O ENCOSTO escreveu:
E esse papinho de que trata-se de um fenomeno raro, também não cola. É fato que materializações ocorriam com mais frequencia no passado.
Pode ser que hoje não exista mais pessoas (céticos) com vontade de estudar esses fenomenos, mas é curioso notar que materializações não ocorrem nem mesmo entre os espiritas. Conversei com alguns frequentadores de centros espiritas e eles me confirmaram isso.
Você poderia argumentar que os espiritos não estão mais com vontade de se materializarem porque isso iria prejudicar a imagem do espiritismo, que ninguém iria acreditar e blablabla.
Mas, eu duvido muito que nenhum espirito sacana iria ficar pentelhando a humanidade dia e noite, assombrando as casas dos céticos (se algum espirito estiver lendo a minha mensagem, deixo a minha casa a disposição) etc.
Se realmente isso existir, depois que eu morrer serei o espirito mais chato que o umbral já conheceu. Pode estar certo disso. Vou passar dia e noite saindo pelos narizes e orelhas do pessoal só para encher o saco de todo mundo.
Olá, Encosto
este texto de John Beloff , o qual traduzi, dá motivos plausíveis do porque das materializações não ocorrerem mais hoje:
John Beloff *
Implicações filosóficas dos estudos parapsicológicos (1)
Anos atrás, fui convidado por um editor londrino a escrever uma breve história da parapsicologia (Beloff, 1993). Neste livro, tentei delinear a evolução de nossa disciplina desde a época do mesmerismo e inclusive ainda antes, até a atualidade. Sempre tive presente que isto não seria uma tarefa fácil, mas essa dificuldade não foi somente quanto a seu aspecto prático, tratando de condensar um grande número de fatos numa narração que pudesse ser compreensível, senão que, o verdadeiro desafio, foi como manter o interesse dos leitores sobre uma história que não pode ser apresentada como uma sucessão de fatos históricos exitosos como quem tentaria fazer se fora a escrever a história de qualquer das ciências convencionais.
No entanto, dizendo isto, não estou minimizando os esforços dos pesquisadores, pelo contrário, sua dedicação à ciência enfrentando toda classe de obstáculos pode ser descrita como heróica. Mas em relação aos três principais critérios de sucesso na ciência convencional: conhecimento teórico, aplicação prática e prestígio intelectual, não se pode pretender que a parapsicologia (ou investigação psíquica; utilizarei estes termos de maneira recíproca) tenha-os comprovado até agora por si mesma. Deste modo, deveríamos considerá-los como nossa primeira lição de história: essa lição é a humildade. A dura verdade que temos que enfrentar é que a crua realidade do fenômeno psi não foi verificada à satisfação de todos.
A RELEVÂNCIA DA HISTÓRIA
No entanto, para sermos honestos a nós mesmos deveríamos dizer que só esse avanço espetacular chegou a ser uma regra nas ciências físicas ou naturais. Pensemos simplesmente o que sucedeu em áreas como a investigação na medicina, a informação tecnológica, a física das partículas ou a cosmologia, por nomear só uns poucos exemplos sobressalentes e para dar-se conta o que significam estes progressos. No caso das ciências humanas ou sociais, pelo contrário, já seja em economia, sociologia, antropologia, ou, em especialmente em psicologia. Primeiro, descobrimos que não há muitos achados revolucionários ou permanentes progressos como uma sucessão de pontos de vista, ou escolas de pensamento, emparelhadas a uma progressiva sofisticação quanto a técnica e metodologia. Por exemplo, a aplicação de análises computadorizadas nas ciências sociais aumentou consideravelmente o poder destas ciências. A parapsicologia não se compara desfavoravelmente com essas outras ciências humanas quando introduz uma estatística depurada ou a inovação instrumental.
Não obstante, as vicissitudes na área da parapsicologia são bem mais dramáticas do que nestas outras ciências, especialmente no que diz respeito aos "fenômenos intensos", pois para falar de história da parapsicologia, é necessário distinguir entre um fenômeno que, levado ao valor nominal é de por si, evidentemente de caráter paranormal, isto é, um fenômeno intenso; daqueles nos que se avalia a paranormalidade por uma análise estatística, isto é, um fenômeno pouco ostensível. Isto último, ainda que conhecido desde o século XIX, não chega ser importante até a "Revolução Rhineana" (como me agrada denominá-la). Quanto à história dos fenômenos intensos concerne, o que encontramos é algo que tem muitas mais reminiscências na história da arte que na história das ciências, sejam estas naturais ou sociais. Por isso, na história da arte, e isto é legítimo em literatura e em música, bem como em artes visuais, não existem progressos sistemáticos. O que você encontrará em lugar disso, é o breve surgimento de alguma nova escola ou movimento, normalmente centrada ao redor de certos gênios, copiados por seguidores não inspirados, e imitando sua obra até que esta finalmente se dissolve ou eclipsa, depois do qual uma nova escola ou movimento surge em qualquer outro lugar, dedicada inteiramente a ideais diferentes, até que esta a sua vez, também se extingue e é substituída.
