Não basta questionar!
Enviado: 09 Jan 2007, 20:45
Quanto me tornei ateu, não foi apenas por não ver evidencias da existência de um Deus. O que realmente me fez virar ateu, foi ver que as pessoas que falavam em Deus, falavam sobre céu, lugar fantástico fora desse mundo, reservado para os "bons", bem como um inferno, outro mundo fantástico reservado para os "maus".
O céu era cheio de nuvens e anjos tocando harpas, já o inferno cheio de fogo e diabinhos torturando os condenados.
Isso e milhares de outras fantasias.
E a tal da fé? Me parecia loucura!
Religião significava deixar de questionar, para em troca acreditar cegamente nessas idéias fantasiosas de mundos e seres mágicos.
Sem falar nos dogmas escravizantes que partiam de uma idéia moral torta onde um monte de coisa era supostamente "errada".
Porque praticar celibatos, jejuns e rezas sem sentido?
Porque abrir mão da vida e em troca acreditar cegamente em um mundo fantástico fora daqui?
E se essa for minha única vida?
Deixarei de vive-la por uma promessa?
90% das idéias que ouvia saindo da boca dos religiosos a minha volta, eram tão fantasiosas e patéticas que me admirava que mesmo crianças de 6 anos pudessem acreditar nelas.
Estudei em escolas boas, cresci em um mundo tecnológico que em nada combinava com essas idéias pré-históricas, nem com meus conhecimentos sobre o que a ciência ensina.
Eu não poderia estar mais enganado.
Eu não deveria ter perguntado se é possível existir um mundo bom, um "reino dos céus" fora daqui, ou um inferno terrível e cheio de fogo.
A pergunta correta é:
Quem foi que falou sobre céu e inferno e, o que ele estava querendo dizer com isso?
É uma idéia racional e que segue uma lógica plausível?
Ela pode ser comprovada?
Eu não deveria ter me perguntado se Deus existe, mas sim, o que estão querendo dizer quando falam em Deus e que tipo de ser é esse.
Após me informar sobre isso, poderia questionar se é possível a sua existência e, quais as probabilidades desse ser existir ou não.
As evidencias são mais favoráveis ou desfavoráveis?
Deus pode ser comprovado através da observação de fatos?
Deveria ter olhado para os ensinamentos religiosos e, antes de "achar" que são regras morais da conduta "divina e correta", deveria ter estudado e questionado, deveria ter perguntado:
Qual os objetivos desses ensinamentos?
O que eles fazem? Que resultados alcançamos com eles?
Eles seguem algum tipo de lógica racional?
Eu não só não fiz nada disso, como passei a "acreditar" que religião era pura bobagem, crenças cegas sem sentido, fantasias patéticas.
Isso me deu uma fé muito forte na ciência e nas minhas "crenças" sobre a ciência.
Acabei me tornando um ateu crente e um cético-cientifico que só se tornou isso por questionar fantasias bobas.
Isso me levou a um ponto de vista dogmático, onde eu estava cego a tudo aquilo que contrariava minhas crenças ateias/cientificas.
Vejamos dois exemplos:
Se os místicos falavam sobre viagem astral ser um "mundo astral" e a ciência dizia que poderia ser apenas imagens criadas pelo inconsciente, eu passava a acreditar que a viagem astral era impossível, uma fantasia criada pelo inconsciente.
Eu tinha uma crença materialista, de que o universo era material, existindo fora de mim, ele era sólido.
Bem diferente daquela baboseira religiosa sobre um universo metafísico onde tudo é "energia" e supostamente existe um mundo fora da matéria (Mundo espiritual) onde abandonamos o "corpo carnal" e passamos a habitar um corpo de "luz".
Meu corpo é matéria, é carne e isso é tudo, após ele morrer, acabou. Não existe outra possibilidade provável além dessa.
Repare que não é isso o que a ciência diz. (mas muitos "acham" que é...)
As minhas crenças não eram culpa da ciência, foram criadas por minha própria mente, que acostumada a pensar de forma dogmática, chegou a uma conclusão errônea que não transmite a realidade do que o nosso conhecimento cientifico atual demonstra.
Após estudar mais, uni o ceticismo cientifico ao ceticismo filosófico e, isso me tornou menos dogmático.
Passei a ser então um cético de verdade e me tornei agnóstico. (daqueles bem encima do muro mesmo, Deus pode existir ou não)
Estudando mais sobre filosofia, acabei chegando na religião.
Foi grande a minha surpresa ao descobrir que a religião fala sobre fatos e não sobre fantasias.
Da mesma forma que eu criava crenças cientifica, os religiosos criavam crenças religiosas, crenças que não refletiam a realidade daquilo que a religião ensina, apenas distorções fantasiosas da religião.
As coisas que mais me deixaram surpreso quanto a religião:
1 - Ensinam o ceticismo.
2 - Falam sobre fatos.
3 - Explicam racionalmente esses fatos.
4 - Nos ensinam a observar esses fatos, de modo que possamos COMPROVAR o que eles dizem! (Esse é o mais inacreditável, "comprovar", não "acreditar"...)
