
Torcida colorada fica sob pressão de são-paulinos
No Morumbi
DIOGO OLIVIER/ São Paulo
Foram guerreiros os 3,7 mil colorados que enfrentaram os 73 mil são-paulinos no Morumbi. Suportaram até pedradas. Tudo bem que o local destinado à torcida adversária no estádio do inimigo não precisa ser o melhor de todos. Mas a direção do São Paulo exagerou. O espaço destinado, atrás de uma das goleiras, no setor amarelo da Geral, é o de pior visibilidade no estádio. Mas não foi só. O problema é que acima deles, em vez de colorados, na arquibancada, ficaram tricolores.
Líquidos de toda a espécie, acondicionados em copos ou garrafas plásticas, foram jogados da Superior para a Geral. Isso sem falar nas cusparadas. O repórter Sílvio Benfica, da Rádio Gaúcha, virou alvo involuntário de uma delas. Voaram pedradas. A proteção da Polícia Militar até a chegada no estádio não registrou problemas. O 2º Batalhão de Choque programou 3 mil homens para a partida, 900 deles nas cercanias do estádio. É um número recorde. Em meio aos ataques do PCC, a ordem do governo do Estado foi montar operação especial.
Na chegada ao Morumbi, integrantes da temida organizada Torcida Independente fizeram um corredor polonês à espera dos ônibus dos colorados. O pior ficou para a delegação do Inter. Uma pedrada atingiu um dos vidros de seu ônibus. O rombo foi de cerca de 10cm. Ninguém ficou ferido. Marco Aurélio Cunha, diretor do São Paulo, pediu para falar aos repórteres e não poupou seus torcedores:
- Isso é coisa de idiota, de imbecil - resumiu Marco Aurélio Cunha.
Em jogos no Morumbi, apenas nos clássicos locais a parte superior também é reservada à torcida adversária.
- Isso não vai ficar assim - reclamou o vice de administração, Giovani Luigi, que virou uma espécie de ouvidor colorado no meio da confusão.
Apesar de tudo, os colorados foram guerreiros.