gradualmente sua atividade. Esquenta. E, em 1 bilhão de anos, o aumento de temperatura será suficiente para fazer evaporar toda a água na superfície da Terra. Sem água, sem vida. O mundo inteiro seria esterilizado, como fazemos ao ferver água no fogão de casa.
O que Ward e Brownlee querem dizer com seu livro é que não só vivemos num planeta especial mas também vivemos numa época especial --o período em que nosso planeta é habitável. Não vai durar para sempre. E, do ponto de vista da vida, o fato de restar "apenas" 1 bilhão de anos indica que os melhores anos certamente já se foram. Estima-se que as primeiras formas de vida tenham surgido ao redor de 4 bilhões de anos atrás. Se a vida como um todo vivesse cem anos, poderíamos dizer que ela já está chegando agora aos 80. (Uma senhora idosa, sem dúvida.)
Como ser humano, eu não gosto dessa idéia. Como forma de vida, menos ainda. Quero mais tempo. E aí é que dá gosto ser uma criatura inteligente, capaz de apreender as leis da física e, com isso, manipulá-las. "Não contavam com minha astúcia!", já dizia o Polegar Vermelho. Ou melhor, três astrônomos americanos que parecem ter a resposta para salvar a Terra. Basta que a troquemos de órbita, ora bolas!
Hoje em dia, é um sofrimento empurrar até um simples foguete para uma órbita além da Terra no Sistema Solar --embora façamos isso com razoável sucesso e regularidade. Imagine só empurrar um planeta inteiro até lá! Então como diabos Donald Korycansky, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, Gregory Laughlin, do Centro de Pesquisa Ames da Nasa, e Fred Adams, da Universidade de Michigan, pretendem executar essa façanha?
A idéia é dar uma de Robin Hood cósmico, roubando energia de alguns astros e transferindo-a para a pobre Terra. O segredo para fazer isso seria desviar algum astro distante, como um cometa, para as imediações terrestres. Ao passar de raspão pelo planeta, ele seria atraído gravitacionalmente e, portanto, acelerado (o mesmo efeito que ajuda naves espaciais a chegarem aos confins do Sistema Solar depois de uma passagem de raspão pelo planeta Júpiter, no chamado efeito estilingue). O que ninguém costuma levar em conta é que o efeito é mútuo: enquanto o cometa, que é menor, acaba sendo muito mais acelerado pela força gravitacional, a Terra seria apenas ligeiramente empurrada na direção contrária --ampliando de leve sua órbita ao redor do Sol. (Sim, cada espaçonave que passa por Júpiter traz aquele gigante gasoso para mais perto de nós, ainda que o efeito seja negligenciável, considerando os tamanhos da sonda e do planeta em questão.)
Segundo Korycansky, Laughlin e Adams, seria preciso realizar esse procedimento a cada 6.000 anos aproximadamente, para aos poucos "erguer" a órbita terrestre e evitar a fritura do planeta em 1 bilhão de anos. Claro, a longo prazo, isso também evitaria que ele fosse consumido dentro do Sol quando ele se convertesse numa gigante vermelha.
Nesta fase final, mesmo salva, a Terra seria inabitável --muito perto de sua estrela para evitar a esterilização. Mas estou certo de que, se os humanos conseguirem manter um esforço contínuo de salvação do planeta com uma intervenção a cada 6.000 anos, eles também serão capazes de estabelecer colônias em outros mundos; com o tempo, possivelmente até mesmo ao redor de outras estrelas.
Depois que o pior passar, e o Sol se retrair numa anã branca (quando for incapaz de fazer fusão com qualquer elemento químico, a gravidade tomará conta e fará com que ele encolha a um tamanho muito pequeno), a Terra ainda estará por aqui, como um mundo gélido e sem vida. Ainda assim, terá os resquícios do berço de uma civilização que transcendeu o tempo de vida de seu próprio planeta.
Daqui a vários bilhões de anos, haverá muito trabalho para as expedições arqueológicas humanas à Terra. A despeito de toda a sabedoria e de todo o poder adquiridos, e dos éons transcorridos, o homem prosseguirá em sua eterna busca, à procura de respostas sobre suas próprias origens.
