Allan Kardec, um racista brutal e grosseiro

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Botanico
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Mensagem por Botanico »

Acauan escreveu:
Botanico escreveu:Bem, Acauan, quando Kardec codificou o Espiritismo, ele plotou a superioridade dos espíritos como encarnando predominantemente nos caucasóides, e o inverso para os negróides e mongolóides, pois a REALIDADE de sua época e a conceituação científica sobre raças permitiam essa interpretação.


Acauan escreveu:Em nada a realidade da época permitia esta interpretação, porque os europeus brancos do século XIX haviam conquistado hegemonia material sobre o mundo e não hegemonia espiritual. O fato de a Europa haver se industrializado primeiro que outras regiões e por conta disto ter imposto sua supremacia econômica, tecnológica e militar ao restante do mundo não são indicativos de superioridade moral.

Desculpe-me Acauan, mas não entendi o que você está querendo dizer com "hegemonia espiritual". Isso povo algum tem. Se está se refererindo a hegemonia moral, cai no mesmo problema. O parâmetro de comparação de superioridade ou inferioridade era alimentado apenas pelo aspecto visível de desenvolvimento tecnológico, científico e militar. Claro que, a reboque, os europeus e estadiunidenses também se achavam superiores moral e espiritualmente falando, tanto que se empenhavam em missões religiosas para converter os povos pagãos inferiores à sua fé cristã. Só que a história dá todas as provas de que os cristãos usavam de moral e a ética de duas caras: uma para eles e outra para consumo público. Tal como o nosso partido mais ético e moral que temos, o PT...

Acauan escreveu: Se Kardec era incapaz de distinguir estas diferenças tão óbvias entre valores materiais e espirituais, é de se esperar que a doutrina que criou reflita as incapacidades de seu criador.

Quanto às supostas conceituações européias sobre raças do século XIX, qualquer trabalho da época sobre o tema acumula tantos erros de método, que só a predisposição de fazer vista grossa a eles explica o chama-las científicas.

Sabe, Acauan, há uma diferença enorme entre você ler sobre um assunto e outra em VIVER E VER CARA A CARA ESSE ASSUNTO. Kardec, até onde sei, não saiu da Europa e assim, tudo o que podia saber sobre outros povos era o que os antropólogos de sua época diziam, eivados de racismo ou interpretações distorcidas. Portanto o problema não era ele não saber distinguir, mas sim, de não ter elementos suficientes para formar um visão "correta".

Se os trabalhos a que se refere estão com tantos erros de métodos assim, ISSO NÃO OS INVALIDA CIENTIFICAMENTE PARA O MOMENTO EM QUE FORAM PRODUZIDOS. Acauan, quando lemos sobre coisas referente a uma época, lugar, povo, etc, TEMOS QUE NOS ENCAIXAR NO CONTEXTO DA OCASIÃO, pois não não vamos entender nada do que disseram ou do porque disseram tal e qual coisa. Por mais que os científicos por aqui queiram proclamar isso, o método científico não nasceu pronto e acabado e os métodos individuais de pesquisa também se aperfeiçoaram com o tempo. Portanto, os trabalhos que você diz que hoje nem poderiam ser considerados científicos, EM SUA ÉPOCA, ERAM. E não adianta chiar.


Botanico escreveu:Contudo, essa realidade se foi: hoje não se pode mais ligar superioridade ou inferioridade moral e intelectual a raças (que cientificamente nem mais existem) ou povos.


Acauan escreveu:Esta suposta realidade nunca existiu e se alguém ligava superioridade moral à raça, ontem ou hoje, o fazia por conta de suas próprias escolhas individuais.

Acauan, a REALIDADE é uma só, mas ela é ABSTRATA, ou seja, o ser humano não tem como apreendê-la no seu sentido integral, na sua essência. A realidade a que me refiro, é aquela que havia no tempo de Kardec: caucasóides formavam sociedades industrializadas, com avanços tecnológicos e científcos ou, senão isso, ao menos eram agricultures. Os negros e índios viviam em choupanas, pouco cultivavam e em geral em povos coletores. Os asiáticos em sua maioria seguiam esse padrão. Chineses e japoneses podiam ser ligeiramente mais cultos, mas já eram superados pela cultura ocidental. Esta era REALIDADE, Acauan, goste ou não. Agora a INTERPRETAÇÃO DOS MOTIVOS DESSA REALIDADE SER ASSIM, aí é outra estória. Os cientistas entendiam ser inferioridade racial, que os caucasóides EVOLUÍRAM numa raça melhor e mais dotada, enquanto as outras raças pouco ou nada evoluíram, continuando num estilo de vida tal como viviam os caucasóides primitivos. E Kardec, com base nesta interpretação errada, achou lógico, se assim fosse, que então nessas raças "inferiores" deveriam encarnar espíritos mais atrasados e nas "superiores" encarnariam espíritos mais "adiantados".
Hoje, tal como você apelou dizendo que os conceitos científicos antigos sobre raças estavam eivados de erros metodológicos, a ponto de anular sua validade científica, nós espíritas também dizemos que a interpretação de Kardec sobre esse assunto baseou-se num equívoco e por isso não é mais válida.

Mas os nossos amigos céticos, por falta de argumento...


Botanico escreveu:Que possa haver quem pense assim, não vou negar, mas isto é negado pelo Espiritismo enquanto aspecto geral.


Acauan escreveu:Você confunde suas concepções pessoais sobre a doutrina espírita com aspectos gerais da doutrina. As origens históricas do espiritismo, as idéias de seu fundador e suas bases filosóficas sustentam tanto suas concepções pessoais quanto às concepções racistas.
A diferenciação se dá pela escolha da facção espírita em interpretar os textos base de sua doutrina de forma literal e absoluta ou metafórica e relativa.
Numa correlação com ambigüidade similar existente entre os cristãos, pode-se dizer que espíritas fundamentalistas são mais potencialmente racistas que os que não o são.
Mas isto é apenas questão de escolha pessoal. Nada no conteúdo da doutrina garante que a abordagem não racista lhe seja uma interpretação natural.

Bem, então a qual facção espírita está se referindo? Que facção é essa que adota como exatos e infalíveis os textos de Kardec e defende então a aplicação de políticas racistas tendo em vista os textos aqui criticados?
De facções, eu só conheço o rustenguismo e o ramatismo. Quanto ao resto, só sei de diferenças insiguinificantes que não caracterizaria tanto como facção.


Botanico escreveu:O exemplo que citei é para mostrar que EM ESPIRITISMO, não há restrições de reencarnação. Qualquer espírito está sujeito a reencarnar em corpos de qualquer raça ou sexo, e em qualquer povo deste planeta (e outros também).
Por que é que o Espiritismo na sua forma não fez sucesso entre os anglo-saxônicos? Exatamente por isso: acha que um lorde inglês, rico e bem nascido poderia aceitar a idéia de estar sujeito a reencarnar com um negro pobre em alguma favela moçambicana?
Ficou até gozado: há o New Spiritualism, que aceita a comunicação espiritual, mas rejeita a reencarnação; há grupos reencarnacionistas anglo-saxônicos, mas que não aceitam que espíritos se comuniquem.


Acauan escreveu:O espiritismo não fez sucesso entre povo nenhum, exceto o brasileiro.
Entre os anglo-saxônicos esta aversão era mais esperada, uma que são em sua maioria protestantes, facção cristã que tem como regra a proibição bíblica de comunicação com os mortos.
Um exemplo interessante de como os americanos encaram o espiritismo são os tabuleiros Ouija, que para eles é apenas um brinquedo.

Acho que você está muito mal informado.

Botanico escreveu:Os textos de Kardec politicamente incorretos referem-se a uma interpretação que ele fez da realidade de sua época. Então a Ciência dizia que as raças não-caucasóides eram menos dotadas de capacidade intelectual e moral e até mesmo entre os caucasóides haviam raças inferiores, como nós os latino-americanos, os judeus, os eslavos, os ciganos... O que Kardec fez foi juntar a isso uma interpretação moral: se essas raças eram inferiores, então é lógico supor que nelas encarnavam espíritos menos evoluídos intelectualmente. É como numa empresa de computação, que reservará os computadores top de linha, caros e cheios de medalha para os que trabalham com programas pesados e consomem muitos recursos. Já para os filhos de funcionários brincarem na creche, estes podem lidar com computadores fraquinhos e que rodam os joguinhos infantis.


Botanico escreveu:Acauan, como você mesmo cita um trinômio abaixo, é bom entender que não existe essa pureza doutrinária absoluta em campo algum do conhecimento humano. O homem está inserido no seu tempo.
As doutrinas racistas de então podiam ser ideológicas, MAS NÃO ERAM CONTESTADAS PELA CIÊNCIA, ou seja, os cientistas achavam tão óbvio que havia raças superiores (as caucasóides, umas mais e outras menos) e raças inferiores (todas as outras) que nem se justificavam estudos científicos para confirmar ou negar esse óbvio ululante. Daí portanto é inútil tentar salvar a cara da Ciência neste aspecto. Não me consta que se façam estudos científicos para se comprovar o óbvio.


Acauan escreveu:Não há porque tentar salvar a cara da Ciência porque ela não tem uma. A Ciência é um método de obtenção de conhecimento baseado na observação, teorização e experimentação.
O fato de cientistas defenderem determinada tese não a torna científica e sim o método que produziu as evidências que a comprovam.
Se Sir Isaac Newton apresentasse sua teoria da gravitação baseando suas conclusões apenas nos pressupostos teológicos cristãos nos quais acreditava, tais conclusões não seriam consideradas científicas, mesmo que apresentadas pelo cientista mais respeitado de seu tempo.

Assim, não importa a realidade histórica, cultural ou ideológica de uma época, a classificação de uma tese como científica deve considerar apenas os aspectos metodológicos referentes às conclusões e às evidências que as sustentam.

Por este critério, não há respaldo científico algum para as doutrinas racistas do século XIX.

Bem, não vou repetir tudo de novo, pois acho que você já deve ter entendido que a minha colocação é que, EM SUA ÉPOCA, a coisa dita científica ERA científica, mesmo que agora saibamos de erros metodológicos. Isto é da própria evolução da Ciência e do seu método de trabalho.

Botanico escreveu:O pensador torna-se um farol de seu tempo. DO SEU TEMPO. Voltaire foi um pensador iluminista que sofreu perseguições de uns, mas no geral foi muito aplaudido e popular. Onde e quando ele viveu? Na Europa do século 18, onde os ideais absolutistas já estavam sendo questionados nas cabeças dos próprios aristocratas. Com as idéias que divulgava, ele mostrava um novo sentido de vida, de política, de sociedade, etc, para as quais havia um mercado interessado. Tivesse sido o que foi 100 anos antes, ele seria queimado vivo ou seria um escritor sem leitores.


Acauan escreveu:Entretanto, os grandes pensadores, que realmente se tornaram faróis de seu tempo e dos tempos futuros, muitas vezes foram ignorados, perseguidos ou mortos por seus contemporâneos, mas suas idéias eram tão poderosas que não só sobreviveram às suas próprias mortes como modificaram o mundo.

A civilização Ocidental se construiu sobre dois exemplos disto, Sócrates e Jesus de Nazaré.

No livro de Kardec, A Gênese, este discorre que o maior milagre que Jesus realizou foi o triunfo de sua doutrina, que tinha contra si tudo aquilo que é causa do fracasso das obras dos homens. Isso prova que era divina a missão de Jesus. Mas isso não muda o que eu disse. Voltaire coincidiu de trazer luzes a um mercado que ansiava por elas; Jesus e Sócrates encontraram um público consumidor pequeno, que mesmo assim desagradou a concorrência, levou ao assassinato de seus mestres, mas os discípulos fizeram o serviço.

Botanico escreveu:Muito que bem, Kardec codificou uma doutrina que prega o reencarnacionismo, mas distinto de todos os que o precederam, pois não há restrições de ordem sexual, social ou racial (apenas que humanos não reencarnam em corpos animais); INOVOU com relação à comunicação espiritual, por mostrar ser ela acessível a todos e não um privilégio de uns poucos profetas e iluminados; isso abriu a porta para que os espíritos dos falecidos se revelassem e revelassem também as conseqüências de seus atos no mundo espiritual. Sinto muito, mas não posso concordar que essas coisas foram produtos de ideologias da época.

Ah! A propósito: Blavatsky foi posterior a Kardec e anti-espírita.


Acauan escreveu:Citei Madame Blavatsky apenas como um dos vários exemplos que mostram que as ideologias racistas do século XIX eram mais baseadas em algum tipo de misticismo do que em verdadeira ciência.

E não há absolutamente nada de inovador na proposta kardecista de que qualquer um pode se comunicar com espíritos, tal idéia é comum em inúmeras culturas, desde animistas tribais até a Europa pré-industrial.
Afinal, o que é ver e falar com fantasmas que não comunicar-se com espíritos, e não foi Kardec quem inventou os fantasmas.

O que é atribuível à Kardec é a pretensão de dar a tais comunicações status científico, pretensão esta jamais reconhecida fora da comunidade que ele fundou.

Vamos tentar deixar claro umas coisas: antes de Kardec (até um pouco antes dele, com as irmãs Fox e outros menos cotados) comunicação com espíritos era coisa para mestre iniciado e os espíritos não eram bem entendidos sobre sua natureza real. Kardec, com seus estudos, apontou que são simplesmente humanos desencarnados. Nada de demônios, anjos, deuses, Deus, etc. Quanto à questão científica, bem, isso já foi tão discutido por aqui, que acho que não cabe alongar-me. Essa questão se resume no fato de que essas comunicações são inaceitáveis para comunidade científica, pois elas contradizem os dogmas da Ciência e você sabe muito bem que isso não é permitido.

