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Sobre a fetichização da ciência

Enviado: 16 Fev 2007, 18:19
por Jack Torrance
Sobre a fetichização da ciência
Por Daniel Patire em 13/2/2007

Os temas científicos, quando transformados em matérias jornalísticas, passam por mecanismos editoriais que, em muitas ocasiões, causam no leitor comum a sensação de que a ciência é algo mágico. Essa forma de divulgação da ciência e seus efeitos para o conhecimento científico é examinada pela mestranda em sociologia Verena Fornetti em sua dissertação "Divulgação científica fetichizada: análise comparativa das revistas Superinteressante, suas edições especiais, e National Geographic Magazine".

A pesquisa, orientada pela socióloga Fátima Cabral, do Departamento de Sociologia e Antropologia da Faculdade de Filosofia e Ciências (FFC), campus de Marília, foi submetido a uma banca para Exame de Qualificação de Mestrado no último dia 30/01, em São Paulo.

A banca foi composta por Wilson da Costa Bueno, jornalista científico e professor de Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo, e pela professora aposentada Isabel Maria Frederico Rodrigues Loureiro, da FFC.

Misticismo e ciência

"Nosso objetivo é entender o que ocorre com a ciência quando esta é transformada em mercadoria e submetida, na mídia, aos padrões do jornalismo em revista: sensação, sucesso e relaxamento", disse Verena.

Segundo a mestranda, nesse processo de "fetichização" da ciência, em algumas reportagens o conhecimento científico se iguala ao conhecimento místico. Embora a perspectiva cética também seja abordada nas reportagens sobre temas místicos, não há uma afirmação categórica da perspectiva científica e pode parecer que tanto o misticismo, quanto a ciência, são armas igualmente válidas para entender o mundo. "Essa é uma maneira complicada de abordar a ciência. Se a revista borra a fronteira entre religião e ciência, isso pode confundir o leitor", explicou Verena.

Escola de Frankfurt

Isabel e Bueno enfatizaram que a principal crítica de Verena ao jornalismo cientifico, sobretudo da revista brasileira, está no fato dele apresentar a ciência como um simples entretenimento, uma curiosidade. "No trabalho há uma idéia reguladora de que a ciência é uma ferramenta crítica para reflexão e a divulgação científica não é página de literatura ou de relaxamento", destacou Isabel, professora de Filosofia.

Em suas análises, Verena utiliza um arcabouço teórico construído pelos principais filósofos e sociólogos da chamada Escola de Frankfurt – Adorno, Horkheimer e Habermas – para avaliar como a divulgação científica é tratada nos veículos de comunicação de massa.

Seus estudos abrangem as edições publicadas em 2005 das revistas científicas com altos índices de venda. Sob este critério, destacam a Superinteressante, a mais vendida no Brasil, e a National Geographic, a mais comercializada no mundo.

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Fonte: Observatório da Imprensa

Enviado: 16 Fev 2007, 18:22
por M.I.G
PÃO E CIRCO...

Re.: Sobre a fetichização da ciência

Enviado: 16 Fev 2007, 19:17
por francioalmeida
Segundo a mestranda, nesse processo de "fetichização" da ciência, em algumas reportagens o conhecimento científico se iguala ao conhecimento místico


Não acho que revistas científicas como a superinteressante divulgue a ciência igualando-a ao conhecimento místico.

Re.: Sobre a fetichização da ciência

Enviado: 16 Fev 2007, 19:22
por Apocaliptica
Quanta bobagem.Banca fraca ein?

Re: Re.: Sobre a fetichização da ciência

Enviado: 16 Fev 2007, 19:33
por Shanaista
francioalmeida escreveu:
Segundo a mestranda, nesse processo de "fetichização" da ciência, em algumas reportagens o conhecimento científico se iguala ao conhecimento místico


Não acho que revistas científicas como a superinteressante divulgue a ciência igualando-a ao conhecimento místico.


Acho que tem uma revista chamada Planeta que faz isso...

Re.: Sobre a fetichização da ciência

Enviado: 17 Fev 2007, 00:28
por betossantana
Ué, todos os céticos que conheço e respeito consideram a Superinteressante um lixo como veículo de mídia jornalística científica.

Re.: Sobre a fetichização da ciência

Enviado: 21 Fev 2007, 09:17
por Luci
"Os temas científicos, quando transformados em matérias jornalísticas, passam por mecanismos editoriais que, em muitas ocasiões, causam no leitor comum a sensação de que a ciência é algo mágico."

E acaba sendo contrapruducente, isto é, se admitirmos que essas revistas têm o intuito de divulgar a producção do conhecimento científico, fazendo com que os leigos adotem uma atitude cientificista, levando-os a crêr que a ciência pode, e de fato, conhece tudo.