O Cristianismo perdeu seu lugar na Europa.

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Miguel
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O Cristianismo perdeu seu lugar na Europa.

Mensagem por Miguel »

Interessante. O mundo tá fudido. Eu acrecentaria ao texto que a América pode estar a seguir o caminho oposto com a direita religiosa fundamentalista/ criacionista ter cada vez mais força.

Ó destino Cruel. :emoticon11:

Só o fim do estado social e a adopçao do sistema segurador Americano pode nos Salvar. Ou isso, ou Jesus.


A Europa de Berlinski
por Jeffrey Nyquist em 30 de maio de 2006

Resumo: O fato central da atual batalha ideológica é que o Cristianismo perdeu seu lugar na Europa.

© 2006 MidiaSemMascara.org


Semana passada, recebi inúmeros e-mails contendo fatos e estatísticas a respeito do inegável esgotamento das maiores reservas de petróleo do mundo. Sou forçado a admitir que a luz no fim do proverbial túnel é, na verdade, a luz de um trem vindo em sentido contrário. E esse trem tem vários vagões de carga (e um pequeno vagão de passageiros). Um desses vagões de carga é a Europa, que Claire Berlinski descreve como sendo um "perigo". De fato, seu mais recente livro chama-se Menace in Europe: Why the Continent's Crisis is America's, too (Perigo na Europa: Por que a Crise do Continente é da América também ).


A Europa sempre foi um continente etnicamente fraturado e devastado pela guerra (isto é, até que a América lá estabelecesse sua presença militar). E agora, após sessenta anos de paz, a posição da América na Europa deteriorou-se. De acordo com Berlinski, a morte do Cristianismo retirou do continente sua estrutura transcendental, deixando-o à mercê do antiamericanismo. Nesse contexto, os otimistas econômicos assumem que a Europa não se renderá ao barbarismo. E, mesmo assim, o culto ao apaziguamento voltou-se aos radicais islâmicos, que proclamam para quem quiser ouvi-los que a Europa é seu prêmio e que os judeus seus inimigos (Hitler dizia as mesmas coisas). "Sim, sim", Berlinski confessa, "eu realmente invoquei os nazistas aqui". Ela assim o fez porque os radicais islâmicos são semelhantes aos nazistas, com a diferença de que eles têm um leque de recrutas bem maior à sua disposição.


Nisto e em muitas outras coisas Berlinski não é otimista. "Não prego o fim imediato das instituições democráticas européias", admitiu. "[Mas] a economia de direitos sociais vai entrar em colapso. Sua demografia mudará. A União Européia poderá dissolver-se. Terroristas islâmicos poderão tomar uma cidade européia". O que ela prevê é o colapso do socialismo e do liberalismo. Em meio aos atuais acontecimentos, Berlinski notou que "é possível e mesmo razoável imaginar um resultado repugnante".


O otimismo econômico parece ser elegante e sexy depois de uma taça ou duas de vinho francês. Mas estamos em 2006 e o resultado repugnante mostra sua cara por todo canto. O crescimento exponencial da população mundial, e a inépcia da economia global em lidar com as massas, significam que Thomas Malthus ainda é relevante. A condição humana na terra não é perfectível. "Li várias especulações a respeito da perfectibilidade humana e social, com grande interesse", escreveu Malthus. "Senti-me reconfortado e encantado com o quadro maravilhoso que pintam. Desejo ardentemente essas melhorias. Mas enxergo grandes, e, no meu entendimento, insuperáveis dificuldades no caminho".

Não importam, aqui, os erros que Malthus tenha cometido em seus cálculos. Seu ponto de partida, apesar disso, era sensato. A população possui um limite superior, em algum ponto, e a inventividade científica também é limitada. Consequentemente, a economia mundial não pode crescer para sempre. Podemos até mesmo nos maravilharmos com as inovações da civilização tecnológica, mas será que temos de levar a sério a idéia de que tal civilização manter-se-á equilibrada e crescente para sempre? A escalada do século IX ao século XXI tem sido uma grande espiral ascendente, mas ninguém deveria achar que a história é um registro de contínuos progressos. Do século II ao IX, a civilização declinou-se para o barbarismo. E se alguém duvida que esse declínio possa acontecer de novo, então que considere o advento das armas nucleares, biológicas e químicas.