Botanico escreveu:Acauan, eu gostaria que você ao menos admitisse isso: EXISTEM DIFERENÇAS MORAIS E INTELECTUAIS NAS PESSOAS. Não há fugir disso. Isso não desmente a nossa igualdade essencial como espécie e pessoas, mas é um fato. E o que o Espiritismo faz é simplesmente colocar que este fato também está presente na condição espiritual.


Acauan escreveu:Por que eu negaria que há diferenças morais e intelectuais entre as pessoas? Isto é conseqüência direta da própria definição de individualidade.

O que rejeito é que estas diferenças sejam regidas por algum tipo de determinismo, o que é a própria negação da individualidade.

Seriam regidas pelo quê, então? O que é que torna as pessoas diferentes? Então uma criança nasce com falha genética no metabolismo da galactose e fica com deficiência cerebral por conta disso. Foi um DETERMINISMO GENÉTICO, certo? Aliás, muita coisa já existe sobre essa questão de genética e sua influência na DETERMINAÇÃO de nossas capacidades. Então eu diria que aqui já há um DETERMINISMO, com a diferença mínima (ou máxima, conforme o ponto de vista) de que este é palpável e verificável, enquanto o determinismo espírita, que diz que espíritos têm graus variados de evolução e, ao encarnarem, isso poderá se refletir na sua existência encarnada, não é verificável. Determinismos, portanto, existem, meu caro.

Botanico escreveu:Por isso mesmo que as lembranças das vidas anteriores são apagadas. O que acontece, Acauan, é que as dores e sofrimentos humanos têm embaraçados os filósofos e confundido as religiões. Não pretendemos, nós os espíritas, afirmar que estão plenamente resolvidas, mas cremos a maior luz sobre o assunto, senão a única, partiu do Espiritismo. O Cristianismo, sobre esse ponto, apresenta ensinos de lastimável pobreza e impossível aceitação. De acordo com ele, as causas do sofrimento foi a burrada de Adão e Eva. O Espiritismo coloca como causa os nossos próprios erros. Ou seja, a culpa é nossa e não de algum pecador ancestral. A Ciência busca as causas físicas e tenta encontrar as soluções, mas oferece suporte moral para nada disso.

Não sei a que outras escolhas você se refere, mas como tenho dito, aquilo que não se pode remediar, é conta da lei de causa e efeito. O que se pode remediar e nada se faz ou busca-se atalhos para se livrar do problema, já é questão de escolha pessoal. Cabe só aqui a advertência espírita: _ A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória.


Acauan escreveu:As respostas do Cristianismo ao Problema do Mal parecem menos pobres quando analisadas em seus aspectos simbólicos, além do literalismo fundamentalista.
Mas uma das melhores respostas religiosas, na minha opinião, vem do judaísmo, do Livro de Jó, cuja mensagem é que mesmo que todo o Universo lhe pareça injusto e que a opção pelo BEM só lhe traga dores, deve-se perseverar no caminho da Justiça.
O porquê deve ser assim o livro não diz, apenas deixa claro no diálogo de Deus com Jó que a resposta não está no cosmo externo a ele, para o qual a existência individual humana é insignificante.

Já a cosmovisão espírita sobre o problema é repleta de contradições, pois associa o mal à ignorância dos espíritos primitivos e propõe que o BEM é alcançado pelo aprendizado decorrente das reencarnações sucessivas.

Esta idéia é quase Positivismo puro, a convicção de que o progresso leve necessariamente ao BEM, inclusive o progresso histórico, que tornaria a modernidade obrigatoriamente melhor que os tempos que a precederam.

Não há qualquer veracidade comprovada nesta opinião, que, portanto, é apenas isto.

Se a crença no progresso Positivo fosse verdadeira, o próprio passar do tempo evidenciaria, por si só, a redução da quantidade de Mal no mundo, uma vez que os espíritos evoluiriam sempre e assim o mal diminuiria continuamente.
Não há evidências históricas disto. Em muitos períodos pode-se observar o contrário.

Além disto, o espiritismo se baseia na mesma idéia fundamental do Cristianismo quanto ao tema, que o mal seja uma anomalia na realidade e não uma condição natural dentro dela, tanto que ambas estabelecem esquemas cósmicos para a eliminação do mal, a redenção e a reencarnação, respectivamente.
Se existe um complexo esquema cósmico para eliminar o mal da realidade, cabe perguntar por que não há um esquema cósmico constituído na inexistência do mal.

Kardec mesmo faz uma interpretação simbólica do episódio da queda do homem no Éden, mas ela é só para consumo espírita: os cristãos jamais a aceitariam, pois defendem a literalidade do texto bíblico e fim de papo. Neste caso então entra aquilo que eu disse de que seus ensinos para explicar a causa do mal e do sofrimento humano são de lastimável pobreza e impossível aceitação.

Se o livro de Jó não deixa claro o motivo de porque devemos perservar no caminho do Bem, não importa o quão ruim ele seja, então não resolve o problema. Não achei que fosse uma boa interpretação. Ao que parece trata-se apenas de uma disputa entre Deus e o Demo, onde o primeiro permite o abuso absurdo de se usar o Jó como saco de pancadas para se testar sua fé.
Na interpretação espírita, é o próprio espírito que se submeteria a situações assim para testar a SI MESMO. É UMA ESCOLHA PESSOAL e não um desafio entre Deus e Demo.

Quando vem um testemunha de jeová na minha porta, quase sempre se apela para dizer que o Mundo hoje está muito pior que o de antigamente. Sinceramente não sei qual o critério para se aferir isso. Temos armas mais destrutivas? Sim, temos, mas moralmente como estamos em relação ao passado? Tudo bem, você pode não concordar, mas há uma melhora considerável. Os criminosos, culpados ou inocentes, sofriam torturas e execuções com grande sofrimento, para a alegria e aplauso da galera, nada diferente dos circos romanos. O conceito de infância não existia. Uma menina de 6 anos que fosse acusada de bruxaria, seria cruelmente torturada e queimada lentamente para servir de exemplo às outras. Na Inglaterra do século XIX era assim: a maioridade era aos 7 anos e as penalidades para as crianças muito mais severas do que para os adultos. Bem, não vou aqui desfiar exemplos e mais exemplos. Acho que você entendeu. Esse argumento de mundo pior hoje é mais balela do que outra coisa.

Já o Daniel Douglas Home, médium anti-Kardec e anti-reencarnacionista, entrou nesta questão do progresso de que, se houvesse reencarnação e os espíritos se aperfeiçoassem, então a França de sua época seria muito mais moral que a de 300 anos antes e a Grécia de então seria muito mais culta do que a de 300 anos antes de Cristo. O raciocínio dele seria válido se SEMPRE OS MESMOS ESPÍRITOS REENCARNASSEM SEMPRE NAS MESMAS REGIÕES. Só que pela doutrina espírita, sabemos que não é isso o que acontece. Os espíritos migram de povos e de planetas e no Livro dos Espíritos isso é discutido.

Entendeu?


Botanico escreveu:Quis dizer que índios são gente igual às outras gentes, com qualidades e defeitos, como todo mundo. Há quem considere os índios um bando de incivilizados inúteis, que precisam de uma enorme floresta para sustentar uma tribo de 100 índios, prejudicando os valorosos fazendeiros à volta, que querem vender o mogno e transformar a floresta e plantações de grãos. Há também aqueles que consideram os índios como santos. Lembrei-me agora de um aluno da extinta disciplina "Estudos sobre Problemas Brasileiros" (criada pelos militares para dar aos alunos uma imagem maravilhosa do Brasil e dos seus governantes milicos _ acho que esta disciplina deveria ter outro nome...). Foi feita uma palestra por um antropologista, que falou sobre as questões envolvendo os índios, como era sua organização social, os conflitos deles com os fazendeiros, etc e tal. No dia da prova, o professor pediu justamente para que então os alunos discorressem sobre o tema envolvendo os índios. Bem, um dos alunos fez lá um discurso dizendo que a coisa não era nada daquilo, pois o índio é bom, é sensível, é humilde, e todo o dia é dia de índio, etc e tal...
E aí? Você que é índio concorda com esse aluno? Se os índios são todos santinhos, onde se encaixa o cacique Paiacã, aquele que estuprou e espancou uma professorinha e ainda botou a culpa toda na mulher dele?


Acauan escreveu:Se o tal aluno tivesse conhecido um guerreiro Tupi, não teria estas idéias idiotas, criadas pelos escritores românticos brasileiros do século XIX.
Éramos bárbaros, selvagens e cruéis.
Era a nossa cultura.
Não era lá muito romântica ou bonita, mas nos manteve vivos em um ambiente terrivelmente hostil até eu ter a chance de escrever estas palavras.

Acertou... pena que o pior animal no ambiente hostil em que os índios viviam tem duas pernas e espingardas e revólvers nas mãos...

Botanico escreveu:Falou do tal trinômio: individualidade – sociedade – cultura. E vai querer me dizer que ele não alimenta o racismo?


Acauan escreveu:Qualquer coisa pode alimentar o racismo em quem acredita nele.
É o solo fértil da mente racista que faz a semente do ódio germinar.

Sim, mas só que se o elemento determinista é impalpável e inverificável, não dá para se fazer política racista.

Botanico escreveu:Houve um ministro do Lula que disse que a presença de nordestinos em São Paulo contribui para o aumento da criminalidade. Numa firma em trabalhei (em São Paulo), ouvi essa: _ Mantenha essa cidade limpa matando um baiano por dia. O meu irmão é escrivão de polícia e ficou horrorizado quando um nordestino, bichinho, chegou lá furioso, querendo que prendessem o namorado da filha dele, pois o garotão tirou a virgindade da mocinha. Protestava esse pai: _ Eu estava preparando a minha filha para mim! Eu é que tinha que tirar a virgidade dela e esse desgraçado que passou na minha frente! _ Será que um caso assim não levaria a se pensar que todo pai nordestino, bichinho, é que tira a virgindade da filha?


Acauan escreveu:Pensará assim quem quiser pensar assim.
Os demais julgarão o sujeito que declarou tal intenção pelas intenções que ele próprio declarou e não julgarão os que nunca declararam intenção igual, com base nas intenções que não declararam.
O preconceito anti-nordestino em São Paulo cresceu no ambiente da industrialização acelerada dos anos sessenta e setenta, quando várias comunidades de migrantes dividiram espaço com as comunidades operárias nativas, muitas delas descendentes de imigrantes europeus.
Como disse antes, optar pelo preconceito era uma opção individual.
Na rua onde cresci havia italianos, espanhóis, japoneses, ucranianos (natos ou descendentes) convivendo com nordestinos, mineiros e outros migrantes em clima de ótima vizinhança.

Sim, tem toda a razão: o preconceito é individual... até que apareça alguém que capitalize um motivo, sobre o qual aglutine os individuais e torne o preconceito uma coisa coletiva. Quando há emprego sobrando nos EUA, ninguém se queixa dos imigrantes ilegais (ou legais), desde que façam o serviço de catar lixo e lavar sanitários. Mas quando faltam empregos e aí o americano nativo vai ter de catar lixo e lavar os sanitários, ah! Que se liquidem os imigrantes!

O preconceito começa quando não se aprende a aceitar o diferente. Uma coisa boa que eu acho que se deveria fazer é aproveitar aquela inútil disciplina Educação Moral e Cívica (do meu tempo) e a sua substituta (Organização Social e Política Brasileira), que nem sei se ainda existem, e em vez de falar de picuinhas políticas o que deveriam fazer é trazer pessoas de diversas culturas, nordestinos, ciganos, judeus, índios, etc e tal e que eles falassem e respondessem perguntas sobre sua cultura e sua gente. Uma coisa é lei: tememos o que não conhecemos.


Botanico escreveu:Olha, Acauan, acho que toda essa nossa conversa pode ser resumida nesta frase: _ Não é negando as diferenças que se acaba com o racismo e sim aprendendo a reconhecê-las, respeitá-las e conviver com elas.


Acauan escreveu:Repetindo, o problema não são as diferenças, mas os determinismos que afirmam dominar a fórmula que governa estas diferenças.

E como continuo dizendo: só os determinismos palpáveis e verificáveis possibilitam isso (é negro, nasceu no Ceará, é cigano, é macumbeiro, é estrangeiro...). Não é o caso da reencarnação, cujo espírito que reencarna é caixa preta.

Botanico escreveu:Sabe, Acauan, NÃO HÁ COMO PREVER O QUE UMA DOUTRINA FARÁ NO FUTURO ATÉ QUE O FAÇA. Karl Marx tinha uma visão de uma sociedade mais justa e menos desigual, mas no que é que deu o Marxismo? Resultou numa tirania desumana que tem muitos mais milhões de vítimas do que todas as religiões juntas. Jesus deixou ensinamentos de amar ao próximo, de que o apego às riquezas e pompas são tesouros que as traças roem, que quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado, etc e tal. No entanto, no que deu o Cristianismo? Dispensa comentários, não?
A mesma coisa é o Espiritismo, só que este, com todos os seus senões, ainda não virou o que você acha que tem potencial para se tornar. Primeiro porque a mudança de realidade e mentalidade já inutilizou os textos politicamente incorretos de Kardec e em segundo, como já disse, SEM UM REFERENCIAL FIXO, não há como se aplicar políticas racistas.


Acauan escreveu:Como disse alguém, o preço da liberdade é a eterna vigilância.
Certa vez escrevi sobre como certas interpretações do fundamentalismo cristão se aproximavam perigosamente das ideologias fascistas, o que me valeu algumas ameaças veladas de um religioso participante aqui.