Salvador Nogueira, 26, é repórter de Ciência da Folha e autor de "Rumo ao Infinito: Passado e Futuro da Aventura Humana na Conquista do Espaço". Escreve às quintas para a Folha Online.
E-mail: sleite@folhasp.com.br
Curiosamente, usei este exemplo nas postagens que envolveram o tópico "Universo amigo?"
Quando o Sol bater na janela do seu quarto
Quando eu era pequeno, vivia transtornado com a idéia de que a Terra fosse ser destruída em mais uns 5 ou 6 bilhões de anos. Mesmo sabendo que naquele futuro longínquo nem os meus descendentes mais remotos poderiam sofrer com as conseqüências, aquilo me incomodava. Com o tempo, no entanto, fui aceitando que é assim que as coisas são; o Sol, hoje benevolente, não pode ser responsabilizado pelo que vai acontecer. É a sua natureza.
Estrelas, como o Sol, são imensas bolas de gás compostas principalmente por hidrogênio. Em seu núcleo, devido à violenta pressão, esses átomos de hidrogênio começam a colar uns nos outros, no processo de fusão nuclear. É essa energia produzida de fora para dentro que compensa a gravidade do gigantesco objeto (de dentro para fora) e mantém o Sol estável, com o mesmo tamanho e capaz de brilhar.
Claro, a quantidade de hidrogênio no centro solar é finita. Quando acaba, o núcleo volta a ser contraído até que a pressão leve os átomos de hélio (resultantes da fusão do hidrogênio) a serem também fundidos. A energia liberada é maior, e as camadas externas do Sol acabam se expandindo. A estrela se agiganta e fica mais fria --o calor está mais "diluído" em seu interior, que cresceu. Por isso, ela fica vermelha (basta olhar uma chama de vela para entender: a região vermelha da chama é a mais fria, a azul é a mais quente, e entre as duas encontramos a amarela).
Quando o Sol for essa gigante vermelha, daqui a uns 5 ou 6 bilhões de anos, seu tamanho atingirá a órbita da Terra. Ou seja, os três primeiros planetas do Sistema Solar estarão dentro da estrela e, portanto, serão desintegrados. É o fim da história.
Claro, vale aplicar uma pitada de sal cósmica à catástrofe: 6.000.000.000 anos é muuuuito tempo. A espécie humana só existe há uns 180 mil anos. É improvável que estejamos por aqui para testemunhar a destruição da Terra.
Mas e se a desgraça viesse em 1 bilhão de anos apenas?
É o que sugerem os cientistas norte-americanos Peter Ward e Donald Brownlee, autores de "The Life and Death of Planet Earth" (Vida e morte do planeta Terra), livro ainda não-publicado no Brasil. Eles apontam que o Sol, embora ainda esteja em seu estado "normal" (ou seja, convertendo hidrogênio em hélio), aumenta gradualmente sua atividade. Esquenta. E, em 1 bilhão de anos, o aumento de temperatura será suficiente para fazer evaporar toda a água na superfície da Terra. Sem água, sem vida. O mundo inteiro seria esterilizado, como fazemos ao ferver água no fogão de casa.
O que Ward e Brownlee querem dizer com seu livro é que não só vivemos num planeta especial mas também vivemos numa época especial --o período em que nosso planeta é habitável. Não vai durar para sempre. E, do ponto de vista da vida, o fato de restar "apenas" 1 bilhão de anos indica que os melhores anos certamente já se foram. Estima-se que as primeiras formas de vida tenham surgido ao redor de 4 bilhões de anos atrás. Se a vida como um todo vivesse cem anos, poderíamos dizer que ela já está chegando agora aos 80. (Uma senhora idosa, sem dúvida.)
Como ser humano, eu não gosto dessa idéia. Como forma de vida, menos ainda. Quero mais tempo. E aí é que dá gosto ser uma criatura inteligente, capaz de apreender as leis da física e, com isso, manipulá-las. "Não contavam com minha astúcia!", já dizia o Polegar Vermelho. Ou melhor, três astrônomos americanos que parecem ter a resposta para salvar a Terra. Basta que a troquemos de órbita, ora bolas!
