Botanico escreveu:ímpio escreveu:eu acho que já foram feitos experimentos parecidos com esses.
Quanto a isso de estalos nos artelhos terem que reproduzir uma vasta gama de sons, acho que não seria necessidade, uma vez que outros sons podem ocorrer por eles mesmos (como por vento, atrito por dilatação e contração, e coisas deixadas mal equilibradas propositadamente, talvez até com mecanismos simples (como barbantes) para ajudar a derrubar ou mover produzindo ruido), ou pode-se ter outros modos de produzir sons além desse, a menos que não se encaixe especificamente nesse caso, se de alguma forma que não imagino puder se ter certeza que a única alternativa de origem não-fantasmagórica de todos os sons relatados fosse dos artelhos.
Os experimentos que vi foram na TV, acho que em algum programa do discovery. Era algo meio nos moldes daquele "operação bola de cristal", mas um pouco mais complexo, como ser contada uma história para um grupo de pessoas, que iriam para um local, e impressionadas, começariam a aumentar a coisa. Não me lembro se teve exatamente uma história de fantasmas (acho que teve, mas nem lembro bem) mas houve uma de qualquer coisa relacionada com exército, e acho que ETs talvez, algo no sentido de uma área secreta. Lembro de algo no sentido das pessoas relatarem que o guarda apontou a arma para elas, e coisas do tipo, que puderam ser totalmente negadas porque as pessoas estavam com capacetes com câmeras; não me lembro bem qual era a verdade nesse caso, mas acho que o guarda (Ator) nem armado estava ou ao menos nunca apontou arma alguma.
Sabe qual é o problema? É O QUE A HIPÓTESE DIZ e não os elementos acessórios que se teria de inventar para tapar os buracos quando ela não explica o que acontece. Conforme é dito pela História e aproveitado pelos céticos e clérigos, é que Margareth Fox CONFESSOU TER FRAUDADO ASSIM: estalava os artelhos e SÓ.
Pelamor dideus. Isso é "fundamentalismo" de depoimentos, não sei por que tem que ser seguido. A única vantagem em ficar esbravejando que teria que ser essa hipótese "só dedos e nada mais" que tem que ser testada porque praticamente com toda certeza seria insuficiente.
Mas se as Fox alegaram que usaram apenas os dedos, ou se deixaram de mencionar truques adicionais, não significa que as únicas alternativas possíveis para explicar o ocorrido fossem fenômenos fantasmagóricos ou estalos "mágicos" de artelhos.
Mesmo que não fosse truque algum, a princípio poderia se alegar poderes paranormais, duendes ou extraterrestres antes da moda de mutilar gado. Essas hipóteses, juntamente com a de fantasmas, perdem para qualquer uma de truques adicionais juntamente com estalos nos dedos como carro principal, por causa da complexidade, todas exigem que existissem um monte de coisas desconhecidas, das quais não se tem muita evidência segura, enquanto truques baratos aliados a estalos, ainda que omitidos ou negados nos depoimentos, pudessem dar conta do que foi relatado sem necessidade de supor que os conhecimentos sobre a realidade estão grandemente abalados.
Botanico escreveu:
Foi até armado um circo num teatro ... demonstração de fraude: subiu num tamborete e... estalou os artelhos. Dizia que era truque muito simples, que se aprendia fácial quando ainda se é criança.
Mas FOI SÓ ISSO O QUE ELA FEZ. Ela não mostrou como, POR MEIO DESTE TRUQUE, fazia os sons repercutirem nas portas, janelas, chão ou teto, ou seja, LONGE DELA. Mas há muitos relatos de que ela fazia isso e inclusive o próprio repórter que estava tomando notas da sua confissão de fraude viu isso acontecer.
Bem, como eu disse, é menos fantástico se supor que ela tenha omitido truques adicionais, por usar principalmente dos estalos; ou ainda, que as testemunhas, com base na expectativa do que iriam presenciar, ouvissem estalos de artelhos mas sua mente fizesse confusão com a coisa e começassem a se convencer, individual e mutuamente (em casos de testemunhos coletivos, se houver) de que os sons eram esses esperados, de outras coisas.
É outro tipo de coisa que ocorreu nesses tipos de experimentos que mencionei, a expectativa do que deve se ver influindo em como a pessoa interpreta o que vê ou ouve.
O que ainda não significa que tenha sido assim em absolutamente todos os casos, pode ter sido apenas o principal.
Também há um dado estranho: ela e a irmã atuaram como médiuns por 40 ANOS e nenhum cético, nem autor cristão, me apresentou as listas dos processos criminais contra elas. Ora, elas faziam sessões pagas e quem pagava queria ver alguma coisa, especialmente comunicações com seus entes falecidos, que era o que elas diziam serem capazes de fazer. Improvável que pudessem ler as mentes dos presentes ou advinhar respostas só com os estalos de articulações.
Putz, mas isso é realmente um "fundamentalismo" de depoimento, nesse caso o melhor novamente seria leitura fria aliada a expectativa e crença nesse tipo de fenômeno. Não há lógica alguma na dicotomia de que elas ou faziam tudo só com estalos de dedos, ou eram médiuns plenas tal como alguém descreveu que funcionam os médiuns nos mínimos detalhes.
Veja bem que elas também nada disseram sobre qualquer equipe de cúmplices (e estes também não perderiam a chance de tirar uma casquinha em troca de depoimento).
Acho que não seriam necessários cúmplices
Mas o que importa no nosso caso aqui é que eu fiz a proposta de se TESTAR A HIPÓTESE na qual os céticos acreditam. E aí eles NÃO QUEREM TESTÁ-LA, até porque não é preciso ser muito inteligente para saber que é uma hipótese INVIÁVEL. Não dá para você estalar um artelho dentro do seu sapato e fazê-lo repercutir como um chute numa porta a 20 metros de distância.
E isso apenas testaria a hipótese de artelhos com uma capacidade fenomenal de ventriloquismo, o que não é a única alternativa aos fenômenos sobrenaturais anteriormente alegados por elas.
Podem simplesmente, terem sido estalos de artelhos e ilusões de fundo psicológico, no mínimo.
É por coisas assim que eu me decepcionei muito com os céticos. Pensava que ia lidar com pessoas de bons conhecimentos científicos, sagazes, impaciais e que buscavam a verdade. E no fim o que aconteceu é que me deparei com outro grupo religioso, com as mesmas falhas de raciocínio e fanatismo, com uma diferença mínima: apenas não tem um Deus ou entidades espirituais, mas no resto é tudo igual.
Bem, não vi nada condizente com isso de acordo com esse caso, o problema todo aí parece ser essa sua fixação em que teriam que ser ou estalos de dedos ou fantasmas, e que estalos de dedos apenas, reproduzindo acústicamente diversos tipos de sons que eles de fato não reproduziriam, em vez de algum tipo de ilusçao psicológica.