Televisao, religiao e baixaria

[Hrrr]

TELEVISÃO, RELIGIÃO E BAIXARIA

Apelo ao Ministério Público.


Cancelei vários canais de programação “religiosa” da televisão aqui de casa. Afinal, tenho filhas pequenas, gosto de religião e gosto de minhas filhas. Não quero que elas fiquem traumatizadas caso venham a estacionar em frente a um canal desses.

Quem gosta de religião deveria boicotar a “religião” que a TV anda transmitindo pelo Brasil.

É uma verdadeira guerra proselitista (para fazer prosélitos, ou seja, novos convertidos) e comercial: vendem de tudo por meio da apelação sentimental.

O problema político ínsito nisso é que a democracia se sustenta no governo da opinião pública e se a opinião pública for vítima do sentimentalismo comercial da televisão da religião da baixaria, que democracia teremos no futuro?

A religião da baixaria televisiva se caracteriza pela perda da razão, pelo irracionalismo: substituição da racionalidade pelo sentimentalismo pseudo-religioso para fins proselitistas e comerciais.

É claro que sou a favor da liberdade religiosa. Até porque sou cristão e defendo meus direitos de manifestação religiosa. Mas sou a favor dos direitos de todas as religiões, sobretudo das religiões das minorias. Quando viajei pelo leste europeu (1990) e não encontrava missas em alguns países ex-comunistas experimentei um pouco da tristeza dos católicos de lá.

Todavia, liberdade religiosa é uma coisa. Outra, bem diferente, é oportunismo comercial em nome da religião, ou mesmo a ocultação de delitos sob o guarda-chuva da liberdade religiosa.
Não será hora de analisarmos o que está se passando sob tal guarda-chuva?

O código de direito penal proíbe o charlatanismo e prevê penas aos charlatões. Mas o que seria charlatanismo hoje? Precisamos atualizar o conceito de charlatanismo, adequá-lo aos fatos de hoje, para regularizar a anarquia comercial proselitista que se esconde sob o manto da liberdade religiosa.

Quantos ilícitos públicos são praticados sob a proteção do manto da liberdade “religiosa”?
Os democratas devem valorizar a liberdade religiosa, sejam eles crentes ou agnósticos. Mas tal valorização necessita da adequação da religião ao Direito dos Estados Democráticos.
O outro lado da liberdade religiosa é a responsabilidade social que decorre das opções religiosas.

Fé religiosa sem compromisso social com a democracia e com o direito não é fé religiosa que mereça tutela jurídica num Estado Democrático de Direito.

Quantas religiões se servem de forma oportunista da democracia para realizarem apenas seus interesses comerciais particulares? E quero sublinhar que não sou contra o comércio. O que reprovo é a ocultação do comércio sob a forma de liberdade religiosa.

Todos nós sentimos forte cheiro de queimado diante do triste espetáculo da irracionalidade promovida pela baixaria religiosa televisiva. Vemos até fumaça. E contamos com o Ministério Público para que ele nos ajude a identificar o fogo dos ilícitos que temos a impressão que estão sendo ocultados pelo uso oportunista do manto protetor da liberdade religiosa. Análises sérias devem ser feitas. Caixas de dinheiro já foram vistas de lá para cá.

Comissões de defesa da boa-fé popular poderiam ser criadas no Brasil para estudar toda essa vasta rede de interesses que mistura política, televisão, religião e finanças no Brasil.

No entanto, um dado é claro, e representa um problema moral (moral política) para o presente e o futuro da democracia: alguns pastores e padres televisivos estão promovendo a redução sistemática do senso crítico do povo, substituindo a racionalidade por um sentimentalismo vulgar pseudo-espiritual. Ora, como dissemos, opinião pública domesticada é opinião pública que desestabiliza a democracia.

Políticos populistas, padres e pastores “salvadores da pátria” se dedicam integralmente à irracionalização do povo brasileiro por meio de programas televisivos voltados para a conquista do poder cultural no Brasil. A lavagem cerebral é feita diariamente, até no horário nobre. O direito à liberdade religiosa é usado de forma demagógica, para encobrir ambições movidas por interesses pouco religiosos.

Desesperados com a falta de dinheiro e de sentido da vida típica da modernidade, o povo brasileiro sucumbe. Caiu vítima de oportunistas de todos os tipos, que se jogam sobre ele como lobos famintos sobre as ovelhas, mesmo se disfarçados de pastores.

Como advertiu o próprio Jesus, há quem se apresente como pastor quando, na verdade, não passa de um ladrão, de um assaltante (Jo 10, 1-21). Será que na televisão não há impostores deste tipo: ladrões, assaltantes, mercenários especializados em assaltos e ladroagens públicas, por meio de mecanismos (imorais) de convencimento psicológico, usando modernas técnicas (imorais) de marketing, disfarçados em roupagens religiosas, e negando, na prática, os ensinamentos éticos da religião cristã e os pressupostos políticos das Constituições Democráticas?

Está na hora do Brasil acordar e analisar de forma mais atenta também a baixaria religiosa televisiva, para verificar se sob o manto da liberdade religiosa há somente fumaça ou há fogo de ilícitos também.

Fábio Régio Bento
Sociólogo e teólogo


http://www.eticanatv.org.br/pagina.php? ... 2&idioma=0

[Aurelio Moraes]

É uma verdadeira guerra proselitista (para fazer prosélitos, ou seja, novos convertidos) e comercial: vendem de tudo por meio da apelação sentimental.

A rede vida e a canção nova fazem as mesmas coisas, queira esse sujeito ou não.
Reclamar das religiões dos outros é fácil. Quero ver ele reclamar desses canais chatólicos.

[o anátema]

É uma verdadeira guerra proselitista (para fazer prosélitos, ou seja, novos convertidos) e comercial: vendem de tudo por meio da apelação sentimental.

A rede vida e a canção nova fazem as mesmas coisas, queira esse sujeito ou não.
Reclamar das religiões dos outros é fácil. Quero ver ele reclamar desses canais chatólicos.

Acho que ele talvez tenha feito isso no texto ao dizer "olíticos populistas, padres e pastores “salvadores da pátria” se dedicam integralmente à irracionalização do povo brasileiro por meio de programas televisivos voltados para a conquista do poder cultural no Brasil."

[Aurelio Moraes]

Acho que ele pegou leve com os padrecos...