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Ausência de Fidel não altera Cuba, diz Fernando Morais
São Paulo, 03 Ago (Lusa) - Uma eventual substituição do presidente Fidel Castro, afastado na terça-feira por problemas de saúde, não mudará o destino de Cuba, disse Fernando Morais, um dos escritores brasileiros mais próximos do regime cubano, à Agência Lusa nesta quinta-feira.
Fernando Morais, que há 32 anos visita com freqüência a ilha, classificou de "natural" a substituição de Fidel pelo irmão, uma vez que Raúl Castro é o "segundo homem na hierarquia" do poder em Cuba.
"A julgar pelo comunicado oficial, Fidel Castro voltará ao poder, mas na eventualidade de sua ausência digo que não há nenhuma razão para nos preocuparmos com o futuro de Cuba", disse.
"A sociedade cubana está preparada para o desaparecimento de Fidel Castro, desde que a revolução triunfou em 1959", comentou Morais.
No início deste ano, Fernando Morais e o ex-ministro José Dirceu participaram num almoço com Fidel Castro, em Cuba.
"O presidente estava muito bem. Confesso que fiquei surpreendido com o anúncio do seu afastamento, até porque recentemente esteve na Argentina e brincou com os jornalistas", disse.
Morais referia-se à participação de Fidel Castro na Reunião do Mercosul, que ocorreu na cidade argentina de Córdoba, em julho.
A missão de artistas, intelectuais e políticos brasileiros que tinha previsto participar na festa de aniversário de Fidel Castro, que faz 80 anos na próxima semana, foi cancelada devido à doença do líder cubano. Integravam a missão, além de Fernando Morais, o poeta Thiago de Mello, José Dirceu, entre outros.
Fernando Morais é autor do livro "A Ilha", lançado em 1976, após uma viagem do escritor a Cuba, e que causou grande furor na esquerda intelectual por ser considerado uma apologia ao governo cubano.
O brasileiro escreveu também "Olga" - sobre Olga Benário, esposa do maior líder comunista brasileiro, Luiz Carlos Prestes.
Fidel Castro, que governa Cuba desde 1959 e faz 80 anos no próximo dia 13, delegou na terça-feira o poder no irmão, Raúl Castro, devido a uma hemorragia intestinal, tendo sido depois submetido a uma cirurgia.
"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma." (Joseph Pulitzer).