21 Dezembro 2006
O governo de transição somali afirmou que «centenas» de combatentes islâmicos foram mortos esta quarta-feira nos confrontos entre as forças governamentais, apoiadas por tropas etíopes, e as milícias islâmicas perto de Baidoa, escreve a Lusa.
Segundo um comunicado do Ministério de Informação, «o governo federal de transição confirma que o ataque dos Tribunais islâmicos e dos seus aliados terroristas foi repelido».
24 Dezembro 206
Especialistas locais calculam que a Etiópia tenha mais de 10.000 soldados dentro da Somália, apoiando o Governo de transição somali. As cortes islâmicas, por seu lado, receberam armamento da Eritreia, que também terá enviado cerca de dois mil homens.
Os milicianos islâmicos da Somália ocuparam em Junho passado Mogadíscio, a capital, e começaram a estender-se para o centro e sul do país, que vive sem uma autoridade central desde que em 1991 foi derrotado o ditador Mohamed Siad Barré.
26 Dezembro 2006
O Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres, advertiu esta terça-feira para a possibilidade de um novo deslocamento maciço da população, devido aos combates entre as forças governamentais e as milícias islamitas, escreve a Lusa.
A intervenção militar da Etiópia no conflito que opõe as forças governamentais, que dominam apenas uma pequena parte da Somália, e as forças islamitas, fez recrudescer os combates nos últimos dias, a ponto de o Conselho de Segurança da ONU ter decidido convocar uma reunião de emergência.
Os Estados Unidos da América apoiaram esta terça-feira o ataque etíope contra as milícias dos tribunais islâmicos na Somália, pedindo a o governo de Adis-Abeba para dar provas de «contenção máxima» na sua intervenção, anunciou o Departamento de Estado.
28 Dezembro 2006
O governo de transição somali decretou hoje o estado de emergência no país, anunciou o porta-voz do executivo, Abdirah man Dinari.
O Governo pretende com o estado de emergência assegurar «que a paz seja restaurada no país, em particular à Mogadiscio, e que todos sejam desarmados», adiantou.
2 Janeiro 2007
A Etiópia vai retirar as suas tropas da Somália dentro de duas semanas, anunciou esta terça-feira o primeiro-ministro etíope, Meles Zenawi, que apelou ao envio de forças internacionais para apoiar as forças governamentais, segundo escreve a Lusa.
A intervenção das forças etíopes foi essencial para o controlo do país pelo Governo, expulsando das principais cidades, incluindo a capital, Mogadíscio, os islamitas, que pretendiam instaurar a sharia (lei islâmica) em todo o país.
Entretanto, o primeiro-ministro somali, Ali Mohamed Gedi, anunciou que o tráfego aéreo vai ser restabelecido a partir de quarta- feira. Segundo Gedi, todo o tipo de aviões, comerciais e humanitários, poderão aterrar em Mogadíscio, mas com a condição de pedirem autorização ao Governo.
Em conferência de imprensa segunda-feira, Gedi deu um prazo de três dias para a entrega voluntária de armas, ordem que se aplica não apenas aos islamitas, mas também aos chamados senhores da guerra e a particulares. Findo esse período, as forças governamentais somalis estão autorizadas «a recolher qualquer tipo de armamento pela força», afirmou.
4 Janeiro 2007
Os Estados Unidos confirmaram quarta-feira o envio de vários navios para as costas da Somália para tentar evitar a fuga desse país de alegados extremistas e membros da rede terrorista Al-Qaeda, noticia a Lusa.
A decisão dos Estados Unidos ocorre devido a uma ofensiva lançada o mês passado pela Etiópia contra os combatentes dos tribunais islâmicos que ocuparam Mo gadíscio em Junho e posteriormente se estenderam por vastas áreas do centro e do sul do país.
Segundo McCormack, resulta claro que esses tribunais islâmicos eram controlados por pessoas «com ligações à Al-Qaeda e outros grupos terroristas».
5 Janeiro 2007
Numa gravação divulgada hoje na Internet, o braço direito de Osama Bin laden faz um apelo à milícia islâmica Somali para que lance ataques contra as tropas etíopes que se encontram na Somália, escreve a agência Lusa.
Desde a semana passada que a capital da Somália está a ser controlada pelo Governo somali após uma intervenção por terra e ar solicitada à Etiópia. Em 1991 o poder foi ocupado por diversas fracções independentes e, desde então, a Somália enfrenta uma grave crise institucional com a ausência de um governo central.
Em resposta à ameaça de Al Zawahri, o Grupo de Contacto Internacional na Somália - que inclui representantes dos Estados Unidos, Europa e África - terá uma reunião nesta sexta-feira em Nairóbi, capital do Quénia.
http://www.portugaldiario.iol.pt/notici ... div_id=291
9 Janeiro 2007
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, está preocupado com os ataques da aviação norte-americana na Somália, temendo que provoquem uma escalada das hostilidades na região, disse esta terça-feira a sua porta-voz.
Também a Comissão Europeia referiu hoje que só acredita numa solução política para o conflito na Somália e lamentou os ataques aéreos dos Estados Unidos, por considerar que não contribuem para «um acordo de paz duradouro».
Segundo as autoridades somalis, os Estados Unidos lançaram dois ataques aéreos no extremo sul da Somália contra islamitas suspeitos de ligações à rede Al-Qaida de Usama bin Laden. Pelo menos 31 civis somalis morreram nestes ataques aéreos, segundo testemunhas.
