Claudio Loredo escreveu:clara campos escreveu:Não posso concordar com esta generalização cláudio. Talvez esta desilusão e sentimento de vazio tenha acontecido contigo e com muitos ateus, mas não acontecerá com todos. Não é a religião que enche a vida, ou a ausência dela que a suga, por isso não tem que ser preenchida por outra coisa!
Andas meio deprimidito hein!?!?
Olá Clara!
O que eu irei dizer irá contradizer muito do que eu já disse aqui neste fórum, mas na vida sempre estamos sujeitos a mudanças e a rever nossos pensamentos.
Comigo aconteceu a seguinte mudança: eu me tornei um niilista. Nem todos os ateus partem para o niilismo, mas aqueles que partem realmente se libertam de todo e qualquer tipo de fé, ou pelo menos buscam este ideal.
Descobri que eu tinha uma espécie de religião sem saber. Eu era um humanista. Colocava o ser humano acima de tudo e tinha fé na sua evolução. Agora não sou mais um humanista e não tenho qualquer esperança de que a vida humana melhore.
Para mudar deste jeito, tive que passar por um período de tristeza, mas já estou me recuperando. Esta tristeza teve origem aqui neste fórum. Vi que eu não tinha respostas para justificar o humanismo diante de argumentos que defendiam a morte de seres humanos. A única coisa que conseguia fazer era apelar para o sentimento. Percebi então que o humanismo não tinham respostas para muitas questões. Daí, decidi abandoná-lo.
Vi que muitos abandonam a religião, mas em troca adotam uma crença irracional em ideologias políticas. Fazem isto como uma forma de substituir a crença em deus, pela crença no homem. Só que os humanos não tem nada de especial. Somos seres que desenvolveram sua inteligência apenas com o fim de matar, enganar e destruir. Existem seres humanos bons, é claro, mas eles são raros e não tem forças suficientes para lutar contra o sofrimento imposto a outros seres.
Tenho pensado muito nas últimas semanas e revisto muitos de minhas crenças. Não dá para escrever tudo o que tenho aprendido. Para resumir tudo só tenho a dizer que abracei o niilismo. Finalmente!
Entendo você Cláudio, as vêzes me sinto desta forma, invadido por uma melancolia insuportável, quando tudo fica meio que sem saída, sem saber no que acreditar como se o mundo fosse construído de ilusões bizarras, contraditórias e antagônicas.
Então entendí que o mundo é puramente humano, pela própria predominância dos atos e pensamentos desta raça impar.
A palavra humanismo perdeu o sentido quando tenta ser sinônimo de coisas boas, altruístas; pois ''humano'' abrange tudo, todos os caminhos, qualquer coisa entre a escuridão e a luz mais intensa, entre o bem e o mal, covardia e coragem, crença e descrença; enfim: humanos podem navegar por onde bem entenderem, por qualquer caminho, por mais obscuro que possa ser, é justamente esta característica que nos torna únicos neste planeta, é isso que nos faz justamente ... HUMANOS.
Hoje ainda tenho conflitos, (impossível não te-los) mas procuro seguir um caminho que traga à mim uma suposta paz interior, me traga conhecimentos que preciso para poder seguir em frente nesta trilha que eu imagino, pretenciosamente, poder escolher e viver meu próprio mundo interior.
Às vezes tenho uma louca impressão de que tudo é um jogo estranho, neste tabuleiro chamado mundo.
Boa sorte, na escolha do seu caminho, seu jogo.
Abraços.