Página 1 de 1

Vietna - mais uma pedra no sapato dos comunitóides

Enviado: 19 Jan 2007, 20:35
por O ENCOSTO
O Vietnã pretende também garantir aos investidores estrangeiros transparência e previsibilidade nas leis.




MEMBRO DA OMC, VIETNÃ PROMETE NOVAS REFORMAS

O Vietnã se tornou nesta quinta-feira (11) o 150º membro da Organização Mundial do Comércio (OMC), enfrentando, no entanto, um imenso desafio da concorrência internacional num contexto de forte crescimento e uma pressão cada vez maior em favor das reformas econômicas.

O país, um dos últimos comunistas, abraça o livre comércio com uma mistura de fuga e prudência, esperando desenvolver sua economia pela conquista de novos mercados para petróleo bruto, têxteis e calçados, seu arroz e seu café e seu camarão.

O Vietnã pretende também garantir aos investidores estrangeiros transparência e previsibilidade nas leis.

"O governo vietnamita se comprometeu com a abertura, a transparência, os padrões internacionais de governança", afirmou Le Dang Doanh, economista no ministério do Planejamento d do investimento.

Os 149 outros membros do guardião do comércio mundial haviam aceitado formalmente o Vietnã como membro da OMC em 7 de novembro, antes da aprovação pela Assembléia Nacional.

Hanói havia apresentado sua candidatura em 1995, nove anos após empreender reformas para abandonar a economia dirigida, privatizar ou fechar empresas do Estado deficitárias e tirar o país do isolamento.

O país vem registrando desde então resultados econômicos espetaculares, com o mais forte crescimento do Extremo Leste após a China, com mais de 8% ano passado. Analistas e responsáveis políticos destacam, portanto, o quanto todo este triunfalismo foi perigoso.

"É uma semana histórica, o Vietnã entra na OMC com tudo o que isto representa em termos de abertura", destacou Adam Sitkoff, diretor da Câmara de Comércio americana de Hanói. "Mas existe também muitos interesses conflituosos que tendem a conservar poder e partes do mercado", advertiu.

As reformas não fazem completamente sentido devido aos costumes herdados da economia planificada e dos reflexos protecionistas de certos dirigentes, mais sensíveis à proteção de seus interesses do que às reformas impostas pelo capitalismo. "O fato de o Vietnã estar na OMC não significa que todos os problemas estejam resolvidos", insiste o analista americano.

Todos os comentários lembram, ao contrário, quanto cada potencial trará em de desafios. "Eu não gosto de ouvir as pessoas dizendo que vamos ficar ricos imediatamente depois de entrar na OMC. Isto depende dos esforços de cada empresa e de cada indivíduo para que estas oportunidades se traduzam em benefícios", afirmou o ministro do Comércio, Truong Dinh Tuyen, no site de informações governamental Vietnam Net. Oficialmente, o Partido comunista vietnamita, que está no poder desde 1975 e não tolera nenhuma crítica política, não renunciou a seu papel de guardião da economia nacional. O regime reconduziu oficialmente ano passado a "política da economia de mercado à orientação socialista".

"O problema é saber o que quer dizer orientação socialista", admite o professor Doanh. "Se é liberdade para todo mundo, igualdade, fraternidade, tudo bem. Se é a dominação das empresas do Estado, podemos questionar", acrescentou. Após anos de negociações e preparações, o país num impasse. As indústrias com pouco valor agregado têm um futuro promissor, mas os setores de ponta vão enfrentar uma onda de concorrência de alto nível. "Afinal a economia centralizada até agora tentou salvar todo mundo, mas agora alguns terão de se sacrificar", destaca Le Dang Doanh.