Religião é Veneno

Em diversas espécies, o óvulo se desenvolve sem haver fecundação, chama-se isso de partenogênese.

Se por uma razão qualquer, fosse descoberto que algumas mulheres têm a capacidade de partenogênese involuntária, ou seja, alguns óvulos, se não fecundados, em vez de serem expelidos, se desenvolvessem assim mesmo em embriões viáveis, como ficaria a questão do aborto?

Sendo isso completamente saudável, ou seja, tanto a mulher quanto os filhos partenotos não sofrendo de problema de saúde algum, sendo apenas uma variação até então desconhecida, que filhas que antes se pensava terem "puxado" principalmente a mãe fossem na verdade, geneticamente, filhas apenas delas, sem a participação genética do pai.

A mulher teria mais direito ainda a decidir sozinha.

OU será que, porque o óvulo teria ainda mais indiscutívelmente o mesmo potencial do zigoto em se tornar um ser humano (ou mais), não seriam todas obrigadas a fecundar para evitar a possibilidade de "aborto" no caso de não ocorrer partenogênese?

o anátema escreveu:Em diversas espécies, o óvulo se desenvolve sem haver fecundação, chama-se isso de partenogênese.

Se por uma razão qualquer, fosse descoberto que algumas mulheres têm a capacidade de partenogênese involuntária, ou seja, alguns óvulos, se não fecundados, em vez de serem expelidos, se desenvolvessem assim mesmo em embriões viáveis, como ficaria a questão do aborto?

Sendo isso completamente saudável, ou seja, tanto a mulher quanto os filhos partenotos não sofrendo de problema de saúde algum, sendo apenas uma variação até então desconhecida, que filhas que antes se pensava terem "puxado" principalmente a mãe fossem na verdade, geneticamente, filhas apenas delas, sem a participação genética do pai.

Isso é uma possibilidade "real" no ser humano? ou viajem sua? Possibildades que não existem, não deven ser ventildadas...

Com humanos, o máximo que se tem documentação, que eu saiba, são partenogêneses parciais, "quimeras".

Algo assim, bem excepcional: um óvulo começou a se desenvolver em zigoto sozinho, mas outro óvulo que estava por lá foi fecundado. Os dois então se misturaram e começaram a crescer como se fossem um indivíduo só, que tem algumas células com genes do pai e da mãe, e outras com genes apenas da mãe.

"Normalmente", o desenvolvimento "autônomo" do óvulo sem fecundação, em humanos, dá em "coisas" bem disformes, bolas com alguns órgãos e tecidos... como olhos, unhas, dentes, cabelo, e tecido nervoso, mas algo que não tem organização suficiente para continuar a viver. Em alguns casos, quando isso ocorre junto do desenvolvimento de um zigoto normal, pode haver maior organização e até parecer um irmão gêmeo, mas só sei de um caso em que isso ocorreu, e ocorreu dentro do embrião normal, uma condição que se chamaria, se fossem dois fetos normais, de "fetus in fetu" ou algo assim.

Não são só humanos que tem problemas em desenvolver partenogênese, mas mamíferos em geral. Ainda assim, cientistas já conseguiram fazer uma rata ter uma filha só dela, sem fecundação.

Que eu saiba, não há casos registrados de partenogênese ter dado em algo consideravelmente normal em seres humanos (Jesus não conta), mas por outro lado, se isso ocorresse e saísse tudo razoavelmente bem, acho que seria consideravelmente baixa a probabilidade de descobrirem que aconteceu mesmo. Teria que por acaso, por algum outro motivo qualquer examinarem os genes da menina e descobrirem que não tem nenhum gene do pai.

Se me perguntar se acho que isso já aconteceu, diria que não. Mas há tempos atrás também duvidaria que uma mulher poderia parir um filho, e durante o parto o médico descobrir que ela ainda está grávida de gêmeos, que foram fecundados depois da gravidez, quando ela nem deveria estar ovulando para começar... aconteceu isso há alguns anos...

É a mesma situação.

Eu acho que fica ainda mais difícil de sustentar que o zigoto é um ser humano cuja morte provocada intencionalmente é assassinato, enquanto que um instante anterior à sua fecundação era só uma célula sem valor que poderia ter se deixado morrer sem qualquer implicação moral, e cuja defesa seja "absurda" por se tratar de algo muito diferente.