Do mesmo modo, encontramos na história da parapsicologia, numerosos exemplos de progressos promissores, normalmente centrados ao redor de certos indivíduos dotados que asseguram possuir poderes sobrenaturais e que por um tempo, fazem supor como se fora iminente uma nova era. Mas, que sucede? O fenômeno declina, estes sujeitos perdem seu poder ou são desacreditados, e o que começou com boas perspectivas, converte-se num falso amanhecer. Talvez, o exemplo mais recente do que dizemos seja o dos dobradores de metais, que começou com a chegada de Uri Geller a princípios da década de 70.
Por suposto, uma diferença crítica entre a história da arte e a história da parapsicologia é que a obra artística normalmente parece viva, e por isso não há porque diferir frente ao juízo dos historiadores. No caso da parapsicologia, pelo contrário, o fenômeno em questão não está tão estendido como para um exame crítico, de modo que nós dependemos absolutamente dos relatórios e registros. Se poderia dizer, por suposto, que não há diferença alguma com respeito à história dos políticos, onde estamos tratando igualmente sobre acontecimentos passados dos que só os documentos históricos podem dar depoimento. Na natureza do caso, é isto precisamente, o porquê os fenômenos paranormais estão sob suspeita de uma forma que não o estão os fatos históricos convencionais. Talvez, se os grandes expoentes destes fenômenos do passado se tivessem dedicado a produzir fatos paranormais (por exemplo, os Objetos Paranormais Permanentes), em lugar de materializações espúreas ou levitações de mesas, estaríamos mais próximos da posição do historiador de arte, coisa que em realidade não sucedeu. O que neste ponto quero assinalar é que como aparecem aqueles reflexos de criatividade que geralmente associamos com a atividade artística, a manifestação do fenômeno paranormal aparece também de maneira ciclotímica. Isto deveria ser assim, se o consideramos a seu devido momento. Enquanto, estou-o propondo como nossa segunda lição de história.
Uma conseqüência de todas estas flutuações é que muitos fenômenos intensos não se observam com freqüência hoje em dia, e tendem a ser considerados como fraudulentos ainda por quem são muito cientes de fatos históricos. Por outra parte, não só os críticos da parapsicologia duvidam da importância da evidência histórica, senão também muitos experimentados parapsicólogos. A posição que eles adotam é que, se um fenômeno dado não pode ser elucidado com propósitos experimentais, poderia ser prudente simplesmente ignorá-lo. A parapsicologia de acordo a esta escola de pensamento deveria interessar-se exclusivamente em questões que todos nós podemos esperar resolver. Devo dissentir neste aspecto. Se aspiramos a ser algo mais do que só técnicos, é necessário manter uma perspectiva. Limitar nosso atendimento no aqui e agora é, creio, um sinal de provincialismo. Prefiro pensar do estudo do paranormal como o despregue de uma vasta paisagem repleto de toda classe de flora e fauna fantástica e exótica, e que são demasiado importantes como para ignorá-las, estando ainda atualmente inacessíveis. Em síntese, escrevendo a história da parapsicologia me convenci que essa história tem ensinos e que o passado não é irrelevante para os problemas e inquietudes atuais.
O EFEITO DE DECLINAÇÃO
Um aspecto desse curso irregular que nossa ciência tomou foi a contínua diminuição da intensidade dos fenômenos paranormais que tratamos de estudar. Isto se pode perceber mais visivelmente no caso do fenômeno parafísico. Na atualidade, a mediunidade física é só uma coisa do passado, do que resulta que só os casos de poltergeist são os fenômenos de macro-PK mais acessíveis para estudar. Curiosamente, estes casos constituem a exceção, e ainda que eles mudaram muito pouco desde faz séculos não mostram ainda sinais de desaparecer. Desgraçadamente, estes fenômenos são fatos de curta duração e ainda quando são estudados seriamente, apresentam grandes dificuldades práticas para efetuar uma investigação sistemática e categórica.
Seja como for, se na atualidade você quer realizar um estudo sobre PK, o melhor método é conseguir que o sujeito trate de influir um sistema binário eletrônico do Gerador de Números Aleatórios (Random Number Generator, ou RNG). Em realidade, o uso desta técnica foi posta em dúvida por alguns parapsicólogos contemporâneos ao ponto em que muitos duvidam a respeito de se esta seja a forma de demonstrar convincentemente a macro-PK. Mas com tudo, nesta era computadorizada, agora estamos recém capacitados para desenvolver milhões de provas num breve lapso, de maneira que até um efeito PK de um só minuto nos poderia proporcionar uma interessante média integral, só que neste caso a direção da pontuação permanecerá constante. Desafortunadamente, muito poucos sujeitos estão dotados desta regularidade durante um lapso bastante intenso como para proporcionar médias que sejam bem mais significativos que quando devíamos recorrer ao árduo processo do lançamento de dados em épocas passadas. Em verdade, um recente meta-análise levada a cabo por Radin e Ferrari (1991) demonstrou que o valor total do efeito dos experimentos com dados é levemente superior aos dos experimentos com o RNG, ainda que ambos são em extremo marginalmente significativos.
