Presidente assina fim da pena de morte nas Filipinas
Por Manny Mogato
MANILA (Reuters) - Em busca de apoio de poderosos bispos católicos, a presidente das Filipinas, Gloria Macapagal Arroyo, assinou neste sábado uma lei abolindo a pena de morte no país. A medida ocorre antes de sua agendada visita ao Vaticano.
A nova lei retira do corredor da morte mais de 1.200 condenados que aguardavam a data de receber a injeção letal.
Críticos dizem que a lei é uma tentativa de ganhar apoio da igreja para planos de mudança constitucional e para reduzir a oposição dos bispos ao ressurgimento da indústria mineradora.
"Nos rendemos ao alto imperativo moral ditado por Deus de eliminar a pena capital", disse num discurso Arroyo, que faz parte da maioria católica filipina.
Ela deve embarcar no domingo para visitas de Estado à Itália e à Espanha. Terá uma audiência com o papa Bento 16 no Vaticano e encontros com milhares de trabalhadores filipinos em Milão.
"Quando encontrar o Santo Padre no Vaticano, direi a ele que agimos em nome da vida para um mundo de paz e harmonia", afirmou Arroyo.
A presidente, que sobreviveu a uma tentantiva de impeachment no ano passado por acusações de fraude eleitoral, se negou a autorizar execuções desde que tomou posse, em 2001. Em abril deste ano, ela decretou a mudança de todas as sentenças de morte para prisão perpétua.
"Estamos muito felizes e agradecidos à presidente", disse Alfredo Corpuz, 49, condenado à morte em 1996 por sequestro. Ele falou à Reuters na principal prisão filipina, de Muntinlupa, a cerca de 40 km de Manila.
"Espero que o governo também nos dê uma segunda chance, revendo nossos casos, porque muitos de meus colegas no corredor da morte eram realmente inocentes."
Mas alguns condenados se mostraram divididos com a decisão, espantados com a idéia de passar o restante de suas vidas na cadeia.
"É muito difícil e solitário", disse Arnel Alicando, 34, condenado à morte desde 1994, que há mais de dez anos não recebe visitas de amigos ou parentes. "Às vezes, a morte é a melhor opção."
As Filipinas, cujo governo e judiciário funcionam com base no modelo dos Estados Unidos, aboliu a pena de morte em sua Constituição de 1987. Mas a pena foi reimposta com uma lei de 1993 autorizando o uso da injeção letal em condenados por assassinato, sequestro, estupro e tráfico de drogas.
Sete homens, em sua maioria estupradores, foram executados, até que o antecessor de Arroyo, o presidente Joseph Estrada, decretou uma moratória em 2000.
Líderes de grupos que militam contra o crime reclamaram do fim da pena de morte, afirmando que o governo não os consultou.
"A abolição não ocorre num bom momento, devido à existência de grupos terroristas, graves criminosos, gangues e sequestradores", disse Dante Jimenez, que dirige a organização Voluntários contra o Crime e a Corrupção. "A abolição pode significar que as vítimas de crimes hediondos decidam fazer a lei com as próprias mãos."
Arroyo tenta diminuir a possibilidade de isso ocorrer, afirmando que seu governo aumentará o investimento na prevenção a crimes hediondos.
http://br.news.yahoo.com/060624/5/164i1.html
Más notícias para o PD: fim da pena de morte nas Filipinas
Re.: Más notícias para o PD: fim da pena de morte nas Filipi
Se mete o Vaticano... o PD só pode concordar.