Por mais que pareça impossível o surgimento de uma ditadura fundamentalista cristã, nunca é demais alertar para o risco que certos conteúdos e suas interpretações representam, o que não deixa de ser uma forma de se prevenir contra estas possibilidades, mesmo que remotas.
Teria sido ótimo se uma melhor leitura crítica e um mais decidido senso de prevenção tivessem criado, em sua época, uma prevenção eficaz contra o fascismo e o comunismo.

Os conteúdos racistas conseqüentes do determinismo positivo espírita representam um perigo ínfimo, mas isto não é razão para fingir que eles não existem.

Insisto que não existem esses perigos pois como tenho dito, a reencarnação é INDETERMINADA e os motivos que levaram Kardec a tentar determiná-la no sentido racial simplesmente caducaram na nossa realidade atual.

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Acauan
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Mensagem por Acauan »

Botanico escreveu: Desculpe-me Acauan, mas não entendi o que você está querendo dizer com "hegemonia espiritual". Isso povo algum tem. Se está se refererindo a hegemonia moral, cai no mesmo problema. O parâmetro de comparação de superioridade ou inferioridade era alimentado apenas pelo aspecto visível de desenvolvimento tecnológico, científico e militar. Claro que, a reboque, os europeus e estadiunidenses também se achavam superiores moral e espiritualmente falando, tanto que se empenhavam em missões religiosas para converter os povos pagãos inferiores à sua fé cristã. Só que a história dá todas as provas de que os cristãos usavam de moral e a ética de duas caras: uma para eles e outra para consumo público. Tal como o nosso partido mais ético e moral que temos, o PT...


E qual é a correlação entre desenvolvimento tecnológico, científico e militar com desenvolvimento moral ou espiritual?
Se esta correlação existisse, o modelo espiritual e moral da terceira década do século XX seria a Alemanha nazista.
Caso ache este exemplo forçado, posso citar o Império Romano, hegemônico no Ocidente durante séculos e nem por isto modelo de moralidade ou espiritualidade.
O fato de Kardec ter confundido progresso material com superioridade moral mostra o quanto seu pensamento era tacanho, como provam os exemplos acima.


Botanico escreveu: Sabe, Acauan, há uma diferença enorme entre você ler sobre um assunto e outra em VIVER E VER CARA A CARA ESSE ASSUNTO. Kardec, até onde sei, não saiu da Europa e assim, tudo o que podia saber sobre outros povos era o que os antropólogos de sua época diziam, eivados de racismo ou interpretações distorcidas. Portanto o problema não era ele não saber distinguir, mas sim, de não ter elementos suficientes para formar um visão "correta".


Seja por incapacidade de distinguir, seja por dispor de informações não confiáveis, a conclusão é que Kardec foi um pensador medíocre, preso a visões suburbanas do mundo.

Botanico escreveu: Se os trabalhos a que se refere estão com tantos erros de métodos assim, ISSO NÃO OS INVALIDA CIENTIFICAMENTE PARA O MOMENTO EM QUE FORAM PRODUZIDOS.


Se erros de método não invalidam um trabalho científico, não tenho a mais mínima idéia sobre o que os invalidaria.

Botanico escreveu: Acauan, quando lemos sobre coisas referente a uma época, lugar, povo, etc, TEMOS QUE NOS ENCAIXAR NO CONTEXTO DA OCASIÃO, pois não não vamos entender nada do que disseram ou do porque disseram tal e qual coisa. Por mais que os científicos por aqui queiram proclamar isso, o método científico não nasceu pronto e acabado e os métodos individuais de pesquisa também se aperfeiçoaram com o tempo. Portanto, os trabalhos que você diz que hoje nem poderiam ser considerados científicos, EM SUA ÉPOCA, ERAM. E não adianta chiar.


Basta um conhecimento mínimo de História da Ciência para saber como o método científico foi formatado ao longo dos séculos desde Aristóteles até Karl Popper.
É justamente esta História da Ciência que me permite afirmar que as falhas de método das teses racistas do século XIX os invalidam como trabalhos científicos, considerados justamente os critérios da época.

Não entendi bem que critérios você usa para afirmar que um determinado conjunto de teses é científico. Pelo que concluí, você parece defender que se um grupo de cientistas renomados de uma época defende determinada tese, então ela é científica.
Isto não é verdade.


Botanico escreveu:Acauan, a REALIDADE é uma só, mas ela é ABSTRATA, ou seja, o ser humano não tem como apreendê-la no seu sentido integral, na sua essência. A realidade a que me refiro, é aquela que havia no tempo de Kardec: caucasóides formavam sociedades industrializadas, com avanços tecnológicos e científcos ou, senão isso, ao menos eram agricultures. Os negros e índios viviam em choupanas, pouco cultivavam e em geral em povos coletores. Os asiáticos em sua maioria seguiam esse padrão. Chineses e japoneses podiam ser ligeiramente mais cultos, mas já eram superados pela cultura ocidental. Esta era REALIDADE, Acauan, goste ou não. Agora a INTERPRETAÇÃO DOS MOTIVOS DESSA REALIDADE SER ASSIM, aí é outra estória. Os cientistas entendiam ser inferioridade racial, que os caucasóides EVOLUÍRAM numa raça melhor e mais dotada, enquanto as outras raças pouco ou nada evoluíram, continuando num estilo de vida tal como viviam os caucasóides primitivos. E Kardec, com base nesta interpretação errada, achou lógico, se assim fosse, que então nessas raças "inferiores" deveriam encarnar espíritos mais atrasados e nas "superiores" encarnariam espíritos mais "adiantados".
Hoje, tal como você apelou dizendo que os conceitos científicos antigos sobre raças estavam eivados de erros metodológicos, a ponto de anular sua validade científica, nós espíritas também dizemos que a interpretação de Kardec sobre esse assunto baseou-se num equívoco e por isso não é mais válida.

Mas os nossos amigos céticos, por falta de argumento...


Qualquer um com um mínimo de competência intelectual que fizesse um juízo comparativo entre diferentes povos, utilizaria a abordagem histórica, o que no caso dos europeus da época mostraria que sua hegemonia era muito recente.
Por milhares de anos o império Chinês foi a mais pujante nação do planeta, por séculos os árabes muçulmanos superaram os europeus em diversas áreas e os tais africanos e índios da choupanas construíram reinos magníficos e impérios poderosos.

Visto assim, Kardec teria que considerar que na época em que China e Islã eram civilizações superiores à européia, os chineses e muçulmanos deveriam ser povos constituídos de espíritos superiores aos europeus.

Esta é uma conclusão lógica, tirada diretamente dos critérios que Kardec estabeleceu, mas ele simplesmente ignorou esta evidência tão clara de que ou hegemonia civilizacional não é sinônimo de superioridade espiritual ou outros povos, em outras épocas, foram superiores espiritualmente aos europeus nos tempos em que detiveram tal hegemonia.

Quanto mais revisamos o pensamento de Kardec, a questão do racismo é explicada como fruto de um pensamento tacanho e limitado.


Botanico escreveu: Bem, então a qual facção espírita está se referindo? Que facção é essa que adota como exatos e infalíveis os textos de Kardec e defende então a aplicação de políticas racistas tendo em vista os textos aqui criticados?
De facções, eu só conheço o rustenguismo e o ramatismo. Quanto ao resto, só sei de diferenças insiguinificantes que não caracterizaria tanto como facção.


Os Espíritas não estão sujeitos a nenhum controle central, logo cada Centro Espírita pode se tornar uma facção, dependendo de sua própria interpretração da doutrina.
Neste meio há de tudo, de puritanos extremados que se aproximam muito das seitas evangélicas mais moralistas àqueles que estão no limite entre o Kardecismo e o sincretismo afro-espírita.
Uma amostra desta dispersão pode ser encontrada nas estantes das livrarias, onde abundam os livros espíritas, cada qual defendendo uma opinião própria sobre o que o espiritismo seria.


Botanico escreveu:
Acauan escreveu:O espiritismo não fez sucesso entre povo nenhum, exceto o brasileiro.
Entre os anglo-saxônicos esta aversão era mais esperada, uma que são em sua maioria protestantes, facção cristã que tem como regra a proibição bíblica de comunicação com os mortos.
Um exemplo interessante de como os americanos encaram o espiritismo são os tabuleiros Ouija, que para eles é apenas um brinquedo.


Acho que você está muito mal informado.


Demonstre.

Botanico escreveu:Bem, não vou repetir tudo de novo, pois acho que você já deve ter entendido que a minha colocação é que, EM SUA ÉPOCA, a coisa dita científica ERA científica, mesmo que agora saibamos de erros metodológicos. Isto é da própria evolução da Ciência e do seu método de trabalho.


Vide observações anteriores sobre História da Ciência e validação científica.

Botanico escreveu:No livro de Kardec, A Gênese, este discorre que o maior milagre que Jesus realizou foi o triunfo de sua doutrina, que tinha contra si tudo aquilo que é causa do fracasso das obras dos homens. Isso prova que era divina a missão de Jesus. Mas isso não muda o que eu disse. Voltaire coincidiu de trazer luzes a um mercado que ansiava por elas; Jesus e Sócrates encontraram um público consumidor pequeno, que mesmo assim desagradou a concorrência, levou ao assassinato de seus mestres, mas os discípulos fizeram o serviço.


Voltaire foi o que hoje chamamos de formador de opinião.
Sócrates e Jesus podem ser considerados fundadores de civilizações.
A diferença de magnitude entre as duas classificações é auto-evidente.


Botanico escreveu:Vamos tentar deixar claro umas coisas: antes de Kardec (até um pouco antes dele, com as irmãs Fox e outros menos cotados) comunicação com espíritos era coisa para mestre iniciado e os espíritos não eram bem entendidos sobre sua natureza real. Kardec, com seus estudos, apontou que são simplesmente humanos desencarnados. Nada de demônios, anjos, deuses, Deus, etc. Quanto à questão científica, bem, isso já foi tão discutido por aqui, que acho que não cabe alongar-me. Essa questão se resume no fato de que essas comunicações são inaceitáveis para comunidade científica, pois elas contradizem os dogmas da Ciência e você sabe muito bem que isso não é permitido.


A idéia de que espíritos são humanos falecidos é comum em várias culturas animistas tribais, que também possuíam ritos de comunicação com seus antepassados mortos.

Quanto aos tais dogmas da ciência, basta um pesquisador espírita defender uma tese sobre mediunidade ou reencarnação em alguma universidade respeitada e ter seus métodos e evidências aprovadas por uma banca examinadora, para que sua tese seja aceita cientificamente.

Como nenhuma banca examinadora tem como contestar evidências fortes ou negar métodos corretos, a sugestão está aberta a quem quiser tentar.


Botanico escreveu:
Acauan escreveu:Por que eu negaria que há diferenças morais e intelectuais entre as pessoas? Isto é conseqüência direta da própria definição de individualidade.

O que rejeito é que estas diferenças sejam regidas por algum tipo de determinismo, o que é a própria negação da individualidade.


Seriam regidas pelo quê, então? O que é que torna as pessoas diferentes? Então uma criança nasce com falha genética no metabolismo da galactose e fica com deficiência cerebral por conta disso. Foi um DETERMINISMO GENÉTICO, certo? Aliás, muita coisa já existe sobre essa questão de genética e sua influência na DETERMINAÇÃO de nossas capacidades. Então eu diria que aqui já há um DETERMINISMO, com a diferença mínima (ou máxima, conforme o ponto de vista) de que este é palpável e verificável, enquanto o determinismo espírita, que diz que espíritos têm graus variados de evolução e, ao encarnarem, isso poderá se refletir na sua existência encarnada, não é verificável. Determinismos, portanto, existem, meu caro.


Como deve se lembrar, defini determinismo, para efeitos desta discussão, como "tese de que os fatores causais dos eventos não são aleatórios e sim obedientes a uma ordem definida que visa um determinado objetivo".
Se você dispõe de alguma evidência que o nascimento de uma criança com falha genética no metabolismo da galactose que fica com deficiência cerebral se deu por fatores causais não aleatórios e obedientes a uma ordem definida que visa um determinado objetivo, apresente-a e assim confirme que há algum tipo de determinismo nestes acidentes genéticos.


Botanico escreveu:Kardec mesmo faz uma interpretação simbólica do episódio da queda do homem no Éden, mas ela é só para consumo espírita: os cristãos jamais a aceitariam, pois defendem a literalidade do texto bíblico e fim de papo. Neste caso então entra aquilo que eu disse de que seus ensinos para explicar a causa do mal e do sofrimento humano são de lastimável pobreza e impossível aceitação.

Se o livro de Jó não deixa claro o motivo de porque devemos perservar no caminho do Bem, não importa o quão ruim ele seja, então não resolve o problema. Não achei que fosse uma boa interpretação. Ao que parece trata-se apenas de uma disputa entre Deus e o Demo, onde o primeiro permite o abuso absurdo de se usar o Jó como saco de pancadas para se testar sua fé.
Na interpretação espírita, é o próprio espírito que se submeteria a situações assim para testar a SI MESMO. É UMA ESCOLHA PESSOAL e não um desafio entre Deus e Demo.


O Livro de Jó se destaca pelos seus conteúdos simbólicos e não literais.
Dentro destes, pode se concluir que sua mensagem é que a resposta para o porquê de se manter no caminho da justiça deve ser buscada por cada indivíduo dentro de si próprio e não em um cosmos externo.


Botanico escreveu:Quando vem um testemunha de jeová na minha porta, quase sempre se apela para dizer que o Mundo hoje está muito pior que o de antigamente. Sinceramente não sei qual o critério para se aferir isso. Temos armas mais destrutivas? Sim, temos, mas moralmente como estamos em relação ao passado? Tudo bem, você pode não concordar, mas há uma melhora considerável. Os criminosos, culpados ou inocentes, sofriam torturas e execuções com grande sofrimento, para a alegria e aplauso da galera, nada diferente dos circos romanos. O conceito de infância não existia. Uma menina de 6 anos que fosse acusada de bruxaria, seria cruelmente torturada e queimada lentamente para servir de exemplo às outras. Na Inglaterra do século XIX era assim: a maioridade era aos 7 anos e as penalidades para as crianças muito mais severas do que para os adultos. Bem, não vou aqui desfiar exemplos e mais exemplos. Acho que você entendeu. Esse argumento de mundo pior hoje é mais balela do que outra coisa.