Os bárbaros já estão aos portões. Na verdade, eles já passaram dos portões. Não é só um atentado terrorista que temos de conter. O niilismo europeu é um problema interno de todo o Ocidente. Dado o fato de que armas de destruição em massa estão por aí, um evento catastrófico é uma questão de tempo (embora Berlinski saiba mais do que diz). Admitamos um paradoxo metafórico: o mundo está perdendo sua mente coletiva. Com o tempo, sofreremos por causa disso. Além do mais, creio numa iminente catástrofe econômica ligada a uma catástrofe militar. (Isto é, crise econômica e uso maciço de armas de destruição em massa derivam da mesma fonte demente).


No caso da Europa, a crise é impressionantemente óbvia. Perambulando por Perugia, na Itália, Berlinski fez as seguintes observações: "Não há pais empurrando carrinhos de bebê na frente do palácio, não há avós ajudando netinhos hesitantes a descer as escadas da catedral. Vejo milhares de italianos andando, comprando, batendo papo, sentados nos degraus de San Lorenzo vendo as pessoas passarem – mas não vejo uma única criança".

A taxa de natalidade da Europa desabou. "A não ser que essa tendência reverta-se por conta própria", notou Berlinski, "em breve os países europeus serão incapazes de pagar suas caras pensões e programas de saúde". Linhas depois, ela escreve: "A imigração é a única esperança da Europa". Isso porque a Europa não desistirá de seu modelo de Estado assistencialista. E, portanto, a Europa precisa importar mais e mais muçulmanos para satisfazer sua demanda por mão-de-obra barata. Segundo Berlinski, a Europa precisará aumentar sua taxa de imigração de cinco a dez vezes apenas para sustentar-se. "Mas a imigração em número suficiente para retificar o declínio populacional certamente terá enormes custos em termos de estabilidade social", explicou. A Europa não conseguirá assimilar tantos não-europeus. Os sentimentos raciais na Europa já podem ser sentidos. O homem é um animal tribal e os europeus não são tão esclarecidos quanto imaginam.


Com o tempo, o influxo de muçulmanos na Europa desencadeará reações adversas. O racismo em massa poderá vir à tona, reanimado a qualquer momento (pois seres humanos podem se tornar asquerosos a qualquer momento). Na vida da mente, mesmo pensamentos criminosos recorrem – e ideologias criminosas. Por exemplo, está provado que a morte do comunismo foi um exagero. Basta observarmos os últimos acontecimentos na América Latina, África e Nepal. Quando a próxima Grande Depressão tomar conta do mundo, a causa comunista ressurgirá. A batalha ideológica é constante e permanente. Nenhuma ideologia jamais obtém sua vitória final. A verdade em si ascende e cai junto com o verdadeiro.


O fato central da atual batalha ideológica, diz Berlinski, é que o Cristianismo perdeu seu lugar na Europa. "O ceticismo em questões morais é decisivo", escreveu Nietzsche, que antecipou o desaparecimento do Cristianismo na Europa. "O fim da interpretação moral do mundo, que não possui nenhuma ratificação [numa crença em Deus]... leva ao niilismo". Nietzsche chamava isso de "o advento do niilismo europeu". Berlinski sugere que esse niilismo acaba levando a um culto antiamericano e anti-semita. "Não sou uma apologista da Igreja, uma inimiga do secularismo ou uma defensora fervorosa da revivescência religiosa", explicou. "Na verdade, sou uma judia secular que está aliviada em nunca ter tido de enfrentar a Inquisição". Mas a verdade é verdadeira, acrescentou ela. Sem valores transcendentais, nada restará "além do prazer e das relações pessoais, que não são suficientes para aplacar a desesperança". Quando as pessoas não podem amar a Deus ou o país, elas precisam arrumar algo ou alguém para odiar. E odiar a América vem bem a calhar (quando odiar os judeus não for o suficiente). "O antiamericanismo europeu é um sistema de adoração e fé, e não uma crença racional; por isso ele é impermeável ao confronto com fatos, lógica, evidências, boa-vontade, campanhas de relações públicas ou tentativas da secretária de Estado em ser uma ouvinte melhor e mais sensível", escreveu Berlinski. Não é que a América seja "irreprochável". Ocorre que o antiamericanismo europeu é tão irracional que representa um perigo maior do que tudo o que a América esteja fazendo. Berlinski avisa que os americanos "não precisam tentar corrigir a antipatia européia para com os Estados Unidos por meio de profundas introspecções e intensos esforços" porque tais tentativas "não vão funcionar". Além disso, a administração Bush não foi responsável por voltar a Europa contra a América. Tal idéia, diz ela, "é uma ingênua ilusão".