5 - Os ensinamentos não são guias morais da forma correta de se agir.
6 - Não é necessário "acreditar" em Deus e é até mesmo possível "comprovar" esse fato.
7 - A religião ajuda a aumentar nossa capacidade racional.
8 - A religião ajuda elimina nossas crenças, fantasias e ilusões.
9 - Religião não requer fé cega.
10 - Existem coisas importantes e fatos que só podemos aprender com a religião e em nenhuma outra fonte de ciência humana.
Claro que nada disso é da forma como pensamos, Deus não é quem ou o que imaginamos, a reencarnação (se é que realmente existe) funciona de forma completamente diferente de tudo que já ouvimos falar, etc...
No fim somos levados a não ter certeza sobre nada.
Com isso cheguei a conclusão de que aquela celebre frase está mais que correta:
Não sabemos o suficiente nem para saber se estamos fazendo as perguntas certas!
Isso me mostrou que não basta questionar, pois questionar fantasias, questionar de forma dogmática, questionar sem eliminar crenças e preconceitos... não adianta.
Temos que questionar, mas temos que apoiar nossos questionamentos no ceticismo filosófico, no estudo, na imparcialidade e na experimentação.
Não podemos procurar por informação de forma dogmática, desprezando meio milenares de informação e conhecimento (como a religião e o misticismo), descartando-os como bobagens mesmo antes de conhece-los a fundo.
Temos também que procurar todos os meios de eliminar nossos preconceitos e crenças, eliminar os "achimos" e raciocínios errôneos sobre coisas que pensamos "conhecer", mas que não conhecemos de fato.
Isso expande os limites de nossa razão, o que significa, que ela passa a ser capaz de enxergar e questionar mas do que pode fazer no momento.
Temos que libertar nossas mentes, para que possamos ser homens verdadeiramente livres e, conhecedores da realidade livre de fantasias.
Como já dizia o sábio filósofo religioso: "Conheceis a verdade e a verdade vos libertará.” ·
A conclusão é:
Não basta questionar.
Temos que questionar da forma correta, estudar, experimentar e após isso re-questionar, sempre de forma cética e imparcial.
Sem isso, podemos nos tornar "ateus crentes", não muito diferentes de teístas que acreditam em Adão e Eva.
Questionar sem um apoio, sem um método e boas ferramentas, pode nos levar a enganos tão fantasiosos quanto à idéia de um inferno de fogo que fica "lá embaixo", nos privando assim dos benefícios de um verdadeiro questionar.
Do Ex-Ateu, atualmente teísta cético: NadaSei.
PS. Acrescento uma enquête para saber o que o pessoal pensa sobre o assunto religião.
O céu era cheio de nuvens e anjos tocando harpas, já o inferno cheio de fogo e diabinhos torturando os condenados.
Isso e milhares de outras fantasias.
E a tal da fé? Me parecia loucura!
Religião significava deixar de questionar, para em troca acreditar cegamente nessas idéias fantasiosas de mundos e seres mágicos.
Sem falar nos dogmas escravizantes que partiam de uma idéia moral torta onde um monte de coisa era supostamente "errada".
Porque praticar celibatos, jejuns e rezas sem sentido?
Porque abrir mão da vida e em troca acreditar cegamente em um mundo fantástico fora daqui?
E se essa for minha única vida?
Deixarei de vive-la por uma promessa?
90% das idéias que ouvia saindo da boca dos religiosos a minha volta, eram tão fantasiosas e patéticas que me admirava que mesmo crianças de 6 anos pudessem acreditar nelas.
Estudei em escolas boas, cresci em um mundo tecnológico que em nada combinava com essas idéias pré-históricas, nem com meus conhecimentos sobre o que a ciência ensina.
Eu não poderia estar mais enganado.
Eu não deveria ter perguntado se é possível existir um mundo bom, um "reino dos céus" fora daqui, ou um inferno terrível e cheio de fogo.
A pergunta correta é:
Quem foi que falou sobre céu e inferno e, o que ele estava querendo dizer com isso?
É uma idéia racional e que segue uma lógica plausível?
Ela pode ser comprovada?
Eu não deveria ter me perguntado se Deus existe, mas sim, o que estão querendo dizer quando falam em Deus e que tipo de ser é esse.
Após me informar sobre isso, poderia questionar se é possível a sua existência e, quais as probabilidades desse ser existir ou não.
As evidencias são mais favoráveis ou desfavoráveis?
Deus pode ser comprovado através da observação de fatos?
Deveria ter olhado para os ensinamentos religiosos e, antes de "achar" que são regras morais da conduta "divina e correta", deveria ter estudado e questionado, deveria ter perguntado:
Qual os objetivos desses ensinamentos?
O que eles fazem? Que resultados alcançamos com eles?
Eles seguem algum tipo de lógica racional?
Eu não só não fiz nada disso, como passei a "acreditar" que religião era pura bobagem, crenças cegas sem sentido, fantasias patéticas.
