Não deixemos este flagelo espalhar-se

Críticas ao feminismo
O movimento social de mulheres, andando de mãos dadas com o feminismo conseguiu uma série de avanços na sociedade ocidental. O sufrágio universal, proteção legal para trabalhadoras gestantes, criação de delegacias específicas para mulheres, abolição de algumas leis misóginas, etc.
Mas, como todo movimento de mudança social, o movimento de mulheres recebeu algumas reações contrárias, algumas das quais claramente misóginas. É complicado falar em críticas ao feminismo, porque é complicado falar em feminismo, tendo em vista que são várias correntes de pensamento e não apenas uma. Porém existem algumas críticas ao "feminismo em geral" ou a idéia que se tem do que seja o feminismo.
Alguns críticos (tanto homens quanto mulheres) pensam que as feministas estão efetivamente pregando o ódio contra os homens, ou tentando mostrar a inferioridade do homem; argumentam que se as palavras "homem" e "mulher" forem substituídas por "negro" e "branco", os textos feministas podem se transformar naturalmente em manifestos racistas. Essas são críticas que cabem se aplicadas a pensadoras como Valerie Solanas -que propõe a eliminação masculina em seu Scum Manifesto- mas que não cabem se aplicadas indiscriminadamente a qualquer pensamento feminista. Na verdade, parecem aquelas críticas do começo do século XIX que viam as sufragettes como odiadoras-de-homens, é uma crítica que reduz as sutilezas e questionamentos profundos de como funcionam as relações opressoras de gênero a um simples não-gostar.
Outros críticos dizem que, por conta do feminismo, os homens começam a ser oprimidos; a crítica diz que em países como os EUA a taxa de suicídios entre homens tem crescido bastante desde a década de 70, sendo maior do que a taxa entre a população feminina, e tenta concluir com isso que os homens estão se matando mais devido a uma contra-opressão por parte das mulheres. As feministas se defendem afirmando que não há relação causal necessária entre o feminismo e o aumento do suicídio masculino.
Alguns grupos conservadores vêem o feminismo como elemento de destruição dos papéis tradicionais dos géneros e dos valores da família nuclear, nomeadamente quando o pai e a mãe são trabalhadores bem sucedidos e ocupados, não sobrando ninguém para cuidar bem das crianças. As feministas geralmente respondem que os papéis tradicionais de género servem para silenciar e oprimir a mulher e que a família nuclear é a semente da sociedade patriarcal.
Outra crítica é de que a justiça, a partir da intervenção feminista, tem privilegiado mulheres em disputas legais do tipo custódia das crianças em caso de divórcio, ou em casos de assédio sexual aonde seria quase que impossível para um acusado provar-se inocente. Outras críticas estão ligadas a questão de ação afirmativa.
Mais algumas críticas, e essas são mais interessantes, são voltadas a tipos específicos de feminismo:
Feministas pós-coloniais criticam as formas ocidentais de feminismo, notadamente o feminismo radical e sua tentativa de universalizar a experiência de ser mulher. As pós-coloniais argumentam que o conceito generalizado e global de que é ser mulher geralmente é baseado em padrões de classe média e de mulheres brancas, e logo não é capaz de lidar com experiências de mulheres para as quais o preconceito de género é apenas secundário ou terciário, em relação ao preconceito racial e de classe social.
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