A parábola de Brucutu
Enviado: 09 Dez 2005, 11:53
Brucutu era um bom selvagem. Morava muitas milhas de distância das metrópoles européias enfiado em uma selva perigosa como um nômade, cheia de ameaças naturais onde imperava a sobrevivência do mais forte. Apesar de todas essas adversidades, Brucutu era um exemplar seguidor da Lei Moral.
Brucutu respeitava os seres vivos. Nunca matava filhotes, caçava unicamente para o seu sustento, não desperdiçava comida, não profanava os cadáveres que abatia e sempre rezava preces às almas dos que morriam para que ele continuasse vivendo.
Brucutu respeitava e ajudava seus semelhantes. Era capaz de ceder sua única refeição de muitos dias para um idoso ou jovem faminto, estava sempre disposto a ajudar os necessitados com sua enorme força física e possuía o impulso natural de perdoar aqueles que o magoavam; ele amava companheiro ou forasteiro, amigo ou inimigo.
Brucutu exibia conduta moral até mesmo em afazeres sexuais. Intencionalmente deixou as dependências de sua tribo original pela mesma encarar a poligamia e o adultério com normalidade e fez o voto de viver casto para sempre ou até encontrar uma esposa fiel que partilhasse de suas ideologias. Com o tempo que poderia gastar se preocupando com sua sexualidade, utilizou para se tornar cada vez mais sábio sobre a Natureza.
Um dia, após seu trigésimo aniversário, Brucutu conheceu pela primeira vez um homem europeu. O homem apresentou-se como Missionário Leopoldo e disse ser Cristão protestante. Leopoldo contou a Brucutu que durante muito tempo admirava seu estilo de vida tão puro moralmente apesar de sua total ignorância das escrituras sagradas de sua religião.
Leopoldo passou uma tarde inteira na cabana do nobre ermitão contando sobre a existência de Cristo, seus ensinamentos, sua cruel execução, a doutrina da salvação e o registro da vida de Jesus nos evangelhos. Brucutu apesar de rústico tinha raciocínio rápido, e com muita educação prestou copiosa atenção às palavras do idoso pastor. O pastor explicitou que todos os seres humanos são pecadores e que para uma pós-vida de tranqüilidade, todos devem admitir esse fardo e aceitar Jesus Cristo como salvador pessoal.
Brucutu parecia muito atormentado com a doutrina de salvação, embora tivesse a compreendido nos mínimos detalhes. O Missionário Leopoldo contou ao corajoso homem que Deus havia de ter muito orgulho de um servo tão pio como ele e que Ele estava no aguardo pela sua redenção. Informou que iria voltar à sua cabana em uma semana e pediu que em sua grande sabedoria, filosofasse à respeito.
Brucutu decidiu que seria uma boa idéia seguir tal conselho com a mente descansada e se deitou após ter se despedido do venerável pastor. Naquela noite, entretanto, acordou subitamente ao ouvir sons desesperadores: uma criança chorando aos prantos.
Se prontificando para ver o que acontecia, Brucutu deixou sua cabana e constatou em horror que um grande leão perseguia um pequeno menino. Brucutu partiu para cima da fera e com as próprias mãos tentou a estrangular. O menino, à salvo, correu para sua tribo em segurança. O leão, entretanto, estava acompanhado e em segundos duas ferozes leoas se engalfinharam com o vigoroso caçador, e começaram a devorá-lo vivo.
Após dez minutos de muita luta e se debatendo de tanta dor, o herói mutilado não agüentou mais e virou refeição dos furiosos felinos. Foi uma morte lenta e brutal.
250 anos depois, no Dia do Julgamento Final, Brucutu foi ressuscitado e se viu em frente ao trono de Deus. Em uma voz grandiloqüente, Deus bradou que Brucutu não jazia no Livro da Vida e o atônito selvagem foi encaminhado ao lago de fogo e enxofre onde os condenados rangem os dentes durante toda a eternidade.
