Juiz Britânico Libera Pedófilo.
Enviado: 27 Jan 2007, 02:13
26/01/07 10:55 ( Fonte: Reuters)
Juiz britânico liberta pedófilo e constrange governo
Por Peter Graff
LONDRES (Reuters) - O governo da Grã-Bretanha, liderado atualmente pelo Partido Trabalhista, deparou-se com um novo caso constrangedor na sexta-feira, quando um juiz decidiu libertar um pedófilo condenado, e isso em parte porque o governo havia dito que as prisões do país estavam lotadas.
O juiz John Rogers afirmou que tinha levado em conta uma carta enviada aos magistrados pelo ministro britânico do Interior, John Reid, alertando sobre a superpopulação carcerária. Em vista da informação, Rogers decidiu que o condenado deveria ficar livre.
O caso pode minar as ambições políticas de Reid, um importante membro do gabinete de governo apontado, nos últimos meses, como um dos poucos políticos capazes de concorrer com o ministro das Finanças do país, Gordon Brown, à vaga de sucessor do primeiro-ministro Tony Blair, que deve sair do cargo neste ano.
E o caso prejudica o governo entre os eleitores de centro da Grã-Bretanha, cortejados por Blair em seus dez anos de mandato.
"Pedófilo fica livre por causa de Reid", escreveu o tablóide direitista The Sun, o jornal diário de maior circulação do país, sob um chapéu no qual o ministro do Interior era chamado de "Desmiolado".
A publicação deu apoio aos trabalhistas (centro-esquerda) em três eleições.
O porta-voz do premiê afirmou que Blair tinha confiança em Reid e descreveu a carta enviada aos juízes, cujo teor o Ministério do Interior não quis divulgar, como um "lembrete sobre as diretrizes em vigor".
Na Grã-Bretanha, os políticos não devem se envolver com os julgamentos. E a decisão do juiz de citar a recomendação de Reid ao permitir que o condenado saísse livre foi considerada bastante inusual.
Mesmo o réu, Derek Williams, que baixou em seu computador imagens de crianças, afirmou ter tido "sorte por não ser preso."
"Não se pode culpar o juiz pelo que ele fez. As mãos dele estavam atadas," disse Williams à rede BBC.
O lorde chanceler Charles Falconer, o político encarregado de supervisionar o Poder Judiciário, defendeu a atitude do juiz, argumentando que a sentença seguia as diretrizes estipuladas e que Rogers tinha agido corretamente ao levar em conta a lotação das prisões.
"Há um problema envolvendo o número de vagas para presidiários. Precisamos enfrentar isso de forma efetiva. E um juiz precisa ter isso em mente ao estipular a pena de um condenado", afirmou.
REAÇÃO DA OPOSIÇÃO
Os partidos de oposição mostraram-se indignados.
"Temos agora um cenário em que as sentenças estão sendo determinadas pela capacidade das prisões e não mais pela gravidade dos crimes", disse David Davis, um porta-voz do Partido Conservador.
"Parece que as consequências do fracasso do governo em responder à falta de vagas nas prisões estão chegando para ficar."
Blair, que já prometeu adotar medidas duras de combate ao crime, deparou-se no ano passado com uma série de problemas na área da Justiça.
O próprio Reid chegou ao Ministério do Interior após seu antecessor ter sido demitido porque libertou, por engano, criminosos estrangeiros que deveriam ter sido deportados.
Inicialmente, o novo ministro irritou o Judiciário -- e conquistou elogios dos tablóides --ao acusar os juízes de fixarem penas muito leves. Agora, ele depara-se com o problema inverso, em parte devido a uma crise de superlotação atribuída, pela oposição, ao governo.
As prisões estão cheias e centenas de criminosos já condenados estão sendo mantidos em delegacias de polícia ou nas celas de tribunais onde deveriam ficar apenas enquanto aguardam julgamento.
Segundo Reid, alojamentos militares hoje desocupados podem ser transformados em prisões e o governo tenta comprar navios para usar como penitenciárias flutuantes. Há planos sobre a construção de celas para 8.000 prisioneiros, ampliando em 10 por cento o número de vagas para presos na Inglaterra e no País de Gales.
