A Nova Onda de Ateísmo e o Futuro do Espiritismo
Enviado: 21 Fev 2007, 20:32
A Nova Onda de Ateísmo e o Futuro do Espiritismo
Diálogo Mediúnico de Benjamin Teixeira pelo espírito Eugênia
http://www.cinform.com.br/cinform.php?var=1171718870
(BT) - Querida Eugênia, desejaria ou poderia nos sugerir uma temática, sobre que possamos dialogar?
(E) - Sim, gostaria de aprofundar as questões aventadas na semana transata, a respeito do ateísmo.
(BT) - Pois não.
(E) - Primeiro, devemos focar o mal e não aquele que incorreu nele, como chegamos a verbalizar por este meio, também nos últimos dias. De fato, conhecemos sua intenção, que foi descoroçoar aqueles que almejam se promover, apresentando-se intelectualmente superiores com uma pseudo-mais-inteligente abordagem filosófica da vida – como tais estultos da fé compreendem ser o ateísmo –, mas acreditamos mais apropriado o enfoque psicológico de profundidade, considerando-os mais vítimas que vilões da sanha destrutiva dos valores sociais e espirituais a que se confiam. Segundo, a dificuldade em intuir o Divino constitui, de reversa maneira ao que parece ser (ou querem que pareça ser os profitentes desta escola de pensamento), uma incapacidade intelectual – e não uma superpotência do intelecto –, e mesmo uma limitação cultural, já que se constrói, através desse modo restrito de enxergar a realidade, uma visão da vida por demais superficial e monocromática. Quanto mais avançado um intelecto, mais multidimensional são suas percepções, partindo do concreto para o abstrato, com grande facilidade, compreendendo o subjetivo com um peso idêntico ao atribuído a dados objetivos, porque entende que o subjetivo não é menos real, apenas mais complexo. O materialista vê o mundo por um único ângulo de observação. Passa-lhe despercebido todo um universo de possibilidades transcendentes, dada a arrogância que lhe não permite conceber nada superior à sua própria mente. Destarte, ironicamente, acaba desperdiçando os aspectos melhores da existência, as alegrias mais doces e ternas.
(BT) - O que você acha que se poderia dizer para impedir o movimento de alastramento do ateísmo?
(E) - Os religiosos têm que se atualizar. Sua linguagem deve respeitar mais a ciência e a modernidade. Propostas exageradamente conservadoras ou que desrespeitem o senso comum naturalmente estão fadadas a cair no descrédito e, juntamente com elas, as próprias ideologias que as sustentam. O vulgo não tem condições de fazer a filtragem apropriada, a fim de que distinga limitações dos religiosos e de algumas religiões, em relação à infinitude e grandeza imensurável da espiritualidade, em si mesma, sem os filtros dos “ismos”. Até mesmo espíritas cometem atentados ao bom senso que devem ser cautelosamente revistos. Mas, sem dúvida, é por ele mesmo – o prisma espírita de vida – que encontraremos as melhores mundividências da atualidade, que nos forneçam uma alternativa viável de paradigma interpretativo dos significados e finalidades da existência humana, por procurar seguir e pautar seus postulados dentro dos trâmites da ciência. Mas não me refiro apenas ao Espiritismo como partido de crença, em sua feição brasileira, que se diz kardecista, mas que muito, lamentavelmente, tem-se afastado da visão do próprio Kardec (trágica ironia), que era um homem vanguardista, um livre-pensador, que não só acompanhava os progressos da ciência e dos costumes de seu tempo, como propunha se fizesse isto sempre, aprimorando as estruturas do edifício espírita “ad infinitum”. Como foi dito na própria codificação kardequiana, as obras basilares do Espiritismo, publicadas pelo próprio Kardec, constituem, tão-somente, os andaimes do prédio e não todo ele, que deve crescer, “ad eternum”, à medida que o conhecimento humano avançar. Quando me refiro a Espiritismo, entretanto, estou indo além dos rincões estritos de um bloco de crença: aludo ao parâmetro de pensamento que considera como reais os princípios da reencarnação/evolução (com o pressuposto fundamental da própria imortalidade da alma), da comunicabilidade entre encarnados e desencarnados e da existência de Deus, soberanamente justo, bom e sábio (mais de 2 bilhões de pessoas, no planeta, partilham destas convicções). Os Estados Unidos têm encabeçado um movimento de divulgação destas idéias, de modo caótico e distorcido, sem dúvida, em várias de suas particularidades, mas o cinema e a televisão norte-americanos têm demonstrado, há mais de década, ter enveredado por este território indispensável de disseminação das conceitos e valores espíritas, que podem salvar a humanidade da beira do precipício do colapso civilizacional – pois que uma sociedade sem uma ótica mais ampla, como a conferida por uma filosofia espiritual, acaba por embrenhar-se na baderna e na desagregação, consumindo-se a si mesma, em vícios, perda de harmonia e paz sociais, até a definitiva falência de suas instituições, como aconteceu com o Império Romano no século V, ou com a China no século XIX.