Hoje em dia, é um sofrimento empurrar até um simples foguete para uma órbita além da Terra no Sistema Solar --embora façamos isso com razoável sucesso e regularidade. Imagine só empurrar um planeta inteiro até lá! Então como diabos Donald Korycansky, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, Gregory Laughlin, do Centro de Pesquisa Ames da Nasa, e Fred Adams, da Universidade de Michigan, pretendem executar essa façanha?
A idéia é dar uma de Robin Hood cósmico, roubando energia de alguns astros e transferindo-a para a pobre Terra. O segredo para fazer isso seria desviar algum astro distante, como um cometa, para as imediações terrestres. Ao passar de raspão pelo planeta, ele seria atraído gravitacionalmente e, portanto, acelerado (o mesmo efeito que ajuda naves espaciais a chegarem aos confins do Sistema Solar depois de uma passagem de raspão pelo planeta Júpiter, no chamado efeito estilingue). O que ninguém costuma levar em conta é que o efeito é mútuo: enquanto o cometa, que é menor, acaba sendo muito mais acelerado pela força gravitacional, a Terra seria apenas ligeiramente empurrada na direção contrária --ampliando de leve sua órbita ao redor do Sol. (Sim, cada espaçonave que passa por Júpiter traz aquele gigante gasoso para mais perto de nós, ainda que o efeito seja negligenciável, considerando os tamanhos da sonda e do planeta em questão.)
Segundo Korycansky, Laughlin e Adams, seria preciso realizar esse procedimento a cada 6.000 anos aproximadamente, para aos poucos "erguer" a órbita terrestre e evitar a fritura do planeta em 1 bilhão de anos. Claro, a longo prazo, isso também evitaria que ele fosse consumido dentro do Sol quando ele se convertesse numa gigante vermelha.
Nesta fase final, mesmo salva, a Terra seria inabitável --muito perto de sua estrela para evitar a esterilização. Mas estou certo de que, se os humanos conseguirem manter um esforço contínuo de salvação do planeta com uma intervenção a cada 6.000 anos, eles também serão capazes de estabelecer colônias em outros mundos; com o tempo, possivelmente até mesmo ao redor de outras estrelas.
Depois que o pior passar, e o Sol se retrair numa anã branca (quando for incapaz de fazer fusão com qualquer elemento químico, a gravidade tomará conta e fará com que ele encolha a um tamanho muito pequeno), a Terra ainda estará por aqui, como um mundo gélido e sem vida. Ainda assim, terá os resquícios do berço de uma civilização que transcendeu o tempo de vida de seu próprio planeta.
Daqui a vários bilhões de anos, haverá muito trabalho para as expedições arqueológicas humanas à Terra. A despeito de toda a sabedoria e de todo o poder adquiridos, e dos éons transcorridos, o homem prosseguirá em sua eterna busca, à procura de respostas sobre suas próprias origens.
Salvador Nogueira, 26, é repórter de Ciência da Folha e autor de "Rumo ao Infinito: Passado e Futuro da Aventura Humana na Conquista do Espaço". Escreve às quintas para a Folha Online.
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Fayman
autor de:
OS GUARDIÕES DO TEMPO
RELÂMPAGOS DE SANGUE
ANJO - A FACE DO MAL
AMOR VAMPIRO
(Coletânea 7 autores)
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- Aurelio Moraes
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Re.: Universo amigo? II
Só 1 bilhão de anos, caralho?
Droga, vou ter que rever os meus planos.
Droga, vou ter que rever os meus planos.

- Fernando Silva
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Re.: Universo amigo? II
Depois de tanto tempo, se sobrevivermos, talvez sejamos bem diferentes fisicamente do que somos hoje. E talvez ramificados em subespécies diferentes, com culturas e línguas radicamente diferentes, devido ao isolamento, a menos que, até lá, se tenha descoberto um meio de transporte ou, pelo menos, de comunicação instantâneo (como o "ansible").
Quanto à parte ética, talvez apenas espalhemos nossos defeitos atuais pelas estrelas.
Quanto à parte ética, talvez apenas espalhemos nossos defeitos atuais pelas estrelas.