Berlinski não deseja ser uma profeta do apocalipse; pelo contrário, ela quer distância do fatalismo. Não são os europeus ou a Europa que estão condenados. O que está condenado é o caminho que os afasta do nacionalismo e da religião e os leva ao internacionalismo e ao ateísmo. Esta parece ser a conclusão de Berlinski. O niilismo europeu é um movimento que afasta a Europa de Deus, do país e da família. É uma negação da natureza do homem enquanto ser espiritual, social e sexual. Em última análise, esse niilismo produz uma crise tremenda, conforme Nietzsche previu. A lei de causa e efeito (e a eterna recorrência da guerra) sugere que o homem europeu retornará ao seu velho padrão de existência, na medida em que a crise avança em direção à catástrofe. Os muçulmanos que acham que a Europa não conseguirá recuperar seu lado bélico precisam pensar de novo.


Berlinski ainda tem a virtude de perceber a ameaça que a Rússia representa para a Europa, mesmo que europeus e americanos prefiram ignorá-la.




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Miguel
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Re.: O Cristianismo perdeu seu lugar na Europa.

Mensagem por Miguel »

O meu comentário a este texto é que o autor parte do principio de Dostoyevsky (nao é assim se escreve pois nao), que sem Deus tudo é permitido. A Europa é Nihilista porque nao tem Deus... e partindo daqui o perigo é imenso. Mas depois o autor fala dos Barbaros Muçulmanos. Parece que com Deus também tudo é permitido. Quanto ao Tribalismo... concordo. O racismo é uma Bomba relógio...

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Miguel
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Re.: O Cristianismo perdeu seu lugar na Europa.

Mensagem por Miguel »

Outra coisa... parece que segundo Berlinski, internacionalismo e Ateísmo estao ligados. Nao sei o que pensar disto. Acho meio estranho.

E eu acho que a evoluçao Europeia, depois da Guerra segue um gráfico com um padrao em serra. Ora estamos Europeístas... Ora estamos mais voltados para a naçao. Mas o que vejo é que, apesar de tudo, a Europa comunitária tal com está é uma coisa recente e que concluir que devemos voltar ao estado naçao para nos Salvarmos é uma ideia sem sentido. Até porque o conceito de estado-naçao tem pouco mais de 100 anos. Nao se esqueçam que houve uma idade de Impérios que representou a maior parte da História Europeia (e mesmo o idade das trevas, apesar de pouco imperial, era feudalista e nao nacionalista). O Nacionalismo, pelo contrário, representa um periodo minusculo da História Europeia.

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Flavio Costa
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Re: O Cristianismo perdeu seu lugar na Europa.

Mensagem por Flavio Costa »

E, portanto, a Europa precisa importar mais e mais muçulmanos para satisfazer sua demanda por mão-de-obra barata.

Bom que o texto menciona o principal risco dessa abordagem. Muçulmanos sendo "importados" para fazer o serviço de lavar, passar, cozinhar, enquanto os europeus natos vão se ocupar das atividades mais rentáveis e socialmente valorizadas.

Se daqui a alguns séculos vermos movimentos separatistas muçulmanos em plena Europa, não será grande surpresa. São os mouros tomando conta do espaço novamente.