Tanto erram as Testemunhas de Jeová que dizem que o mundo sempre piora, quanto erram os que acham que ele sempre melhora.
A História mostra claramente que avanços e retrocessos se intercalam de modo quase indistinguível, conforme a época e lugar.
Reduzir isto a uma tendência definida, em uma direção ou outra, é simplificação grosseira.


Botanico escreveu:Já o Daniel Douglas Home, médium anti-Kardec e anti-reencarnacionista, entrou nesta questão do progresso de que, se houvesse reencarnação e os espíritos se aperfeiçoassem, então a França de sua época seria muito mais moral que a de 300 anos antes e a Grécia de então seria muito mais culta do que a de 300 anos antes de Cristo. O raciocínio dele seria válido se SEMPRE OS MESMOS ESPÍRITOS REENCARNASSEM SEMPRE NAS MESMAS REGIÕES. Só que pela doutrina espírita, sabemos que não é isso o que acontece. Os espíritos migram de povos e de planetas e no Livro dos Espíritos isso é discutido.

Entendeu?


O que não muda o fato de que se os espíritos evoluem, a quantidade total de mal no mundo deveria diminuir constantemente com o tempo, independente das tais migrações.
É uma questão matemática básica.


Botanico escreveu:Sim, mas só que se o elemento determinista é impalpável e inverificável, não dá para se fazer política racista.


O racismo é apenas uma das formas de discriminação que podem advir do determinismo. Se fatores externos impedem que estas discriminações se expressem contra determinadas raças, nada impede que se expressem contra outras diferenciações.

Botanico escreveu:Sim, tem toda a razão: o preconceito é individual... até que apareça alguém que capitalize um motivo, sobre o qual aglutine os individuais e torne o preconceito uma coisa coletiva. Quando há emprego sobrando nos EUA, ninguém se queixa dos imigrantes ilegais (ou legais), desde que façam o serviço de catar lixo e lavar sanitários. Mas quando faltam empregos e aí o americano nativo vai ter de catar lixo e lavar os sanitários, ah! Que se liquidem os imigrantes!

O preconceito começa quando não se aprende a aceitar o diferente. Uma coisa boa que eu acho que se deveria fazer é aproveitar aquela inútil disciplina Educação Moral e Cívica (do meu tempo) e a sua substituta (Organização Social e Política Brasileira), que nem sei se ainda existem, e em vez de falar de picuinhas políticas o que deveriam fazer é trazer pessoas de diversas culturas, nordestinos, ciganos, judeus, índios, etc e tal e que eles falassem e respondessem perguntas sobre sua cultura e sua gente. Uma coisa é lei: tememos o que não conhecemos.


Um fator determinante no preconceito é o cultural, onde devem se concentrar as ações para erradica-lo.
Note que isto não implica em um referendo ao Politicamente Correto, no qual a bandeira do combate aos preconceitos é uma estratégia de infiltração ideológica.


Botanico escreveu:
Acauan escreveu:Repetindo, o problema não são as diferenças, mas os determinismos que afirmam dominar a fórmula que governa estas diferenças.


E como continuo dizendo: só os determinismos palpáveis e verificáveis possibilitam isso (é negro, nasceu no Ceará, é cigano, é macumbeiro, é estrangeiro...). Não é o caso da reencarnação, cujo espírito que reencarna é caixa preta.


Os cristãos calvinistas são um paralelo interessante.
Eles acreditam que os homens, ao nascer, já se diferem como eleitos, predestinados ao paraíso ou perdidos, predestinados ao inferno.
Só que não há como saber quem é eleito e quem não é.
O problema é que como o sinal dos eleitos é a adesão à fé cristã, não é difícil concluir que, para eles, nações não cristãs foram predestinadas, aos milhões, para a perdição.
Ou seja, a não identificação individual dos sinais do preconceito não resolve o problema, pois quem quiser fazer mal uso dos princípios doutrinários encontrará um modo de faze-lo.


Botanico escreveu:
Acauan escreveu:Como disse alguém, o preço da liberdade é a eterna vigilância. Os conteúdos racistas conseqüentes do determinismo positivo espírita representam um perigo ínfimo, mas isto não é razão para fingir que eles não existem.


Insisto que não existem esses perigos pois como tenho dito, a reencarnação é INDETERMINADA e os motivos que levaram Kardec a tentar determiná-la no sentido racial simplesmente caducaram na nossa realidade atual.


Tomara que não haja.
Eu prefiro não arriscar.
Nós, Índios.

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Botanico
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Mensagem por Botanico »

Acauan escreveu:
Botanico escreveu: Desculpe-me Acauan, mas não entendi o que você está querendo dizer com "hegemonia espiritual". Isso povo algum tem. Se está se refererindo a hegemonia moral, cai no mesmo problema. O parâmetro de comparação de superioridade ou inferioridade era alimentado apenas pelo aspecto visível de desenvolvimento tecnológico, científico e militar. Claro que, a reboque, os europeus e estadiunidenses também se achavam superiores moral e espiritualmente falando, tanto que se empenhavam em missões religiosas para converter os povos pagãos inferiores à sua fé cristã. Só que a história dá todas as provas de que os cristãos usavam de moral e a ética de duas caras: uma para eles e outra para consumo público. Tal como o nosso partido mais ético e moral que temos, o PT...


Acauan escreveu:E qual é a correlação entre desenvolvimento tecnológico, científico e militar com desenvolvimento moral ou espiritual?

A rigor, nenhuma. USUALMENTE, em termos de evolução espiritual, o progresso no sentido de conhecimento avança primeiro, pois este traz vantagens aos espíritos que o possui sobre os que não avançaram em conhecimento. Há criminosos burros, mas em média eles são em geral mais inteligentes que a maioria. O progresso moral vem mais devagar, principalmente quando o espírito reflete sobre os impactos que sofre pelos erros que cometeu. Isso, entretanto, é individual. Povos podem reunir espíritos simpáticos entre si e que têm certa homogeneidade moral e "científica". Isso é a regra, mas conta com várias excessões.

Acauan escreveu:Se esta correlação existisse, o modelo espiritual e moral da terceira década do século XX seria a Alemanha nazista.
Caso ache este exemplo forçado, posso citar o Império Romano, hegemônico no Ocidente durante séculos e nem por isto modelo de moralidade ou espiritualidade.
O fato de Kardec ter confundido progresso material com superioridade moral mostra o quanto seu pensamento era tacanho, como provam os exemplos acima.

Não me consta que Kardec tenha vinculado o progresso tecnológico ao progresso moral. Aliás, parece-me que isso foi comentado no Livro dos Espíritos (que não sei se você leu). No meu texto eu comentei que os caucasóides SE ATRIBUÍAM superioridade moral sobre outros povos, mas isso é equivalente à pretensão do Lula em se achar o máximo. Ou seja, nada tem a ver com a realidade, conforme atestado pela História.

Botanico escreveu: Sabe, Acauan, há uma diferença enorme entre você ler sobre um assunto e outra em VIVER E VER CARA A CARA ESSE ASSUNTO. Kardec, até onde sei, não saiu da Europa e assim, tudo o que podia saber sobre outros povos era o que os antropólogos de sua época diziam, eivados de racismo ou interpretações distorcidas. Portanto o problema não era ele não saber distinguir, mas sim, de não ter elementos suficientes para formar um visão "correta".


Acauan escreveu:Seja por incapacidade de distinguir, seja por dispor de informações não confiáveis, a conclusão é que Kardec foi um pensador medíocre, preso a visões suburbanas do mundo.

Bem, Kardec era um homem pobre, que nem tinha imóvel próprio para morar. Vivia como empregado e só no tempo livre, escrevia livros. Enfim, não era um pesquisador que contava com amparo governamental, nem com recursos próprios fabulosos que o permitissem preencher lacunas. Quanto a ser medíocre, aí é questão de julgamento seu. É por coisas assim que me considero dispensado de provar sua falta de conhecimentos sobre Espiritismo.

Botanico escreveu: Se os trabalhos a que se refere estão com tantos erros de métodos assim, ISSO NÃO OS INVALIDA CIENTIFICAMENTE PARA O MOMENTO EM QUE FORAM PRODUZIDOS.


Acauan escreveu:Se erros de método não invalidam um trabalho científico, não tenho a mais mínima idéia sobre o que os invalidaria.

Os trabalhos tornam-se inválidos quando os erros de métodos e/ou fraudes são verificados... Mas enquanto isso não acontece, então o trabalho científico continua válido. É isso o que estou querendo dizer e pelo visto você não entende, mesmo quando ressalto: PARA O MOMENTO EM QUE FORAM PRODUZIDOS.

Botanico escreveu: Acauan, quando lemos sobre coisas referente a uma época, lugar, povo, etc, TEMOS QUE NOS ENCAIXAR NO CONTEXTO DA OCASIÃO, pois não não vamos entender nada do que disseram ou do porque disseram tal e qual coisa. Por mais que os científicos por aqui queiram proclamar isso, o método científico não nasceu pronto e acabado e os métodos individuais de pesquisa também se aperfeiçoaram com o tempo. Portanto, os trabalhos que você diz que hoje nem poderiam ser considerados científicos, EM SUA ÉPOCA, ERAM. E não adianta chiar.


Acauan escreveu:Basta um conhecimento mínimo de História da Ciência para saber como o método científico foi formatado ao longo dos séculos desde Aristóteles até Karl Popper.
É justamente esta História da Ciência que me permite afirmar que as falhas de método das teses racistas do século XIX os invalidam como trabalhos científicos, considerados justamente os critérios da época.

Não entendi bem que critérios você usa para afirmar que um determinado conjunto de teses é científico. Pelo que concluí, você parece defender que se um grupo de cientistas renomados de uma época defende determinada tese, então ela é científica.
Isto não é verdade.

É, essa comunicação entre nós está difícil mesmo. Mais uma vez: os erros metodológicos e outras falhas INVALIDAM UM TRABALHO CIENTÍFICO. Não estou questionando isso, pois é da própria Ciência que faz a coisa funcionar assim. Mas o que acontece é que ENQUANTO ESSES ERROS NÃO FOREM DETECTADOS, o trabalho continua válido. As teses e trabalhos científicos que validavam a superioridade racial de umas raças sobre as outras estão, HOJE, reconhecidamente cheio de erros e falhas? Então esses trabalhos e teses são lixo hoje em dia. Mas QUANDO essas falhas foram descobertas? QUANDO esses trabalhos foram então rejeitados pela comunidade científica? E mesmo antes e depois de rejeitados, qual a influência deles nas políticas sociais?

Entendeu afinal? Pois é isso que estou colocando: na época de Kardec, esses trabalhos cheios de falhas ainda eram válidos e aceitos. E Kardec, SERVINDO-SE DA CIÊNCIA, usou-os como referência para fazer certas colocações espirituais que tinham lógica até então, mas hoje reconhecidamente sabemos que se basearam num equívoco.


Botanico escreveu:Acauan, a REALIDADE é uma só, mas ela é ABSTRATA, ou seja, o ser humano não tem como apreendê-la no seu sentido integral, na sua essência. A realidade a que me refiro, é aquela que havia no tempo de Kardec: caucasóides formavam sociedades industrializadas, com avanços tecnológicos e científcos ou, senão isso, ao menos eram agricultures. Os negros e índios viviam em choupanas, pouco cultivavam e em geral em povos coletores. Os asiáticos em sua maioria seguiam esse padrão. Chineses e japoneses podiam ser ligeiramente mais cultos, mas já eram superados pela cultura ocidental. Esta era REALIDADE, Acauan, goste ou não. Agora a INTERPRETAÇÃO DOS MOTIVOS DESSA REALIDADE SER ASSIM, aí é outra estória. Os cientistas entendiam ser inferioridade racial, que os caucasóides EVOLUÍRAM numa raça melhor e mais dotada, enquanto as outras raças pouco ou nada evoluíram, continuando num estilo de vida tal como viviam os caucasóides primitivos. E Kardec, com base nesta interpretação errada, achou lógico, se assim fosse, que então nessas raças "inferiores" deveriam encarnar espíritos mais atrasados e nas "superiores" encarnariam espíritos mais "adiantados".
Hoje, tal como você apelou dizendo que os conceitos científicos antigos sobre raças estavam eivados de erros metodológicos, a ponto de anular sua validade científica, nós espíritas também dizemos que a interpretação de Kardec sobre esse assunto baseou-se num equívoco e por isso não é mais válida.

Mas os nossos amigos céticos, por falta de argumento...


Acauan escreveu:Qualquer um com um mínimo de competência intelectual que fizesse um juízo comparativo entre diferentes povos, utilizaria a abordagem histórica, o que no caso dos europeus da época mostraria que sua hegemonia era muito recente.
Por milhares de anos o império Chinês foi a mais pujante nação do planeta, por séculos os árabes muçulmanos superaram os europeus em diversas áreas e os tais africanos e índios da choupanas construíram reinos magníficos e impérios poderosos.

Visto assim, Kardec teria que considerar que na época em que China e Islã eram civilizações superiores à européia, os chineses e muçulmanos deveriam ser povos constituídos de espíritos superiores aos europeus.

Esta é uma conclusão lógica, tirada diretamente dos critérios que Kardec estabeleceu, mas ele simplesmente ignorou esta evidência tão clara de que ou hegemonia civilizacional não é sinônimo de superioridade espiritual ou outros povos, em outras épocas, foram superiores espiritualmente aos europeus nos tempos em que detiveram tal hegemonia.

