Novos Riscos
Quando o mundo se recompunha do bárbaro ataque terrorista de Bombaim, eis-nos de volta a um cenário de horror aparentemente mais convencional: o do conflito israelo-palestiniano. A crise humanitária na Faixa de Gaza, fruto da intervenção israelita provocando a destruição de infra-estruturas essenciais à vida colectiva, arrasta-se há semanas perante a passividade ou os protestos de mera circunstância da comunidade internacional. Os ataques da guerrilha do Hezbollah contra o norte de Israel, visando tanto militares como alvos civis, desencadearam uma reacção de grande escala do Estado judaico atingindo Beirute e gerando, numa escassa semana, uma onda de refugiados que se avalia em cerca de 500 mil pessoas. Os países da União Europeia bem como os Estados Unidos da América montam operações de emergência para evacuação dos seus nacionais, enquanto o Governo libanês se mostra incapaz de controlar a situação interna no país. A retórica agressiva da Síria e do Irão sobe de tom.
Entrementes, a Coreia do Norte procedeu ao lançamento de um novo tipo de míssil balístico intercontinental capaz de alcançar o continente americano. Os mais pessimistas já não se perguntam se mas apenas quando o barril de petróleo atingirá os cem dólares e relatos de correspondentes de várias agências internacionais indicam que neste momento o Presidente do Irão é um dos poucos políticos populares no mundo árabe! O mundo está, sem dúvida, mais perigoso! Muito do que relatei pode parecer "mais do mesmo". Mas há alguns factores preocupantes que apresentam aspectos novos que importa não negligenciar.
O mais relevante deles é a aparente impotência dos EUA em reagir à multiplicação dos factores de instabilidade global. Dir-se-ia que vivendo a "ressaca" da intervenção no Iraque, a única superpotência planetária se mostra incapaz de acrescentar novas prioridades à sua agenda internacional. Não me compreendam mal: não estou a falar de capacidades militares, mas sim de capacidades diplomáticas e políticas antes do mais. Em ano de eleições, com um presidente em declínio de popularidade, a opinião pública americana parece pouco predisposta a apoiar um activismo internacional da sua Administração. O que faz com que aqueles que sempre denunciaram o papel dos EUA como "polícia do mundo" agora possam estar à beira de experimentar um mundo sem polícia
Em paralelo, as Nações Unidas continuam a fazer o nojo da sua falhada reforma interna na Assembleia Geral do ano passado. É verdade que conseguiu condenar a atitude belicista da Coreia do Norte, mas no Médio Oriente torna-se evidente que a organização dirigida por Kofi Annan não é vista nem reconhecida pelas partes envolvidas como parceiro para a solução do problema. No mínimo, a perspectiva de uma força de interposição internacional sob os seus auspícios parece fazer-nos recuar 20 anos no tempo. Tal força pode pôr termo ao conflito no curto prazo, mas trata-se de uma missão de altíssimo risco e sem que se veja a possibilidade de avanços políticos efectivos no processo de paz: o "roteiro de paz" do chamado Quarteto (EUA, União Europeia, Rússia e Nações Unidas) foi a primeira vítima desta escalada de guerra!
A União Europeia, por seu turno, andou distraída no início da crise, enredada na difícil gestão a 25 do relacionamento com o Governo do Hamas na Palestina e só quando a escalada do conflito já era por demais visível é que decidiu actuar junto das partes envolvidas. Neste contexto, não é de espantar que estas nem sequer se tenham dado ao trabalho de reagir às iniciativas europeias Do ponto de vista estritamente militar, impressiona a capacidade do Hezbollah de atingir alvos militares e civis em Israel, através de projécteis de fabrico iraniano, bem como as afirmações de que a força de guerrilha libanesa está preparada do ponto de vista militar para manter a pressão sobre o norte de Israel por um largo período de tempo. Não custa compreender que além do tradicional apoio da Síria, esta agressão contou com o empenhamento efectivo do Irão, interessado em desviar as atenções do seu programa nuclear e em ganhar o apoio da "rua árabe" nos demais países da região. Mas ainda do ponto de vista militar cumpre interrogarmo-nos sobre as verdadeiras causas do falhanço do sistema de protecção antimíssil Patriot de Israel na defesa da sua terceira cidade de Haifa
Mas há dois aspectos que têm sido pouco falados e que constituem motivo de séria inquietação. O primeiro diz respeito ao efeito desta escalada de guerra no Médio Oriente na radicalização da juventude nos países muçulmanos e mesmo nas comunidades correspondentes noutros países, num largo arco que se estende da Ásia à África, passando pelo Médio Oriente e pela própria Europa. A atracção pelo extremismo violento alimenta-se de um conflito em relação ao qual a comunidade internacional se mostra incapaz de reagir, evidenciando não apenas as suas debilidades estruturais mas também a natureza desigual das suas intervenções pontuais. O segundo diz respeito ao facto de reconhecidamente o Hezbollah ser considerado por muitos o grupo de guerrilha mais bem organizado à escala mundial para levar a cabo acções terroristas, dispondo de células adormecidas em muitos países (incluindo nos Estados Unidos da América) que podem ser accionadas como parte desta "guerra total" proclamada pelos seus dirigentes no Líbano.
Quando um conflito de contornos tradicionais pode acelerar o desencadear de ameaças novas e assimétricas, então o grau de perigo ultrapassa a capacidade de medição da escala de Richter.
Novos perigos
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"Nunca te justifiques. Os amigos não precisam e os inimigos não acreditam" - Desconhecido