Os defensores do status quo deveriam se preocupar e começar a fazer filhos.
The world's mine oyster, which I with sword will open.
- William Shakespeare
Grande parte das pessoas pensam que elas estão pensando quando estão meramente reorganizando seus preconceitos.
- William James
Agora já aprendemos, estamos mais calejados...
os companheiros petistas certamente não vão fazer as burrices que fizeram neste primeiro mandato.
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Pug
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Re: O Cristianismo perdeu seu lugar na Europa.

Mensagem por Pug »

Flavio Costa escreveu:
E, portanto, a Europa precisa importar mais e mais muçulmanos para satisfazer sua demanda por mão-de-obra barata.

Bom que o texto menciona o principal risco dessa abordagem. Muçulmanos sendo "importados" para fazer o serviço de lavar, passar, cozinhar, enquanto os europeus natos vão se ocupar das atividades mais rentáveis e socialmente valorizadas.

Se daqui a alguns séculos vermos movimentos separatistas muçulmanos em plena Europa, não será grande surpresa. São os mouros tomando conta do espaço novamente.

Os defensores do status quo deveriam se preocupar e começar a fazer filhos.



Um dos problemas que hoje se coloca é os descendentes dessa mão de obra importada.
São jovens a quem lhes foi dado a possibilidade de estudar, e também eles não pretendem fazer certos trabalhos...

França, estes jovens, muitos vezes altamente qualificados.
Veêm-lhes vedado o acesso aos bons empregos. Verifica-se que mesmo com justificativos adequados não conseguem alugar uma casa.
Têm mostrado algumas reportagens com jovens franceses, descendentes de magrebinos e africanos subsaarianos muito bem sucedidos. São bem sucedidos, só que em Londres, Dublin Oslo...
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Pug
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Mensagem por Pug »

A europa depara-se com o problema da desvalorização do trabalho. Décadas de depreciação do trabalho manual leva á crise de mão de obra actual.
Supreendentemente existe falta de mão de obra na europa ao mesmo tempo que a taxa de desemprego aumenta consideravelmente.

O problema do futuro, ter + de 90% da população com curso superior e ve-los recusando-se ao trabalho considerado indigno.


Em lugar de importar mão de obra barata, deveria começar a pagar um pouco melhor aos que já habitam na europa.
Sou a favor do social num estado, desde que isso não crie dependência. O cidadão apto a trabalhar que recuse faze-lo, está no direito dele, não espere é ser mantido pelos outros que trabalham.
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Luis Dantas
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Re.: O Cristianismo perdeu seu lugar na Europa.

Mensagem por Luis Dantas »

A Europa sempre foi um continente etnicamente fraturado e devastado pela guerra (isto é, até que a América lá estabelecesse sua presença militar). E agora, após sessenta anos de paz, a posição da América na Europa deteriorou-se. De acordo com Berlinski, a morte do Cristianismo retirou do continente sua estrutura transcendental, deixando-o à mercê do antiamericanismo.

Que perspectiva mais enviezada. Não consegue fazer a ligação entre a presença militar americana e o antiamericanismo, apesar de mencionar ambos; acredita, de forma incrivelmente ingênua, que essa presença militar seja capaz de desfazer divisões étnicas; e não se dá conta de que a decadência do Cristianismo na Europa não é um lamentável acidente, mas sim consequência direta de uma longa história de descuidos e abusos.

Se a "estrutura transcedental" da Europa, cuja principal finalidade parece ser conter o sentimento antiamericanista(!) não é mais a mesma, o Cristianismo é causa dessa decadência, e não simples vítima. E essa não é uma má notícia, pelo menos não automaticamente. Se o Cristianismo falhou, que falhe. Já teve sua chance. Quem pode dizer que o que virá ocupar seu lugar não será melhor?
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Miguel
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Re: O Cristianismo perdeu seu lugar na Europa.

Mensagem por Miguel »

Flavio Costa escreveu:
E, portanto, a Europa precisa importar mais e mais muçulmanos para satisfazer sua demanda por mão-de-obra barata.