Isso me deu uma fé muito forte na ciência e nas minhas "crenças" sobre a ciência.
Acabei me tornando um ateu crente e um cético-cientifico que só se tornou isso por questionar fantasias bobas.
Isso me levou a um ponto de vista dogmático, onde eu estava cego a tudo aquilo que contrariava minhas crenças ateias/cientificas.
Vejamos dois exemplos:
Se os místicos falavam sobre viagem astral ser um "mundo astral" e a ciência dizia que poderia ser apenas imagens criadas pelo inconsciente, eu passava a acreditar que a viagem astral era impossível, uma fantasia criada pelo inconsciente.
Eu tinha uma crença materialista, de que o universo era material, existindo fora de mim, ele era sólido.
Bem diferente daquela baboseira religiosa sobre um universo metafísico onde tudo é "energia" e supostamente existe um mundo fora da matéria (Mundo espiritual) onde abandonamos o "corpo carnal" e passamos a habitar um corpo de "luz".
Meu corpo é matéria, é carne e isso é tudo, após ele morrer, acabou. Não existe outra possibilidade provável além dessa.
Repare que não é isso o que a ciência diz. (mas muitos "acham" que é...)
As minhas crenças não eram culpa da ciência, foram criadas por minha própria mente, que acostumada a pensar de forma dogmática, chegou a uma conclusão errônea que não transmite a realidade do que o nosso conhecimento cientifico atual demonstra.
Após estudar mais, uni o ceticismo cientifico ao ceticismo filosófico e, isso me tornou menos dogmático.
Passei a ser então um cético de verdade e me tornei agnóstico. (daqueles bem encima do muro mesmo, Deus pode existir ou não)
Estudando mais sobre filosofia, acabei chegando na religião.
Foi grande a minha surpresa ao descobrir que a religião fala sobre fatos e não sobre fantasias.
Da mesma forma que eu criava crenças cientifica, os religiosos criavam crenças religiosas, crenças que não refletiam a realidade daquilo que a religião ensina, apenas distorções fantasiosas da religião.
As coisas que mais me deixaram surpreso quanto a religião:
1 - Ensinam o ceticismo.
2 - Falam sobre fatos.
3 - Explicam racionalmente esses fatos.
4 - Nos ensinam a observar esses fatos, de modo que possamos COMPROVAR o que eles dizem! (Esse é o mais inacreditável, "comprovar", não "acreditar"...)
5 - Os ensinamentos não são guias morais da forma correta de se agir.
6 - Não é necessário "acreditar" em Deus e é até mesmo possível "comprovar" esse fato.
7 - A religião ajuda a aumentar nossa capacidade racional.
8 - A religião ajuda elimina nossas crenças, fantasias e ilusões.
9 - Religião não requer fé cega.
10 - Existem coisas importantes e fatos que só podemos aprender com a religião e em nenhuma outra fonte de ciência humana.
Claro que nada disso é da forma como pensamos, Deus não é quem ou o que imaginamos, a reencarnação (se é que realmente existe) funciona de forma completamente diferente de tudo que já ouvimos falar, etc...
No fim somos levados a não ter certeza sobre nada.
Com isso cheguei a conclusão de que aquela celebre frase está mais que correta:
Não sabemos o suficiente nem para saber se estamos fazendo as perguntas certas!
Isso me mostrou que não basta questionar, pois questionar fantasias, questionar de forma dogmática, questionar sem eliminar crenças e preconceitos... não adianta.
Temos que questionar, mas temos que apoiar nossos questionamentos no ceticismo filosófico, no estudo, na imparcialidade e na experimentação.
Não podemos procurar por informação de forma dogmática, desprezando meio milenares de informação e conhecimento (como a religião e o misticismo), descartando-os como bobagens mesmo antes de conhece-los a fundo.
Temos também que procurar todos os meios de eliminar nossos preconceitos e crenças, eliminar os "achimos" e raciocínios errôneos sobre coisas que pensamos "conhecer", mas que não conhecemos de fato.
Isso expande os limites de nossa razão, o que significa, que ela passa a ser capaz de enxergar e questionar mas do que pode fazer no momento.
Temos que libertar nossas mentes, para que possamos ser homens verdadeiramente livres e, conhecedores da realidade livre de fantasias.
Como já dizia o sábio filósofo religioso: "Conheceis a verdade e a verdade vos libertará.” ·
A conclusão é:
Não basta questionar.
Temos que questionar da forma correta, estudar, experimentar e após isso re-questionar, sempre de forma cética e imparcial.
Sem isso, podemos nos tornar "ateus crentes", não muito diferentes de teístas que acreditam em Adão e Eva.
Questionar sem um apoio, sem um método e boas ferramentas, pode nos levar a enganos tão fantasiosos quanto à idéia de um inferno de fogo que fica "lá embaixo", nos privando assim dos benefícios de um verdadeiro questionar.
Do Ex-Ateu, atualmente teísta cético: NadaSei.

PS. Acrescento uma enquête para saber o que o pessoal pensa sobre o assunto religião.