Quanto mais revisamos o pensamento de Kardec, a questão do racismo é explicada como fruto de um pensamento tacanho e limitado.

Lá no Livro dos Espíritos mesmo, Kardec faz uma pergunta sobre a decadência de civilizações. De por que civilizações que se mostraram bem adiantadas sobre outras (veja que ele reconheceu isso e não ficou só na Europa de sua época) acabaram liquidadas por fatores naturais ou guerras ou outros quaisquer e foram substituídas por outras civilizações com características culturais muito abaixo das precedentes no que se refere a obras e intelectualidade.
A resposta dos espíritos foi: os espíritos que reencarnam nessas civilizações sucessoras NÃO SÃO da mesma estirpe intelectual e moral da civilização precedente. É como eu já disse: os espíritos migram, tanto de povos, como de planetas. Então se um grupo de espíritos em dada civilização já atingiu um nível cultural que lhe permite partir para uma outra melhor neste ou em outro mundo, então a civilização que contituíram entra em decadência ou é liquidada por outros fatores.
Respondido?


Botanico escreveu: Bem, então a qual facção espírita está se referindo? Que facção é essa que adota como exatos e infalíveis os textos de Kardec e defende então a aplicação de políticas racistas tendo em vista os textos aqui criticados?
De facções, eu só conheço o rustenguismo e o ramatismo. Quanto ao resto, só sei de diferenças insiguinificantes que não caracterizaria tanto como facção.


Acauan escreveu:Os Espíritas não estão sujeitos a nenhum controle central, logo cada Centro Espírita pode se tornar uma facção, dependendo de sua própria interpretração da doutrina.
Neste meio há de tudo, de puritanos extremados que se aproximam muito das seitas evangélicas mais moralistas àqueles que estão no limite entre o Kardecismo e o sincretismo afro-espírita.
Uma amostra desta dispersão pode ser encontrada nas estantes das livrarias, onde abundam os livros espíritas, cada qual defendendo uma opinião própria sobre o que o espiritismo seria.

Ainda bem que a coisa é assim! A última coisa de que o Espiritismo precisa é de um governo central. Os testemunhas de jeová têm esse governo central, que comete erros doutrinários sucessivos, faz de conta que não os cometeu, jogando a culpa nos pobres coitados que vêm à nossa porta pregar a Bíblia (eles é que entenderam errado; o Corpo Governante NUNCA ERRA!). Um governo central que cometesse aberrações doutrinárias (como a Federação Espírita Brasileira, com o seu rustenguismo) seria um desastre para o Espiritismo se tivesse o mesmo poder do Corpo Governante dos jeovistas.

Botanico escreveu:
Acauan escreveu:O espiritismo não fez sucesso entre povo nenhum, exceto o brasileiro.
Entre os anglo-saxônicos esta aversão era mais esperada, uma que são em sua maioria protestantes, facção cristã que tem como regra a proibição bíblica de comunicação com os mortos.
Um exemplo interessante de como os americanos encaram o espiritismo são os tabuleiros Ouija, que para eles é apenas um brinquedo.


Acho que você está muito mal informado.


Acauan escreveu:Demonstre.

Pedido negado. Sou usualmente criticado por escrever demais e não estou com tempo para fazer longas dissertações sobre o assunto. Dê uma lida em História do Espiritismo, de Arthur Conan Doyle (Editora O Pensamento, s/d) e aí entenderá melhor a coisa.

Botanico escreveu:No livro de Kardec, A Gênese, este discorre que o maior milagre que Jesus realizou foi o triunfo de sua doutrina, que tinha contra si tudo aquilo que é causa do fracasso das obras dos homens. Isso prova que era divina a missão de Jesus. Mas isso não muda o que eu disse. Voltaire coincidiu de trazer luzes a um mercado que ansiava por elas; Jesus e Sócrates encontraram um público consumidor pequeno, que mesmo assim desagradou a concorrência, levou ao assassinato de seus mestres, mas os discípulos fizeram o serviço.


Acauan escreveu:Voltaire foi o que hoje chamamos de formador de opinião.
Sócrates e Jesus podem ser considerados fundadores de civilizações.
A diferença de magnitude entre as duas classificações é auto-evidente.

Bem, eu discordo: não conheço nenhuma civilização que tenha sido fundada por esses dois camaradas. Eles sim deixaram ensinamentos que influênciaram civilizações, mas não dá para considerá-los fundadores.

Botanico escreveu:Vamos tentar deixar claro umas coisas: antes de Kardec (até um pouco antes dele, com as irmãs Fox e outros menos cotados) comunicação com espíritos era coisa para mestre iniciado e os espíritos não eram bem entendidos sobre sua natureza real. Kardec, com seus estudos, apontou que são simplesmente humanos desencarnados. Nada de demônios, anjos, deuses, Deus, etc. Quanto à questão científica, bem, isso já foi tão discutido por aqui, que acho que não cabe alongar-me. Essa questão se resume no fato de que essas comunicações são inaceitáveis para comunidade científica, pois elas contradizem os dogmas da Ciência e você sabe muito bem que isso não é permitido.


Acauan escreveu:A idéia de que espíritos são humanos falecidos é comum em várias culturas animistas tribais, que também possuíam ritos de comunicação com seus antepassados mortos.

Quanto aos tais dogmas da ciência, basta um pesquisador espírita defender uma tese sobre mediunidade ou reencarnação em alguma universidade respeitada e ter seus métodos e evidências aprovadas por uma banca examinadora, para que sua tese seja aceita cientificamente.

Como nenhuma banca examinadora tem como contestar evidências fortes ou negar métodos corretos, a sugestão está aberta a quem quiser tentar.

Caso não tenha percebido, Acauan, quando se apresentam fotografias, os céticos argumentam que não valem, pois podem ser forjadas. Idem para filmes e vídeos. Quando apresentamos centenas de testemunhos, inclusive dados por cientistas, que descrevem seus protocolos e precauções contra fraudes, etc e tal, os céticos argumentam que todos podem estar mentindo, que os cientistas são burros e ignorantes e deixam enganar facilmente, etc e tal.

Como esses recursos são OS ÚNICOS que dispomos até o momento para provar cientificamente o que vemos neste campo, então NADA FEITO: sempre serão rejeitados pela comunidade científica. E como você mesmo pode ver nos posts do Vitor Moura, saberá que essa rejeição não se baseia em falhas metodológicas, mas simplesmente porque contrariam os dogmas.


Botanico escreveu:
Acauan escreveu:Por que eu negaria que há diferenças morais e intelectuais entre as pessoas? Isto é conseqüência direta da própria definição de individualidade.

O que rejeito é que estas diferenças sejam regidas por algum tipo de determinismo, o que é a própria negação da individualidade.


Seriam regidas pelo quê, então? O que é que torna as pessoas diferentes? Então uma criança nasce com falha genética no metabolismo da galactose e fica com deficiência cerebral por conta disso. Foi um DETERMINISMO GENÉTICO, certo? Aliás, muita coisa já existe sobre essa questão de genética e sua influência na DETERMINAÇÃO de nossas capacidades. Então eu diria que aqui já há um DETERMINISMO, com a diferença mínima (ou máxima, conforme o ponto de vista) de que este é palpável e verificável, enquanto o determinismo espírita, que diz que espíritos têm graus variados de evolução e, ao encarnarem, isso poderá se refletir na sua existência encarnada, não é verificável. Determinismos, portanto, existem, meu caro.


Acauan escreveu:Como deve se lembrar, defini determinismo, para efeitos desta discussão, como "tese de que os fatores causais dos eventos não são aleatórios e sim obedientes a uma ordem definida que visa um determinado objetivo".
Se você dispõe de alguma evidência que o nascimento de uma criança com falha genética no metabolismo da galactose que fica com deficiência cerebral se deu por fatores causais não aleatórios e obedientes a uma ordem definida que visa um determinado objetivo, apresente-a e assim confirme que há algum tipo de determinismo nestes acidentes genéticos.

Não tenho qualquer evidência que suponho ser aceitável a você ou a qualquer outro cético por aqui. O que tenho são relados de espíritos que viveram em corpos deficientes e, em geral, a causa determinante dessa condição foi o dano causado ao seu corpo espiritual por culpa de alguma imprudência sua em vidas passadas (suicídio, vícios debilitantes, crimes, etc). Como eu disse, não posso lhe dar evidências, pois as leis naturais SÃO RIGOROSAMENTE SEGUIDAS. Num exemplo, Kardec perguntou se no caso de um encarnado que, por lei de causa e efeito, deveria morrer pela queda de uma escada de madeira que se quebrou. Neste caso por que a escada se partiu. A resposta dos espíritos foi: - Porque a escada estava podre ou racha e o peso do encarnado causou sua quebra.
Não há, portanto, milagres: o que podemos dar é uma explicação MORAL para os eventos, mas não tenho as evidências que me pede.


Botanico escreveu:Kardec mesmo faz uma interpretação simbólica do episódio da queda do homem no Éden, mas ela é só para consumo espírita: os cristãos jamais a aceitariam, pois defendem a literalidade do texto bíblico e fim de papo. Neste caso então entra aquilo que eu disse de que seus ensinos para explicar a causa do mal e do sofrimento humano são de lastimável pobreza e impossível aceitação.

Se o livro de Jó não deixa claro o motivo de porque devemos perservar no caminho do Bem, não importa o quão ruim ele seja, então não resolve o problema. Não achei que fosse uma boa interpretação. Ao que parece trata-se apenas de uma disputa entre Deus e o Demo, onde o primeiro permite o abuso absurdo de se usar o Jó como saco de pancadas para se testar sua fé.
Na interpretação espírita, é o próprio espírito que se submeteria a situações assim para testar a SI MESMO. É UMA ESCOLHA PESSOAL e não um desafio entre Deus e Demo.


Acauan escreveu:O Livro de Jó se destaca pelos seus conteúdos simbólicos e não literais.
Dentro destes, pode se concluir que sua mensagem é que a resposta para o porquê de se manter no caminho da justiça deve ser buscada por cada indivíduo dentro de si próprio e não em um cosmos externo.

E o que é que o ser humano tem de procurar dentro de si próprio para ter respondido o motivo de se manter correto?

Botanico escreveu:Quando vem um testemunha de jeová na minha porta, quase sempre se apela para dizer que o Mundo hoje está muito pior que o de antigamente. Sinceramente não sei qual o critério para se aferir isso. Temos armas mais destrutivas? Sim, temos, mas moralmente como estamos em relação ao passado? Tudo bem, você pode não concordar, mas há uma melhora considerável. Os criminosos, culpados ou inocentes, sofriam torturas e execuções com grande sofrimento, para a alegria e aplauso da galera, nada diferente dos circos romanos. O conceito de infância não existia. Uma menina de 6 anos que fosse acusada de bruxaria, seria cruelmente torturada e queimada lentamente para servir de exemplo às outras. Na Inglaterra do século XIX era assim: a maioridade era aos 7 anos e as penalidades para as crianças muito mais severas do que para os adultos. Bem, não vou aqui desfiar exemplos e mais exemplos. Acho que você entendeu. Esse argumento de mundo pior hoje é mais balela do que outra coisa.


Acauan escreveu:Tanto erram as Testemunhas de Jeová que dizem que o mundo sempre piora, quanto erram os que acham que ele sempre melhora.
A História mostra claramente que avanços e retrocessos se intercalam de modo quase indistinguível, conforme a época e lugar.
Reduzir isto a uma tendência definida, em uma direção ou outra, é simplificação grosseira.

Bom, como não sou historiador, melhor não discutir.

Botanico escreveu:Já o Daniel Douglas Home, médium anti-Kardec e anti-reencarnacionista, entrou nesta questão do progresso de que, se houvesse reencarnação e os espíritos se aperfeiçoassem, então a França de sua época seria muito mais moral que a de 300 anos antes e a Grécia de então seria muito mais culta do que a de 300 anos antes de Cristo. O raciocínio dele seria válido se SEMPRE OS MESMOS ESPÍRITOS REENCARNASSEM SEMPRE NAS MESMAS REGIÕES. Só que pela doutrina espírita, sabemos que não é isso o que acontece. Os espíritos migram de povos e de planetas e no Livro dos Espíritos isso é discutido.

Entendeu?


Acauan escreveu:O que não muda o fato de que se os espíritos evoluem, a quantidade total de mal no mundo deveria diminuir constantemente com o tempo, independente das tais migrações.
É uma questão matemática básica.

Tem outras matemáticas básicas nesta questão, mas nem sei se vale a pena discutir. De qualquer forma, já falei das migrações acima.

Botanico escreveu:Sim, mas só que se o elemento determinista é impalpável e inverificável, não dá para se fazer política racista.


Acauan escreveu:O racismo é apenas uma das formas de discriminação que podem advir do determinismo. Se fatores externos impedem que estas discriminações se expressem contra determinadas raças, nada impede que se expressem contra outras diferenciações.

Óbvio ululante.

Botanico escreveu:Sim, tem toda a razão: o preconceito é individual... até que apareça alguém que capitalize um motivo, sobre o qual aglutine os individuais e torne o preconceito uma coisa coletiva. Quando há emprego sobrando nos EUA, ninguém se queixa dos imigrantes ilegais (ou legais), desde que façam o serviço de catar lixo e lavar sanitários. Mas quando faltam empregos e aí o americano nativo vai ter de catar lixo e lavar os sanitários, ah! Que se liquidem os imigrantes!