Bom que o texto menciona o principal risco dessa abordagem. Muçulmanos sendo "importados" para fazer o serviço de lavar, passar, cozinhar, enquanto os europeus natos vão se ocupar das atividades mais rentáveis e socialmente valorizadas.

Se daqui a alguns séculos vermos movimentos separatistas muçulmanos em plena Europa, não será grande surpresa. São os mouros tomando conta do espaço novamente.

Os defensores do status quo deveriam se preocupar e começar a fazer filhos.


Alguém pode saber com as geraçoes filhas de imigrantes vao pensar no futuro? Eu acho que nao. Ninguém sabe o futuro... e nao acho que a cultura seja de transmissao genética. E a Europa sempre foi um cadinho de culturas (facto nao reconhecido, porque as várias matrizes culturais de cada povo Europeu tiveram tempo de se fundir). O que sempre acontece em todo o lado é que as culturas se fundem. Durante a fusao há sempre o drama. Mas é típico. Nada de novo.

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Hrrr
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Re: Re.: O Cristianismo perdeu seu lugar na Europa.

Mensagem por Hrrr »

=
Luis Dantas escreveu:e não se dá conta de que a decadência do Cristianismo na Europa não é um lamentável acidente, mas sim consequência direta de uma longa história de descuidos e abusos.



Se o Cristianismo falhou, que falhe. Já teve sua chance. Quem pode dizer que o que virá ocupar seu lugar não será melhor?



quer dizer que o cristianismo e seu sistema de controle de massas e de crueldades era bom pra europa? e que o cristianismo se nao tivesse falhado teria sido bom? :emoticon5:
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Luis Dantas
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Re: Re.: O Cristianismo perdeu seu lugar na Europa.

Mensagem por Luis Dantas »

Hrrr escreveu:
Luis Dantas escreveu:e não se dá conta de que a decadência do Cristianismo na Europa não é um lamentável acidente, mas sim consequência direta de uma longa história de descuidos e abusos.



Se o Cristianismo falhou, que falhe. Já teve sua chance. Quem pode dizer que o que virá ocupar seu lugar não será melhor?



quer dizer que o cristianismo e seu sistema de controle de massas era bom pra europa? :emoticon5:


Não era o pior de todos os cenários possíveis, se é essa a sua pergunta. Com todos os problemas que trouxe, a influência cristã na Europa _foi_ capaz de motivar uma série de movimentos positivos e estabilizou muitas comunidades.

E ainda teve a decência de enfraquecer o bastante, e de forma suficientemente gradual, para que hoje em dia vejamos com naturalidade a idéia de não mais tê-lo como referência da Europa em um futuro próximo. Pode-se até pensar em dizer que o Cristianismo, por ser um sistema de controle de massas que falhou gradualmente, abriu o caminho para o pensamento libertário com que alguns sonham. Seria ingenuidade achar que bastaria remover magicamente o Cristianismo que todos seriam livres e autônomos em consequência. Essas mudanças não vem repentinamente, nem sem esforço.
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Najma
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Re: Re.: O Cristianismo perdeu seu lugar na Europa.

Mensagem por Najma »

Miguel escreveu:Outra coisa... parece que segundo Berlinski, internacionalismo e Ateísmo estao ligados. Nao sei o que pensar disto. Acho meio estranho.

E eu acho que a evoluçao Europeia, depois da Guerra segue um gráfico com um padrao em serra. Ora estamos Europeístas... Ora estamos mais voltados para a naçao. Mas o que vejo é que, apesar de tudo, a Europa comunitária tal com está é uma coisa recente e que concluir que devemos voltar ao estado naçao para nos Salvarmos é uma ideia sem sentido. Até porque o conceito de estado-naçao tem pouco mais de 100 anos. Nao se esqueçam que houve uma idade de Impérios que representou a maior parte da História Europeia (e mesmo o idade das trevas, apesar de pouco imperial, era feudalista e nao nacionalista). O Nacionalismo, pelo contrário, representa um periodo minusculo da História Europeia.


