Nova Orleans cogita toque de recolher para deter assassinato
Enviado: 07 Jan 2007, 09:48
FONTE
NOVA ORLEANS (Reuters) - As autoridades de Nova Orleans, dispostas a acabar com uma onda de assassinatos na cidade, disseram no sábado que apresentarão em breve medidas contra o crime que podem incluir um toque de recolher.
Pelo menos sete pessoas foram mortas na primeira semana do ano, em um surto de criminalidade que gerou clamores do público por ação.
O assassinato, na quinta-feira, de uma jovem cineasta, Helen Hill, aumentou a pressão sobre a polícia.
Hill foi morta a tiros em sua casa, próxima do Bairro Francês, durante uma possível tentativa de assalto. Seu marido, Paul Gailiunas, médico, foi encontrado segurando o filho do casal, de dois anos. Gailiunas também recebeu um tiro, mas sobreviveu.
O prefeito Ray Nagin e o chefe de polícia Warren Riley disseram em entrevista à imprensa que uma estratégia contra os assassinatos seria apresentada nos próximos dias.
O toque de recolher é uma das medidas em consideração, disse Riley. Um toque de recolher do por-do-sol até o amanhecer foi imposto na cidade nos dias caóticos que se seguiram ao furacão Katrina, que causou enchentes e destruição na cidade do sul dos Estados Unidos em agosto de 2005. Riley disse que o toque de recolher funcionou na ocasião.
Nova Orleans teve sua população reduzida pela metade depois do Katrina, para 480 mil habitantes. Em 2006, a cidade teve 161 homicídios, quatro vezes a média nacional de homicídios per capita, de acordo com estatísticas do FBI.
Nagin repetiu o apelo feito pela polícia na quinta-feira para que os cidadãos ajudem, dando informações sobre os assassinatos. Nenhuma testemunha apareceu por enquanto.
"Se quisermos resolver este problema, teremos de ter mais participação dos cidadãos", disse o prefeito.
A taxa de homicídios de Nova Orleans, que por anos foi uma das mais altas dos Estados Unidos, é resultado da educação de má qualidade, desemprego e uma força policial pequena, de 1.200 homens, em comparação com 1.668 antes do Katrina.
Homens da Guarda Nacional e a polícia do Estado da Louisiana estão ajudando a patrulhar as ruas nas áreas mais devastadas pelo Katrina, na maior parte desertas.
Mesmo que já tenham se passado 16 meses desde o furacão, Nagin disse que ele ainda afeta o estado emocional da cidade. A taxa de mortalidade, sem incluir homicídios, teve uma alta de 50 por cento em relação ao período anterior ao Katrina, disse ele.