30 anos de benevolência de acordo com a Lei Moral concedendo salvação automática de sua alma foram trocados por uma noite de debates com um pastor cristão e tortura infinita.
Moral da história: a teologia evangélica tradicional não faz o menor sentido
Brucutu respeitava os seres vivos. Nunca matava filhotes, caçava unicamente para o seu sustento, não desperdiçava comida, não profanava os cadáveres que abatia e sempre rezava preces às almas dos que morriam para que ele continuasse vivendo.
Brucutu respeitava e ajudava seus semelhantes. Era capaz de ceder sua única refeição de muitos dias para um idoso ou jovem faminto, estava sempre disposto a ajudar os necessitados com sua enorme força física e possuía o impulso natural de perdoar aqueles que o magoavam; ele amava companheiro ou forasteiro, amigo ou inimigo.
Brucutu exibia conduta moral até mesmo em afazeres sexuais. Intencionalmente deixou as dependências de sua tribo original pela mesma encarar a poligamia e o adultério com normalidade e fez o voto de viver casto para sempre ou até encontrar uma esposa fiel que partilhasse de suas ideologias. Com o tempo que poderia gastar se preocupando com sua sexualidade, utilizou para se tornar cada vez mais sábio sobre a Natureza.
Um dia, após seu trigésimo aniversário, Brucutu conheceu pela primeira vez um homem europeu. O homem apresentou-se como Missionário Leopoldo e disse ser Cristão protestante. Leopoldo contou a Brucutu que durante muito tempo admirava seu estilo de vida tão puro moralmente apesar de sua total ignorância das escrituras sagradas de sua religião.
Leopoldo passou uma tarde inteira na cabana do nobre ermitão contando sobre a existência de Cristo, seus ensinamentos, sua cruel execução, a doutrina da salvação e o registro da vida de Jesus nos evangelhos. Brucutu apesar de rústico tinha raciocínio rápido, e com muita educação prestou copiosa atenção às palavras do idoso pastor. O pastor explicitou que todos os seres humanos são pecadores e que para uma pós-vida de tranqüilidade, todos devem admitir esse fardo e aceitar Jesus Cristo como salvador pessoal.
Brucutu parecia muito atormentado com a doutrina de salvação, embora tivesse a compreendido nos mínimos detalhes. O Missionário Leopoldo contou ao corajoso homem que Deus havia de ter muito orgulho de um servo tão pio como ele e que Ele estava no aguardo pela sua redenção. Informou que iria voltar à sua cabana em uma semana e pediu que em sua grande sabedoria, filosofasse à respeito.
Brucutu decidiu que seria uma boa idéia seguir tal conselho com a mente descansada e se deitou após ter se despedido do venerável pastor. Naquela noite, entretanto, acordou subitamente ao ouvir sons desesperadores: uma criança chorando aos prantos.
Se prontificando para ver o que acontecia, Brucutu deixou sua cabana e constatou em horror que um grande leão perseguia um pequeno menino. Brucutu partiu para cima da fera e com as próprias mãos tentou a estrangular. O menino, à salvo, correu para sua tribo em segurança. O leão, entretanto, estava acompanhado e em segundos duas ferozes leoas se engalfinharam com o vigoroso caçador, e começaram a devorá-lo vivo.
Após dez minutos de muita luta e se debatendo de tanta dor, o herói mutilado não agüentou mais e virou refeição dos furiosos felinos. Foi uma morte lenta e brutal.
250 anos depois, no Dia do Julgamento Final, Brucutu foi ressuscitado e se viu em frente ao trono de Deus. Em uma voz grandiloqüente, Deus bradou que Brucutu não jazia no Livro da Vida e o atônito selvagem foi encaminhado ao lago de fogo e enxofre onde os condenados rangem os dentes durante toda a eternidade.
30 anos de benevolência de acordo com a Lei Moral concedendo salvação automática de sua alma foram trocados por uma noite de debates com um pastor cristão e tortura infinita.
Moral da história: a teologia evangélica tradicional não faz o menor sentido