user f.k.a. Cabeção escreveu:
Só se suplanta o "gap" promovendo liberdade para que se crie tecnologia aqui, além é claro de permitir o uso legal das tecnologias estrangeiras.
- Liberdade é inútil sem recursos e capital humano especializado, leis de proteção a propriedade intelectual são interessantes a produtores de conhecimento e desfavoráveis a compradores, os países desenvolvidos só assinaram acordos internacionais de Copyright no momento em que isto os favorecia, ou seja, passaram ao outro nível, a moralidade depende de um acordo entre as partes, só que este acordo foi cumprido apenas quando lhes foi conveniente e nos é imposto também por conveniência.
user f.k.a. Cabeção escreveu:
O que você está querendo é legitimar o roubo até que se minimizem as diferenças.
- Chame como quiser, a Inglaterra roubou a tecnologia de teares dos Belgas para dar início ao seu processo de industrialização, a Alemanha por sua vez roubou a tecnologia siderúrgica, do forno a coque e do motor a vapor da Inglaterra, na França do século XVIII até se criou o cargo de Inspetor-Geral de Manufaturas Estrangeiras, isto no período em que ainda eram economias subdesenvolvidas, quando passaram a produtores de tecnologia, começaram a impor lei de patentes a seus pares.
user f.k.a. Cabeção escreveu:
Só que, mesmo que isso viesse a funcionar, nós só teríamos aprendido a roubar, e não a fazer por nós mesmos. A sua medida minimiza o "gap" aparente, enquanto aumenta o "gap" real.
- Diga isso aos países que citei acima, diga isso à China, diga isso ao Japão.
user f.k.a. Cabeção escreveu:
Além disso criaria desestímulo para as empresas, pessoas e nações violadas investirem no país que lhes rouba.
- Diga isso aos otários que investem bilhões nos países que citei acima.
user f.k.a. Cabeção escreveu:Abmael escreveu:- Quanto á estatização, não a defendo a estatização de empresas privadas e sim criação de estatais para atender um plano de desenvolvimento.
Exemplifique.
Eu, por exemplo, concordo que a administração das ruas e de algumas estradas pode caber ao Estado, assim como parte da limpeza urbana ou a rede de esgotos.
O Estado deve estar lá para desempenhar aquilo que o indíviduo não puder fazer por ele mesmo, diria Abraham Lincon. O mesmo não vale para mineiradoras, petroleiras, ferrovias, bancos, empresas aéreas e telefônicas, que podem ser fornecidas pela iniciativa privada com melhores resultados gerais.
- O governo militar Brasileiro criou várias empresas estatais para operarem indústrias de base (siderúrgicas, hidroelétricas, portos, etc...), numa época em que não tínhamos capital privado suficiente para tal empreendimento, tais indústrias possibilitaram o nascimento de indústrias de transformação que desembocaram no milagre econômico, que nos deu a base industrializada que nos permite competir no mercado internacional hoje em dia e multiplicou por 10 nosso PIB per capta, o erro foi mantermos essas indústrias estatais, após o impulso inicial, os subsídios concedidos a elas e seu uso político as minaram completamente, o Japão fez o contrário, privatizou suas estatais assim que pode e foram mais felizes que nós.
user f.k.a. Cabeção escreveu:Abmael escreveu:- Os americanos injetaram e ainda injetam bilhões na Boeing, na GM, na SISCO, na TEXACO e em várias outras, parece-me que ainda não aprenderam essa lição tão óbvia, quanto a injetar liquidez excessiva, basta observar o défict deles, o maior do mundo.
E quando eu disse que não faziam?
Eu disse que o crescimento deles se deu a despeito disso, ou será que você não entende português?
- Prove que é “a despeito” disso e não “graças” a isso.
user f.k.a. Cabeção escreveu:Abmael escreveu:- Tais direitos e liberdades só apareceram depois de terem alcançado alto nível institucional e competitividade internacional, só assinaram acordos internacionais de patentes em 1933, até hoje não tem serviço de assistência médica público (único entre os desenvolvidos), praticaram as maiores tarifas de importação e exportação do mundo até a década de 40.
Os direitos apareceram na assinatura da constituição americana, em 1776.
- É mesmo?!?! – Continuaram escravocratas após a assinatura, só aboliram o trabalho infantil em 1938, só adotaram lei de patentes em 1933, o sufrágio universal só foi totalmente implantado em 1965.
user f.k.a. Cabeção escreveu:
Quanto ao serviço de assistência médica pública, é a clara demonstração do quanto isso é desnecessário o fato de um país do tamanho dos EUA dispensarem-no.
- Claro, as ações dos EUA lhe são convenientes quando vão de encontro à sua ideologia.
user f.k.a. Cabeção escreveu:
Quanto a taxação de produtos estrangeiros, o Brasil pratica taxas muito maiores de protecionismo que a América, que vem assinando acordos de comércio bilateral com a maioria das nações emergentes.