O preconceito começa quando não se aprende a aceitar o diferente. Uma coisa boa que eu acho que se deveria fazer é aproveitar aquela inútil disciplina Educação Moral e Cívica (do meu tempo) e a sua substituta (Organização Social e Política Brasileira), que nem sei se ainda existem, e em vez de falar de picuinhas políticas o que deveriam fazer é trazer pessoas de diversas culturas, nordestinos, ciganos, judeus, índios, etc e tal e que eles falassem e respondessem perguntas sobre sua cultura e sua gente. Uma coisa é lei: tememos o que não conhecemos.


Acauan escreveu:Um fator determinante no preconceito é o cultural, onde devem se concentrar as ações para erradica-lo.
Note que isto não implica em um referendo ao Politicamente Correto, no qual a bandeira do combate aos preconceitos é uma estratégia de infiltração ideológica.

Bem, o que vejo é a coisa politicamente incorreta, disfarçada de correta. É o caso as cotas para índios e negros. Então a questão da igualdade entre as pessoas agora dançou: somos diferentes e essas diferenças devem ser refletidas em privilégios especiais a uns e não a outros...

Botanico escreveu:
Acauan escreveu:Repetindo, o problema não são as diferenças, mas os determinismos que afirmam dominar a fórmula que governa estas diferenças.


E como continuo dizendo: só os determinismos palpáveis e verificáveis possibilitam isso (é negro, nasceu no Ceará, é cigano, é macumbeiro, é estrangeiro...). Não é o caso da reencarnação, cujo espírito que reencarna é caixa preta.


Acauan escreveu:Os cristãos calvinistas são um paralelo interessante.
Eles acreditam que os homens, ao nascer, já se diferem como eleitos, predestinados ao paraíso ou perdidos, predestinados ao inferno.
Só que não há como saber quem é eleito e quem não é.
O problema é que como o sinal dos eleitos é a adesão à fé cristã, não é difícil concluir que, para eles, nações não cristãs foram predestinadas, aos milhões, para a perdição.
Ou seja, a não identificação individual dos sinais do preconceito não resolve o problema, pois quem quiser fazer mal uso dos princípios doutrinários encontrará um modo de faze-lo.

O seu exemplo é falho, pois de uma incerteza (quem é o eleito?), saiu-se uma determinação verificável: quem é adepto nosso é forte candidato a eleito; quem não é, CERTAMENTE não é eleito.

Botanico escreveu:
Acauan escreveu:Como disse alguém, o preço da liberdade é a eterna vigilância. Os conteúdos racistas conseqüentes do determinismo positivo espírita representam um perigo ínfimo, mas isto não é razão para fingir que eles não existem.


Insisto que não existem esses perigos pois como tenho dito, a reencarnação é INDETERMINADA e os motivos que levaram Kardec a tentar determiná-la no sentido racial simplesmente caducaram na nossa realidade atual.


Acauan escreveu:Tomara que não haja.
Eu prefiro não arriscar.

Você não tem como correr ou impedir o risco: não é espírita, não é autor espírita, nem codificou a DE.

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Acauan
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Mensagem por Acauan »

Botânico escreveu:A rigor, nenhuma. USUALMENTE, em termos de evolução espiritual, o progresso no sentido de conhecimento avança primeiro, pois este traz vantagens aos espíritos que o possui sobre os que não avançaram em conhecimento. Há criminosos burros, mas em média eles são em geral mais inteligentes que a maioria. O progresso moral vem mais devagar, principalmente quando o espírito reflete sobre os impactos que sofre pelos erros que cometeu. Isso, entretanto, é individual. Povos podem reunir espíritos simpáticos entre si e que têm certa homogeneidade moral e "científica". Isso é a regra, mas conta com várias excessões.


Ao dizer que espíritos com "homogeneidade moral e científica" se reúnem por conta da simpatia mútua, você insiste em propor uma correlação entre moralidade e competência científica que não tem sustentação objetiva.
Raramente na História os grandes guias morais da humanidade foram cientistas ou vice-versa, mesmo porque, os cientistas tem sua própria missão para com o BEM humano.


Botânico escreveu:Não me consta que Kardec tenha vinculado o progresso tecnológico ao progresso moral. Aliás, parece-me que isso foi comentado no Livro dos Espíritos (que não sei se você leu). No meu texto eu comentei que os caucasóides SE ATRIBUÍAM superioridade moral sobre outros povos, mas isso é equivalente à pretensão do Lula em se achar o máximo. Ou seja, nada tem a ver com a realidade, conforme atestado pela História.


Você escreveu em postagem anterior:

O parâmetro de comparação de superioridade ou inferioridade era alimentado apenas pelo aspecto visível de desenvolvimento tecnológico, científico e militar. Claro que, a reboque, os europeus e estadiunidenses também se achavam superiores moral e espiritualmente falando.


Como sua defesa de Kardec quanto às acusações de racismo se baseiam em que ele apenas teria adotado as idéias da época quanto à questão e você mesmo afirmou que o sentimento de superioridade moral dos europeus vinha a reboque de seu desenvolvimento tecnológico, logo, você concordou que Kardec aceitou uma vinculação vigente entre progresso tecnológico e moral.

Questionar isto agora é contradição.


Botânico escreveu:Bem, Kardec era um homem pobre, que nem tinha imóvel próprio para morar. Vivia como empregado e só no tempo livre, escrevia livros. Enfim, não era um pesquisador que contava com amparo governamental, nem com recursos próprios fabulosos que o permitissem preencher lacunas.


Machado de Assis era um homem pobre, que vivia como empregado e só no tempo livre escrevia livros, não era um escritor que contava com amparo governamental, nem com recursos fabulosos que o permitisse preencher lacunas.
Além disto, Machado de Assis era mulato, uma das classificações étnicas que Kardec considerava inferiores intelectualmente, e vivia no Brasil, um país pobre e atrasado, não na França, uma das nações mais ricas e desenvolvidas da época, lar do fundador do Espiritismo.
Para completar, Machado de Assis era uma auto-didata, ao contrário de Kardec, que recebeu instrução formal.

Mesmo assim, Machado de Assis não se prendeu a visões suburbanas do mundo.
Pelo contrário, se tornou um dos maiores escritores da língua portuguesa de todos os tempos, um retratista sensível da condição humana e um dos maiores intelectuais da História do Brasil.

É preciso mais que argumentum ad misericordiam para contestar os fatos colocados até aqui sobre as limitações de Kardec.


Botânico escreveu:Quanto a ser medíocre, aí é questão de julgamento seu. É por coisas assim que me considero dispensado de provar sua falta de conhecimentos sobre Espiritismo.


Você pode se considerar dispensado de provar o que quiser e o que bem entender. Este é um problema exclusivamente seu.
O que não contesta em nada as evidências apresentadas sobre a mediocridade de Kardec no que se refere ao tema aqui em discussão (não nego que o Denizard talvez possuísse méritos pessoais em outros campos).
Só para lembrar, uma destas evidências, minha afirmação anterior "Seja por incapacidade de distinguir, seja por dispor de informações não confiáveis, a conclusão é que Kardec foi um pensador medíocre, preso a visões suburbanas do mundo" estabelece um conclusão lógica, fundamentada nos fatos, que não foi provada inverídica em nenhum momento.


Botânico escreveu:Os trabalhos tornam-se inválidos quando os erros de métodos e/ou fraudes são verificados... Mas enquanto isso não acontece, então o trabalho científico continua válido. É isso o que estou querendo dizer e pelo visto você não entende, mesmo quando ressalto: PARA O MOMENTO EM QUE FORAM PRODUZIDOS.


O que está em discussão aqui é a validade científica das teses racistas do século XIX, que eram cientificamente inválidos por definição, uma vez que não cumpriam os requisitos do método científico já estabelecidos na época.
Isto é uma falha intrínseca, que existe independente de ser apontada ou não.


Botânico escreveu:É, essa comunicação entre nós está difícil mesmo. Mais uma vez: os erros metodológicos e outras falhas INVALIDAM UM TRABALHO CIENTÍFICO. Não estou questionando isso, pois é da própria Ciência que faz a coisa funcionar assim. Mas o que acontece é que ENQUANTO ESSES ERROS NÃO FOREM DETECTADOS, o trabalho continua válido. As teses e trabalhos científicos que validavam a superioridade racial de umas raças sobre as outras estão, HOJE, reconhecidamente cheio de erros e falhas? Então esses trabalhos e teses são lixo hoje em dia. Mas QUANDO essas falhas foram descobertas? QUANDO esses trabalhos foram então rejeitados pela comunidade científica? E mesmo antes e depois de rejeitados, qual a influência deles nas políticas sociais?

Entendeu afinal? Pois é isso que estou colocando: na época de Kardec, esses trabalhos cheios de falhas ainda eram válidos e aceitos. E Kardec, SERVINDO-SE DA CIÊNCIA, usou-os como referência para fazer certas colocações espirituais que tinham lógica até então, mas hoje reconhecidamente sabemos que se basearam num equívoco.


É você quem não entende ou não quer entender a diferença entre validade científica e validação acadêmica ou da comunidade científica.

Tentarei ser ainda mais didático do que tenho sido.

Uma tese tem validade científica quando seu processo de descrição dos fenômenos, formulação de hipóteses, teorização, experimentação, conclusão, repetibilidade e reprodutibilidade atendem aos requisitos técnicos do método científico estabelecidos na época.
Como dito anteriormente, validade científica é uma característica intrínseca que os trabalhos possuem ou não, independente de avaliações externas.
Dizer que uma tese possui validade científica enquanto esta não for contestada é o mesmo que dizer que uma casa construída sem ângulos retos entre suas paredes estará nos esquadros até o dia em que uma banca de engenheiros atestar sua não conformidade, ou então, que um pneu vazio deva ser considerado cheio até o momento em que um borracheiro meça o número de psi's de sua pressão interna.

Já a validação acadêmica ou da comunidade científica é extrínseca ao trabalho que pleiteia o reconhecimento destas instituições, se dando geralmente através de defesa de tese stricto-senso perante uma banca examinadora de catedráticos ou da publicação dos resultados de experimentos, reprodução e crítica pelos especialistas.

Poder-se-ia dizer que as alegações racistas de Kardec se incluíam na segunda situação, teses que contavam com a validação acadêmica ou científica dos especialistas da época.

Só que, como já citei, tais teses eram em geral de conteúdo ideológico, defendidas individualmente por cientistas às vezes bem sucedidos em outras áreas, mas raramente abalizadas por bancas examinadoras ou por repetibilidade e reprodutividade bem executadas.
Mesmo que tais teses tivessem penetração generalizada no meio científico, desconheço uma universidade européia da época que tenha aberto uma cátedra para estudos raciais ou titulações acadêmicas respeitadas obtidas exclusivamente da defesa de tais teses.

Por fim, como também já citei, muitas teses racistas tinham inspiração mística, oriundas de correntes esotéricas que aproveitaram o enfraquecimento institucional que o cristianismo sofria na Europa desde a Revolução Francesa e que se agravou com o avanço do cientificismo do século XIX.

O Espiritismo kardecista nada mais é que uma destas correntes.

Assim, temos duas possibilidades.
Ou Kardec era um racista convicto, que acreditava na superioridade da raça branca por suas próprias opções ideológicas, ou era uma maria-vai-com-as-outras, que aderiu a tais bobagens repugnantes apenas porque estava na moda em seu tempo.

Em qualquer das hipóteses, um perfil pouco recomendável para quem pretendia ser o arauto da chegada do consolador da humanidade. Seja lá o que for que os espíritas queiram dizer com isto.


Botânico escreveu:Lá no Livro dos Espíritos mesmo, Kardec faz uma pergunta sobre a decadência de civilizações. De por que civilizações que se mostraram bem adiantadas sobre outras (veja que ele reconheceu isso e não ficou só na Europa de sua época) acabaram liquidadas por fatores naturais ou guerras ou outros quaisquer e foram substituídas por outras civilizações com características culturais muito abaixo das precedentes no que se refere a obras e intelectualidade.
A resposta dos espíritos foi: os espíritos que reencarnam nessas civilizações sucessoras NÃO SÃO da mesma estirpe intelectual e moral da civilização precedente. É como eu já disse: os espíritos migram, tanto de povos, como de planetas. Então se um grupo de espíritos em dada civilização já atingiu um nível cultural que lhe permite partir para uma outra melhor neste ou em outro mundo, então a civilização que contituíram entra em decadência ou é liquidada por outros fatores.
Respondido?


A única resposta que posso tirar do parágrafo acima é que os tais espíritos não entendem bulhufas de História das Civilizações, ou não diriam uma bobagem destas.

Se alguém aqui tiver contato com os tais espíritos, gostaria de conhecer a versão deles para o colapso da civilização Maia.
Tenho um pressentimento que as explicações serão, digamos, muito exóticas.


Botânico escreveu:Ainda bem que a coisa é assim! A última coisa de que o Espiritismo precisa é de um governo central. Os testemunhas de jeová têm esse governo central, que comete erros doutrinários sucessivos, faz de conta que não os cometeu, jogando a culpa nos pobres coitados que vêm à nossa porta pregar a Bíblia (eles é que entenderam errado; o Corpo Governante NUNCA ERRA!). Um governo central que cometesse aberrações doutrinárias (como a Federação Espírita Brasileira, com o seu rustenguismo) seria um desastre para o Espiritismo se tivesse o mesmo poder do Corpo Governante dos jeovistas.


Na postagem anterior você declarou desconhecer a fragmentação dos Espíritas em facções diversas e na presente aplaude tal fato.
Se você que é espírita está satisfeito, então que seja.


Botânico escreveu:Pedido negado. Sou usualmente criticado por escrever demais e não estou com tempo para fazer longas dissertações sobre o assunto. Dê uma lida em História do Espiritismo, de Arthur Conan Doyle (Editora O Pensamento, s/d) e aí entenderá melhor a coisa.