- Fernando Silva
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Re.: Novos perigos
Continuamos vivendo tempos interessantes.
Vou resumir minha posição: se os movimentos radicais, seja lá de que religião ou ideologia forem, querem destruir a civilização em que vivo para implantar suas idiotices ou carolices, devem ser destruídos, independente de suas boas intenções ou supostos direitos territoriais ou históricos.
Quando a coisa chega a este ponto, se a convivência não é possível, se argumentos racionais são substituídos por mandamentos divinos, se um lado não aceita nada menos que a destruição do outro lado ou de seu modo de vida, é cada um por si.
"Baratas não têm culpa de terem nascido baratas, mas, ainda assim, devem ser esmagadas"
Vou resumir minha posição: se os movimentos radicais, seja lá de que religião ou ideologia forem, querem destruir a civilização em que vivo para implantar suas idiotices ou carolices, devem ser destruídos, independente de suas boas intenções ou supostos direitos territoriais ou históricos.
Quando a coisa chega a este ponto, se a convivência não é possível, se argumentos racionais são substituídos por mandamentos divinos, se um lado não aceita nada menos que a destruição do outro lado ou de seu modo de vida, é cada um por si.
"Baratas não têm culpa de terem nascido baratas, mas, ainda assim, devem ser esmagadas"
- Nospheratu
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Re: Re.: Novos perigos
Fernando Silva escreveu:Continuamos vivendo tempos interessantes.
Vou resumir minha posição: se os movimentos radicais, seja lá de que religião ou ideologia forem, querem destruir a civilização em que vivo para implantar suas idiotices ou carolices, devem ser destruídos, independente de suas boas intenções ou supostos direitos territoriais ou históricos.
Quando a coisa chega a este ponto, se a convivência não é possível, se argumentos racionais são substituídos por mandamentos divinos, se um lado não aceita nada menos que a destruição do outro lado ou de seu modo de vida, é cada um por si.
"Baratas não têm culpa de terem nascido baratas, mas, ainda assim, devem ser esmagadas"
Pois é.
Agora espere que os humanistas do fórum cheguem.
Esse tópico vai ter umas 5 páginas, no final.
- Claudio Loredo
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Re.: Novos perigos
O planeta está com problemas de superpopulação, ao mesmo tempo em que os recursos naturais estão se esgotando. É natural neste cenário o surgimento de guerras, terrorismo e genocidios. Isto porque a população tem que diminuir, o que motiva as pessoas a sempre encontrar razões para odiar umas as outras e assim se matar.
A única solução que vejo para diminuir o problema e evitar uma nova guerra mundial, é a diminuição drástica da população. Este diminuição tem que acontecer através do controle rígido da natalidade. Caso contrario a diminuição da população terá que acontecer através de genocidios, como este que Israel está praticando contra o Líbano. Além, é claro, de deixar as pessoas morrerem de fome naturalmente.
Não adianta matar as baratas que se revoltam contra o sistema, como propos o Fernando. O melhor é diminuir o número de baratas. Cada barata deve se conscientizar que precisa parar de se reproduzir. Pois, barata é uma praga e esta praga está acabando com o planeta.
As hienas comem carniça, mas quando a carniça esgota elas passam a comer as fezes uma das outras. E quando a fome aperta mesmo, uma hiena passa a matar e comer a outra. Esta é uma forma de controle da população de hienas. Talvez nós seres humanos sejamos mais inteligentes e talvez não seja necessário a continuidade das guerras de extermínio. Talvez nossa inteligência seja maior que a das hienas e talvez iremos encontrar uma solução para não nos auto-exterminarmos.
- Claudio Loredo
- Mensagens: 3343
- Registrado em: 20 Out 2005, 13:33
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Re: Re.: Novos perigos
Nospheratu escreveu:
Pois é.
Agora espere que os humanistas do fórum cheguem.
Os humanistas estão sendo assassinados um a um. Eu mesmo, já desisti de ser humanista.