(BT) - E o kardecismo?
(E) - Seria ótimo que ele atingisse as culminâncias de uma abrangência global, e existe mesmo uma forte probabilidade de que venhamos a conseguir reverter a lamentável tendência ao seu desaparecimento, como movimento internacional de peso, mas, por ora, está por demais descompassado com a modernidade e mediocrizado em suas iniciativas, para que possa ganhar mundo. Entretanto, como dissemos, estamos trabalhando (falo “nós”: a Espiritualidade), a fim de que este estado de coisas venha a ser revertido, de modo a não ser desperdiçada a lapidar obra do mestre lionês, sem dúvida de excelente qualidade, como alicerce para a abordagem das questões espirituais e humanas, numa perspectiva ampla, polifacética. Como, todavia, o livre-arbítrio dos homens está envolvido e, amiúde, a escolha equivocada de encarnados pode atrapalhar processos importantes de despertar coletivo, retardando-os ou, em termos, alterando-lhes a rota, é possível que novos estudos e novas “doutrinas”, em futuro, venham a surgir, em substituição à kardecista, que será utilizada como “mais uma”, em vez de ser “a” doutrina mais apropriada ao estudo da Espiritualidade, nesta era de cosmovisão científica, tecnológica e pragmática.
(BT) - Mais algo tem a dizer?
(E) - Não. Satisfeita.
(Diálogo mediúnico travado em 10 de fevereiro de 2007. Revisão de Delano Mothé.)
Diálogo Mediúnico de Benjamin Teixeira pelo espírito Eugênia
http://www.cinform.com.br/cinform.php?var=1171718870
(BT) - Querida Eugênia, desejaria ou poderia nos sugerir uma temática, sobre que possamos dialogar?
(E) - Sim, gostaria de aprofundar as questões aventadas na semana transata, a respeito do ateísmo.
(BT) - Pois não.
(E) - Primeiro, devemos focar o mal e não aquele que incorreu nele, como chegamos a verbalizar por este meio, também nos últimos dias. De fato, conhecemos sua intenção, que foi descoroçoar aqueles que almejam se promover, apresentando-se intelectualmente superiores com uma pseudo-mais-inteligente abordagem filosófica da vida – como tais estultos da fé compreendem ser o ateísmo –, mas acreditamos mais apropriado o enfoque psicológico de profundidade, considerando-os mais vítimas que vilões da sanha destrutiva dos valores sociais e espirituais a que se confiam. Segundo, a dificuldade em intuir o Divino constitui, de reversa maneira ao que parece ser (ou querem que pareça ser os profitentes desta escola de pensamento), uma incapacidade intelectual – e não uma superpotência do intelecto –, e mesmo uma limitação cultural, já que se constrói, através desse modo restrito de enxergar a realidade, uma visão da vida por demais superficial e monocromática. Quanto mais avançado um intelecto, mais multidimensional são suas percepções, partindo do concreto para o abstrato, com grande facilidade, compreendendo o subjetivo com um peso idêntico ao atribuído a dados objetivos, porque entende que o subjetivo não é menos real, apenas mais complexo. O materialista vê o mundo por um único ângulo de observação. Passa-lhe despercebido todo um universo de possibilidades transcendentes, dada a arrogância que lhe não permite conceber nada superior à sua própria mente. Destarte, ironicamente, acaba desperdiçando os aspectos melhores da existência, as alegrias mais doces e ternas.
(BT) - O que você acha que se poderia dizer para impedir o movimento de alastramento do ateísmo?