Não estou surpreso.
Nota: Se cada vez que um espírita me mandasse ler um livro que ele não me perguntou se eu já li ou não eu corresse para a livraria, eu perderia muito, mas muito tempo.


Botânico escreveu:Bem, eu discordo: não conheço nenhuma civilização que tenha sido fundada por esses dois camaradas. Eles sim deixaram ensinamentos que influênciaram civilizações, mas não dá para considerá-los fundadores.


Pena que você não conheça a Civilização Ocidental, cujos fundamentos são a filosofia Socrática, principalmente o ramo Aristotélico, e o Cristianismo, que universalizou a moral judaica e o conceito do Indivíduo.
Se me permite uma sugestão, a civilização do Ocidente é muito interessante e recomendo que você trave algum contato com ela.


Botânico escreveu:Caso não tenha percebido, Acauan, quando se apresentam fotografias, os céticos argumentam que não valem, pois podem ser forjadas. Idem para filmes e vídeos. Quando apresentamos centenas de testemunhos, inclusive dados por cientistas, que descrevem seus protocolos e precauções contra fraudes, etc e tal, os céticos argumentam que todos podem estar mentindo, que os cientistas são burros e ignorantes e deixam enganar facilmente, etc e tal.

Como esses recursos são OS ÚNICOS que dispomos até o momento para provar cientificamente o que vemos neste campo, então NADA FEITO: sempre serão rejeitados pela comunidade científica. E como você mesmo pode ver nos posts do Vitor Moura, saberá que essa rejeição não se baseia em falhas metodológicas, mas simplesmente porque contrariam os dogmas.


Bem, até este pobre e desintitulado Índio levantou Alguns Problemas de Observação, Caracterização e Descrição nos Fenômenos Espíritas.

No mais, centenas de postulantes ao mestrado e doutorado têm suas teses rejeitadas todos os anos nas universidades conceituadas.
A maioria deles faz uma análise crítica dos conteúdos e métodos apresentados à banca examinadora, procede as correções recomendadas e faz uma nova defesa, quando obtém o referendum almejado.

Nenhum deles reclama dos dogmas da ciência ou coisa que o valha.

Nota: As bancas examinadoras acadêmicas não tem critérios especiais para avaliar eventuais teses sobre a cientificidade do Espiritismo. Tais teses são (ou seriam, se houvesse) julgadas pelos mesmos critérios que julgam todas as demais.


Botânico escreveu:Não tenho qualquer evidência que suponho ser aceitável a você ou a qualquer outro cético por aqui. O que tenho são relados de espíritos que viveram em corpos deficientes e, em geral, a causa determinante dessa condição foi o dano causado ao seu corpo espiritual por culpa de alguma imprudência sua em vidas passadas (suicídio, vícios debilitantes, crimes, etc). Como eu disse, não posso lhe dar evidências, pois as leis naturais SÃO RIGOROSAMENTE SEGUIDAS. Num exemplo, Kardec perguntou se no caso de um encarnado que, por lei de causa e efeito, deveria morrer pela queda de uma escada de madeira que se quebrou. Neste caso por que a escada se partiu. A resposta dos espíritos foi: - Porque a escada estava podre ou racha e o peso do encarnado causou sua quebra.
Não há, portanto, milagres: o que podemos dar é uma explicação MORAL para os eventos, mas não tenho as evidências que me pede.


Temos mais uma contradição aqui.
Você disse que
"não posso lhe dar evidências, pois as leis naturais SÃO RIGOROSAMENTE SEGUIDAS."
Ora, quando as leis naturais são rigorosamente seguidas, as evidências são abundantes e não o contrário.
Se você reconhece que não há evidências, temos aqui uma crença baseada em Fé, não em leis naturais, que sempre são generosas em emitir evidências de sua autoridade.


Botânico escreveu:E o que é que o ser humano tem de procurar dentro de si próprio para ter respondido o motivo de se manter correto?


Obviamente, tem que procurar o auto-conhecimento.

Botânico escreveu:Bom, como não sou historiador, melhor não discutir.


O bom da História é que é uma ciência muito democrática.
Se os fenômenos quânticos requerem equipamentos de milhões de dólares para serem registrados, os fenômenos históricos saltam às nossas vistas todos os dias nos jornais e tantas outras fontes.
Em meio a tal abundância de dados, um pouco de paciência e pensamento analítico são o suficiente para nos permitir conclusões bastante confiáveis sobre como a História se comporta.


Botânico escreveu:Tem outras matemáticas básicas nesta questão, mas nem sei se vale a pena discutir. De qualquer forma, já falei das migrações acima.


Bem, eu só conheço uma matemática. Aquela que diz que se uma variável só recebe incrementos positivos, o valor desta variável só pode aumentar ao longo do tempo.
Se os espíritos evoluem e não regridem, como defendeu Kardec, não serão as tais migrações que farão (n+1) ser menor que (n).


Botânico escreveu:
Acauan escreveu: O racismo é apenas uma das formas de discriminação que podem advir do determinismo. Se fatores externos impedem que estas discriminações se expressem contra determinadas raças, nada impede que se expressem contra outras diferenciações.


Óbvio ululante.


Tanto quanto otras cositas más que temos discutido aqui, mas para as quais sua concordância não é tão pronta.

Botânico escreveu:Bem, o que vejo é a coisa politicamente incorreta, disfarçada de correta. É o caso as cotas para índios e negros. Então a questão da igualdade entre as pessoas agora dançou: somos diferentes e essas diferenças devem ser refletidas em privilégios especiais a uns e não a outros...


O menos mau é que ideologias vão e vem.
Com o Politicamente Correto não será diferente.


Botânico escreveu:
Acauan escreveu:Os cristãos calvinistas são um paralelo interessante.
Eles acreditam que os homens, ao nascer, já se diferem como eleitos, predestinados ao paraíso ou perdidos, predestinados ao inferno.
Só que não há como saber quem é eleito e quem não é.
O problema é que como o sinal dos eleitos é a adesão à fé cristã, não é difícil concluir que, para eles, nações não cristãs foram predestinadas, aos milhões, para a perdição.
Ou seja, a não identificação individual dos sinais do preconceito não resolve o problema, pois quem quiser fazer mal uso dos princípios doutrinários encontrará um modo de faze-lo.


O seu exemplo é falho, pois de uma incerteza (quem é o eleito?), saiu-se uma determinação verificável: quem é adepto nosso é forte candidato a eleito; quem não é, CERTAMENTE não é eleito.


Meu exemplo não é falho para quem conhece os fundamentos da doutrina Calvinista, para a qual o sinal dos eleitos é apenas um indício, não uma determinação verificável. Para os calvinistas apenas Deus sabe quem são os eleitos e mesmo o pior dos homens pode ser um deles se estiver na lista da panelinha celestial.
Os mesmos indícios são reconhecidos e proclamados pelos espíritas, ou você nega que para a grande maioria dos kardecistas brasileiros, Francisco C. Xavier era um espírito superior?


Botânico escreveu:
Acauan escreveu:Tomara que não haja.
Eu prefiro não arriscar.


Você não tem como correr ou impedir o risco: não é espírita, não é autor espírita, nem codificou a DE.


Irrelevante.
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

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APODman
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Re.: Allan Kardec, um racista brutal e grosseiro

Mensagem por APODman »

Estes dias desencavei a coleção completa da Revista Espírita, ela é muito interessante pois Kardec expõe pontos não levantados em seus livros e mesmo narrativas de sessões mediunicas que ele considerava como autênticas e das quais participou.

Isto é importante para se entender a confiabilidade da metodologia de Kardec em triar a fraude e/ou engano daquilo que usou como fonte de informação para suas obras , em especial o Livro dos Espíritos.

Mas algo interessante que lí na RE foi um texto ( julho de 1860 ) de Kardec com uma ampla defesa da Fisiognomia e da Frenologia. Este texto pode ser encontrado na íntegra aqui: http://www.espirito.com.br/portal/codif ... logia.html

O interessante é que os espíritas alegam que a questão do sectarismo de Kardec nada mais é do que um efeito de idéias eurocentristas errôneas de sua época e que não são a opinião dos espiritos mas do "homem Kardec". "Os espíritos" "superiores" que haviam ditado o LE não haviam demonstrado em suas obras apoio pela tese fisiognomista em que individuos refletem em sua aparência o grau de sua "elevação espiritual"e prontato não deram apoio a esta idéia sectarista e racista.

Apesar de que isto pode ser desmentido a partir do texto "de Emmanuel" em "A Caminho da Luz" ( https://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?p=63603#63603 ) , os espiritas diziam que a obra ditada pelos espíritos se mantinha imaculada quanto a esta questão. Mas eis que no texto da RE Kardec cita explicitamente duas perguntas no LE que refletem o apoio "dos espíritos" a este tese:

Kardec cita:

Assim, dos sinais fisionômicos não se pode tirar nenhum indício de existências precedentes; não se pode encontrá-los senão no caráter moral, nas idéias instintivas e intuitivas, nos pendores inatos, naqueles que não são o fato da educação, assim como na natureza das expiações que se sofre; e ainda isso não poderia indicar senão o gênero de existência, o caráter que se deveria ter, tendo-se em conta o progresso e não a individualidade. (Ver O Livro dos Espíritos, números 216 e 217).


E então vemos "os espíritos" nas respostas as perguntas citadas dando apoio a base da repugnante "Teoria da Beleza" :


O Livro dos Espíritos
Parte Segunda – Capítulo 4
Pluralidade das existências

216 O homem conserva, em suas novas existências, traços do caráter moral de existências anteriores?

– Sim, isso pode ocorrer; mas ao se melhorar, ele muda. Sua posição social pode também não ser mais a mesma. Se de senhor torna-se escravo, seus gostos serão completamente diferentes e teríeis dificuldade em reconhecê-lo. Sendo o Espírito sempre o mesmo nas diversas encarnações, suas manifestações podem ter uma ou outra semelhança, modificadas, entretanto, pelos hábitos de sua nova posição, até que um aperfeiçoamento notável venha mudar completamente seu caráter; por isso, de orgulhoso e mau, pode tornar-se humilde e bondoso, desde que se tenha arrependido.

217 O homem, pelo Espírito, conserva traços físicos das existências anteriores em suas diferentes encarnações?

– O corpo que foi anteriormente destruído não tem nenhuma relação com o novo. Entretanto, o Espírito se reflete no corpo. Certamente, o corpo é apenas matéria, mas apesar disso é modelado de acordo com a capacidade do Espírito que lhe imprime um certo caráter, principalmente ao rosto, e é verdade quando se diz que os olhos são o espelho da alma, ou seja, é o rosto que mais particularmente reflete a alma. É assim que uma pessoa sem grande beleza tem, entretanto, algo que agrada quando é animada por um Espírito bom, sábio, humanitário, enquanto existem rostos muito belos que nada fazem sentir, podendo até inspirar repulsa. Poderíeis pensar que apenas os corpos muito belos servem de envoltório aos Espíritos mais perfeitos; entretanto, encontrais todos os dias homens de bem sem nenhuma beleza exterior. Sem haver uma semelhança pronunciada, a similitude dos gostos e das inclinações pode dar o que se chama de um ‘ar de família’.


(nota de Kardec )** Tendo em vista que o corpo que reveste a alma na nova encarnação não tem necessariamente nenhuma relação com o da encarnação anterior, uma vez que em relação a ele pode ter uma procedência completamente diferente, seria absurdo admitir que numa sucessão de existências ocorressem semelhanças que não passam de casuais. Entretanto, as qualidades do Espírito modificam freqüentemente os órgãos que servem às suas manifestações e imprimem ao semblante, e até mesmo ao conjunto das maneiras, um cunho especial. É assim que, sob o envoltório mais humilde, pode-se encontrar a expressão da grandeza e da dignidade, enquanto sob a figura do grande senhor pode-se ver algumas vezes a expressão da baixeza e da desonra. Algumas pessoas, saídas da mais ínfima posição, adquirem, sem esforços, os hábitos e as maneiras da alta sociedade. Parece que elas reencontram seu ambiente, enquanto outras, apesar de seu nascimento e educação, estão nesse mesmo ambiente sempre deslocadas. Como explicar esse fato senão como um reflexo do que o Espírito foi antes?


fonte: http://www.espirito.com.br/portal/codif ... 4.html#1.5


Finito questo !

A DE em suas bases é SIM sectarista, "os espíritos" apoiam SIM a tese absurda da fisiognomia e isto é SIM ensinado sem nenhuma reserva ou qualquer ressalva nas Escolas de Educação Mediuncia E nos cursos de Orientadores formando levas de individuos que, se não expressamente ao menos insidiosa e sublinarmente, mantém viva esta tradição repulsiva !


[ ]´s
You wanna fuck with me? Okay. You wanna play rough? Okay. Say hello to my little friend!
Tony Montana

Mantra diário dos Criacionistas:
"Que mal poderia haver se um homem dissesse uma grande mentira para o bem e para a igreja Cristã... uma mentira sem necessidade, uma mentira útil, tais mentiras não seriam contra Deus, ele as aceitaria."
Martinho Lutero
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DarkWings
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Re.: Allan Kardec, um racista brutal e grosseiro

Mensagem por DarkWings »

Parece que este fórum se vira deveras bem sem minha presença para espinafrar Kardec O Karduco e seus asseclas. Fico contente :emoticon12:
Eu concordo com a Anna. O Kardec não poderia falar merda porque era orienteado por um espírito superior. Ou então o espírito não era evoluído. Ou ainda não havia nenhum espírito.
O segundo turno das eleições é dia 31/10, Halloween.
Não perca a chance de enfiar uma estaca no vampiro!

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Method
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Re.: Allan Kardec, um racista brutal e grosseiro

Mensagem por Method »

Que debate colorido. Parece a parada gay...