- Carlos Castelo
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Mas e se a desgraça viesse em 1 bilhão de anos apenas?
É o que sugerem os cientistas norte-americanos Peter Ward e Donald Brownlee, autores de "The Life and Death of Planet Earth" (Vida e morte do planeta Terra), livro ainda não-publicado no Brasil. Eles apontam que o Sol, embora ainda esteja em seu estado "normal" (ou seja, convertendo hidrogênio em hélio), aumenta gradualmente sua atividade. Esquenta. E, em 1 bilhão de anos, o aumento de temperatura será suficiente para fazer evaporar toda a água na superfície da Terra. Sem água, sem vida. O mundo inteiro seria esterilizado, como fazemos ao ferver água no fogão de casa.
Sendo pessimista e ao mesmo tempo realista, acredito que daqui a 1 bilhão de anos a raça humana nem exista mais!
Nós apenas mais e mais, subtraimos do planeta e nada repomos ou renovamos.
Nós também sabemos o quanto a verdade é muitas vezes cruel, e nos perguntamos se a ilusão não é mais consoladora.
Henri Poincaré (1854-1912)
Quando se coloca o centro de gravida da vida não na vida, mas no "além"-no nada-, tira-se à vida o seu centro de gravidade.
Nietzsche - O Anticristo.
Henri Poincaré (1854-1912)
Quando se coloca o centro de gravida da vida não na vida, mas no "além"-no nada-, tira-se à vida o seu centro de gravidade.
Nietzsche - O Anticristo.
- Fernando Silva
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- Registrado em: 25 Out 2005, 11:21
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Fayman escreveu:"ansible"
"ansible"? Que raios é "ansible"?
O ansible, na ficção científica, é um rádio que permite comunicação instantânea não importando a distância.
Ele se baseia no efeito da mecânica quântica que faz com que alterações no spin de uma partícula provoquem alteração idêntica em outra partícula ligada a ela, esteja onde estiver.
Não conheço o suficiente de MQ para entrar em mais detalhes.
- videomaker
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Re: Re.: Universo amigo? II
Fernando Silva escreveu:Depois de tanto tempo, se sobrevivermos, talvez sejamos bem diferentes fisicamente do que somos hoje. E talvez ramificados em subespécies diferentes, com culturas e línguas radicamente diferentes, devido ao isolamento, a menos que, até lá, se tenha descoberto um meio de transporte ou, pelo menos, de comunicação instantâneo (como o "ansible").
Quanto à parte ética, talvez apenas espalhemos nossos defeitos atuais pelas estrelas.
E as virtudes ? nem pensar né !!
Há dois meios de ser enganado. Um é acreditar no que não é verdadeiro; o outro é recusar a acreditar no que é verdadeiro. Søren Kierkegaard (1813-1855)
O ansible, na ficção científica, é um rádio que permite comunicação instantânea não importando a distância.
Ele se baseia no efeito da mecânica quântica que faz com que alterações no spin de uma partícula provoquem alteração idêntica em outra partícula ligada a ela, esteja onde estiver.
Não conheço o suficiente de MQ para entrar em mais detalhes.
Isso nada mais é do que o (hoje) chamado Efeito EPR. É uma característica quântica, mas somente de pares de partículas que já estiveram em contato alguma vez, e produzem um Estado de Entrelaçamento.
É o princípio que está por detrás do chamado Teleporte Quântico e base do futuro Computador Quântico.
Eu nunca li nenhuma ficção que se utilizava desse método, até mesmo porque, já está mais que demonstrado que esse esquema não se presta a transmitir informações com velocidade acima da luz. Eu nem me recordo mais o porquê, para explicar aqui de uma maneira simplificada, mas creio que na Internet você deve achar algo a respeito. Em alguns livros de divulgação também há comentários sobre isso, principalmente quando falam de Desigualdade de Bell.
No mais, na ficção que eu lia, as comunicações eram feitas através do bom e velho Hiperesraço! Idéia tão velha que, para ser aproveitada em Jornada nas Estrelas, tiveram que inovar, reinventadas com o nome de Frequências Sub-Espaciais!