-------------------------------------------------------------
Parece até no Brasil. Arranjam cada justificativa...Pedófilo tem que ficar detido!
Juiz britânico liberta pedófilo e constrange governo
Por Peter Graff
LONDRES (Reuters) - O governo da Grã-Bretanha, liderado atualmente pelo Partido Trabalhista, deparou-se com um novo caso constrangedor na sexta-feira, quando um juiz decidiu libertar um pedófilo condenado, e isso em parte porque o governo havia dito que as prisões do país estavam lotadas.
O juiz John Rogers afirmou que tinha levado em conta uma carta enviada aos magistrados pelo ministro britânico do Interior, John Reid, alertando sobre a superpopulação carcerária. Em vista da informação, Rogers decidiu que o condenado deveria ficar livre.
O caso pode minar as ambições políticas de Reid, um importante membro do gabinete de governo apontado, nos últimos meses, como um dos poucos políticos capazes de concorrer com o ministro das Finanças do país, Gordon Brown, à vaga de sucessor do primeiro-ministro Tony Blair, que deve sair do cargo neste ano.
E o caso prejudica o governo entre os eleitores de centro da Grã-Bretanha, cortejados por Blair em seus dez anos de mandato.
"Pedófilo fica livre por causa de Reid", escreveu o tablóide direitista The Sun, o jornal diário de maior circulação do país, sob um chapéu no qual o ministro do Interior era chamado de "Desmiolado".
A publicação deu apoio aos trabalhistas (centro-esquerda) em três eleições.
O porta-voz do premiê afirmou que Blair tinha confiança em Reid e descreveu a carta enviada aos juízes, cujo teor o Ministério do Interior não quis divulgar, como um "lembrete sobre as diretrizes em vigor".
Na Grã-Bretanha, os políticos não devem se envolver com os julgamentos. E a decisão do juiz de citar a recomendação de Reid ao permitir que o condenado saísse livre foi considerada bastante inusual.
Mesmo o réu, Derek Williams, que baixou em seu computador imagens de crianças, afirmou ter tido "sorte por não ser preso."
"Não se pode culpar o juiz pelo que ele fez. As mãos dele estavam atadas," disse Williams à rede BBC.
O lorde chanceler Charles Falconer, o político encarregado de supervisionar o Poder Judiciário, defendeu a atitude do juiz, argumentando que a sentença seguia as diretrizes estipuladas e que Rogers tinha agido corretamente ao levar em conta a lotação das prisões.
"Há um problema envolvendo o número de vagas para presidiários. Precisamos enfrentar isso de forma efetiva. E um juiz precisa ter isso em mente ao estipular a pena de um condenado", afirmou.
REAÇÃO DA OPOSIÇÃO
Os partidos de oposição mostraram-se indignados.
"Temos agora um cenário em que as sentenças estão sendo determinadas pela capacidade das prisões e não mais pela gravidade dos crimes", disse David Davis, um porta-voz do Partido Conservador.
"Parece que as consequências do fracasso do governo em responder à falta de vagas nas prisões estão chegando para ficar."
Blair, que já prometeu adotar medidas duras de combate ao crime, deparou-se no ano passado com uma série de problemas na área da Justiça.
O próprio Reid chegou ao Ministério do Interior após seu antecessor ter sido demitido porque libertou, por engano, criminosos estrangeiros que deveriam ter sido deportados.
Inicialmente, o novo ministro irritou o Judiciário -- e conquistou elogios dos tablóides --ao acusar os juízes de fixarem penas muito leves. Agora, ele depara-se com o problema inverso, em parte devido a uma crise de superlotação atribuída, pela oposição, ao governo.
As prisões estão cheias e centenas de criminosos já condenados estão sendo mantidos em delegacias de polícia ou nas celas de tribunais onde deveriam ficar apenas enquanto aguardam julgamento.
Segundo Reid, alojamentos militares hoje desocupados podem ser transformados em prisões e o governo tenta comprar navios para usar como penitenciárias flutuantes. Há planos sobre a construção de celas para 8.000 prisioneiros, ampliando em 10 por cento o número de vagas para presos na Inglaterra e no País de Gales.
-------------------------------------------------------------
Parece até no Brasil. Arranjam cada justificativa...Pedófilo tem que ficar detido!