Oração e Meditação
Nascida seis séculos antes de Cristo, o budismo tibetano é uma religião que busca na meditação e no desprendimento a essência da natureza humana.
Uma religião nascida seis séculos antes de Cristo. Neste exato momento, segundo a crença do budismo tibetano, você está recebendo milhões de bênçãos. Basta sentir o vento, basta olhar para os monumentos sagrados. Diz a filosofia budista que contemplar imagens sagradas é o suficiente para que o coração se encha de luz.
Na cidade de Três Coroas, no Rio Grande do Sul, fica o Templo da Terra Pura, onde se pratica uma disciplina que busca levar o homem a contemplar aquela que seria a sua autêntica natureza, a natureza iluminada, sem aflições, repleta de amor e compaixão.
Uma brasileira nascida no Amapá vai executar a dança sagrada dos lamas, os antigos mestres espirituais da Índia. Ela própria é uma lama, uma líder no budismo tibetano praticado em terras gaúchas.
A dança de lama Sherab é uma forma de meditação e, segundo esta filosofia, leva benefícios espirituais também a quem a assiste. Há equilíbrio, força e delicadeza. “Você pode entrar, em alguns momentos da dança, em um estado meditativo. Às vezes você pode sentir o seu corpo mais leve, e não sente tanto o peso da roupa. Você pode entrar em um estado de paz mental muito grande, de uma calma mental muito grande”, destaca lama Sherab.
Um conjunto de prédios forma o Kadro Ling, um espaço sagrado, um centro de práticas espirituais ligado a uma das três grandes linhas do budismo: o budismo vajrayana, também chamado de budismo tibetano, que é seguido pelo Dalai Lama.
Buda, um ser iluminado, viveu no século 6 antes de Cristo e, segundo a tradição, teria deixado 84 mil diferentes práticas para atender a maior variedade possível de seres humanos.
“Na cerimônia da água, na oferenda da água, nós praticamos a generosidade ao oferecer algo, nós praticamos a paciência, porque são muitas tigelas de oferendas. Também é praticada a disciplina, que é fazer da maneira correta”, explica Lama Sherab.
Em outra cerimônia é feita uma oferenda de luz, quando também se exige delicadeza e paciência para acender centenas de lamparinas. Também existe a circum-ambulação: andar, em sentido horário, em torno de monumentos sagrados.
Os devotos também circulam em torno de gigantescas rodas de oração. Dentro delas, foram postos milhões de papeizinhos com mantras impressos. As rodas, para os budistas, espalham bênçãos em todas as direções.
Ao recitar mantras ao ar livre, próximo a várias bandeirinhas com orações penduradas, o lama estaria recebendo e também espalhando com o vento uma infinidade de bênçãos, em benefício de toda a humanidade.
“No templo sagrado, no centro do altar, no topo, existe uma imagem de Buda Shakyamuni. Abaixo dele está uma imagem de Tara, que é referida como a Buda feminina”, explica lama Sherab.
Em língua sânscrita, Buda significa “iluminado”. As paredes do templo do sul do Brasil contam a história deste príncipe da Índia que abandonou a riqueza para buscar a verdade, e se tornou um dos maiores líderes espirituais da história.
Quando estava grávida, a mãe do príncipe Sidarta sonhou com um elefante branco. Isso indicava que ela conceberia alguém muito especial. Sidarta foi educado como um nobre, até que um dia saiu do palácio e conheceu o sofrimento causado pela doença, pela velhice, pela morte.
Sidarta abandonou a riqueza, virou eremita e indagou como poderia o homem libertar-se do sofrimento. Um dia, Sidarta se iluminou e começou a ensinar os seguintes princípios aos discípulos: “Estamos presos em um ciclo de existências. Então nós morremos e renascemos múltiplas vezes, devido a um estado que, no budismo, chamamos de ‘ignorância’, que significa não reconhecer o que é a nossa verdadeira natureza, ou verdadeira essência. O que nos impede de ver essa natureza são o que nós chamamos de ‘venenos da mente’, ou ‘paixões’: orgulho, inveja, ciúme, desejo, apego, aversão, ódio, raiva”, explica lama Sherab.
