A Umah e o Terror

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Pug
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A Umah e o Terror

Mensagem por Pug »

A Umah e o Terror

Uma dúvida das mais relevantes que eu tenho sobre a correlação entre a Religião Muçulmana e o Terrorismo Fundamentalista Islâmico é por que a Umah (comunidade dos crentes Muçulmanos) não se une e faz uma declaração muito simples:

“Todo aquele que praticar atos de Terrorismo contra inocentes deixará de ser considerado Muçulmano e perderá o direito de falar em nome desta religião.”

Uma fatwa (sentença Islâmica) com a redação acima emitida por três Escolas de Pensamento Islâmico seria suficiente para incluir formalmente a condenação ao Terrorismo na chamada Lei Fiqh (equivalente islâmico ao conceito ocidental de jurisprudência) e portanto dar à condenação legitimidade e autoridade dentro da Umah. Isto talvez não dissuadisse os terroristas a cessarem os atentados, mas diminuiria muito o apelo e influência deles nas comunidades muçulmanas, principalmente entre os jovens crentes que geralmente são a matéria-prima dos homens-bomba.

Que eu saiba tal fatwa jamais foi emitida e eu pergunto à Umah, por que?

Aqueles pouco preocupados em analisar a questão em todos os desdobramentos possíveis podem adotar o pensamento dos radicais antiislâmicos e responder à pergunta acima com a acusação de ser a Umah cúmplice do Terrorismo.

É uma resposta pouco satisfatória. Para que fosse válida seria preciso aceitar que a crença religiosa de mais de um bilhão de pessoas no mundo produza como efeito colateral de sua prática uma criminosa deficiência moral em todos os seus fiéis.

Do ponto de vista histórico a generalização acusatória também não se sustenta: em quatorze séculos de existência do Islam, somente nos últimos quinze anos a associação entre fundamentalismo Islâmico e Terrorismo tornou-se um fenômeno de repercussão mundial.

Imputar a culpa ao Corão e aos seus conhecidos versos que pregam a confrontação violenta dos Muçulmanos com seus inimigos também é improvável. Conflitos violentos envolvendo comunidades muçulmanas manifestam-se sempre em sociedades tribais, pobres e primitivas e não são mais numerosos do que os conflitos observados em sociedades tribais, pobres e primitivas de outras religiões.

Comunidades de muçulmanos estabelecidas e educadas em países avançados não são mais violentas do que quaisquer outras colônias estrangeiras. São Paulo por exemplo tem uma comunidade árabe muçulmana expressiva e eles só são estereotipados por sua reputação de negociantes obstinados, sem ter nunca a sua imagem associada à prática de qualquer tipo de violência.

Então permanece a pergunta: Por que a Umah se cala diante do Terrorismo?
"Nunca te justifiques. Os amigos não precisam e os inimigos não acreditam" - Desconhecido

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Fernando Silva
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Re.: A Umah e o Terror

Mensagem por Fernando Silva »

Uma autoridade iraquiana citada ontem disse que a guerra no Iraque é entre os islâmicos e os terroristas.

Quanto à sua pergunta, o mundo islãmico está dividido em várias correntes, das quais as principais são os xiitas e os sunitas. É possível que isto impeça que eles se ponham de acordo quanto a seja lá o que for.

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Pug
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Re: Re.: A Umah e o Terror

Mensagem por Pug »

Fernando Silva escreveu:Uma autoridade iraquiana citada ontem disse que a guerra no Iraque é entre os islâmicos e os terroristas.

Quanto à sua pergunta, o mundo islãmico está dividido em várias correntes, das quais as principais são os xiitas e os sunitas. É possível que isto impeça que eles se ponham de acordo quanto a seja lá o que for.



Politiquice moderna.


No passado vemos a importante personalidade shia Ja'far al-Sadiq como tendo ensinado jurisprudência a Maliki e Abu Hanifa.
Curioso que estes dois grandes juristas e fundadores das duas maiores escolas sunis não foram perseguidos pelo poder de então. Talvez, naquele tempo, já fizessem a separação entre religião e o poder temporal da governação...
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Fernando Silva
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Re.: A Umah e o Terror

Mensagem por Fernando Silva »

AL-QAEDA QUER GUERRA
"O Globo" 28/07/2006

Al-Qaeda quer guerra a Israel

CAIRO. O número dois da rede terrorista al-Qaeda disse ontem que o grupo não vai ficar parado assistindo a Israel bombardear o Líbano e os palestinos. Num vídeo divulgado pela TV al-Jazeera, Ayman al-Zawahiri conclamou os muçulmanos a uma guerra contra Israel e aos países que o apóiam.

- O mundo todo é um campo de batalha - disse o segundo no comando da rede de Osama Bin Laden, em sua primeira reação à crise. - A guerra com Israel não depende de cessar-fogos. É uma jihad que mantemos por Deus. Tentamos libertar tudo que algum dia foi terra do Islã, de al-Andalus (Andaluzia, Espanha) ao Iraque.

Zawahiri acusou as nações árabes de cumplicidade com Israel.

Em Beirute, o deputado do Hezbollah Ali Havy Hassan disse que seu grupo não busca o apoio da al-Qaeda. E em Washington, o presidente George W. Bush disse que a mensagem não o surpreendia e que Zawahiri tenta estimular o uso de táticas terroristas para alcançar seus objetivos políticos.

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"O Globo" 25/07/2006

GUERRA SANTA

Os líderes da milícia islâmica que domina a Somália declararam ontem que “é uma ordem de Deus” combater as tropas enviadas pela Etiópia para defender o presidente somali, Abdullahi Yusuf Ahmed. O país, segundo eles, terá uma guerra santa.

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Não há negociação possível, não há tratados de paz com cachorro louco. Ou se foge, ou se prende ou se mata o cachorro.

Trancado