Ateísmo e internacionalismo... interessante. Ao invés de ecumenismo opta-se pelo niilismo ateísta. E você nem faz idéia do porquê de ser assim, Miguel? :emoticon1:

É que é mais fácil suportar povos de religiões diferentes sendo ateu descrente do que defendendo uma delas. Só isso. E outra, quando todas as certezas se esvaem, o niilismo é uma consequência, não uma opção. :emoticon1:
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Miguel
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Re.: O Cristianismo perdeu seu lugar na Europa.

Mensagem por Miguel »

A ciencia nasceu porque nas catacumbas das Igrejas se preservou o conhecimento do passado...

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Miguel
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Re: Re.: O Cristianismo perdeu seu lugar na Europa.

Mensagem por Miguel »

Najma escreveu:
Miguel escreveu:Outra coisa... parece que segundo Berlinski, internacionalismo e Ateísmo estao ligados. Nao sei o que pensar disto. Acho meio estranho.

E eu acho que a evoluçao Europeia, depois da Guerra segue um gráfico com um padrao em serra. Ora estamos Europeístas... Ora estamos mais voltados para a naçao. Mas o que vejo é que, apesar de tudo, a Europa comunitária tal com está é uma coisa recente e que concluir que devemos voltar ao estado naçao para nos Salvarmos é uma ideia sem sentido. Até porque o conceito de estado-naçao tem pouco mais de 100 anos. Nao se esqueçam que houve uma idade de Impérios que representou a maior parte da História Europeia (e mesmo o idade das trevas, apesar de pouco imperial, era feudalista e nao nacionalista). O Nacionalismo, pelo contrário, representa um periodo minusculo da História Europeia.


Ateísmo e internacionalismo... interessante. Ao invés de ecumenismo opta-se pelo niilismo ateísta. E você nem faz idéia do porquê de ser assim, Miguel? :emoticon1:

É que é mais fácil suportar povos de religiões diferentes sendo ateu descrente do que defendendo uma delas. Só isso. E outra, quando todas as certezas se esvaem, o niilismo é uma consequência, não uma opção. :emoticon1:


Quando as certezas se esvaem é hora de ler Hume... e perceber que o Nihilismo (que é uma consequencia do ceticismo extremo) é absurdo e instável... e na minha opiniao Nihilismo é o nome que dao á depressao mental do intelectual.

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Luis Dantas
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Re.: O Cristianismo perdeu seu lugar na Europa.

Mensagem por Luis Dantas »

Defender o niilismo é um tanto sem sentido. Ele talvez deva ser aceito com serenidade quando se apresenta, até porque entrar em pânico só piora a situação, mas não é algo a ser buscado.

Melhor do que se voltar para o niilismo, o que não é realmente tão diferente de alimentar impulsos suicidas, é ser mais exigente e realista com as próprias heranças religiosas e mudá-las para que voltem a ser relevantes e úteis. A religião não _tem_ de se opor a outras religiões, nem de encorajar um bairrismo míope. Historicamente muitas vezes o fez, mas já estamos no ponto em que é possível crescer além dessa mesquinhez.
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Miguel
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Mensagem por Miguel »

Nunca fui apresentado ao Nihilismo... mas se mo apresentarem... nao serei simpático para ele.

Ei, Dante... tu estás a falar do lado pragmático das religioes? O Rito? Isso perdeu-se, de certa forma. O que temos agora sao teologias etérias que tranformam Deus em algo tao impessoal que mais valia Deus nem existir.

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Pug
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Mensagem por Pug »

Miguel escreveu:Nunca fui apresentado ao Nihilismo... mas se mo apresentarem... nao serei simpático para ele.

Ei, Dante... tu estás a falar do lado pragmático das religioes? O Rito? Isso perdeu-se, de certa forma. O que temos agora sao teologias etérias que tranformam Deus em algo tao impessoal que mais valia Deus nem existir.


E na europa Deus não existe.

Muitos querem o cristianismo de novo como solução a bloquear o crescimento da religião da qual "estamos" interditos dizer o nome...

As certezas de que deus iria desaparecer estão enevoadas neste ínicio de século XXI
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Miguel
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Re.: O Cristianismo perdeu seu lugar na Europa.