O breve termo do efeito de declinação foi, efetivamente, uma característica familiar no laboratório de parapsicologia onde a investigação de J.B. Rhine teve seu maior auge. Em realidade, nos primeiros trabalhos de PK, a declinação intra-sesional proporcionou provavelmente o indício mais evidente de do que algo fora do comum estava ocorrendo. Desafortunadamente, desde cedo transpareceu que um efeito de declinação para a ESP não é menor do que para a PK, e que este poderia continuar através e ao longo de todas as sessões. Pelo geral, todos os sujeitos com altas pontuações de ESP perderam finalmente sua faculdade. Inclusive, Pavel Stepanek cujos dez anos de carreira como sujeito ESP lhe mereceram uma menção no Livro Guiness dos Records, também perdeu sua capacidade. Quando, depois de algum tempo, Stepanek foi testado novamente pelo doutor Kappers em Amsterdam faz pouco tempo, só pôde produzir médias próximas ao acaso (Kappers et ao., 1990). Não creio que isto tenha sido por uma falta de motivação ou cansaço se for o caso, como algumas vezes se expôs como uma explicação para o efeito de declinação, pois foi conhecida a grande resistência de Stepanek, a quem nunca se viu cansado fisicamente. Nem sequer podemos tomar em sério a tentativa de Martin Gardner de explicar como Stepanek poderia tê-lo levado a cabo em forma fraudulenta (Gardner, 1989). Se realmente fora um enganador devia ter aperfeiçoado a técnica à medida que adquiriu mais prática. Qualquer que seja a explicação desse longo período de declinação de suas faculdades, deve ser seguramente uma explicação mais profunda e verdadeira.
DOIS FALSOS AMANHECERES
Uma conseqüência dessas vicissitudes históricas é que, mais de uma vez, parece-nos estar parados no umbral de uma nova era em que a parapsicologia poderia chegar a ser maior de idade e finalmente, ganhar o reconhecimento universal. Em particular, impressionaram-me dois exemplos enquanto escrevia esta história. O primeiro se refere à fundação da Society for Psychical Research (SPR) de Londres em 1882; o segundo, à criação do Laboratório dirigido por Rhine na Universidade de Duke. O começo da SPR foi bastante modesto. Seu início se deveu ao generoso apoio financeiro dos espiritistas, os quais inicialmente se incorporaram como membros para que isto pudesse funcionar. Mesmo assim, rapidamente começaram a atrair a eminentes professores e científicos e a muitos outros notáveis da Inglaterra victoriana, e durante uma década pôde orgulhar-se por incluir em seu Conselho não menos de oito membros da Royal Society [de Ciências]. Mas o mais importante em suas relações públicas naqueles dias foi a grande produtibilidade, e o elevado nível de erudição mantido como o testemunham os antigos Proceedings (Atas) da SPR. Isto se deveu graças a uns poucos mais infatigáveis entusiastas entre quem se encontravam Myers, Gurney, Hodgson e Eleanor Sidgwick, que são as figuras mais destacáveis. Seus trabalhos incluem uma vasta coleção de casos espontâneos, teste com médiuns e psíquicos, experimentos de laboratório empregando hipnose, e bem mais. Particularmente Myers, desfrutou de uma reputação internacional e foi figura proeminente no primeiro congresso europeu de psicologia, pois, nos finais do século XIX, existia especialmente em França grande interesse pelo tema da dissociação, exemplificado pelos diversos automatismos inconscientes. Isto foi uma característica distintiva do trabalho de Myers com as médiuns sobre a que desenvolveu sua teoria do eu subliminal.
