Ainda lembro que, quando criança, ao ser "apresentado" ao futebol, logo aprendí uma lição básica: o futebol, assim como todo esporte, tem por objetivo entreter, sublimar as emoções, levar à apoteose... E isso se faz com arte, não com metódica.
Aprendí a, no estádio, vaiar o meu time do coração, quando este se comportava de forma pequena, a jogar à base de chutões, toques pra trás e muita enrolação, ainda que o resultado fosse favorável.
Quando ví o Brasil ser Tetracampeão em 94, eu tinha, então, só dez anos e viví a apoteose do momento. Mas pude facilmente perceber que naquela vitória faltava o brilho, que eu já vira nos vídeos das três conquistas anteriores, ou mesmo das seleções comandadas por Telê Santana em 82 e 86.
Mas, vem o Sr. Parreira dizer que show é ganhar... Se a coisa fosse mesmo de tal modo, seria de maior valor cancelarmos a copa e voltarmos aos nossos afazeres comuns, deixando de dar prejuízo às nossas empresas (

No entanto, estou convencido que o futebol é lúdico, e como tal precisa encantar. Se vencermos sete partidas por 1x0, jogando feio e passando aperto, seremos campeões? Sim. Mas, o que é mesmo que o povo quer? Certa vez, o precocemente falecido jogador Denner disse que "mais vale um drible bonito a um gol feio". Quanto de razão não há nisso?
Dizem que precisamos buscar a vitória, que o jogo bonito vem por consequencia. Estranho, não? Não deveria ser, exatamente o contrário? Mas a nossa lógica de resultados não se nos permite.
E se viemos para ver arte, clamemos pelo show!