Mensagem por Miguel »

Porque é que eu disse "Ei Dante"?

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Najma
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Re: Re.: O Cristianismo perdeu seu lugar na Europa.

Mensagem por Najma »

Miguel escreveu:Porque é que eu disse "Ei Dante"?


Freud deve explicar isso... :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:
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Miguel
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Re.: O Cristianismo perdeu seu lugar na Europa.

Mensagem por Miguel »

Talvez inconscientemete eu ache que o Dantas é Wicked... :emoticon16:

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Miguel
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Re.: O Cristianismo perdeu seu lugar na Europa.

Mensagem por Miguel »

Brincadeira... Calma... Ommmmmmm!!!!

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Luis Dantas
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Mensagem por Luis Dantas »

Miguel escreveu:Nunca fui apresentado ao Nihilismo... mas se mo apresentarem... nao serei simpático para ele.

Ei, Dante... tu estás a falar do lado pragmático das religioes? O Rito? Isso perdeu-se, de certa forma. O que temos agora sao teologias etérias que tranformam Deus em algo tao impessoal que mais valia Deus nem existir.


Mas a minha tese é exatamente essa, Miguel: a cultura ocidental amadureceu o bastante para que Deus não seja mais necessário nas religiões. Ou melhor dizendo, não seja mais conveniente, já que necessário talvez ele nunca tenha sido.

Os laços sociais, compromissos e inspiração que são a verdadeira finalidade da religião já não tem muita utilidade mais para o Deus de Abraão, certamente não o bastante para que ele seja o foco principal para todos. Teologia é o de menos.


P.S.: Sim, eu sou wicked, Miguel. Não leu o memorando?
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Miguel
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Mensagem por Miguel »

As pessoas podem não precisar de Deus, da mesma forma que um adulto pode já não precisar dos pais. Mas isso não invalida que se acredite em Deus... nem torna Deus superfluo como ideia.

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Mensagem por Luis Dantas »

Miguel escreveu:As pessoas podem não precisar de Deus, da mesma forma que um adulto pode já não precisar dos pais. Mas isso não invalida que se acredite em Deus... nem torna Deus superfluo como ideia.


De acordo: é legítimo crer em Deus, dentro dos limites razoáveis, sem cair por exemplo em certos criacionismos radicais que brigam contra os fatos ou no chauvinismo repugnante de "Deixados Para Trás".

Mas não serve para todo mundo. Existem várias concepções do que seria Deus. Nem todas são válidas, e nenhuma serve de fato para _todos_. Descrer também é legítimo. Infelizmente existe um número considerável de teístas que não entendem ou não aceitam esse fato.
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Re.: O Cristianismo perdeu seu lugar na Europa.

Mensagem por Miguel »

Esses teístas são apenas aquele tipo de pessoa que só se sente bem quando todos concordam com ele... e que se amedrontam com o ceticismo alheio. Têm um fé fragil. Eu acho que o fundamentalismo se baseia numa fé frágil... que leva a um racionalismo extremo e doentio. O criacioniosmo é racionalismo extremo... e por isso é pouco racional. Bombistas suicidas são racionalistas extremos (o que eles fazem é de uma lógica perfeita... mas baseada em premissas que uma pessoa normal acha doentio acreditar).

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Pug
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Re: Re.: O Cristianismo perdeu seu lugar na Europa.

Mensagem por Pug »

Miguel escreveu:Esses teístas são apenas aquele tipo de pessoa que só se sente bem quando todos concordam com ele... e que se amedrontam com o ceticismo alheio. Têm um fé fragil. Eu acho que o fundamentalismo se baseia numa fé frágil... que leva a um racionalismo extremo e doentio. O criacioniosmo é racionalismo extremo... e por isso é pouco racional. Bombistas suicidas são racionalistas extremos (o que eles fazem é de uma lógica perfeita... mas baseada em premissas que uma pessoa normal acha doentio acreditar).



Curiosa observação.
"Nunca te justifiques. Os amigos não precisam e os inimigos não acreditam" - Desconhecido

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Trancado