Em que se equivocou? Que fez que esta promissora iniciativa se frustrasse? Porquê os membros da sociedade não se incrementaram desde aqueles primeiros dias? Poderíamos ter uma resposta se recorremos a um artigo de William James (19091960). Posso dizer que James, inquestionavelmente, foi a figura mais brilhante que chegou a ser presidente da SPR (durante o período 1894-95), ainda que seu maior aporte neste campo, a meu parecer, foi o de ter descoberto a incomparável Leonora Piper, a quem agradava chamar sua "white crow" [corvo branco], quem fora de toda dúvida, convenceu-o da realidade do fenômeno psíquico. Num artigo escrito em 1909, recorda um encontro com Henry Sidgwick, o primeiro presidente da Sociedade, que morreu em 1900:
"Como todos os fundadores, Sidgwick esperava sucessos assegurados nos resultados; e lhe escutei dizer, um ano antes de sua morte, que se alguém lhe tivesse manifestado em seu começo, que vinte anos depois teria tantas perguntas como ao princípio, poderia julgar à profecia como incrível. Parecia impossível que toda esta evidência pudesse apresentar resultados finais tão pobres." (James, 1909, p.310)
James então procedeu a discutir suas próprias experiências das que, diz-nos, foram similares às de Sidgwick:
"Durante 25 anos estive ao tanto da literatura da investigação psíquica e tive contato com numerosos pesquisadores. Também dediquei bastante horas... a presenciar os fenômenos. Não estou teoricamente além do que estava quando comecei e estou disposto a crer que o Criador teve eternamente em mira esta parte da natureza como uma perfeita pergunta permanentemente, incitando nossa curiosidade e nossas expectativas e suspeitas, todas em sua justa medida; assim que, ainda que fantasmas, clarividências, raps, e mensagens dos espíritos estejam sempre existindo, e nunca possam ser explicados no todo, não poderão ser em si mesmos susceptíveis de uma corroboração total (James, 19091960, p.310).
James não foi pessimista ou derrotista por natureza, e penso que suas palavras refletem o que muitos devem ter sentido em seu tempo. Ainda que comparado com o nosso, não parece ter tido uma ausência de fenômenos para estudar. A SPR esteve por então preocupada no famoso caso das "correspondências cruzadas". Mas foi possível só pela disponibilidade de um sem número de dotados automatistas, a maioria dos quais não eram médiuns profissionais em absoluto, senão pessoas cultas e inclusive mulheres universitárias, como Margaret Verral e sua filha Helen, a respeito de quem não vimos a ninguém que se lhes pareça.
Prossigamos e consideremos o caso da "Revolução Rhine". Em 1933, J.B.Rhine produzia uma monografia titulada Extra-Sensory Perception [Percepção Extrasensorial], a qual incluía as investigações parapsicológicas levadas a cabo durante vários anos. Rhine lhe enviou a monografia a W.F.Prince, presidente por então da Boston Society for Psychical Research e um de seus principais mentores. No entanto, Prince talvez não teve idéia da importância deste relatório, já que em 1934 se a editou numa tiragem de tão só 900 cópias. Ao ano seguinte, Bruce Humphries de Boston, um editor comercial, tomou o livro e o lançou ao mercado literário. Penso que se pode dizer que nenhuma outra publicação na história da parapsicologia ou a investigação psíquica conseguiu tantos elogios e gozar de tão ampla circulação. Os jornalistas de ciência em América escreveram entusiastas artigos a respeito de Rhine na imprensa nacional e os Departamentos de Psicologia em todos os Estados Unidos, solicitaram estes inovadores testes de adivinhação de naipes que, vá casualidade, tinham o estilo que a psicologia americana estava adotando naquele tempo em todos lados. De seguro, se teve um avanço sensacional em parapsicologia isto pode sê-lo. Mas, que sucedeu? qual foi o erro?
Uma breve resposta seria que o fenômeno não era facilmente acessível. Rhine considerava quase como um artigo de fé à ESP como um dom universal -todos nós a temos num pequeno grau pois por onde se veja, deveria classificar-se como um efeito estatístico. Ademais, suas experiências iniciais com estudantes voluntários na Universidade de Duke pareciam confirmar esta suposição. Não cabe dúvida que seus primeiros resultados poderiam ser desatendidos devido às condições pouco rigorosas de observação que então prevaleciam, mas em sua monografia há citados não menos de oito indivíduos que foram capazes de manter-se à margem da casualidade, sob condições seguras de observação, durante um período bastante extenso, e conseguir totalizar pontuações significativamente superiores ao nível da casualidade. Esses resultados não podem deixar-se facilmente de lado. Dos sujeitos mencionados, o mais sobressalente foi Hubert Pearce, um estudante de teologia de Duke. Eu creio que ninguém fez mais para confirmar a legitimidade da atuação de Pearce do que o argumento ridículo do que Marck Hansel esteve impulsionado a inventar para desacreditá-lo (Hansel, 1966). Mas, porquê teve tão poucos "Hubert Pearces" e inclusive resultados similares em outras universidades? e porquê foi Rhine incapaz de descobrir outro "Hubert Pearce"? Não tenho a resposta a ambas perguntas, mas duvido que possamos aperfeiçoar muito a explicação oferecida por Rhine no prólogo que escreveu para a edição de 1964 de Extrasensory Perception. Rhine afirma que existia, nesse tempo e lugar, um excepcional fervor e um espírito de equipe como não os teve em outros momentos que o igualasse, seja ali ou em qualquer outro lado. Se Rhine foi exato, talvez poderia proporcionar-nos um dos indícios aos reiterados "falsos amanheceres" da parapsicologia nos que pus um cuidadoso atendimento. Qualquer seja a razão, podemos voltar com posterioridade a isto. Ao que parece, as manifestações psi são situações dependentes num nível que tem poucos paralelos em psicologia. Em realidade, poderia ir muito mais longe ao ponto de dizer que esta conclusão poderia ser a maior lição de todas.