O déficit comercial deles com a maioria dos países só depõe contra a teoria exploratória deflagrada pela esquerda de que eles se aproveitariam do resto do mundo para crescer.
- Mas não estou me referindo ao presente, estou me reportando ao início da industrialização americana, eles utilizaram de todos os meios que citei para atingir o nível das nações industrializadas, uma vez competitivos começaram a exigir respeito a livre-comércio e instituições que não respeitaram para chegarem lá.
user f.k.a. Cabeção escreveu:Abmael escreveu:- Se as forças do estado forem realmente contra-produtivas (como no caso do Brasil) você está certo, mas na maioria dos casos foi o contrário, um bom exemplo é o caso de Margaret Tacher, ela utilizou as políticas certas para o momento e para o estágio de desenvolvimento da Inglaterra.
Eu não preciso contra-argumentar aqui porque isso que você disse é puro non-sense.
- Não faz mais sentido que um país industrializado como o Brasil use políticas protecionistas e subsídios para suas indústrias, assim como não fazia para a Inglaterra da época Tatcher, mas é recomendável que economias pré-industriais façam isto até que possam fazer frente a concorrência predatória externa, do contrário não conseguirão tirar o pé da lama.
user f.k.a. Cabeção escreveu:Abmael escreveu:- Mas isso é uma contingência, além disso proteger a propriedade e garantir a prosperidade são valores capitalistas que podem entrar em conflito, desapropriações e expropriações são práticas comuns.
Errado. É um fato óbvio que as pessoas produzirão mais se conservarem a maior parte de sua produção.
Quanto mais o aparato estatal se servir de meios legais para expropriar as pessoas de suas posses, menos estímulo elas terão para produzir, e mais elas terão para mendicância ou para financiar políticas que as beneficiem nessa pilhagem.
- Isso é relativo, a segurança dos direitos de propriedade nem sempre é algo bom em si para a economia, a história tem exemplos de preservação de tais direitos que resultou em nociva para o desenvolvimento e de violações deles (com a criação de outros novos) que foram benéficas, nos EUA, por exemplo, o direito de posse, desrespeitou o direito dos proprietários existentes mas foi decisivo para o desenvolvimento do centro oeste americano, a reforma agrária no Japão, na Coréia e em Taiwan violou o direito dos latifundiários mas contribuiu para o progresso desses países, havendo grupos capazes de utilizar melhor certas propriedades que seus proprietários , é possível que convenha mais à sociedade não proteger o direito de propriedade vigente e criar outro que transfira o patrimônio àqueles grupos.
user f.k.a. Cabeção escreveu:Abmael escreveu:- Japão desrespeitou leis de patentes internacionais constantemente durante décadas a fio, a China vai pelo mesmo caminho, nem deveria citar os direitos trabalhistas e de propriedade violados sistematicamente na China, a Inglaterra se valeu de leis coloniais e tratados desiguais, além de ter praticado tarifas altíssimas durante as décadas em que se desenvolveu, a América usou de muitas políticas ativistas estatais para se desenvolver.
Quanto a China, nem sequer existem leis trabalhistas por lá.
Já a Inglaterra, no século XX só experimentou crescimento quando Tatcher botou em prática o neoliberalismo, realizando privatizações, quebrando as pernas dos sindicatos e realizando reformas para desburocratizar e cortar gastos. Antes disso ela amargava uma longa recessão no pós guerra, época em que seguiu a tradição Keynesiana que levou diversos países à falência, entre eles o Brasil.
O Japão se recuperou da crise causada pelas suas políticas erradas, tais como afrouxamento monetário e estímulo a bolha especulativa e hoje é uma das economias mais liberais do mundo.
A pior crise da história da Alemanha se deu na época da república de Weimar, quando o governo não conseguia de maneira alguma estabilizar seus gastos sociais e débitos de guerra, e passou a emitir dinheiro freneticamente numa tentativa insana de garantir solvência. Culminou com a população exaurida pela hiperinflação, e tão desnorteada que resolveu seguir um dos maiores loucos da história na sua insana megalomania.
Poderia continuar ad infinitum, mas acho que você está menos preocupado com os fatos do que com a conservação de sua ideologia.
- Todos exemplos que você citou só reforçam o que eu digo, uma vez que a economia atinja o grau de competitividade internacional e qualidade institucional pretendidos, qualquer política intervencionista passa a ser prejudicial e toda política liberalizante passa a ser benéfica, a Inglaterra errou ao manter intervencionismo em uma sociedade competitiva, também cometemos o mesmo erro, só que acordamos mais tarde e perdemos o bonde da história.
- Quanto ao estado-do-bem-estar-social e a luxúria de gastos públicos, são políticas que não levam ao desenvolvimento e com as quais não concordo.
- Políticas de cotas raciais e bolsa-família devem ser temporárias sempre, nunca instituições do estado.
Abraços,