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/not ... iv_id=1731
10 Janeiro 2007
Os Estados Unidos retomaram esta quarta-feira os bombardeamentos no sul da Somália, cujo governo anunciou a morte de um membro da Al-Qaeda suspeito de ter planeado os bombardeamentos de embaixadas norte-americanas em África, em 1998, noticia a agência Lusa.
«Recebi um relatório norte-americano» que indica que Fazul Abdullah Mohammed está morto, disse o chefe de gabinete do presidente da Somália, Abdirizak Hassan.
A mesma fonte referiu ainda que ainda não se sabia se Abu Talha al-Sudani, considerado um perito em explosivos, ou outro suspeito, Saleh Ali Saleh Nabhan, tinham sido mortos nos ataques norte-americanos, iniciados segunda-feira.
http://www.portugaldiario.iol.pt/notici ... div_id=291
12 Janeiro 2007
"A Oxfam está a receber informações das organizações com as quais traba lha na Somália que indicam que os pastores foram, por erro, o alvo dos recentes bombardeamentos", afirmou a organização, num comunicado divulgado em Nairobi, Quénia.
Segundo o director da Oxfam para a zona leste de África, Paul Smith-Lomas, "estas informações devem ser levadas muito a sério porque de acordo com as l eis internacionais existe a obrigação de distinguir entre objectivos militares e civis".
Entretanto, o porta-voz do Governo somali, Abdirahman Dinari, afirmou q ue os principais senhores da guerra em Mogadíscio aceitaram entregar as armas e integrar os seus homens nas forças de segurança, após uma reunião com o Presiden te somali, Abdullahi Yusuf Ahmed, no Palácio Presidencial.
No entanto, enquanto decorria a reunião, confrontos no exterior do edif ício do palácio entre forças governamentais e combatentes de um poderoso senhor da guerra provocaram pelo menos cinco mortos e sete feridos.
http://www.rtp.pt/index.php?article=266453&visual=16
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, defendeu hoje a retirada de todas as tropas estrangeiras da Somália e o recomeço da procura de uma solução negociada para o conflito.
A porta-voz do secretário-geral, Michele Montas, declarou que Ban teve em conta a aceitação por parte do governo de transição somali do envolvimento militar da Etiópia e dos Estados Unidos.
"O secretário-geral crê que todas as tropas estrangeiras devem retirar-se do país e que se devem retomar rapidamente as negociações de paz", insistiu.
O exército norte-americano, com a missão de perseguir os membros da Al-Qaida, está presente desde há quatro anos no Corno de África, onde a única base instalada neste continente está no Djibuti num antigo quartel-general da Legião estrangeira francesa.
Cerca de 1.700 militares norte-americanos estão afectados no Djibuti ao Camp Lemonier, que dispõe de uma pista de aterragem. A sua zona de intervenção compreende o Djibuti, Etiópia, Quénia, Seychelles, Somália, Sudão e o Iémen.
Em Londres, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, apoiou os ataques aéreos dos Estados Unidos no sul da Somália.
Já a Organização da Conferência islâmica, a exemplo da preocupação hoje manifestada pela ONU, UE, França e União Africana, comunicou a "sua grave inquietação face aos ataques aéreos no extremo sul da Somália, que causaram a morte de numerosos inocentes".
14 Janeiro 2006
"Os aviões etíopes estão agora a atacar a região perto da fronteira com o Quênia, onde os islamistas podem estar escondidos", afirmou o legislador Abdirashid Mohammed Hidig, que actua como líder do governo na área.
Hidig disse que forças norte-americanas estão no local, mas não tomam parte de nenhuma batalha, embora ele não possa vê-las. Uma importante autoridade dos Estados Unidos disse à Reuters nesta semana que não sabia de nenhuma força especial do país na Somália.
A ONG britânica Oxfam afirmou que ataques aéreos contra islamistas e os seus supostos aliados da al Qaeda no sul da Somália já mataram por engano 70 pastores nômadas. Tanto a Etiópia quanto os Estados Unidos negam ataques a civis.
16 Janeiro 2006
A União Europeia (UE) deseja o envio para a Somália de tropas internacionais sob o mandato das Nações Unidas para substituir a intervenção etíope no quadro de uma operação de manutenção de paz, soube-se de fonte oficial em Bruxelas.
O porta-voz europeu explicou que a questão de desdobramento desta força multinacional está longe de se efectivar por causa principalmente do custo financeiro que representa tal operação.
O envelope do Fundo de Apoio Financeiro às operações de manutenção de paz em África acabou praticamente depois da ajuda dada pela UE à Missão da União Africana no Darfur (AMIS).
De acordo com Louis Michel, comissário europeu para o Desenvolvimento e Ajuda Humanitária, a força multinacional a ser enviada para a Somália deverá incluir principalmente contingentes oferecidos por países muçulmanos.
Segundo Michel, o mandato de uma força multinacional de manutenção de paz na Somália deverá concentrar-se no controlo do cessar-fogo, na ajuda à formação de uma força de segurança somalí eficaz e, paralelamente, no desmantelamento progressivo das milícias.
Em relação aos ataques norte-americanos na Somália, visando presumíveis membros do movimento internacional terrorista Al-Qaida, receia-se em Bruxelas que tais operações reforcem o antagonismo entre islamitas e o resto da população e que isso desemboque num fenómeno de choque das civilizações que se estenderia por todo o Corno da África.
http://www.angolapress-angop.ao/africa.asp