Esta Revolução Rhineana teve dois principais objetivos. O primeiro foi demonstrar, a satisfação de toda a comunidade científica, a existência da ESP -uma realidade para o mesmo Rhine que nunca vacilou em negar. O segundo objetivo foi fazer à parapsicologia academicamente respeitável. Rhine confiou em isto e o conseguiu levando o paranormal fora do escuro quarto de sessões (sua desafortunada briga com a médium Margery lhe deixou uma impressão indelével) e na clareza de um laboratório, se poderia dizer que Rhine rendeu culto à ciência. Esta ocupou o lugar de Deus depois que teve perdido a fé religiosa de sua juventude, ainda que sua mãe confiou em que poderia chegar a ser um sacerdote. Inclusive, quando Rhine morreu em fevereiro de 1980, estes dois originários objetivos estiveram muito próximos a cumprir-se. Por um lado, o golpe baixo dos céticos juntou forças momentaneamente e muitos eminentes cientistas estiveram prestando seu apoio à nova organização cética, CSICOP (Committee for the Investigation of Claims of the Paranormal [Comitê para a Investigação dos Supostos Fenômenos Paranormais]), fundada em 1976. Por outro lado, o ocultismo popular e a moda "New Age" [Nova Era] não jogaram luz a estes estudos para o público em geral, fazendo ainda mais difícil à parapsicologia poder oferecer uma informação responsável.
O PROBLEMA DA FRAUDE
Os científicos delinqüentes não são nada novo na história, e não creio, apesar dos casos de W.J.Levy no Laboratório de Rhine e de S.G.Soal em Inglaterra, que obtiveram ampla publicidade, que a parapsicologia tenha chamado a atenção porque estes renegados tenham tido participação. O indiscutível é que a parapsicologia é, por razões óbvias, bem mais vulnerável do que as ciências convencionais, aos nefastos efeitos de tais escândalos. Em ambos casos, a única graça salvadora é que os próprios parapsicólogos foram quem denunciaram aos delinqüentes. Com o tempo, no entanto, o que causou mais dano à imagem da parapsicologia foi a confusão criada pelos falsos dotados, aqueles pseudo-psíquicos que deliberadamente pretenderam enganar aos pesquisadores e algumas vezes conseguiram seu intento. Como devemos atuar para evitar estes abusos?
Sustentaram-se diferentes conclusões de parte de diferentes figuras de prestígio com respeito a esta particular lição de história. Alguns parapsicólogos que conheço são arredios a tomar qualquer aparente psíquico conhecido, preferindo trabalhar com voluntários anônimos que não têm caprichos nem grandes pretensões, não exigem um tratamento especial e em quem se pode confiar e se submeterão humildemente a qualquer condição que se lhes imponha. Ainda se, ao final do dia, suas médias poderiam não ser muito significativas. No entanto, eu o prefiro de uma maneira diferente. Crendo -como o faço- que a capacidade psi é tão rara como valiosa, penso que nos arriscamos a perder fazendo caso omisso a isto, já que poderia ser difícil de enfrentar.
Sem dúvida, se alguém pudesse dizer com certeza que um indivíduo determinado é autêntico ou uma fraude, a situação poderia bem mais simples. Mas a história sugere que alguns dos mais talentosos atores são os que aprendemos em chamar "casos mistos". Com freqüência, Eusapia Palladino é mencionada como um clássico exemplo desta categoria (Beloff, 1991) mas em realidade, mais ou menos todas as médiuns físicas, desde a irmãs Fox em adiante, foram detectados em fraude e, do mesmo modo, Eva Carriere ou Margery também deram motivos de sobra para a suspeita. Uma conseqüência disto é que a SPR, promovida por Hodgson e Podmore, determinaram que a mediunidade física era mais incômoda que meritória. Daqui por diante, algumas promissoras médiuns como Mrs.Leonard foram dissuadidos a comprometer-se em isto. Como resultado desta política, a maioria dos melhores trabalhos com as médiuns físicas neste século foi os realizados no Instituto Metapsíquico de Paris.
A MATERIALIZAÇÃO
A risco de comover a alguns dos parapsicólogos mais ortodoxos, me agradaria dizer algo sobre a controvertida questão da materialização. Penso que todos podemos estar de acordo no fato de que existiu certa forma de materialização completa, e este fenômeno poderia ultrapassar qualquer outra classe de fenômeno paranormal conhecido em toda a investigação psíquica. Depois de tudo, nada poderia ser mais incrível do que a existência de um ser que durante uma sessão pode falar, caminhar, e aparecer (completamente vestido) como se fosse uma pessoa viva. Em conseqüência, não poderia culpar a ninguém por considerar que em realidade não existe um só caso genuíno de materialização como isto. No entanto, ninguém poderia negar que existe na literatura, alguns relatos um pouco enigmáticos que pudessem sugerir o contrário.