O lugar onde a vida é tratada com tanta delicadeza, onde até as formigas são protegidas, nasceu do sonho de um lama tibetano: Chagdud Tulku Rinpoche, que fugiu do Tibet com a chegada dos comunistas, em 1959. Foi para o Nepal, depois para a Europa e para os Estados Unidos. Chegou ao Sul do Brasil há dez anos, quando começou a construir o centro budista.
A dirigente maior do Khadro Ling, a americana Chagdud Khadro, conheceu Rinpoche no Nepal e se apaixonou por aquele homem sábio, morto em 2002. “Entrar na presença de Rinpoche, era como mergulhar em um oceano de compaixão”, conta Chagdud Khadro.
Na madrugada, toca o sino que chama para a prática conhecida como puja. São recitações de mantras suaves alternadas com fortes passagens musicais.
“Todas as práticas que fazemos, por mais exóticas que pareçam, têm o objetivo de purificar a mente, de acumular mérito, virtude, e ainda de nos levar ao reconhecimento da nossa autêntica natureza interior”, explica Chagdud Khadro.
http://fantastico.globo.com/Jornalismo/ ... ,,AA106734
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Os devotos também circulam em torno de gigantescas rodas de oração. Dentro delas, foram postos milhões de papeizinhos com mantras impressos. As rodas, para os budistas, espalham bênçãos em todas as direções.
Ao recitar mantras ao ar livre, próximo a várias bandeirinhas com orações penduradas, o lama estaria recebendo e também espalhando com o vento uma infinidade de bênçãos, em benefício de toda a humanidade.
Nesse ritual exótico, de quem o lama recebe essas “bênçãos”? Com o que a humanidade irá se beneficiar com isso?
Realmente é uma oração muito poderosa – atinge toda a humanidade!!
Será que essas orações fazem o mesmo efeito da das religões cristãs? Pelo menos os cristãos ainda que enganados rezam para um deus que julgam estar perto.
Os budistas rezam não se sabe pra quem.
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Quando estava grávida, a mãe do príncipe Sidarta sonhou com um elefante branco. Isso indicava que ela conceberia alguém muito especial. Sidarta foi educado como um nobre, até que um dia saiu do palácio e conheceu o sofrimento causado pela doença, pela velhice, pela morte.
Sidarta abandonou a riqueza, virou eremita e indagou como poderia o homem libertar-se do sofrimento.
Puxa! Como as religiões tem estórias parecidas!
Ele viu como era o sofrimento das pessoas a sua volta mas, com toda a sua riqueza e poder não fez nada para ajudar a amenizar os seus sofrimentos. Preferiu a autoflagelação e passar uma imagem de que o ser humano têm que sofrer e renunciar as coisas boas que estão a sua volta por uma vida de sofrimento e privações.Que recompensa uma pessoa tira de tudo isso? Que belo sábio!!
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O lugar onde a vida é tratada com tanta delicadeza, onde até as formigas são protegidas, nasceu do sonho de um lama tibetano: Chagdud Tulku Rinpoche, que fugiu do Tibet com a chegada dos comunistas, em 1959. Foi para o Nepal, depois para a Europa e para os Estados Unidos. Chegou ao Sul do Brasil há dez anos, quando começou a construir o centro budista.
Tanta coisa importante na vida e os budistas estão preocupados se uma formiga está ou não bem! Isso significa que ratos, baratas estão num ótimo ambiente!
Citação:
“Todas as práticas que fazemos, por mais exóticas que pareçam, têm o objetivo de purificar a mente, de acumular mérito, virtude, e ainda de nos levar ao reconhecimento da nossa autêntica natureza interior”, explica Chagdud Khadro.
Todas as religiões tem suas bizarrices e falam coisas muito parecidas!
Nós também sabemos o quanto a verdade é muitas vezes cruel, e nos perguntamos se a ilusão não é mais consoladora.
Henri Poincaré (1854-1912)
Quando se coloca o centro de gravida da vida não na vida, mas no "além"-no nada-, tira-se à vida o seu centro de gravidade.
Nietzsche - O Anticristo.