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A ciência sob pressão
Enviado: 14 Fev 2007, 18:05
por Anna
A ciência sob pressão
Vítimas do conhecimento que acumulam,
pesquisadores são perseguidos no Brasil
e no exterioR, enfrentando uma guerra
contra seus direitos individuais
Por Júlio Wiziack
http://www.terra.com.br/cgi-bin/index_f ... ressao.htm
Re.: A ciência sob pressão
Enviado: 14 Fev 2007, 18:35
por Apocaliptica
A pesquisa científica sempre sofreu pressões e foi perseguida por interesses diversos. Imagine-se quanta pesquisa já foi boicotada e desprezada, em nome de absurdos como os impostos pela ICAR e pelo poder da corrupção ideológica e econômica.
Re: Re.: A ciência sob pressão
Enviado: 14 Fev 2007, 18:49
por NadaSei
Apocaliptica escreveu:A pesquisa científica sempre sofreu pressões e foi perseguida por interesses diversos. Imagine-se quanta pesquisa já foi boicotada e desprezada, em nome de absurdos como os impostos pela ICAR e pelo poder da corrupção ideológica e econômica.
Acho que os maiores obstáculos para as pesquisas cientificas são o capitalismo, os governos e as crenças.
O texto mostra os três casos.
Re: A ciência sob pressão
Enviado: 15 Fev 2007, 18:05
por clara campos
Assustador.
O Poder sempre gostou de ter o Saber de baixo de olho, não vá o diabo tecê-las...
Re.: A ciência sob pressão
Enviado: 16 Fev 2007, 16:41
por Dick
Desde a Royal Society (só para citar uma precursora da organização para a pesquisa científica), lá pelos idos de 1700, sabemos que a pesquisa corporativa, a chamada grande ciência, tem seu norte definido por questões político-financeiras. Hoje não se consegue sequer defender uma tese que não seja totalmente bem afinada com o que lhe chega de cima. Seus verdadeiros anseios podem (e devem) ser trabalhados, pesquisados. Mas tenha em mente que será uma árdua trilha solitária que só gerará frutos, para você e para a ciência mundial, se realmente abordar assuntos potencialmente relevantes à estrutura já bem estabelecida do paradigma vigente (estou pensando nas ciências naturais, desculpem minha restrição) e, principalmente, se troxer resultados às questões pertinentes, se conseguires ver algum detalhe que todos os outros de sua área não viram. Por isso admiro (muito) cientistas puros (físicos e matemáticos) que se propõem a estudar regiões limítrofes de sua área acadêmica. Estes são raros, uma vez que a maioria quer isso mesmo: uma boa bolsa de pesquisa, um bom retorno financeiro para suas otimizações tecnológicas. Pelo que tenho percebido em minha vida acadêmica, os professores não estão muito preocupados em fazer pesquisa descompromissada com o corporativo. O pior é: será que seríamos (ou seremos) diferentes? É claro que o ideal (meu ideal) é a pesquisa pela pesquisa, o conhecimento pelo conhecimento, o desafio pelo desafio. O "Como é que funciona?", o "Como podemos saber isto?", O "Podemos prever?", o "Podemos explicar?", o "Que engraçado"?", parece ter ficado no tempo romântico da ciência, dos grandes desbravadores intelectuais dos modelos matemáticos intrincados e destituídos de sentido momentâneo, das torrentes de novas descobertas esmagadoras de nosso senso comum, dos saudáveis embates epistemológicos entre Einstein e Bohr. Uma vez, ao importunar (muito, creio eu) um professor de quântica, ele me disse: "Procurar filosofia e motivos filosóficos na física é louvável. Mas a verdade é que a física, hoje, é feita com computadores e análise matemática de dados coletados por uma máquina indiferente às suas aspirações de conhecer o universo". Poxa. Que rasteira. Tive que esperar algum tempo até reacender minha curiosidade por tudo. Fico aliviado ao ler livros como "The elegant Universe", do Brian Greene, que mostra como ainda existem cientistas que estão em uma certa posição hierárquica (infelizmente é assim) que dizem "foda-se" à indústria e estão fazendo o conhecimento que só será aplicado (se for) muito futuramente. Só terminando com uma frase de um cara muito importante para o conhecimento que temos hoje da Natureza:
"O cientista não estuda a natureza por sua utilidade; ele a estuda por prazer, que advém do fato de a natureza ser bela. Se ela não fosse bela, não valeria a pena conhecê-la e, se não valesse a pena conhecê-la, não valeria a pena viver. "
Henri Poincaré