Um ano depois das famosas sessões de Nápoles, em outubro de 1909, Hereward Carrington publicou um artigo no jornal americano McClure’s Magazine titulado "Eusápia Palladino: O Desespero da Ciência". Hoje em dia, Palladino não é considerada como antes, uma médium de materialização. Se ela foi capaz de fazer levitar uma pequena mesa sem utilizar seus pés ou suas mãos, ou pôde fazer que as cortinas ou sua saia ondulassem num quarto fechado, os pesquisadores ficaram satisfeitos. Todas estas materializações, que ela gerou em certas ocasiões foram de muito pouco valor, em sua maior parte. Não obstante, não sempre parece ter sido assim. Neste artigo, Carrington relata este curioso episódio a respeito de um membro do Institut Geral Psychologique [Instituto Geral de Psicologia], M. Yourievitch que desde 1905 até 1908, levou a cabo extensas sessões inconclusas com Eusápia. Algumas das luminárias da cena intelectual francesa, tais como Pierre e Marie Curie e Henri Bergson participaram nas sessões. Com respeito a Yourievitch, Carrington escreve:
"Seu pai tinha morrido faz alguns anos. Numa das sessões de Eusapia um corpo sólido ainda que invisível, tangível através da cortina se lhe acercou dizendo-lhe ser seu pai. Agora bem, seu pai tinha a peculiaridade de ter um dedo deformado: afiado em ponta e com uma unha deformada para adaptar-se ao dedo. M.Yourievitch perguntou a seu "pai" em russo -uma linguagem totalmente desconhecida para Eusápia- se podia pôr sua mão na argila úmida que se achava no gabinete, por trás da cortina. Depois de certo tempo, sendo a médium cuidadosamente sujeita e vigiada, enquanto, os pesquisadores pediram que se acendessem as luzes. Então, examinaram a argila no gabinete e encontraram a impressão de uma mão: o primeiro dedo mostrava marcas idênticas de deformidade como as que tinha seu pai morto." (Carrington, 1909, p.662)."
Que se pode pensar de semelhante história? Está Carrington tratando de pôr-nos uma corda ao pescoço? Ou está correndo o risco de ser exposto ante o mundo como um mentiroso podendo alguém acusá-lo? Ou quiçá Yurievitch inventou todo o incidente só para ver como Carrington mordia o anzol? E se assim fora, que podemos dizer do eminente psiquiatra e criminalista italiano Lombroso? Em seu livro a respeito de Palladino, Lombroso descreve a materialização completa de sua própria mãe (Lombroso, 19091988). Também informa que Morselli, o Diretor de uma clínica psiquiátrica de Génova, que levou a cabo o que foi, creio, a mais extensa série de teste com Eusapia nunca antes realizada, que fora publicada em dois volumes, teve igualmente um encontro com sua mãe durante uma sessão -muito a seu pesar, já que, segundo Lombroso, Morselli não era precisamente um espiritista. Inclusive, Lombroso relata que Bozzano, outro pioneiro da investigação psíquica italiana, teve uma vez um encontro com sua longínqua mulher numa sessão. Ao longo de sua vida, Bozzano tinha tido um longo litígio com ela, e era a última pessoa a quem ele tivesse querido encontrar! Ainda falando-lhe num dialeto genovês que Eusapia, uma napolitana, não pôde ter conhecido. Por suposto, tudo isto é um rumor. Honestamente, não estamos obrigados a acreditar em todas estas histórias, mas deveríamos perguntar-nos porquê tantos acadêmicos disseram a mesma mentira sem razão aparente!
Voltarei a uma evidência mais interessante de materialização completa. Em 1924, certo F.W. Pawlowski, um americano de descendência polaca que era por então professor de Engenharia Aeronáutica na Universidade de Michigan, foi um fim de semana a Europa e participou numa sessão em Varsóvia oferecida pelo médium Franek Kluski. Pawlowski escreve suas observações num artigo que publicou no Journal of the American Society for Psychical Research (Pawlowski, 1925). ("Franek Kluski", agora sabemos [ver Weaver, 1992] foi o pseudônimo de Teofil Modrzejewski, um banqueiro, foi também escritor, jornalista e um poeta de certa fama). Quase acidentalmente, depois de assistir a umas sessões da médium Jan Guzik, descobriu que possuía o dom da mediunidade como seu pai. Ainda que nunca fez uso destes dons com fins mercantilistas, inclusive sabendo que era talvez, o mais notável médium de materialização de todos os tempos. Uma das mais extraordinárias características de suas sessões foi o grande número de diversas aparições que invadiam permanentemente o quarto onde se realizava a sessão, fazendo estas muitas vezes travessuras e falando diferentes idiomas. Ocasionalmente, observaram-se estranhas aparições de pássaros e mamíferos. Por suposto, tudo isto sucedeu com uma iluminação muito tênue, ainda que a maioria dos fantasmas são descritos como seres com luminosidade própria. Mas o mais estranho, é que apareciam de um tamanho menor do que tiveram em vida, atingindo o tamanho de um adulto normal à medida que decorria a sessão, ganhando o médium em energia.
