Negar genocídio armênio pode virar crime na França
Enviado: 19 Jan 2007, 15:23
A Câmara baixa do parlamento francês aprovou uma lei que torna crime negar que os armênios foram vítimas de um genocídio cometido por turcos otomanos, em 1915.
A Armênia diz que 1,5 milhão de pessoas foram mortas sistematicamente pelos turcos naquele ano, uma acusação negada pela Turquia.
A lei, que estabelece pena um ano de prisão e uma multa de 45 mil euros (cerca de 121 mil reais) para o infrator, ainda precisa passar pelo Senado e pelo presidente Jacques Chirac.
O governo francês disse que se opõe à lei, que só foi aprovada depois que a maioria dos deputados deixaram a Câmara em protesto contra o que seria uma tentativa de atrair votos da vasta comunidade de ascendência armênia no país para as eleições presidenciais do próximo ano.
'Golpe duro'
A Turquia chamou a aprovação da lei pelos deputados de "um duro golpe" nas relações com a França e ameaçou retaliar com sanções econômicas.
A União Européia disse que, se aprovada, a lei poderia prevenir o diálogo necessário para a reconciliação entre a Turquia e a Armênia.
O governo turco diz que as mortes dos milhares de armênios ocorreram durante a queda do Império Otomano, na Primeira Guerra Mundial, e foram parte de um confronto em que os dois lados - cristãos armênios e muçulmanos turcos - sofreram perdas.
O ministério das Relações Exteriores turco disse que "as relações franco-turcas, que foram meticulosamente desenvolvidas ao longo dos séculos, sofreram um pesado golpe pelas iniciativas irresponsáveis de alguns políticos franceses de pouca visão, baseadas em alegações infundadas", disse o ministério.
"Com esse projeto de lei, a França infelizmente está perdendo seu status privilegiado com o povo turco."
'Contraproducente'
Tanto o presidente francês quanto o ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, vinham dizendo que a Turquia precisará mudar sua posição e reconhecer que as mortes de armênios foram um genocídio antes que o país possa entrar para a União Européia.
Mas comissário para a expansão do bloco, Olli Rehn, disse que a lei é "contraproducente".
A Turquia reclama do que chama de dois pesos e duas medidas da UE, de acordo com a correspondente da BBC em Istambul, Sarah Rainsford.
O governo turco argumenta que, enquanto a União Européia pressiona a Turquia para que sua legislação garanta a liberdade de expressão, a França parece estar indo na direção contrária.
Na Turquia, há acusações de que a diáspora armênia e os oponentes da entrada do país no bloco europeu estejam usando a questão do genocídio para prevenir que os turcos virem parte da UE.
Acredita-se que a França tenha a maior comunidade de imigrantes da Armênia da Europa ocidental, com cerca de 500 mil pessoas de ascendência armênia.
fonte
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O governo francês disse que se opõe à lei, que só foi aprovada depois que a maioria dos deputados deixaram a Câmara em protesto contra o que seria uma tentativa de atrair votos da vasta comunidade de ascendência armênia no país para as eleições presidenciais do próximo ano.
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A União Européia disse que, se aprovada, a lei poderia prevenir o diálogo necessário para a reconciliação entre a Turquia e a Armênia.
O governo turco diz que as mortes dos milhares de armênios ocorreram durante a queda do Império Otomano, na Primeira Guerra Mundial, e foram parte de um confronto em que os dois lados - cristãos armênios e muçulmanos turcos - sofreram perdas.
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"Com esse projeto de lei, a França infelizmente está perdendo seu status privilegiado com o povo turco."
'Contraproducente'
Tanto o presidente francês quanto o ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, vinham dizendo que a Turquia precisará mudar sua posição e reconhecer que as mortes de armênios foram um genocídio antes que o país possa entrar para a União Européia.
Mas comissário para a expansão do bloco, Olli Rehn, disse que a lei é "contraproducente".
A Turquia reclama do que chama de dois pesos e duas medidas da UE, de acordo com a correspondente da BBC em Istambul, Sarah Rainsford.
O governo turco argumenta que, enquanto a União Européia pressiona a Turquia para que sua legislação garanta a liberdade de expressão, a França parece estar indo na direção contrária.
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