EUA: Cristãos radicais "defendem" o Natal
Enviado: 09 Dez 2005, 16:20
ESTADOS UNIDOS
Eles argumentam que liberais americanos conspiram contra a festa; até Bush sofre críticas
Cristãos radicais "defendem" o Natal
ANDREW GUMBEL
DO "INDEPENDENT", EM LOS ANGELES
Renas e enfeites natalinos já cobrem shopping centers e ruas nos EUA. Presépios já foram montados em jardins residenciais. Grupos de cantores se preparam para ir de porta em porta, cantando canções de Natal para irmãos de fé. Mas, segundo um contingente cada vez maior de conservadores cristãos, o Natal não é mais comemorado com o mesmo empenho. Dizem até que o Natal corre grave perigo.
Mesmo a Casa Branca de Bush não é poupada dos dardos dos conservadores. Joseph Farah, editor do site conservador "World Net Daily", disse ao "Washington Post" que o presidente George W. Bush "afirma ser um cristão evangélico renascido em Cristo, mas não age como se o fosse". "Eu mesmo joguei fora o cartão de Natal da Casa Branca, assim que o recebi." O cartão presidencial de boas-festas não usa a palavra Natal -porque, segundo a Casa Branca, ele é enviado a pessoas de todas as fés.
Até agora, 600 mil pessoas já aderiram a um abaixo-assinado patrocinado pela Associação da Família Americana, pedindo o boicote da rede de lojas de departamento Target. Isso porque, no texto de seus anúncios, a rede deseja a seus clientes "Boas-Festas" em lugar de "Feliz Natal".
Boicotes semelhantes já foram lançados contra uma série de outras redes conhecidas, até mesmo a Wal-Mart, fundada por conservadores cristãos de Arkansas, porque uma busca pela palavra "Natal" no site da Wal-Mart remete prosaicamente para a página "Boas-Festas".
A controvérsia vem sendo alimentada diariamente por apresentadores de rádio e âncoras de televisão especialmente agressivos. John Gibson, da Fox News, chegou a lançar um livro em que acusa os americanos da esquerda secular de conspirar para eliminar o feriado cristão.
Representantes do governo americano, escolas e lojas há anos usam termos não específicos para referir-se à temporada natalina. A lógica por trás disso está no fato de que quase 25% dos cidadãos americanos não são cristãos.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0912200515.htm
Eles argumentam que liberais americanos conspiram contra a festa; até Bush sofre críticas
Cristãos radicais "defendem" o Natal
ANDREW GUMBEL
DO "INDEPENDENT", EM LOS ANGELES
Renas e enfeites natalinos já cobrem shopping centers e ruas nos EUA. Presépios já foram montados em jardins residenciais. Grupos de cantores se preparam para ir de porta em porta, cantando canções de Natal para irmãos de fé. Mas, segundo um contingente cada vez maior de conservadores cristãos, o Natal não é mais comemorado com o mesmo empenho. Dizem até que o Natal corre grave perigo.
Mesmo a Casa Branca de Bush não é poupada dos dardos dos conservadores. Joseph Farah, editor do site conservador "World Net Daily", disse ao "Washington Post" que o presidente George W. Bush "afirma ser um cristão evangélico renascido em Cristo, mas não age como se o fosse". "Eu mesmo joguei fora o cartão de Natal da Casa Branca, assim que o recebi." O cartão presidencial de boas-festas não usa a palavra Natal -porque, segundo a Casa Branca, ele é enviado a pessoas de todas as fés.
Até agora, 600 mil pessoas já aderiram a um abaixo-assinado patrocinado pela Associação da Família Americana, pedindo o boicote da rede de lojas de departamento Target. Isso porque, no texto de seus anúncios, a rede deseja a seus clientes "Boas-Festas" em lugar de "Feliz Natal".
Boicotes semelhantes já foram lançados contra uma série de outras redes conhecidas, até mesmo a Wal-Mart, fundada por conservadores cristãos de Arkansas, porque uma busca pela palavra "Natal" no site da Wal-Mart remete prosaicamente para a página "Boas-Festas".
A controvérsia vem sendo alimentada diariamente por apresentadores de rádio e âncoras de televisão especialmente agressivos. John Gibson, da Fox News, chegou a lançar um livro em que acusa os americanos da esquerda secular de conspirar para eliminar o feriado cristão.
Representantes do governo americano, escolas e lojas há anos usam termos não específicos para referir-se à temporada natalina. A lógica por trás disso está no fato de que quase 25% dos cidadãos americanos não são cristãos.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0912200515.htm