Pôde ter sido uma alucinação de Pawlowski tudo isto? De fato não é admitido como uma possível explicação pois cabe a possibilidade que o médium empregasse engenhosas estratagemas. Durante as sessões de Kluski era comum pedir às aparições que submergissem suas mãos em cera de parafina líquida. Então quando a cera se esfriava, podia tomar forma numa luva de não mais de um milímetro de espessura. Um ser humano não pode livrar-se de uma luva sem deformá-la, mas como um fantasma pode desmaterializar-se, poderia ser capaz de abandonar um molde vazio e avariado quando se desmaterializa. E isto é o que os fantasmas de Kluski tiveram a gentileza de fazer. Depois, pode-se verter sulfato de cal na luva vazia e assim obter-se um molde de gesso. Estes moldes mostram uma minuciosa textura e as marcas de pele de uma mão humana. E para certificarem-se precisamente de que não pudesse substituir-se alguma outra luva em nenhum momento das sessões, adicionavam-se certos produtos químicos à parafina líquida como a colestrina, sem que o médium ou os assistentes o soubessem, especialmente nas sessões dirigidas por Geley em Paris.
Felizmente, alguns desses moldes de gesso foram conservados até hoje. A maioria deles estão no Institut Metapsychique International de Paris, mas vi algumas mostras na SPR de Londres, e há muitas ilustrações no livro de Geley (19271975). Alguns dos moldes de Kluski são muito complexos, mostrando as duas mãos entrelaçadas. Outra curiosa característica de alguns moldes é que, ainda que têm as dimensões da mão de uma pessoa adulta, têm o tamanho das mãos de um menino -o qual coincide com as observações de Pawlowsky de que os fantasmas só se desenvolvem em seu tamanho normal durante o curso de uma sessão. Há uma passagem para o final do artigo de Pawlowski que é insuportavelmente sutil à luz de tudo o que se divulgou, ali o declara:
"Estou perfeitamente convicto que estamos no umbral de uma nova ciência e provavelmente de uma nova era. Para qualquer um, é impossível descartar ou negar estes fenômenos e é impossível também explicá-los por hábeis truques. Dou-me conta perfeitamente que é difícil para qualquer pessoa aceitá-los."
E umas poucas linhas mais abaixo agrega: "Aceitá-los significaria mudar completamente nossa atitude para a vida e a morte, forçando-nos a revisar todas nossas ciências e nossa filosofia" (Pawlowski, 1925, p.503).
Bem, até aqui conhecemos demasiado bem o que atualmente se divulgou. Kluski ofereceu sua última sessão em 1926, depois de só sete anos de atividade mediúnica, morreu em 1942, aos 70 anos. Não se viu nem remotamente nada parecido outra vez (senão, ver Beloff & Playfair, 1993). Hoje nossas esperanças estão centradas, não em indivíduos excepcionais como Kluski, senão na excelente criatividade metodológica de nossos principais pesquisadores, quem, apesar de sua falta de fundos, se esforçam para conseguir progressos, conquanto não espetaculares, se bastante seguros. Com tudo, não creio que se possam minimizar as investigações de hoje em dia, se dissesse que qualquer engenhosa iniciativa fora capaz de render dividendos indefinidamente. Porquanto, se há uma lição que a história deveria ter-nos ensinado, é que o centro da questão é a inovação, e que a rotina pode resultar fatal para conseguir sucesso.
CONCLUSÕES
Se nós aceitarmos a interpretação cética e enfocarmos a história da parapsicologia como nada mais que uma sucessão de sucessos e de fracassos, então assim poderiam explicar-se o paulatino desaparecimento dos fenômenos. De tanto em tanto, os pesquisadores responsáveis que chegam a topar-se com algum conjunto especial de fenômenos paranormais, costumam ser desacreditados, e a comoção se dilui até que um novo conjunto de impostores, com um novo repertório de fraudes chega a primeiro plano e o ciclo se repete.
Uma imperfeita interpretação cética fracassou por não oferecer nada preciso e plausível, nem uma contra-hipótese normal aos diferentes casos como os que mencionei, e que são os que compõem nossa história. Isso faz que devamos considerar outras possibilidades, não obstante algo
trazido dos cabelos, para explicar este efeito de paulatino desaparecimento nesta história sobre a que tenho um cuidado especial. Me agradaria, para finalizar, propor a seguinte idéia.