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Hrrr
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Re.: Allan Kardec, um racista brutal e grosseiro

Mensagem por Hrrr »

o jon eh que ainda nao se convenceu os espiritas baboes dos erros da doutrina deles
se eu fosse bom em argumentar e leitor de livros, podia dar valiosas ajudas...
JINGOL BEL, JINGOL BEL DENNY NO COTEL... :emoticon266:

i am gonna score... h-hah-hah-hah-hah-hah...

plante uma arvore por dia com um clic

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Hugo
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Mensagem por Hugo »

Alguém entendeu isto?

Certamente, o corpo é apenas matéria, mas apesar disso é modelado de acordo com a capacidade do Espírito que lhe imprime um certo caráter, principalmente ao rosto, e é verdade quando se diz que os olhos são o espelho da alma, ou seja, é o rosto que mais particularmente reflete a alma. É assim que uma pessoa sem grande beleza tem, entretanto, algo que agrada quando é animada por um Espírito bom, sábio, humanitário, enquanto existem rostos muito belos que nada fazem sentir, podendo até inspirar repulsa.


Que eu saiba o que é belo é o que agrada e o que é feio é o que causa repulsa. Me pareceu uma tentativa vã de evitar a conclusão de que os espíritos apoiam a fisiognomia.

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Botanico
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Mensagem por Botanico »

Dinobot escreveu:Alguém entendeu isto?

Certamente, o corpo é apenas matéria, mas apesar disso é modelado de acordo com a capacidade do Espírito que lhe imprime um certo caráter, principalmente ao rosto, e é verdade quando se diz que os olhos são o espelho da alma, ou seja, é o rosto que mais particularmente reflete a alma. É assim que uma pessoa sem grande beleza tem, entretanto, algo que agrada quando é animada por um Espírito bom, sábio, humanitário, enquanto existem rostos muito belos que nada fazem sentir, podendo até inspirar repulsa.


Que eu saiba o que é belo é o que agrada e o que é feio é o que causa repulsa. Me pareceu uma tentativa vã de evitar a conclusão de que os espíritos apoiam a fisiognomia.


Não exatamente, seu Dinossauro. A beleza física de uma pessoa na qual está encarnado um espírito não exatamente bom é atraente para ser visto nas capas de revistas ou filmes, mas pessoalmente não demora a causar desencanto com os que convivem com ela.

Pude tirar essa impressão de uma prima minha, testemunha de jeová, que desde criança conheceu uma família cujo pai é filandês e teve três filhos, duas moças e um rapaz, fisicamente muito bonitos. A filha mais velha, quando chegou à idade de namoro, foi seguindo as leis dos testemunhas de jeová a respeito: primeira lei, só se deve casar no Senhor, isto é: testemunha de jeová só se casa com testemunha de jeová; segunda lei: rico casa com rico e pobre com pobre. Bem, ela, toda sensual e exuberante, já foi logo buscando cativar o rapaz mais rico, bonito e interessante do salão do reino que frequenta. Mas o flerte, com esse e com os outros rapazes ricos e inteligentes, não durava nem uma semana, pois nesta curta convivência eles logo sacavam: - Opa! Essa aí é fria!
Bem, ela foi tendo que descer na escala até que finalmente se achegou ao primeiro pobre bonitinho e trouxa. Não deu outra: caiu ele de quatro diante daquela bela loiraça rica. Casaram-se e, de quatro até hoje, o rapaz só leva pé no traseiro dela. Fez um péssimo negócio.

E como se disse. Mesmo numa pessoa feia, pode haver algo nela de cativante, refletindo um espírito mais evoluído. Aliás, senão me engano, no livro Libertação ou outro de André Luís, comentava-se justamente sobre essa questão da ESCOLHA DO CORPO, em que somente os espíritos que cumpriram pelo menos 75% de sua missão proposta é que ganhavam esse direito. E lá comentava um espírito que ia reencarnar que preferia não nascer exatamente com beleza e sim mais feio.

Não é questão fechada, portanto.

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Hugo
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Re.: Allan Kardec, um racista brutal e grosseiro

Mensagem por Hugo »

Nem tente, Botânico. O texto se refere ao que o rosto inspira e não ao modo como a pessoa age.

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Botanico
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Re: Re.: Allan Kardec, um racista brutal e grosseiro

Mensagem por Botanico »

APODman escreveu:Finito questo !

A DE em suas bases é SIM sectarista, "os espíritos" apoiam SIM a tese absurda da fisiognomia e isto é SIM ensinado sem nenhuma reserva ou qualquer ressalva nas Escolas de Educação Mediuncia E nos cursos de Orientadores formando levas de individuos que, se não expressamente ao menos insidiosa e sublinarmente, mantém viva esta tradição repulsiva !

[ ]´s


Sem querer ser chato Apô, mas me esclareça algumas coisas:
1) É ILÓGICO supor que, dentro do princípio reencarnacionista, o espírito refletiria em seu corpo as marcas de seu caráter?

2) A colocação feita no LE me pareceu tipo sim e não. O reflexo no corpo, na sua fisionomia, da condição superior ou inferior do corpo não necessariamente estava ligado à BELEZA FÍSICA, pois como é dito no texto, mesmo os belos podiam não inspirar simpatia ou admiração, se o espírito que lá encarnado for inferior. É isso?

3) Diversas outras obras espíritas abordam o assunto de beleza física e reencarnação em diferentes raças, INDICANDO HAVER DIVERSAS SITUAÇÕES POSSÍVEIS e não regras ABSOLUTAS E INFALÍVEIS.

4) Como era encarada CIENTIFICAMENTE na época de Kardec essa tal frenologia (que ao que parece não foi invenção do Kardec) e outras implicações de beleza física com relação à superioridade ou inferioridade das pessoas?

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DarkWings
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Re: Re.: Allan Kardec, um racista brutal e grosseiro

Mensagem por DarkWings »

Botanico escreveu:1) É ILÓGICO supor que, dentro do princípio reencarnacionista, o espírito refletiria em seu corpo as marcas de seu caráter?
[ ]´s


Por esse raciocínio a Suzanne Von Richtoffen não poderia ser bonitinha como é.
O segundo turno das eleições é dia 31/10, Halloween.
Não perca a chance de enfiar uma estaca no vampiro!

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videomaker
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Re: Re.: Allan Kardec, um racista brutal e grosseiro

Mensagem por videomaker »

DarkWings escreveu:
Botanico escreveu:1) É ILÓGICO supor que, dentro do princípio reencarnacionista, o espírito refletiria em seu corpo as marcas de seu caráter?
[ ]´s


Por esse raciocínio a Suzanne Von Richtoffen não poderia ser bonitinha como é.



Os olhos são o espelho da alma ... já viu a expressão da moça ?
Bonitinha mais ordinaria ...
:emoticon17:
Há dois meios de ser enganado. Um é acreditar no que não é verdadeiro; o outro é recusar a acreditar no que é verdadeiro. Søren Kierkegaard (1813-1855)

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Hugo
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Re.: Allan Kardec, um racista brutal e grosseiro

Mensagem por Hugo »

Não vejo nada de mal nos olhos dela.

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Spitfire
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Re.: Allan Kardec, um racista brutal e grosseiro

Mensagem por Spitfire »

Me parecem normais e compativeis com todos os padrões normais.

Socorro... que pensamento obtuso este. Vocês, espíritas, são todos assim? :emoticon5:

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videomaker
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Re: Re.: Allan Kardec, um racista brutal e grosseiro

Mensagem por videomaker »

Spitfire escreveu:Me parecem normais e compativeis com todos os padrões normais.

Socorro... que pensamento obtuso este. Vocês, espíritas, são todos assim? :emoticon5:


Socorro... :emoticon5:
Há dois meios de ser enganado. Um é acreditar no que não é verdadeiro; o outro é recusar a acreditar no que é verdadeiro. Søren Kierkegaard (1813-1855)

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videomaker
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Re: Re.: Allan Kardec, um racista brutal e grosseiro

Mensagem por videomaker »

Dinobot escreveu:Não vejo nada de mal nos olhos dela.



O olhar meio infantil , porem revela uma personalidade cruel e fria ... mire o olhar da moça !!!!!! :emoticon4:
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O ENCOSTO
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Re.: Allan Kardec, um racista brutal e grosseiro

Mensagem por O ENCOSTO »

ÇEUS SETICUZ EGUINORAMTEZ111111
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http://www.manualdochurrasco.com.br/
http://www.midiasemmascara.org/
Onde houver fé, levarei a dúvida.

"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”

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Spitfire
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Re: Re.: Allan Kardec, um racista brutal e grosseiro

Mensagem por Spitfire »

videomaker escreveu:
Dinobot escreveu:Não vejo nada de mal nos olhos dela.



O olhar meio infantil , porem revela uma personalidade cruel e fria ... mire o olhar da moça !!!!!! :emoticon4:


:emoticon8: :emoticon8: :emoticon8:

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videomaker
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Re: Re.: Allan Kardec, um racista brutal e grosseiro

Mensagem por videomaker »

O ENCOSTO escreveu:ÇEUS SETICUZ EGUINORAMTEZ111111




Afogar criancinhas em vasos sanitarios é um habito bem pior !
Salve a ignorancia !!!!!!!!!
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APODman
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Re: Re.: Allan Kardec, um racista brutal e grosseiro

Mensagem por APODman »


[color=#ffff00]Sem querer ser chato Apô, mas me esclareça algumas coisas:
1) É ILÓGICO supor que, dentro do princípio reencarnacionista, o espírito refletiria em seu corpo as marcas de seu caráter?


É ILÓGICO supor que, o princípio reencarnacionista esteja errado ? :emoticon4:

A Fisiognomia e a Frenologia são conceitos absurdos e refutados, Lombroso não possui mais suporte desde o meio do século passado.





2) A colocação feita no LE me pareceu tipo sim e não. O reflexo no corpo, na sua fisionomia, da condição superior ou inferior do corpo não necessariamente estava ligado à BELEZA FÍSICA, pois como é dito no texto, mesmo os belos podiam não inspirar simpatia ou admiração, se o espírito que lá encarnado for inferior. É isso?


Botânico não há muito o que divagar, tanto "os espíritos" qunto Kardec apontam que a beleza física é um indicativo da superioridade espiritual do espírito habita aquele corpo.

Trata-se de um apoio claro a fisiognomia e a frenologia.

3) Diversas outras obras espíritas abordam o assunto de beleza física e reencarnação em diferentes raças, INDICANDO HAVER DIVERSAS SITUAÇÕES POSSÍVEIS e não regras ABSOLUTAS E INFALÍVEIS.


Pois é, difícil entrar em um consenso quando se trata de definir as propriedades de um mito: será que o gorro do Saci é vemelho ou verde ?

4) Como era encarada CIENTIFICAMENTE na época de Kardec essa tal frenologia (que ao que parece não foi invenção do Kardec) e outras implicações de beleza física com relação à superioridade ou inferioridade das pessoas?


Lei ao artigo de Kardec, é um retrato da opinião da época sobre tal tema.

Minha consideração final é que OU "os espíritos superiores" davam realmente apoio a esta absurdidade ( e a uma centena de outras ) e eram uns verdadeiros tapados ou o Livro dos Espíritos não passa de uma coletânea de impressões, conhecimentos e crenças pessoais de Kardec que tomou emprestado conceitos de outras crenças e culturas misturando-as ao Positivismo de sua época mais o ufanismo nacionalista de Kardec e ao sentimento de superioridade do conhecimento cientifico que se firmava a época como o melhor meio de conseguir informações do Universo que nos rodeia.

Tudo somado a onda mistica que estava em voga no continente europeu tanto pela publicação da Doutina Secreta de Blavatsky quanto pela retomada da cultura celta e do druidismo ( citado mais de uma vez por Kardec na Revista Espírita tanto quanto mereceu um grande capítulo chamado "O Espiritismo entre os Druidas" além do fato de que o próprio codinome Allan Kardec teria sido adotado com base em uam comunicação que dizia que este era seu nome em uma reencarnação anterior como druida ) como os nobres e sábios antepassados dos franceses detentores do conhecimento místico, da "Sabedoria Primitiva", que incluia inclusive a reencarnação apesar de que na forma de [url=http://www.guia.heu.nom.br/metempsicose.htm]metempsicose[url].

[ ]´s
Editado pela última vez por APODman em 20 Ago 2006, 16:30, em um total de 3 vezes.
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Re: Re.: Allan Kardec, um racista brutal e grosseiro

Mensagem por O ENCOSTO »

videomaker escreveu:
O ENCOSTO escreveu:ÇEUS SETICUZ EGUINORAMTEZ111111




Afogar criancinhas em vasos sanitarios é um habito bem pior !
Salve a ignorancia !!!!!!!!!



A CREANSSINHA SO ÇOFRERA O AFOGAMEMTU SE TIVER QUARMA PARA QUITAR1111111111

CERÁ QUE É TAUM DIFISSEL DE EMTENDER GREMIO11111111
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Re: Re.: Allan Kardec, um racista brutal e grosseiro

Mensagem por O ENCOSTO »

APODman escreveu:
será que o gorro do Saci é vemelho ou verde ?



É vermelho.

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Re: Re.: Allan Kardec, um racista brutal e grosseiro

Mensagem por videomaker »

O ENCOSTO escreveu:
videomaker escreveu:
O ENCOSTO escreveu:ÇEUS SETICUZ EGUINORAMTEZ111111




Afogar criancinhas em vasos sanitarios é um habito bem pior !
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A CREANSSINHA SO ÇOFRERA O AFOGAMEMTU SE TIVER QUARMA PARA QUITAR1111111111

CERÁ QUE É TAUM DIFISSEL DE EMTENDER GREMIO11111111




Há a velhice ... mas perto do nada ! :emoticon1:
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Trancado