user f.k.a. Cabeção escreveu:Como já te disse antes, desconheço pormenores da história haitiana, mas se aquilo pode ser observado como exemplo da funcionalidade coletivista, vade retro Satanás!.
O que eu sei é que após a rebelião escrava, o Haiti se tornou uma anarquia até passar a ser controlada por um déspota.
O problema todo com esse "fazer pela sociedade" e o "de cada um de acordo..." é que mascaram por trás de uma máscara de altruísmo um monstro coletivo opressor. As pessoas não farão mais pela socieade do que o básico, necessário e suficiente para serem livres e produzirem, sem serem coagidas a isso.
E as pessoas fazem muito mais pela sociedade se preocupando consigo mesmas do que você pensa. Se pelo menos, cada se preocupasse consigo ao invés de delegar a um delírio coletivo qualquer o dever de prover-lhe sustento, muito melhor seria para esse um. Novamente a velha máxima de Smith, "Não é da benevolência do padeiro, açougueiro ou cervejeiro que devemos esperar o nosso jantar, mas do comprometimento deles para com seus próprios interesses".
Usaria como assinatura, se a minha já não estivesse abarrotada
Você realmente desconhece a importância histórica da Revolução Haitiana. E o Haiti nunca foi uma anarquia. Em outro tópico, se desejares, discutiremos a tal Revolução, aqui, o ponto central é outro.
Eu não discordo que o "produzir para outrem" implique num modo de produção compulsório, onde cada um deverá produzir para suprir a ausência alheia. O problema é que para Marx isso passa por uma questão ideológica: o Estado inicialmente tomaria isto como uma obrigatoriedade, até que se estabelecesse essa ideologia realmente altruísta. Bom, você sabe muito bem o que eu acho disto, né? Doideira.
Também não gosto da frase do Smith, pois ela simplifica um sistema muito mais complexo, que lida com vários outros problemas, como a "não meritocracia", a necessidade do mercado de reserva e, caso sejam verdadeiras as assertivas de determinados economistas, a necessidade da pobreza...
user f.k.a. Cabeção escreveu:Não. O problema central do socialismo é que ele desestimula a produção espontânea e livre, e por isso precisa estimular a produção compulsória.
E para isso é que é necessária a classe governante, para fazer com que os trabalhadores trabalhem.
Eu citei um problema moral que implica num problema funcional e você citou um problema funcional que implica numa questão moral.
Continuar citando os problemas apenas esmiuçaria as nossas questões concernentes ao modo de produção, não é?
user f.k.a. Cabeção escreveu:Funcional pode até ser por algum momento, só não moral, nem sustentável nem competitivo.
Não é moral pois esmaga a liberdade individual, não é sustentável pois no longo prazo acumula problemas infraestruturais insolúveis, e não é competitivo pois existem modelos de produção muito superiores nos dois aspectos anteriores.
Só concordo contigo quanto à moral. Tenho minhas dúvidas quanto ao resto.