Poderíamos dizer que um fenômeno paranormal representa uma violação à ordem natural, conquanto a natureza parece reagir ante tais violências da mesma maneira que nossos corpos reagem ante uma infecção. Portanto, inclusive se nós pudéramos por um momento conseguir ser mais astutos, a natureza se vingaria e teríamos que começar um novo rumo. Não há dúvida que isto soa muito antropomórfico -algo bem como dizer que a natureza abomina o vácuo- mas prossigamos com o tema. Imaginemos a importância desta violação ou infecção, a natureza vigorosamente se esforçará por reacomodar o status quo.
Portanto, podem-se deduzir dois envolvimentos deste modelo. Primeiro, poderíamos predizer que cada novo fenômeno ou cada nova investigação em parapsicologia provavelmente prosperará, se de algum modo, a natureza teve a possibilidade de reunir seus defesas. Em tal caso desaparecerá gradualmente, deixando só um rastro de dúvida, de confusão e de suspeita.
Segundo, poderíamos deduzir quanto tempo perdurará a debilidade do fenômeno em questão, através do mínimo desvio da norma que isto representa. Nesta analogia com a imunologia sabemos que os organismos estranhos, bacilos, ou o que sejam, podem sobreviver indefinidamente nos tecidos de um corpo são, informando-nos que se disseminaram o suficiente como para enganar ao sistema imunológico e fingir que não existe uma ameaça para o sujeito que os leva. Portanto, poderíamos predizer uma longa vida para o fenômeno psi no laboratório, ainda quando existem muitas inovações que devessem ser consideradas.
Intuitivamente, teria que tratar de ordenar a diversidade de fenômenos paranormais dentro de uma hierarquia de acordo ao grau em que alteram o status quo. Deste modo, numa escala de valores, as materializações completas poderiam assinalar o ponto mais alto, enquanto a micro-PK de um RNG, poderiam representar o ponto mais baixo. As respostas livres de ESP adequadas poderiam ocupar uma posição entre ambos extremos, e o ponto central que procuro assinalar aqui é que não importa com que fenômeno em particular nós estamos enfrentando. É em vão esperar que possamos chegar à fórmula perfeita que, se nos aderimos sinceramente, poderia garantir-nos um resultado exitoso. A repetibilidade em nosso campo nunca pode ser absoluta. Em mudança, devemos reconhecer que estamos imersos numa batalha de talento contra as conservadoras forças da natureza, e o sucesso sempre dependerá em que durante nossa existência sejamos capazes de estar um passo mais adiante.
Em todo caso, estas são as lições que depois de uma cuidadosa análise, tenho de minha leitura de nossa história. Ofereço-a a consideração de meus leitores.
REFERENCIAS
Beloff, J. (1991) Once a cheat always a cheat? Eusapia Palladino revisited. Proceedings of the Presented Papers: The 34th.Annual Convention of the Parapsychological Association.
Beloff, J. (1993) Parapsychology: A Concise History. New York: St.Martin’s Press.
Beloff, J. & Playfair, G.L. (1993) Peixotinho: A Latter-Day Brazilian Klusky? Journal of the Society for Psychical Research 59, Pp.204-206.-
Carrington, H. (1909) Eusapia Palladino: The Despair of Science. McClure’s Magazine 33, Pp.660-675.-
Gardner, M. (1989). How Not to Test a Psychic. Buffalo, NY: Prometheus.
Geley, G. (19271975) Clairvoyance and Materialization: A Record of Experiments. New York: Arno.
Hansel, C.E.M. (1966) ESP a Scientific Evaluation. New York: Scribner’s.
James, W. (19091960) The final impressions of a psychical researcher. En G.Murphy & R.D.Ballou (Eds.) William James on Psychical Research (pp.309-325). New York: Viking.
Kappers, J. Akkerman, A.E. van der Sidje, P.C. & Bierman, D.J. (1990) Resuming work with Pavel Stepanek. Journal of the Society for Psychical Research 56, Pp.138-147.-
Lombroso, C. (19091988) After Death -What? (con una Introduccion de Colin Wilson). Wellingborough, Northants: Aquarian Press. Pp.68-69.-
Pawlowski, F.W. (1925) The mediumship of Franek Kluski of Warsaw. Journal of the American Society for Psychical Research 19, Pp.481-504.-
Radin, D.I. & Ferrari, D.C. (1991) Effects of consciousness in the fall of dice: A meta-analysis. Journal of Scientific Exploration 5, Pp.61-83.-
Weaver, Z. (1992). The enigma of Franek Kluski. Journal of the Society for Psychical Research 58, Pp.289-301.-
(1) Traduzido do inglês por Jorge Villanueva.
*Doutor em Psicologia. Editor do Journal of the Society for Psychical Research. Professor adjunto de parapsicologia na Universidade de Edinburgo (Escócia).