Sexta-feira, 12 de Janeiro de 2007
Sondagem sobre o referendo: Sim, 60 - Não, 29
Mais uma sondagem a dar ampla e aparentemente confortável ao Sim: desta vez são 60% contra 29%, a pouco menos de um mês do referendo.
Se estes números dão algum conforto ao campo do Sim e, sobretudo, confiança na vitória a 11 de Fevereiro, não é ainda motivo para festejos antecipados: não sejamos como o Sporting dos tempos do jejum de 21 anos, em que todos os anos se pensava "desta vez é que é" - só que depois nunca era...
Arregacemos pois as mangas e, de ego refrescado por esta apenas putativa goleada, vamos ao trabalho!
http://altermundo.blogs.sapo.pt/59784.html26 janeiro:
A percentagem de eleitores que não vai votar no referendo sobre o aborto está a aumentar, situando-se nos 21%. Os dados são de uma sondagem da Universidade Católica, divulgada esta sexta-feira, que revela ainda que o «sim» está a perder terreno.
De acordo com o estudo feito para a RTP, Antena 1 e Jornal de Notícias, a percentagem de eleitores que garantem ir votar caiu para 58%. O número de eleitores que não vai participar no referendo de 11 de Fevereiro subiu assim, em três meses, cinco pontos percentuais (de 16% em Outubro para 21% agora). É entre os idosos que se encontra a maior percentagem de abstencionistas (26%).
O «sim», apesar de continuar a liderar as intenções de votos dos portugueses (com 59%), perdeu 13 pontos percentuais em relação a Outubro (72%), enquanto a percentagem de adeptos do «não» subiu de 28 para 41%.
Os apoiantes do «sim» são principalmente jovens com idades até 34 anos, residentes na Grande Lisboa e no Algarve, militantes de Esquerda e que se assumem como «nada religiosos».
O «não» é na maioria defendido por pessoas com 55 ou mais anos, da região Norte, crentes e simpatizantes da Direita.
A sondagem revela ainda que quatro em cada dez inquiridos não acreditam que a consulta obtenha os mais de 50% de votos necessários para ser vinculativa.
http://www.tvi.iol.pt/informacao/noticia.php?id=766511De acordo com uma sondagem Correio da Manhã/Aximage, que decorreu entre os passados dias 5 e 7, o ‘sim’ obteria 64,1 por cento dos votos, contra 27,3 por cento do ‘não’. A taxa de abstenção ficaria nos 41,3 por cento, o que tornaria o resultado da consulta popular vinculativa, ao contrário do que aconteceu em 28 de Junho de 1998. No referendo ao aborto realizado há cerca de oito anos, o ‘sim’ obteve 48,28 por cento dos votos, o ‘não’ 50,07 por cento e a abstenção ficou nos 68,11 por cento.
Segundo a Constituição, o resultado do referendo só tem efeitos vinculativos (obrigação de mudança da lei de acordo com o resultado) quando o número de votantes for superior a metade dos eleitores inscritos no recenseamento (mais de 50 por cento). Esta norma jurídica (prevista também na Lei do Referendo) gerou e continua a gerar muita polémica, porquanto há quem considere que é contrária à democracia.
Tal é o pensamento do constitucionalista Jorge Miranda. Na sua opinião, conforme afirmou no passado dia 11 de Novembro à Lusa, aquela norma “não serve para nada” e “é contraditória com a ideia do princípio democrático”. “Não em termos jurídicos, mas em termos políticos, seria chocante que a Assembleia da República tomasse uma deliberação contrária ao voto popular”, defendeu o constitucionalista.
Com o resultado desta sondagem, esta questão não se coloca, já que o número de inquiridos que afirmaram ir votar é de 58,7 por cento e a diferença entre os que se manifestaram a favor e os contra a despenalização do aborto até às dez semanas de gravidez é de 36,8 pontos percentuais. Sublinhe-se, no entanto, que também no referendo de 1998, as sondagens apontavam para uma vitória clara do ‘sim’ e o resulto real acabou por dar a vitória ao ‘não’ por uma diferença de 1,79 pontos percentuais.
Este ano, porém, há um novo factor em jogo. Trata-se da participação activa do primeiro-ministro e secretário-geral do PS, José Sócrates, na campanha pelo ‘sim’, ao contrário do que aconteceu há oito anos, com o então primeiro-ministro do Governo PS, António Guterres, que, ao não assumir uma posição pública sobre o assunto e a não dar indicação de voto ao partido, desmobilizou as hostes socialistas.
OS MAIS JOVENS SÃO A FAVOR
A análise dos resultados da sondagem por idades revela que a maioria dos jovens é a favor da despenalização do aborto. 80,7 por cento dos jovens entre os 18 e os 29 anos declararam votar no ‘sim’. Nesta faixa etária, apenas 14,4 por cento declararam votar ‘não’. Entre os mais velhos (maiores de 60 anos), apenas 42,4 por cento declarou votar ‘sim’ contra 48,9 por cento no ‘não’.
A sondagem mostra também que a maioria dos eleitores do sexo masculino (65,8 por cento) é a favor da Interrupção Voluntária da Gravidez. O ‘sim’ arrecada 69,3 por cento das intenções de votos entre os eleitores com a escolaridade mais do que obrigatória.
Relativamente às simpatias partidárias e tendo em conta o voto legislativo de 2005, pode dizer-se, sem surpresa, que a esquerda vota ‘sim’ (PS, com 66 por cento, CDU com 89,5 por cento e BE com 72,7 por cento) e o centro-direita vota ‘não’ (PSD com 49,9 por cento e CDS-PP com 85 por cento). Entre os que declararam abster-se no referendo, a maioria é da área do PS (38 por cento, seguindo-se a CDU (29,6 por cento).
http://www.correiomanha.pt/noticia.asp? ... l=90&p=200
Legendas dos partidos:
PS-Partido Socialista (actualmente no Governo) - centro esquerda
CDU-coligação democrática unitária - basicamente constituída pelo PCP (partido comunista portuguÊs) e o pequeno partido dos Verdes - esquerda
BE-bloco de esquerda - esquerda
PSD-Partido Social Democrata - direita
CDS-PP-Centro Democrático Social - Partido Popular - democratas cristãos - direita
São estes os cinco partidos portugueses com assento parlamentar
Só por existir, só por duvidar, tenho duas almas em guerra e sei que nenhuma vai ganhar... (J.P.)