Ele se baseia no efeito da mecânica quântica que faz com que alterações no spin de uma partícula provoquem alteração idêntica em outra partícula ligada a ela, esteja onde estiver.
Não conheço o suficiente de MQ para entrar em mais detalhes.
Isso nada mais é do que o (hoje) chamado Efeito EPR. É uma característica quântica, mas somente de pares de partículas que já estiveram em contato alguma vez, e produzem um Estado de Entrelaçamento.
É o princípio que está por detrás do chamado Teleporte Quântico e base do futuro Computador Quântico.
Eu nunca li nenhuma ficção que se utilizava desse método, até mesmo porque, já está mais que demonstrado que esse esquema não se presta a transmitir informações com velocidade acima da luz. Eu nem me recordo mais o porquê, para explicar aqui de uma maneira simplificada, mas creio que na Internet você deve achar algo a respeito. Em alguns livros de divulgação também há comentários sobre isso, principalmente quando falam de Desigualdade de Bell.
No mais, na ficção que eu lia, as comunicações eram feitas através do bom e velho Hiperesraço! Idéia tão velha que, para ser aproveitada em Jornada nas Estrelas, tiveram que inovar, reinventadas com o nome de Frequências Sub-Espaciais!
Fayman
autor de:
OS GUARDIÕES DO TEMPO
RELÂMPAGOS DE SANGUE
ANJO - A FACE DO MAL
AMOR VAMPIRO
(Coletânea 7 autores)
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- Carlos Castelo
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Hoje em dia, é um sofrimento empurrar até um simples foguete para uma órbita além da Terra no Sistema Solar --embora façamos isso com razoável sucesso e regularidade. Imagine só empurrar um planeta inteiro até lá! Então como diabos Donald Korycansky, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, Gregory Laughlin, do Centro de Pesquisa Ames da Nasa, e Fred Adams, da Universidade de Michigan, pretendem executar essa façanha?
A idéia é dar uma de Robin Hood cósmico, roubando energia de alguns astros e transferindo-a para a pobre Terra. O segredo para fazer isso seria desviar algum astro distante, como um cometa, para as imediações terrestres. Ao passar de raspão pelo planeta, ele seria atraído gravitacionalmente e, portanto, acelerado (o mesmo efeito que ajuda naves espaciais a chegarem aos confins do Sistema Solar depois de uma passagem de raspão pelo planeta Júpiter, no chamado efeito estilingue). O que ninguém costuma levar em conta é que o efeito é mútuo: enquanto o cometa, que é menor, acaba sendo muito mais acelerado pela força gravitacional, a Terra seria apenas ligeiramente empurrada na direção contrária --ampliando de leve sua órbita ao redor do Sol. (Sim, cada espaçonave que passa por Júpiter traz aquele gigante gasoso para mais perto de nós, ainda que o efeito seja negligenciável, considerando os tamanhos da sonda e do planeta em questão.)
Será que isso não seria um acontecimento meio ficção científica?
Falo no sentido de tirar o planeta da sua órbita.
Nós também sabemos o quanto a verdade é muitas vezes cruel, e nos perguntamos se a ilusão não é mais consoladora.
Henri Poincaré (1854-1912)
Quando se coloca o centro de gravida da vida não na vida, mas no "além"-no nada-, tira-se à vida o seu centro de gravidade.
Nietzsche - O Anticristo.
Henri Poincaré (1854-1912)
Quando se coloca o centro de gravida da vida não na vida, mas no "além"-no nada-, tira-se à vida o seu centro de gravidade.
Nietzsche - O Anticristo.
- Fernando Silva
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- Registrado em: 25 Out 2005, 11:21
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Fayman escreveu:Eu nunca li nenhuma ficção que se utilizava desse método, até mesmo porque, já está mais que demonstrado que esse esquema não se presta a transmitir informações com velocidade acima da luz.
Ficção é ficção

A primeira vez em que vi falar de "ansible" foi na série "Ender's Game", de Scott Orson Card. Depois outro autor usou o conceito.
O ansible permitia uma internet instantânea interligando todos os computadores da humanidade, espalhada por centenas de planetas.
E foi nessa internet que surgiu espontaneamente uma inteligência artificial, que decidiu se chamar Jane.