Re: Re.: Novos perigos
Claudio Loredo escreveu:
O planeta está com problemas de superpopulação, ao mesmo tempo em que os recursos naturais estão se esgotando. É natural neste cenário o surgimento de guerras, terrorismo e genocidios. Isto porque a população tem que diminuir, o que motiva as pessoas a sempre encontrar razões para odiar umas as outras e assim se matar.
A única solução que vejo para diminuir o problema e evitar uma nova guerra mundial, é a diminuição drástica da população. Este diminuição tem que acontecer através do controle rígido da natalidade. Caso contrario a diminuição da população terá que acontecer através de genocidios, como este que Israel está praticando contra o Líbano. Além, é claro, de deixar as pessoas morrerem de fome naturalmente.
Não adianta matar as baratas que se revoltam contra o sistema, como propos o Fernando. O melhor é diminuir o número de baratas. Cada barata deve se conscientizar que precisa parar de se reproduzir. Pois, barata é uma praga e esta praga está acabando com o planeta.
As hienas comem carniça, mas quando a carniça esgota elas passam a comer as fezes uma das outras. E quando a fome aperta mesmo, uma hiena passa a matar e comer a outra. Esta é uma forma de controle da população de hienas. Talvez nós seres humanos sejamos mais inteligentes e talvez não seja necessário a continuidade das guerras de extermínio. Talvez nossa inteligência seja maior que a das hienas e talvez iremos encontrar uma solução para não nos auto-exterminarmos.
boa, aurelio :) ta imitando claudio igualzinho

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- Claudio Loredo
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Re.: Novos perigos
Eu sou inimitável.
Re: Re.: Novos perigos
Claudio Loredo escreveu: O planeta está com problemas de superpopulação, ao mesmo tempo em que os recursos naturais estão se esgotando. É natural neste cenário o surgimento de guerras, terrorismo e genocidios.
Desde que o mundo é mundo tudo isso que você falou acontece, isso não tem nada a ver com o número de pessoas que estão sobre a terra. Chega a ser absurda uma colocação dessas.
O conflito árabe-islaelense vem desde os tempos bíblicos, desde quando isso tem a ver com superpopulação ?
-- Anderson
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- Aurelio Moraes
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Re: Re.: Novos perigos
Claudio Loredo escreveu:
Eu sou inimitável.
Agora você foi genial, Hrrr!



Re: Re.: Novos perigos
Aurelio Moraes escreveu:Claudio Loredo escreveu:
Eu sou inimitável.
Agora você foi genial, Hrrr!![]()
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hehehehehehe eu to aprendendo

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- Claudio Loredo
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Re: Re.: Novos perigos
Minuteman escreveu:Desde que o mundo é mundo tudo isso que você falou acontece, isso não tem nada a ver com o número de pessoas que estão sobre a terra. Chega a ser absurda uma colocação dessas.
O conflito árabe-islaelense vem desde os tempos bíblicos, desde quando isso tem a ver com superpopulação ?
-- Anderson
Desde que o mundo é mundo as pessoas se matam em guerras. Nunca houve nenhum período da história humana onde houvesse paz. São grupos procurando matar outros grupos o tempo todo e o mundo atual não é diferente.
A diferença é que o problema atual de superpopulação agrava ainda mais a predisposição para as guerras. Para agravar ainda mais o quadro, temos as armas de destruição em massa, que tornam os conflitos muito mais mortíferos do que no passado.