Samael escreveu:Por mais que repudie quem faz pouco caso da morte da menina em nome de uma "absolvição social" a Champinha, também não endosso nem concordo com o discurso do Vitor acerca de uma "opção pelo mal", visto que, nesse caso, não entenderíamos o porquê de tantos "malfeitores" abundando entre as camadas mais pobres da população.
Acho que a questão é bem mais complexa do que o mantra "pobreza gera violência" tão alardeado pelas esquerdas festivas. Estou mais propício a acreditar no contrário, que violência é a responsável pela pobreza.
Seja a violência física, psicológica e principalmente a violência política. A impunidade e ausência de valores morais e do exemplo positivo é que degrada uma sociedade, e a violência funciona com um vírus, que compromete as relações pessoais que gerariam riqueza para aquela sociedade.
Não que eu ache que a miséria também não tenha sua participação na formação da violência, mas em geral penso que ela é no mais das vezes utilizada como uma desculpa esfarrapada que mascara as verdadeiras causas, que pouco tem de materiais.
Penso isso pois a riqueza desacompanhada de valores gera tanta violência quanto a miséria, talvez violência de natureza diferente, mas ainda violência.
Samael escreveu:Ainda mais, nunca sequer imaginaríamos que a queda geral do índice de violência de nossa época em comparação a diversas outras se daria por uma "opção geral pelo bem".
Sinceramente, acho que avançamos alguns degraus éticos desde que abolimos à escravidão, que rechaçamos o comunismo, que estabelecemos verdadeiras democracias.
Não que eu considere o mundo perfeito, ou que tenhamos nos livrado das antigas ameaças, mas olhando para trás, não há como não perceber o quanto melhoramos.
Samael escreveu:Não se entende o homem se não entendermos seu meio. Da mesma forma, não se absolve os crimes de um homem a partir dos males presentes nesse mesmo meio.
Você sabe que eu discordo desse raciocínio no mínimo reducionista do "ser coletivo".
Só acredita nisso quem faz questão de ignorar que pessoas completamente diferentes podem viver à vida toda no mesmo ambiente, até sob o mesmo teto.
É claro que grande parte da realidade nós só podemos extrair do meio, mas julgar que sejamos todos condicionados da mesma forma e que manifestemos as mesmas reações é fechar os olhos para a própria informação que esse "meio" nos dá, que indica o contrário.