(E) - Os religiosos têm que se atualizar. Sua linguagem deve respeitar mais a ciência e a modernidade. Propostas exageradamente conservadoras ou que desrespeitem o senso comum naturalmente estão fadadas a cair no descrédito e, juntamente com elas, as próprias ideologias que as sustentam. O vulgo não tem condições de fazer a filtragem apropriada, a fim de que distinga limitações dos religiosos e de algumas religiões, em relação à infinitude e grandeza imensurável da espiritualidade, em si mesma, sem os filtros dos “ismos”. Até mesmo espíritas cometem atentados ao bom senso que devem ser cautelosamente revistos. Mas, sem dúvida, é por ele mesmo – o prisma espírita de vida – que encontraremos as melhores mundividências da atualidade, que nos forneçam uma alternativa viável de paradigma interpretativo dos significados e finalidades da existência humana, por procurar seguir e pautar seus postulados dentro dos trâmites da ciência. Mas não me refiro apenas ao Espiritismo como partido de crença, em sua feição brasileira, que se diz kardecista, mas que muito, lamentavelmente, tem-se afastado da visão do próprio Kardec (trágica ironia), que era um homem vanguardista, um livre-pensador, que não só acompanhava os progressos da ciência e dos costumes de seu tempo, como propunha se fizesse isto sempre, aprimorando as estruturas do edifício espírita “ad infinitum”. Como foi dito na própria codificação kardequiana, as obras basilares do Espiritismo, publicadas pelo próprio Kardec, constituem, tão-somente, os andaimes do prédio e não todo ele, que deve crescer, “ad eternum”, à medida que o conhecimento humano avançar. Quando me refiro a Espiritismo, entretanto, estou indo além dos rincões estritos de um bloco de crença: aludo ao parâmetro de pensamento que considera como reais os princípios da reencarnação/evolução (com o pressuposto fundamental da própria imortalidade da alma), da comunicabilidade entre encarnados e desencarnados e da existência de Deus, soberanamente justo, bom e sábio (mais de 2 bilhões de pessoas, no planeta, partilham destas convicções). Os Estados Unidos têm encabeçado um movimento de divulgação destas idéias, de modo caótico e distorcido, sem dúvida, em várias de suas particularidades, mas o cinema e a televisão norte-americanos têm demonstrado, há mais de década, ter enveredado por este território indispensável de disseminação das conceitos e valores espíritas, que podem salvar a humanidade da beira do precipício do colapso civilizacional – pois que uma sociedade sem uma ótica mais ampla, como a conferida por uma filosofia espiritual, acaba por embrenhar-se na baderna e na desagregação, consumindo-se a si mesma, em vícios, perda de harmonia e paz sociais, até a definitiva falência de suas instituições, como aconteceu com o Império Romano no século V, ou com a China no século XIX.
(BT) - E o kardecismo?
(E) - Seria ótimo que ele atingisse as culminâncias de uma abrangência global, e existe mesmo uma forte probabilidade de que venhamos a conseguir reverter a lamentável tendência ao seu desaparecimento, como movimento internacional de peso, mas, por ora, está por demais descompassado com a modernidade e mediocrizado em suas iniciativas, para que possa ganhar mundo. Entretanto, como dissemos, estamos trabalhando (falo “nós”: a Espiritualidade), a fim de que este estado de coisas venha a ser revertido, de modo a não ser desperdiçada a lapidar obra do mestre lionês, sem dúvida de excelente qualidade, como alicerce para a abordagem das questões espirituais e humanas, numa perspectiva ampla, polifacética. Como, todavia, o livre-arbítrio dos homens está envolvido e, amiúde, a escolha equivocada de encarnados pode atrapalhar processos importantes de despertar coletivo, retardando-os ou, em termos, alterando-lhes a rota, é possível que novos estudos e novas “doutrinas”, em futuro, venham a surgir, em substituição à kardecista, que será utilizada como “mais uma”, em vez de ser “a” doutrina mais apropriada ao estudo da Espiritualidade, nesta era de cosmovisão científica, tecnológica e pragmática.
(BT) - Mais algo tem a dizer?
(E) - Não. Satisfeita.
(Diálogo mediúnico travado em 10 de fevereiro de 2007. Revisão de Delano Mothé.)